Planeta vai sentir o dano do negacionismo a longo prazo: 30% dos americanos não pretendem se vacinar

Tempo de leitura: 2 min

Da Redação

Autoridades dos Estados Unidos praticamente desistiram da busca pela chamada “imunidade coletiva” a médio prazo por causa de estatísticas demonstrando que 30% dos norte-americanos não pretendem se vacinar contra o coronavírus.

32% dos norte-americanos já tomaram as duas doses, contra 60% de Israel e 36% do Chile. No Brasil, cerca de 7% das pessoas já foram imunizadas.

O problema está na relutância de muita gente em se vacinar nos EUA. Um mapa publicado pelo New York Times mostra (nas regiões em roxo mais escuro) que em condados de estados como a Califórnia 91% das pessoas pretendem se vacinar, mas este número cai para menos de 50% em Wyoming, Arizona e regiões do Sul.

Os cientistas de dados não conseguiram estabelecer uma correlação entre os que não querem se vacinar e a influência do negacionismo do ex-presidente Donald Trump.

Porém, uma pesquisa recente mostra que 45% dos republicanos não pretendem se vacinar.

O que isso significa, exatamente? Que em bolsões dos Estados Unidos novas variantes do vírus, mais agressivas e infecciosas, poderão se desenvolver.

Hoje, a maioria dos casos no país já são causados pela variante britânica B.1.1.7, considerada 60% mais transmissível.

Os cientistas citados pelo New York Times dizem que eliminar completamente o vírus é impossível, mas contavam com uma taxa de vacinação na casa dos 80 ou 90% para derrubar consideravelmente a circulação.

Assim como o Brasil, os Estados Unidos não adotaram a estratégia de testagem/isolamento que parece ter sido tão bem sucedida na China.

Além disso, os norte-americanos viajam a serviço ou de férias como nenhum outro povo do planeta, especialmente de avião.

Autoridades norte-americanas também se deram conta de que, feito os gases de Chernobyl ou Fukushima, variantes desenvolvidas em outros países podem chegar a território americano a qualquer momento.

Por isso, a própria Casa Branca está considerando apoiar a quebra provisória das patentes para acelerar a vacinação em outros países, como a Índia, que vacinou apenas 2% da população. Mesmo o Japão só vacinou até agora 0,2% da população.

Apesar da queda no número de casos e mortes nos Estados Unidos, os cientistas dizem que com um número relativamente reduzido de vacinados a covid deve se tornar crônica por muitos anos, mas com número baixo de hospitalizações e mortes.

“Se a cobertura [vacinal] for de 95% nos Estados Unidos, mas de 70% em uma pequena cidade, o vírus não quer nem sabe. Vai chegar à cidadezinha”, resumiu um epidemiologista entrevistado.

Isso significa que o uso de máscaras por pessoas vulneráveis deve se tornar permanente, especialmente em ambientes fechados — e qualquer viagem internacional envolverá riscos para quem vem e quem vai.

Mesmo com a imensa queda das últimas semanas, os EUA ainda tiveram quase 50 mil casos no dia 2 de maio, contra quase 60 mil do Brasil e 373 mil da Índia.

Número de novos casos por dia, média semanal

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Comentários

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Zé Maria

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75,2% das pessoas que votaram na consulta virtual promovida
pela prefeitura de Canoas-RS [na Região Metropolitana de
Porto Alegre] opinaram que a volta às aulas presenciais nas
escolas municipais deve ocorrer apenas depois da vacinação
de professores e funcionários.
A prefeitura acatará o resultado. [Coluna Rosane Oliveira/GZH]
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Zé Maria

Os Valentes Cáubóis BBB [Boi, Bíbla, Bala] têm Medo de Agulha.

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