G1: A Telebrás na estratégia de defesa nacional

Tempo de leitura: 2 min

Telebrás ficará operacional em dois meses, diz secretário de tecnologia

do G1 (sugestão do leitor Carlos JD)

Rogério Santanna disse ao G1 que será o novo presidente da estatal. Reativação da estatal dará maior controle das comunicações ao governo, diz.

O secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, um dos idealizadores do Plano Nacional de Banda Larga, disse que a Telebrás, futura gestora ou “espinha dorsal” do plano, ficará operacional em dois meses. Ele confirmou ao G1 que será o presidente da estatal. “Sou eu [o novo presidente]. Recebi o convite e já aceitei”, disse.

Segundo ele, nas próximas semanas será escolhida a equipe da empresa, que deve contar com cerca de 100 funcionários, transferidos da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) ou escolhidos para cargos de confiança.

Em entrevista ao G1, Santanna disse que a reativação da Telebrás faz parte de uma “estratégia de defesa nacional”. Para o futuro presidente da estatal, o governo brasileiro precisa ter maior controle sobre as comunicações.

“Não é por acaso que o Estado está reativando a empresa. Está reativando para ter mais controle sobre as comunicações. Não tem Estado no mundo que não tem autonomia de comunicação. É ridículo eu pensar que terei aí submarinos nucleares de um lado e de outro lado aviões de último tipo que se falam por um satélite comercial sobre o qual eu não tenho qualquer controle ou por trechos de rede que são roteados em Miami”, disse.

Santanna classificou de ingenuidade declarações de que o plano deveria ser executado exclusivamente por empresas privadas, sem a atuação massiva do Estado. “O Estado brasileiro tem que ter total autonomia sobre as comunicações. Essa conversa, eu diria, é de ridículo a ingênuo.” De acordo com o secretário, as empresas de telefonia que argumentam que a Telebrás terá condições privilegiadas de atuação no mercado “querem o próprio monopólio”.

“As companhias de telefonia procuram na regulação se proteger da competição. Elas vivem falando em concorrência e sonham o tempo todo com o próprio monopólio. E agora vão concorrer”, disse. Santanna argumentou que a Telebrás não terá privilégios ou isenções específicas, mas admitiu que o governo terá maior facilidade de contratá-la, porque não serão necessários procedimentos de licitação.

“Ela [Telebrás] é uma S.A., então paga todos os impostos que elas pagam, tem ações em bolsa. Aliás, ela tem mais transparência até do que algumas empresas de capital fechado, que a gente não sabe quanto que elas lucram. Não vai ter nenhuma isenção de imposto que as outras não tenham. O que elas [empresas privadas] estão reclamando é do fato de que, como é uma empresa pública, o Estado pode comprar dela sem licitação e, portanto, vai ter mais rapidez para contratar, e vai contratar essas redes estratégicas com essa empresa”, disse.

Segundo Santanna, o próximo passo para a o plano da banda Larga é negociar com as operadoras de telefonia para que elas participem na implementação do serviço para o consumidor final. Nesta sexta-feira, representantes de empresas privadas se reúnem na Casa Civil para tratar de participação no projeto.

http://g1.globo.com/politica/noticia/2010/05/telebras-ficara-operacional-em-dois-meses-diz-secretario-de-tecnologia.html


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Comentários

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Renato

Então, Telebras pode ser contratada pelo governo sem licitação? Pode, Telefonica cobrar preço que quer não pode? Que estranho a visão do Azenha e de todos. Quero saber de um detalhe quando no Brasil, terei serviços de Internet Banda Larga de qualidade a preço barato e com liberdade de navegar a sites que eu quiser. Coisa que não acontece na China e nem em Cuba.

Brasileiro

Sou capaz de apostar que a Telefónica de España vai apoiar o Zé Serra.

Guilherme Milani, SP

É bom que a Dilma seja eleita, caso contrário a Telebrás terá vida bem curta, para nosso azar e desespero! Em tempo: em quem vocês acham que as Teles, em peso, votarão em Outubro? Páreo duro à vista e terreno amplo para jogo sujo à inteira disposição dos tucanalhas. É mais do que hora de fortalecermos de vez nossa blogosfera alternativa.

ademar s teixeira

Espero que a Dilma seja eleita e trate essas empresas inimigas do Brasil, bem como a imprensa corrupta, com o braço forte que o Estado deve ter.

Glecio_Tavares

Este é o começo do fim do PiG. Que se tornem competentes para que não acabem de vez.
preço justo e serviço honesto. Nada mais do que o direito do consumidor. A concorrencia sempre foi um dos critérios da privatização, porém os caras fazem cartel e dividem o mercado. Na tv a cabo é igualzinho, muitas regiões só tem uma opção e outras nenhuma, mas um mercado para o governo corrigir.
Viva o Brasil que declara independencia.

yacov

BANDA LARGA BOA E BARATA PARA TODOS!!!

VIVA LULA!!!!

VIVA O BRASIL!!!

YUHUUUUUUUUUUUUUUUUU!!!

"O BRASIL DE VERDADE não passa na glObO – O qu epassa na glObO é um país para os TOLOS"

daniel

Espero que sejam todos do lado bom da Anatel (Se é que existe).

francisco.latorre

matou a pau.

..

mariazinha

Creio que o sucesso do governo LULA, depois de criar a PF republicana e competente do antigo diretor Lacerda, foi colocar sempre a pessoa certa, no lugar certo.
Não podemos perder todo este trabalho maravilhoso que vem sendo feito.
DILMAIS!

amores

Banda larga gratuita para os carentes, bolsa micro para mãe de família carente, bolsa casa.
O resto deixa com a gente.

joe

Agora.. aqui entre nós…
A Grobo é "super" isenta ao cobrir a PNBL.
Afinal ela não tem interesse nenhum……
É….. Ética, é aquilo que agrada meu bolso…..

Anderson

Tudo que quero é me ver livre da Telefônica, no Taboão da Serra somos reféns dela.

Carlos

Em dois dias, o Serra desmonta tudo isso…

    Carlos

    DESMONTARIA, pois não será eleito.

Tweets that mention G1: A Telebrás na estratégia de defesa nacional | Viomundo – O que você não vê na mídia — Topsy.com

[…] This post was mentioned on Twitter by Homero Pavan Filho, Patricia Gurgel. Patricia Gurgel said: G1: A Telebrás na estratégia de defesa nacional – http://tinyurl.com/282mqso (via @viomundo) […]

Hilário

Espero que ofereça uma velocidade decente… espelhando a Coréia do Sul.
Quem é contra? . http://www.anustel.com.br/improbidade.html

    Marcos

    Lembro de ter lido em algum lugar (não me pergunte onde, não consigo me lembrar, só lembro que não era uma fonte apenas especulativa) que a velocidade mínima seria 1mb.

E. Correa

Maravilha de declarações corretas

Roberto Locatelli

Senti firmeza.

Pedro Luiz Paredes

Além de que é um absurdo pensar que temos que esperar certo grau de desenvolvimento de certas regiões para haver a possibilidade de se levar tecnologia da informação para as pessoas e empresas que lá convivem, sendo que isso pode ser o justamente o motor que as sementes lá plantadas precisam. Digo, esperaremos mais 15 anos para que certas empresas privadas achem viável explorar mercados excluídos até então de suas carteiras?
Isso é coisa que um país localizado entre as maiores potências mundias não pode abrir mão.
Sem falar do benefício que isso trará para o mercado.
Ouvi dizer em horário nobre que isso causaria desequilíbrio no mercado em questão.
Acho que há hoje um desequilíbrio gritante que precisa ser regulado, e essa forma é a ideal ao meu ver.

edu marcondes

Muito bem.
Senti nas palavras do novo presidente da estatal firmeza e clareza de projeto, o que torna bastante real as perspectivas de concretização do PNBL..

Augusto Gasparoni

Do pouco que vimos aqui, gostei do cara. Parece ser bastante positivo (pró-ativo), e é o que se deve esperar de um presidente de empresa. Deu motivos mais do que óbvios para a reativação da empresa – segurança nacional – e de sobra falou o que as empresas privadas de telefonia fazem e não admitem. Pregam a concorrência mas lutam pelo próprio monopólio.

José Ricardo

E depois"eles" (todos sabem quem) dizem que é mais um cabide de emprego de petistas. Lamentável.

Erivelto

O sociólogo Otávio Ianni ja havia dito em 2002 que o Brasil havia perdido os centros decisórios econômicos durante a ditadura militar e os centros decisórios estratégicos durante o governo FHC com as privatizações dos setores energético, telecomunicações e bancos.
Agora, o governo Lula retoma estes centros decisórios para o Brasil, aprofundando a afirmação do país perante si e perante o mundo.

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