Pepe Escobar: A “ótica” vesga da Alvorada da Odisseia

Tempo de leitura: 6 min

24/3/2011

por Pepe Escobar, Asia Times Online

Traduzido pelo Coletivo da Vila Vudu

A Operação Alvorada da Odisseia, pelo menos por hora, é a primeira guerra do AFRICOM dos EUA. O Pentágono, via o vice-almirante Bill Gortney, dissipou qualquer dúvida que houvesse, quando disse que “o fio condutor” é norte-americano. O papel de Homero ficou a cargo do general Carter Ham, que comanda de seu gabinete em Stuttgart, Alemanha (nenhum país africano interessou-se por hospedar o AFRICOM). E Ulisses – no que já tem mais cara e som de Ilíada que de Odisséia – é o comandante da Força Tarefa Conjunta Aurora da Odisséia almirante Sam Locklear, a bordo do USS Mount Whitney em algum ponto do Mediterrâneo.

Os estrategistas bélicos da Casa Branca e do Pentágono apostaram as “excepcionais capacidades” deles numa versão remix-reduzida do “choque e pavor” da guerra do Iraque. O único problema é que o coronel Muammar Gaddafi não parece nem chocado nem apavorado; está furioso – na foto dessa 3ª-feira no complexo de Bab al-Aziziya –, mas não vergou. E seu governo resiste, sem se por contra o coronel.

Apesar disso, Washington tenta projetar uma imagem pública, mostrando a fantasia de que estaria louca para livrar-se dessa guerra, vendida como “missão limitada”. Mas os comunicados estão confusos. Dizem, na linguagem do Pentágono, que os senhores da guerra estariam encontrando dificuldades na “transição para um comando da coalizão.”

Washington deveria ter avaliado melhor a “ótica”, antes de evocar Homero. Esqueçam “o peso da missão” (em andamento), “fogo amigo” (virá), “dano colateral” (já aconteceu), “eixo do mal” (expressão favorita perene). O novo neologismo de prestígio em Washington e nos círculos íntimos do poder é “ótica”.

Os militares-de-sempre e seus jornalistas-de-sempre carpindo a fórmula da “ótica emocional” dos mísseis cruzadores plus os briefings assinados pela “coalizão” já repuseram, na cabeça de todos, a guerra do Iraque-2003. Espalha-se nos EUA o medo de mais uma “ótica da guerra sem fim”, mais uma vez contra país muçulmano.

Ilusões de ótica

Até entre os “aliados”, a “ótica”, do tipo lata de lixo. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) é completa confusão. A Turquia exige diálogo – e não admite bombas. A Alemanha é contra qualquer intervenção pela OTAN e destaca que bombas não darão conta do recado. A França, arrastada pela megalomania do neonapoleônico Nicolas Sarkozy, quer manter a ilusão de que estaria no comando.

Com medo de que a França usurpe-lhe o trono de primeiro parceiro comercial da Líbia e na luta para impedir que a política mediterrânea seja ditada em Paris, o governo do grande amigo de Gaddafi, Silvio “Bunga-Bunga” Berlusconi, aderiu com relutância à “coalizão” (e agora, no privado, Bunga Bunga diz horrores contra Sarko). A gigante italiana de energia ENI investiu 50 bilhões de dólares na Líbia; a ENI tem todo o interesse em livrar-se de Gaddafi, depois que o coronel ameaçou abrir as torneiras do gás e petróleo líbios para os BRICs Rússia, Índia e China.

Os principais quatro BRICSs (o quinto membro é a África do Sul) livraram-se, espertamente, de toda a Odisséia. O Brasil exigiu cessar-fogo e diálogo. A China manifestou “profunda preocupação” e alertou para a iminência de um “desastre humanitário”. A Índia disse que “nenhuma potência externa deve intervir” na Líbia. E a Rússia, pelo primeiro-ministro Vladimir Putin, denunciou uma “resolução que permite tudo”.

O mesmo fez a União Africana, de 53 nações. A União Africana quer solução diplomática. Gaddafi tem muitos aliados históricos na União Africana. E ajuda a pagar muitas contas da União Africana.

A Argélia – membro também da Liga Árabe – disse que a intervenção é “desproporcional”. No Chad, o presidente Idriss Deby continua no poder em boa parte graças aos bolsos fundos de Gaddafi. Deby pagou o favor enviando mercenários e armas para Trípoli. E mais: se a zona aérea de exclusão não for estendida até o sul da Líbia (por enquanto só cobre o norte e o litoral mediterrâneo), Gaddafi continuará a poder receber ajuda, armas e mercenários, que lhe chegarão do Chad, Mali, Niger e da Argélia (ver ” Despachem os tuaregues, por favor, urgente!” ”,  ver 8/3/2011, Castorphoto).

Não raiou, na Alvorada da Odisseia da cabeça dos estrategistas do Pentágono, que coalizão que não tenha explícito apoio da União Africana implica, sempre, que a União Africana poderá continuar a ajudar o regime de Gaddafi.

E há também a carne no kebab da coalizão – a Liga Árabe. O fato de Washington ter ordenado aos assustados reis do Marrocos e da Jordânia e aos ricos emires em Doha e Abu Dhabi que se engajassem como “aliados” – todos indiferentes ao grotesco indescritível de esses ditadores fazerem pose de salvadores humanitários da democracia – não implica que toda a Liga Árabe esteja a bordo da Alvorada da Odisséia. É isso.

Claro. A menos que se computem os éramos-seis, viramos-quatro, agora-só-dois Mirages 2000 da Força Aérea do Qatar, mais um avião cargueiro C-17 – que entrarão em cena no próximo fim de semana –, como toda a gloriosa contribuição da Liga Árabe para os combates da “coalizão”.

Sem fim de jogo

A “coalizão” não chegara nem perto de ter esgotado “todas as medidas necessárias” que a Resolução n. 1.973 da ONU encarregou-a de adotar, e os Ulisses-EUA já lá estavam, despejando Tomahawks sobre a Líbia. Todos os países do mundo que não estão representados nessa “coalizão de vontades” querem, essencialmente, que uma equipe internacional – Liga Árabe, União Africana e ONU – vá até Trípoli e negocie um pacote: cessar-fogo real, mecanismos eficazes para proteger civis e processo viável que leve a eleições na Líbia. A “ótica” de Washington não viu isso?

E como se não bastasse a “ótica” vesga, a Alvorada da Odisséia ainda nem conseguiu raiar. No máximo, evitou um possível massacre em Benghazi. Relatos horríveis de Zawiya e Misurata contam sobre civis atacados por tanques e veículos blindados, e das milícias – os “irregulares” de Gaddafi – em jipes e caminhonetes pick-up. É a prova que basta, de que zona aérea de exclusão – até aqui, só feita de choque e horror – não está efetivamente protegendo civis alguns.

O presidente Barack Obama parece convencido de que conseguiu inverter a “ótica”. Os noticiários não se cansam de repetir que Obama, o primeiro-ministro britânico David Cameron e “Sarko” concordaram com que a OTAN tenha “papel central” na Alvorada da Odisséia. Foi como enviesar a “ótica” de modo a dizer que os EUA nada teriam a ver com a implantação militar da zona aérea de exclusão – quando ficaram encarregados de tudo (os 28 membros da OTAN aprovarão tudo, por unanimidade).

Essa saturação ótica contribui para tornar ainda mais evidente o que já era claro desde o início. A guerra passará por uma “transição”: de “coalizão de três vontades” (EUA, Grã-Bretanha e França), para “guerra da OTAN”.

Se o Pentágono realmente aplicasse todas as suas exaltadas “excepcionais capacidades”, o regime de Gaddafi estaria reduzido a pó em alguns minutos. Mas é “missão limitada” conduzida por uma “coalizão” – não é “mudança de regime”, embora mudar o regime seja tudo o que desejam Obama, os europeus e vários ditadores árabes. Para eles, trata-se da “ótica” do alerta vermelho.

O establishment em Washington festeja que, pela primeira vez, “o público árabe” estaria apoiando uma intervenção norte-americana. Cuidado com a “ótica”. O “público árabe” também está vendo que Gaddafi atira contra o próprio povo e, em seguida, é bombardeado pelos EUA e pelo ocidente. Por que não se providencia a mesma solução contra os ditadores no Iêmen e no Bahrain?

O “público árabe” também sabe identificar claramente os métodos que EUA e europeus usam para tentar roubar, do mesmo público árabe, a sua grande revolta árabe de 2011.

Por hora, com tanta “ótica” confusa, nenhum think-tank atreve-se a prever o que a “coalizão” tirará da manga, quando nenhuma zona aérea de exclusão detiver Gaddafi. Armar os “rebeldes”, exército de farrapos, mas valentes e ultramotivados – o que já está sendo feito – é ação autorizada pela Resolução n. 1.973 da ONU. Washington, Londres e Paris esperam que os rebeldes logo partam da defesa ao ataque, marchem sobre Trípoli, derrubem o tirano e garantam à audiência um final feliz Hollywoodiano.

Nunca acontecerá. O conselho de transição em Benghazi pediu uma zona aérea de exclusão – não intervenção estrangeira. A Alvorada da Odisséia só faz bombardear pesadamente Trípoli – no outro extremo do país. A população de Trípoli já começa a ver aí o início de nova guerra colonial. O que significa que nenhuma transição política pós-Gaddafi jamais será pacífica. Muito perversamente, a Alvorada da Odisseia prepara o terreno para dividir a Líbia. Alvorada, no máximo, da balcanização.

Qualquer analista militar decente, que valha o que custa ao Estado em uísque on the rocks, sabe que guerras vencem-se no chão. O impulso humanitário é cortina de fumaça: por que a Líbia, e não o Iêmen, o Bahrain, Gaza?. Tudo faz temer outro, novo, muito perigoso teatro de guerra no chamado MENA [ing. Middle East e Norte da África), Odisséia desnorteada, distorcida, sem fim de jogo nem final à vista. Aparece, desaparece; agora você vê, agora você não vê.


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Comentários

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Bonifa

Diante da insanidade que pontifica pela Europa, a Turquia aceitou que a OTAN venha a comandar o resto da agressão à Líbia. A Turquia não esconde que seu objetivo explícito é o de evitar maiores danos à infraestrutura do país, evitar o quanto possa a matança de civis através dos bombardeios e barrar qualquer tentativa de invasão por tropas terrestres. Com estas intensões, certamente contará com o apoio da Alemanha e da Itália. Contra esta posição da Turquia, que deixa mal na fita a tal Odisséia, a contra-informação midiática a favor da agressão andou espalhando na imprensa o boato de que a Turquia rendeu-se por motivos bem menos nobres, em troca vantagens outras dentro da organização da Aliança. Já a França posicionou-se contra a medida, argumentando que a OTAN é identificada com os Estados Unidos e é grande a aversão dos países árabes pelos EUA. Certamente Sarkozy acha que os árabes adoram a França. Mas a França está evoluindo também para defender a invasão por terra e acredita que pode contar com o auxílio de tropas da Arábia Saudita e seus associados do Golfo, descaracterizando assim uma invasão genuinamente européia e tornando-a mais palatável ao mundo árabe. Pelo que se pode perceber, com mais alguns dias de bombardeio o ambiente internacional estará bem maduro para que um bom número de países de peso se reunam e passem a exigir, através da ONU, que se ponha um fim a esta demonstração de loucura explícita contra a Líbia, antes que ela possa evoluir para uma catástrofe incontrolável.

vinicius souza

Quando nos levantaremos nas ruas de todo o mundo contra a essa nova invasão do imperialismo ocidental?? Sadam não era menos pior que Gaddafi, nem por isso deixamos de protestar contra uma agressão internacional que provocou centenas de milhares de mortes de civis indefesos. Outras centenas de milhares morrerão na Líbia, não só pelas mãos dos mercenários de Gaddafi, mas também pelos bombardeios "humanitários".

Marcos W.

Alguns povos têm um ditado que diz:"Sou eu contra meu irmão;somos eu e meu irmão,contra nosso primo;somos eu,meu irmão e nosso primo,contra nosso vizinho;somos eu,meu irmão,nosso primo e nosso vizinho,contra o estrangeiro"!Os estadunidenses deram um passo adiante e são eles e os aliados contra os outros,os que não se coadunam.De qualquer maneira,não fosse o petróleo,quiçá outra riqueza qualquer,os EU deixariam que se matassem,tanto quanto em outros países se matam.O Ocidente agiu para que ficassem divididos,desde sempre e até hoje.Quando se unirem,então serão os irmãos,mais os primos,mais os vizinhos…

Marcos W.

No mundo,ninguém quer ser a Líbia,ou o Bahrein,ou o Iraque?!E na Líbia,ou no Iraque,quem deseja ser mulher?Ou terá vida tranquila quem for xiita se os sunitas estiverem no poder,ou o contrário?!Ainda pior do que ser oposição em Cuba!!Ou não,nunca se sabe!

Entenda a Guerra na Líbia – Pepe Escobar: A “ótica” vesga da Alvorada da Odisseia « Arengueiro Natal/RN/Brasil

[…] Direto do Vi o Mundo. […]

Alexandre Araújo

Azenha: Você já ouviu falar em um economista americano chamado Walter Willians? Vi uma entrevista no programa Milenium na Globonews e o achei completamente LOUCO. Dentre outras sandices esse senhor disse que a crise de 2008 se deveu aos governos e não aos bancos. Que a culpa das crises são as regulamentações legais impsotas pelos governos, e não o contrário. O cara disse que a culpa da grande depressão foi de Roosevelt com o seu New Deal, que sem o mesmo, a depressão só duraria 3 anos e não uma década. Há, ele ainda disse que a culpa do racismo nos EUA são das leis civis e que todos deveriam ser livres para discriminar quem quisesse. Detalhe, esse maluco de pedra é negro!

    Bonifa

    É apenas um garimpeiro excêntrico garimpando numa mina esgotada.

Marcos W.

É,dizem que somente os semelhantes podem ser comparados e que semelhantes discutem por qualquer coisa!E muitas vezes levam seus países para uma guerra por motivos bastante parecidos!Os EU desejam dominar o mundo,e Gaddafi escraviza parte de seu povo.Semelhança pouca é bobagem!

    Bonifa

    Você ainda não entendeu que se Kadafi fosse o próprio Gandhi reencarnado estaria a essas alturas transformado da mesma maneira na maior fera sanguinária da humanidade?

    Marcos W.

    E se fosse,mudaria alguma coisa?!

SILOÉ

Tudo vai depender de quantos olham pelo lado côncavo e de quantos olham pelo lado convexo da lente dessa ótica cega.

SILOÉ

Depois que perceberam que o tiro pode sair pela culatra, ninguém quer ficar com essa batata quente nas mãos.
A ponto agora, de Israel simular um ataque em Jerusalém para desviar a atenção do foco.

    Beto_W

    Siloé, quais seus argumentos para afirmar que o atentado em Jerusalém foi "simulado"?

    SILOÉ

    – Esse tipo de conduta israelense de cometerem os atentados e jogarem a culpa nos palestinos é recorrente.
    -Entre outros, lembra o barco humanitário? Eles disseram que foram os ativistas que atacaram, os soldados só revidaram, quando todos viram o contrário.
    -Jerusalém e faixa de Gaza são as áreas mais protegidas por Israel no território Palestino, por serem alvo maior de suas ambições.
    -Quem é o maior interessado em desestabilizar a área se aproveitando do momento?
    -Pelo que sei até agora salvo algum engano nem o Ramás nem o Fatah assumiram a autoria do atentado
    -Se eu estiver errada …Peço desculpas.

    Beto_W

    Ah, agora entendi. Achei que você estava dizendo que ele não havia acontecido. O Que você quer dizer é que, na sua opinião, o atentado foi realizado pelo governo israelense, é isso?

    Apesar de entender seus argumentos, discordo de você, e coloco aqui meus comentários:

    "Esse tipo de conduta israelense de cometerem os atentados e jogarem a culpa nos palestinos é recorrente."

    O que é recorrente é Israel sempre justificar suas agressões com o ridículo argumento de que "foram eles que começaram", tentando jogar a culpa nos palestinos. Mas não me vem à cabeça nenhum ataque a israelenses realizado pelo próprio governo e encoberto como ataque palestino.

    "Entre outros, lembra o barco humanitário? Eles disseram que foram os ativistas que atacaram, os soldados só revidaram, quando todos viram o contrário."

    A bem da verdade, os soldados foram recebidos a pauladas assim que puseram os pés no convés, e aí se assustaram com a inesperada (para eles) reação dos passageiros que eles acharam que seriam "cordeirinhos submissos", entraram em pânico e começaram a atirar. Mas se você considerar que não era nem para eles terem entrado no navio, pois o mesmo estava em águas internacionais e eles não haviam nem pedido nem recebido autorização para abordar, então realmente foram os soldados que atacaram primeiro. Não que fizesse muita diferença quem atacou primeiro e quem revidou, a operação militar inteira era destinada ao fracasso desde o começo, e mostrou um verdadeiro descaso com o valor da vida humana (inclusive dos soldados) pelos governantes de Israel.

    Continua…

    Beto_W

    Continuando…

    "Jerusalém e faixa de Gaza são as áreas mais protegidas por Israel no território Palestino, por serem alvo maior de suas ambições."

    A situação na Faixa de Gaza já anda tensa há algum tempo, com foguetes Grad lançados de Gaza para Israel, e morteiros e mísseis lançados por Israel em "resposta". Já a fronteira com a Cisjordânia, com o muro da vergonha, e a cidade de Jerusalém, gozavam de uma relativa calmaria, e aparentemente a segurança na região ficou mais relaxada. Alguém pode ter se aproveitado disso.

    "Quem é o maior interessado em desestabilizar a área se aproveitando do momento?"

    Concordo que a situação na região depois do levante no Egito é desfavorável a Israel, mas também é desfavorável a qualquer outra força a quem a paz não interesse: EUA, Europa, Irã, lobby das armas, e porque não, facções palestinas radicais, cujo poder se baseia única e exclusivamente na luta contra Israel. Esses grupos também têm muito a perder com a estabilidade, já que perderiam o propósito e seus líderes teriam de encontrar outra coisa para fazer.

    "Pelo que sei até agora salvo algum engano nem o Ramás nem o Fatah assumiram a autoria do atentado"

    Verdade. Mas a Fatah e o Hamas não são as únicas facções palestinas, há diversas outras. A Fatah é vendida para os EUA, e o Hamas é uma organização política com pouco ou quase nenhum controle sobre as ações de seus braços armados e seus aliados, e que tem mais a perder com um atentado do que a ganhar. E ambos são entidades políticas, não militares. O atentado pode ter sido obra de uma nova facção, ou uma célula local de alguma facção como a Jihad Islâmica, as Brigadas de Al-Qassam, ou a Brigada dos Mártires de Al-Aqsa.

    Beto_W

    Concluindo…
    Resumindo, na minha opinião, a teoria conspiratória de que o atentado foi feito pelo governo israelense é sedutora, mas o governo israelense não precisa inventar um atentado para fazer uma nova incursão em Gaza, já que a troca de agressões na fronteira já existe e é o suficiente para eles "justificarem" um ataque a Gaza. E infelizmente, como não há uma clara autoria do atentado, a ira do povo israelense, manipulada pelo seu governo, vai ser dirigida para Gaza.

    SILOÉ

    Respeito sinceramente as suas colocações e fico admirada do seu profundo conhecimento.
    Só que essa situação entre Israel e Palestina é tão antiga quanto nebulosa, que a nossa visão mesmo que antagônicas pode estar equivocada.

    Bonifa

    Não foi simulado. Foi um ataque com armas de destruição em massa dos poderosos palestinos.

    SILOÉ

    Sei que foi uma bomba amarrada num poste, simulada foi a autoria.

bernardo peres

tá ficando cada vez mais óbvio que essa "revolta" anti Kadafi foi fabricada. li no blog da carta maior uma matéria falando sobre a líbia: (http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17571 – ler o 7º parágrafo). como é que um país com esses índices vai ter uma revolta desse tamanho? tudo bem, Kadafi é um ditador extravagante e certamente muita gente gostaria de vê-lo comendo grama pela raiz. mas com esses índices de desenvolvimento, a maioria preferiria se acomodar e cuidar da vida.

minha impressão é que tudo isso não passa de pirataria estatal para colocar as petroleiras da frança e da inglatera, juntamente com as americanas, a saquear as riquezas do povo líbio. de quebra mandar pra casa a ENI, italiana do ramo. e os EUA se prestando mais uma vez ao papel de império de rapina, piratas e hipócritas.

espero mesmo que o Kadaffi resista, pelo menos até que "uma equipe internacional – Liga Árabe, União Africana e ONU – vá até Trípoli e negocie". se essa negociação acontecer obtiver êxito, será a mais humilhante derrota que se pode impor a esse império de rapina, com seu presidente falso e seus asseclas aloprados do velho mundo.

    Bonifa

    Para a ONU exigir negociação, será preciso antes arrancar o coreano de baixo da cama e aplicar-lhe um suadouro para ele parar de tremer.

Gustavo Pamplona

Vai aí uma pergunta para os leitores:

Será que o dia em que a Fernanda Montenegro (*) morrer a imprensa americana dará alguma mínima para ela assim como a imprensa brasileira está dando para a Elizabeth Taylor

(*) Eu a escolhi porque já tem 81 anos e foi nominada a um prêmio da academia, não que eu tenha problemas com ela mesmo sendo uma global.

aurélio

Em uma rápida analise da história de 2 anteriores operações "no fly zone": Iraque (1991-2003) e Iugoslávia(1993-1996), elas iniciaram-se da mesma forma que esta, e no que deu – Iraque massacrou os curdos ao norte e dizimou aspirações xiitas ao sul, tudo em 91 até 93, e foi invadido por terra em 2003. A Iugoslavia foi desmembrada, Sarajevo, Kosovo, limpezas etnicas, massacres, e tudo ocorrendo sobre os aviões e ataques da NATO, somente parcialmente solucionados com a invasão de tropas da NATO apoiadas por uma resolução do C.S./ONU (tropas americanas, inglesas e francesas). Por que alguem acredita que na Libia pode ser diferente? Sem ações de solo não se vencem guerras ou revoluções, e os rebeldes libios já demonstraram que são rachados, destreinados, mal enquadrados – não dá para arma-los.

    Bonifa

    Só invadiriam se fosse com tropas sauditas. No dia em que um francês ou um inglês voltar a botar os pés naquela região a bordo de uma invasão, o inferno se transportará para a Europa. Tropas sauditas seriam árabes, e o caso estaria entre árabes. Mas isto também é quase impossível, os sauditas não estão com essa bola toda e terão reforçada a percepção de que são traidores dos arabes. No caso de mandarem romenos, poloneses, etc., estes serão identificados como europeus a serviço da França e da Inglaterra, mesmo porque não teriam capacidade de agir sem comando francês ou inglês.

Gustavo Pamplona

Ok pessoal… 20:02 agora…

Fiquei sabendo que o James Cameron voltou ao Brasil e junto do Schwarzenneger para de novo tentar impedir a construção de Belo Monte…. acompanharei o JN desta noite e se eles noticiarem isto então significa que o PIG ainda não está totalmente alinhado com a Dilma.

Nota: Escrevi o horário acima porque não sei se este comentário será aprovado em tempo e se ele for aprovado, volto a respondê-lo em seguida.

    Gustavo Pamplona

    21:15 agora… não foi noticiado…

    Ou finalmente perceberam os perigos de usinas nucleares ou talvez alinharam-se com a Dilma.

Wanderson Aguilar

O Obama gosta é mesmo é de uma furada viu! Tomou mais uma decisão que é impopular pra tudo quanto que é gosto!

Fabio_Passos

Incrível a arrogância e covardia dos yankes.
Não basta o genocídio que promoveram no Iraque… agora vão arrebentar a Libia para roubar petróleo?

O CS aprovou uma tentativa de assassinar Kadafi?
O CS autorizou uma guerra para derrubar Kadafi?

Pois é exatamente isso que os yankes malditos estão tentando fazer.
E todo o mundo vai assistir passivamente estes facínoras promoverem mais uma carnificina… para roubar?

Creio que já passou da hora iniciar uma nova caça às moscas.

"Georges Bourdoukan: O jurista Ulpiano e a mosca" http://www.vermelho.org.br/hiphop/noticia.php?id_

    Bonifa

    Segundo o SBT, "as tropas de Kadafi continuam a matar manifestantes". Pode parecer inacreditável, mas este é o nível de propaganda em forma de notícia que é destribuída pelo mundo e lida alegremente por emissoras incapazes de informar com um mínimo de isenção e veracidade. "Cameron diz que a força aérea da Líbia está destruída e agora os aviões da coalizão podem voar mais baixo, ficando mais fácil MATAR os soldados de Kadafi, que continuam a matar os "manifestantes" na Líbia."

FrancoAtirador

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Manchete em um futuro próximo:

INTERNATIONAL COMMUNITY CREATE UNITED KINGDOM OF LIBYE
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aurélio

Emirados Arabes cancelam sua participação na operação pois EXIGEM que os Estados Unidos se posicionem a respeito do Bahrein – Alemanha retira do comando da NATO seus 4 navios que estão no Mediterraneo (2 fragatas,1 transporte, 1 caça minas) e a tripulação alemã (70 militares altamente treinados) do sistema AWACS-NATO, enquanto durar a operação Libia estes meios serão comandados diretamente por Berlim – os F16 enviados pela: Noruega,Dinamarca, que chegaram e os da Bélgica e Holanda que ainda não vieram, somente realizarão patrulhas aéreas do território Libio, não participando de ataques. Esta intervenção está virando um circo. Se a Alemanha não está, quem pagará a conta?

    Bonifa

    Um clima de paranóia na França ajudará ou prejudicará Sarkozy nas eleições de 2011?

    A Torre Eiffel foi evacuada na manhã de hoje por causa de um "pacote suspeito" que estava em um de seus pés. http://www.lemonde.fr/politique/article/2011/03/2

    aurélio

    Vou mais longe: Se achamos que os USA estão caminhando para a extrema direita, eu creio que a Europa (França,Espanha, Portugal) chegaram primeiro a este patamar com Portugal puxando a fila. A Bélgica (dá até pena falar) está mais dividida etnicamente do que jamais esteve, e este tipo de divisão é prato feito para o nacionalismo de extrema direita, o parlamento atual da Holanda caminha nesta direção, dos paises que se fecham. A Itália nem precisa comentar, a esquerda se compra na esquina, e Berlusconi é um show de midia, externamente todos acham que ele cai na semana que vem, os italianos em sua maioria o apoiam. No futuro próximo Sarko será considerado um liberal de esquerda light, e a Sra. Merkel uma paladina da social-democracia.

    Marcos C. Campos

    Um quadro sombrio que nao dah pra descartar …

    luiz pinheiro

    Quem pagará a conta? Ganha um doce quem adivinhar…

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