Janaisa Viscardi: Orgulho de ser…

Tempo de leitura: 5 min

Orgulho de ser…

por Janaisa Viscardi

Eu fui caminhar. Era praia o cenário. Bahia era o cenário. Mais especificamente, Salvador. E enquanto eu caminhava, meu pensamento perambulava sobre as páginas de Internet que vasculhei entre ontem a tarde e hoje de manhã, falando sobre as discussões de todas as ordens geradas a partir do comentário de uma estudante de direito sobre os nordestinos.

Eu li de tudo ontem. Desde o sujeito dizendo “morte aos nordestinos”, ao sujeito que dizia “paulistas fedorentos” ou algo assim. Ódio pra lá, ódio pra cá. Minha atenção ficou mais voltada para isso quando, nas atualizações de meu perfil, fui confrontada com afirmações (e argumentações) bastante confusas sobre o “problema” dos nordestinos. Tudo em erupção depois de uma campanha política de baixo nível, de um lado e de outro. Os pensamentos que já estavam lá, em uma população que cada vez mais acredita que faz sua parte, mas que os outros não.

Esses “outros” percorrem a história do Brasil há tempos. Estereótipos de um povo “jeca”, paradigmas de nossa nação, são encontrados em Jeca Tatu, Zé Povo, Mazzaropi. Eles sempre são os outros, os que não sabem, os que não merecem, os que não tem.

Da idéia de um povo que não sabe votar – e que não sou eu – e de um povo que só sabe festar – e que também não sou eu – concretiza-se um movimento de #orgulhodenãosernordestino. De ódio, de preconceito, de estereótipos.

Eu estive em uma cidade do Sul do Brasil e lá, ao dizer que vivia na Bahia, ouvi piadas de todos os tipos, de gente que em nada representa o estereótipo. Era a gente que supostamente vota bem, que supostamente exerce bem seu direito e DEVER de cidadão. Os comentários todos expressavam a idéia de um povo que só sabe festar, de um povo que tem preguiça de trabalhar, de um povo, apesar das características anteriores, “acolhedor”, como insistem em dizer os anúncios turísticos.

Dessa brincadeira aparentemente boba depreende-se o estereótipo de um povo que, supostamente, não trabalha, e vive de Bolsa Família. Mas você quer um bom exemplo?

No interior da Bahia, onde o IDH varia de 0,77 a 0,52 (enquanto no interior de São Paulo varia de 09, a 0,8), uma mulher/menina trabalha por 80 reais por mês como empregada doméstica, morando na casa dos empregadores. Justamente por morar na casa deles e, portanto, não pagar supostamente aluguel ou ter qualquer gasto, paga-se 80 reais. Eu friso: por mês. Muitas dessas meninas/mulheres vêm para Salvador com a expectativa de ganhar um melhor salário, e ganham então um salário mínimo e, quem sabe, um vale transporte para ir ao trabalho. 5 reais e 4 horas dentro de ônibus circulares massacrantes e perigosos são, em geral, necessários para ida e vinda no trabalho.

Essa mulher que ganha 80 reais a hora passa a reivindicar um melhor salário quando o Estado apresenta a ela uma melhor possibilidade. E os patrões são pressionados a melhorar o salário para manter essa funcionária em sua casa. É a lei da oferta e da procura.

Outro caso: trabalhadores, no interior da Bahia, chegam a ganhar 10 reais por dia para trabalhar em lavouras. Trabalhando 30 dias, ininterruptamente, o sujeito ganha 300 reais. E você poderia dizer, “ah, está ótimo para quem mora em lugares em que se gasta menos”. Ainda que eu possa discordar dessa argumentação, não é aí que está o drama. O problema? O patrão cobra dele, ainda, o almoço, caso ele não traga sua própria refeição.  O que faz o salário dele saltar dos incríveis 300 reais a 150 reais, por mês.

Quando vejo a imagem que as pessoas têm da Bahia – e do Nordeste como um todo – como um lugar de vagabundos, de pessoas que vivem atrás de trios elétricos, não sou capaz de entender a partir de que momento essa imagem fantasiosa passa a se constituir uma fantasiosa realidade. São eles o nosso Zé Povo.

Ladrões há, porém, em toda parte – e isso não é vantagem nem para o Nordeste, nem para o Sudeste. Basta ler com mais atenção os jornais ou buscar melhores informações para perceber que Serra, Sarney, Dirceu e Pallocci podem estar envolvidos em escândalos muito parecidos. Portanto, não se trata aqui de defender os honestos contra os corruptos; os verdadeiros cidadãos, dos malandros, como o processo eleitoral pareceu suscitar, e o movimento “ódio ao nordestino” pareceu consolidar.

Não se trata então de desenvolver e/ou fomentar ódio aos nordestinos e colocar neles a “culpa” que, se existe, é, na verdade, de todos nós. A falta de Educação “deles” é também nossa falta de Educação, a falta de conhecimento “deles” é também a nossa. E quando se justifica tanto ódio na eleição de um suposto candidato corrupto/ladrão por esses mesmo “eles”, há também muito o que se refletir.

Ao furar uma fila, ao subornar um garçom para conseguir uma mesa, ao não respeitar as leis de trânsito, estamos todos infringindo leis, normas. Assim como os governantes que roubam milhões. Você pode dizer: que absurdo sua comparação! Mas basta ir a um país extremamente organizado como a Alemanha, por exemplo, para perceber que cada indivíduo entende seu DIREITO e DEVER como cidadão, e respeita leis – e os cidadãos.

A História ensinou a eles aquilo que a escravidão não nos foi capaz de ensinar. Os traumas sofridos por uma civilização massacrada pelo preço do trabalho escravo ainda não foram devidamente recuperados e refletidos em nosso país.

Enquanto isso, seguimos culpando os outros, os Mazzaropi de nossa nação, de todos os erros, da miséria, da preguiça, da falta de desenvolvimento, da corrupção. Todavia, te dou aqui uma sugestão. Vá a São Paulo e veja quem são TODOS os que movimentam o trabalho da cidade. Eu disse todos, justamente para mostrar que não há aqui uma separação entre os bons do Nordeste e os maus do Sudeste, como se poderia querer inferir de meu texto. Vá a Salvador e veja quem está pulando atrás dos trios durante o carnaval. Vá ao interior de qualquer lugar do Nordeste e perceba o que a população que vive em pobreza e miséria absoluta precisa.

O Bolsa Família pode não ser um programa perfeito, mas tem trazido a essas famílias condições que, para boa parte dos que moram em São Paulo (ou ao menos para as pessoas do Sul e do Sudeste que podem se manifestar pelas diferentes mídias), está garantida desde o nascimento.

Não se trata, portanto, de separar “sulistas” e “nortistas”, bons e maus, inteligentes e burros, honestos e corruptos. Trata-se de reconhecer que o Brasil é uma imensa nação, com discrepâncias do tamanho de suas fronteiras. E que nós, tão pequenos, seremos incapazes de apreender toda essa diferença, se não nos propusermos a olhar verdadeiramente ao redor, visitar comunidades carentes, entender as diferenças e dificuldades de cada região.

De “superioridade” já basta o que Hitler tentou nos mostrar. E, depois de muitos mortos, falhou.

Da próxima vez que vier a Bahia, ou a qualquer outro lugar do Nordeste, e caminhar pelas areias de uma bela praia, procure também entender a história daquele povo, daquele Estado. E exerça sua cidadania aqui também, não só dentro dos muros da realidade em que você vive, sem miséria, com muito Orkut, Facebook e Twitter. Ser um cidadão respeitado requer exercer direitos e deveres. Mas isso já é um clichê enorme. Não?


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Comentários

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Cleverton Silva

Rapaz, mas que texto doido o da defesa de Mayara xenófoba. Folha: não dá pra não forrar a casinha do cachorro com ela. E sinceramente, dizer que SP é o Estado mais nordestino da federação??? O que pensa essa Janaína FSP??? MA, PI, CE, RN, PB, PE, AL, SE e BA, nenhum destes estados é mais nordestino que SP??? Vixe! Essa Dra. Janaina Folha de São Paulo leu os pornolivros didáticos de SP pra nos sacanear desse jeito, e aprendeu geografia com o livro com mapa da América do Sul com 2 Paraguais. Só pode!

Irineu Curtulo

E viva a falta de raíz de todos os povos desse planeta terra.

José Manoel

GRANDE JANAISA !!!!!! PARABÉNS PELA LUCIDEZ !!!!!!!!!!

jonaas

Tenho uma tese! E que passa muito longe da antropologia a respeito da qual eu não sei absolutamente nada.

Mas desconfio que os autores de novela da Globo lá pelos idos dos anos 70 e 80 fizeram um péssimo uso da excepcional obra de Jorge Amado. Escreveram-se então novelas que carregavam nas tintas do sensualismo de seus personagens, passando a impressão que as mulheres baianas só pensam "naquilo". A par disso divulgaram personagens caricatos, muitas vezes irreais, ou apenas folclóricos demais. Os coronéis foram herois da telinha durante muito anos. E vai por ai.

Acho que se as obras de J Amado tivessem ficado apenas em seus livros e tivessem sido apenas lidas sem serem levadas a televisão e portanto consumidas de maneira equivocada, como quase sempre a televisão colabora, pode ser que tivessemos ao menos um entendimento mais proximo da realidade do cidadão e cidadã nordestinos.

Grandes abraços

    Gisele

    Jonaas, eu também acho isso. Ainda mais naquelas décadas onde não tínhamos mesmo opção de escolher entre um canal ou outro. Vide Tieta, Sinhozinho Malta, Roque santeiro… Auto da Compadecida… do Nordeste só temos o pior.

Edenilson Francisco

Parabéns Janaína! Lucidez não faz mal a ninguém e areja, aos que se permitirem, a mente.

É absolutamente broxante ler comentários pela rede dos que disseminam preconceito e dos que em nome da "defesa" ou "contra", disseminam mais ainda.

A "ética" do bode expiatório nunca esteve tão em voga em nossos dias neste país como nos últimos tempos, a recente eleição é prova inconteste.

E "Ser um cidadão respeitado requer exercer direitos e deveres. Mas isso já é um clichê enorme. Não?", ainda será enquanto a doutrina do para os amigos as benesses, aos inimigos a lei, ou seja, direitos para mim (nós) e deveres para os outros.

Até!

francisca

Um fato a ser refletido: de maneira alguma quero disseminar a xenofobia, acho até que o mundo seria melhor se não houvesse fronteiras, mas a estudante de direito que iniciou toda essa polêmica através de seus comentários criminosos tem um sobrenome que me parace de origem italiana.Claro que reconheço toda a contribuição que os imigrantes nos deram, sei que a vida deles aqui não foi um mar de rosas, também deram o suor, como também deram o negro, o nordestino,etc…mas querer pregar o separatismo aqui, isso já é demais.É como ser hospedado por uma família e causar a discórdia dentro da mesma, classifico isso como falta de caráter.Se não estão contentes aqui não terão dificuldade em conseguir entrar em países da Comunidade Européia, dada a sua origem.Pensem nisso e nos faça esse favor…

farncisca

Execelente texto, com argumentos muito fortes.Isso que chamo de botar o dedo na ferida.Os mesmos paulistas elegeram Maluf, como se explica?Serra deu um tiro que saiu pela culatra:acusou o Lula de dividir o Brasil em pobres e ricos, mas ele fez pior disseminou o ódio entre alguns desavisados no que diz respeito a regionalidade.Nosso país é maravilhoso e único justamente por causa dessa diversidade, desse colorido.Não vamos comprar o discurso desse grupo de neo nazistas que se acham melhores que os outros porque tem dinheiro e acham que compram tudo, inclusive a dignidade alheia.A elite deseja manter o estado de coisas a qualquer preço, porque são parasitas e dependem do trabalho semi escravo dos outros.Por isso estão espumando de raiva.

    ana cruz

    Grande parte do preconceito sofrido por Lula é por sua origem nordestina. Porque destinou esmola aos pobres da sua região de origem é acusado de dividir os ricos dos pobres? O problema para o pessoal da Casagrande é que eles não querem que os ocupantes da Senzala saiam da condição de serviçais. A dividão já existe desde os primordios. E o odio, a ignorancia e o preconceito ajudou a cria-la. Hitler justificava a eliminção dos judeus, ciganos, homossexuais fundamentado não só na alegada superioridade da raça ariana, mas na condição de "párias" dessas comunidades, que segundo Hitler se locupletavam da riqueza produzida pela raça superior. O livro de cabeceira de Petruso e Fabiola deve ser Meim Kempf de Hitler

Rios

Semelhanças ou coincidências?

Hitler: "julga que só a raça ariana é "depositária do progresso da civilização" e, portanto, como um povo de senhores, tem de conquistar e submeter as raças inferiores."
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nazismo

"O fato de – não que justifique-, mas o fato de São Paulo sustentar o Bolsa Família, e aí esses beneficiários emergem e São Paulo fica subjugado a um governo que não elegeu, né?!"
Fabiana Pereira
uma das articuladoras do Movimento São Paulo para os Paulistas
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI47…

José Maria

O Nordeste vem crescendo a ritmos da China, fica a pergunta :quem trabalhou tanto para obtenção dêsses numeros tão expressivos?O Nordeste cresceu mais que o Brasil, e ahí como fica a historia da preguiça? Em tempo, tudo está acontecendo nos ultimos 08 (oito) anos, coincidentemen te no governo de Lula.

Fábio Venâncio

A elite resolveu destilar seu ódio ao nordestico porque precisava colocar a culpa pela derrota em alguém.
Mas na verdade esse ódio não é apenas contra o nordestino ,mas é contra o pobre é contra o trabalhador.
Só que a elite não pode explicitar seu ódio contra os pobres e os trabalhadores do sul/sudeste ,pois dependem deles.
Não podem dizer que eles são burros ,animais e ect e tal.Porém ,pensam e falam indiretamente.
Já comentei aqui em uma ocasião que o meu patrão acha um absurdo um motorista que trabalha para ele ter um vectra ano 2000,que onde já se viu no Brasil ninguém sabe mais quem é patrão e quem é empregado ,que o Lula estava criando um país de individados .Só eles podem fazer financiamentos a juros baixo .Alias quase tudo que meu patrão adquiriu nos ultimos 8 anos foi ou é financiado.Ele financia em média de 500 a 700 mil Reais por ano.
Oque acontece no interior da Bahia não é muito diferente do que acontece aqui em São Paulo e no restante do país .
Após vencer as eleições de 1994 ,o prefeito eleito ,da elite, da minha cidade no interior paulista ,estava reunido em um jantar festivo de uma usina de açúcar e alcool da região ,com o presidente da mesma.Ele perguntou paro o empresário oque ele achava de se trazer empresas para se instalar na cidade ,pois era uma reinvidicação do povo.E o empresário respondeu sitando o exemplo de uma cidade vizinha ,que tem muitas empresas no ramo de cerâmica artística ,grandes e pequenas ,cujo o salário médio na época era em torno de 500 Reais .E ele perguntou para o prefeito eleito _ Se você trouxer empresas para cá,quem vai querer lavar as suas cuecas por 200 Reais????
Não preciso nem falar que a cidade continua na mesma ou pior.
A disputa nestas eleições eram entre aqueles que trouxeram um pouco mais de dignidade ao trabalhador e nos libertaram das correntes de nos faziam dependentes dessa elite ,contra aqueles que perderam e estão perdendo o poder que tinham sobre o povo.
Não é um poder economico onde oque manda é apenas o dinheiro.Não é apenas isso .É um poder que domina ,que faz o povo ficar dependente ,que faz com que o povo obedeça sem contestar.
Na verdade é essa raiva da direita ,da elite ,é o ódio contra o povo que está tomando o poder.
"Poder para o Povo".

ValmontRS

"Basta ler com mais atenção os jornais…"
Creio que nesse trecho carece uma reflexão, porque, no meu caso, foi justamente quando eu deixei de aceitar passivamente as opiniões da velha mídia, que eu me livrei de muitos preconceitos por ela fabricados e pude enxergar com maior clareza quem são os "atores" políticos, quem são os produtores de imagens da Caverna por trás dessa mídia, e assim identificar melhor os demais personagens da nossa cena política.
Infelizmente, a grande mídia, em geral, não constitui em si uma referência confiável de informação, muito menos os seus julgamentos sobre as pessoas.

Amarildo

Discordo apenas de um ponto do texto da Janaína. Aliás, discordo veementemente. A campanha eleitorial foi de baixíssimo nível, mas quem contribuiu para tal foi, única e exclusivamente, o senhor José Serra. Acompanhei avidamente toda a campanha eleitoral e não me recordo de absolutamente nenhuma baixaria proferida pela Dilma ou pelo pessoal da sua campanha. Ela sempre deixou bem claro que não falaria nada que não pudesse ser provado.
O Serra a desqualificou nos debates, a ridicularizava e acusava no programa eleitoral, a desqualificou na internet (tanto ele quanto seus asseclas: Soninha, Graef, guru indiano, sites clandestinos vinculados ao partido dele, bispos evangélicos radicais, bispos católicos inconsequentes, Mônica Serra, mídia vendida, etc.).

Pitagoras

(cont)
23. – Diminuem a idade do filho para que este passe por baixo da
roleta do ônibus, sem pagar passagem.
24. – Emplacam o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.
25. – Freqüentam os caça-níqueis e fazem uma fezinha no jogo de bicho.
26. – Levam das empresas onde trabalha, pequenos objetos como
clipes, envelopes, canetas, lápis…. como se isso não fosse furto.
27. – Comercializam os vales-transporte e vales-refeição que
recebem das empresas onde trabalha.
28. – Falsificam tudo, tudo mesmo… só não falsificam aquilo que
ainda não foi inventado.
29. – Quando voltam do exterior, nunca diz a verdade quando o
fiscal aduaneiro pergunta o que trazem na bagagem.
30. – Quando encontram algum objeto perdido, na maioria das vezes
não devolvem.
31. – Para obterem um descontinho na mercadoria pedem "sem nota", em conluio com o comerciante sonegador, pouco se lixando para o fato de que os serviços públicos são sustentados com os impostos.
32.- E logo adiante pragueja que o Estado não sabe administrar e os serviços públicos não prestam…

Pitagoras

(cont)
13. – Fazem " gato " de luz, de água e de tv a cabo.
14. – Registram imóveis no cartório num valor abaixo do comprado,
muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.
15. – Compram recibo para abater na declaração do imposto de
renda para pagar menos imposto.
16. – Mudam a cor da pele para ingressar na universidade através
do sistema de cotas.
17. – Quando viajam a serviço pela empresa, se o almoço custou 10
pede nota fiscal de 20.
18. – Comercializam objetos doados nessas campanhas de catástrofes.
19. – Estacionam em vagas exclusivas para deficientes.
20. – Adulteram o velocímetro do carro para vendê-lo como se
fosse pouco rodado.
21. – Compram produtos pirata com a plena consciência de que são
pirata.
22. – Substituem o catalisador do carro por um que só tem a casca.

Pitagoras

Há muito brasileiro que reclama, como se uma vestal fosse, da integridade alheia. Mas será que dão o exemplo?
Más afinal, brasileiro reclama de quê?

Quantos brasileiros não:

1. – Saqueiam cargas de veículos acidentados nas estradas.
2. – Estacionam nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.
3. – Subornam ou tentam subornar o guarda quando é pego cometendo infração.
4. – Trocam voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentadura.
5. – Falam no celular enquanto dirige.
6. -Trafegam pela direita nos acostamentos num congestionamento.
7. – Param em filas duplas, triplas em frente às escolas.
8. – Violam a lei do silêncio.
9. – Dirigem após consumir bebida alcoólica.
10. – Furam filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas
desculpas.
11. – Espalham mesas, churrasqueira nas calçadas.
12. – Pegam atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao
trabalho.

Gilberto

Sou do sul, mais especificamente do Paraná, mas viajo todo ano para o nordeste, vou a Fortaleza, as vezes, vou de carro e fico apreciando com muito carinho o jeito de ser do nordestino, sua hospitalidade seu amor gratuito sua simpatia, que aqui no sul não se ve; a convivençia desse povo e sua solidariedade é a unica explicação para a sua sobrevivençia em meio a tanta adversidade. e creio que este Brasil e maravilhoso por sua diversidade.

    Aldo/ Joao Pessoa

    Legal, Gilberto, ouvir tanta simpatia após tanto ódio!
    Espero que lembremos, todos, de sermos como você: BRASILEIROS!
    Abraço!
    Aldo

rosa prouvot

Muito bom Janaina!
em tempo: em São Paulo e no ESTADO DE SP tb tem muitas familias que recebem
o BOLSA FAMILIA, se´fosse tão bão assim não precisariamos
estar recebendo esse beneficio…né não???

    Joannes Souza

    Exatamente. E por ordem de recebimento do BF:

    1 – São Paulo;
    2 – Minas Gerais;
    3 – Bahia.

    Engraçado que o primeiro estado nordestino em arrecadação do BF aparece em terceiro lugar.

Donizeti

Excelente texto da Janaína.

Entre outras, muito reveladora a sugestão que faz:

1.- a constatação: o preconceito do sul e sudeste contra o povo do nordeste e da Bahia, que viveriam em festa eterna e pulando atrás do trio elétrico;

2.- a sugestão: verifiquem no carnaval quem são as pessoas que ficam pulando atrás do trio elétrico….Com certeza, a maioria deve ser do sul/sudeste maravilha.

– É a contradição das contradições, mas rotular o povo do nordeste como em eterna festa, que não gosta de trabalhar, que vive do bolsa-família são ótimos estereótipos para de exercitar o pré-conceito e a discriminação.

Está na hora de enfrentar e destruir os preconceitos latentes na sociedade brasileira, esse surto de racismo no Twitter será didático para o Brasil.

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