Como Letícia Santos, filha de ex-agricultores sem terra, chegou à faculdade

Tempo de leitura: 4 min

leticia

Letícia Santos, 21 anos, estudante de Direito da turma Elizabeth Teixeira da Universidade Estadual de Feira de Santana, BA

por Patrick Mariano, especial para o Viomundo

Um amigo me enviou um texto sobre o livro de Jorge Amado A morte e a morte a Quincas Berro D’água.  Pediu que publicasse em meu blog Más caras?

Nunca tive muitas pretensões com o blog, sempre foi mais para meu desassossego e crônicas de cotidiano. Mas, gostei muito da sensibilidade da resenha do livro e perguntei quem era o autor ou autora.

Descobri que a autora se chama Letícia Santos. É de uma pequena localidade chamada Adustina, no nordeste baiano. Tem 21 anos e é filha de ex-trabalhadores rurais sem terra, hoje assentados da reforma agrária e estudante de Direito da turma Elizabeth Teixeira da Universidade Estadual de Feira de Santana. Junto com outros filhos de trabalhadores rurais, conseguiu chegar ao ensino superior através do PRONERA, programa do Ministério da Educação/Ministério do Desenvolvimento Agrário (MEC/MDA) que busca ampliar o acesso ao ensino superior à população que vive no meio rural.

O analfabetismo ainda assombra o meio rural brasileiro. Entre as pessoas de 15 anos ou mais, atinge 23,5%. É quase 5,5 vezes superior ao verificado na zona urbana: 4,3%. Um estudo do Observatório da Equidade alerta que se o “Brasil Rural” fosse um país, teria o 4º pior desempenho entre os países da América Latina e Caribe, melhor apenas que Haiti (45,2%), Nicarágua (31,9%) e Guatemala (28,2%).

Resolvi, diante disso, entrevistá-la para o Viomundo a fim de que pudesse falar sobre literatura, lutas, dificuldades no acesso ao conhecimento e um pouco sobre a trajetória de sua vida. A entrevista foi feita através de um chat.

Viomundo — Letícia, qual o significado da literatura para você, estudante de Direito e com uma trajetória familiar de luta pelo direito à terra?

Letícia Santos – Eu vejo na literatura um caminho a se percorrer. É uma porta que se abre à uma viagem intensa e fantástica. Por isso, é na literatura que eu consigo sentir a magia de uma bela obra literária. Não tenho o hábito de ler tanta literatura, mas cada vez que leio me sinto totalmente envolvida e percebo o quanto me faz bem. A melhor parte de tudo isso é se reconhecer dentro dos personagens e entender como a fantasia literária está ligada à vida real.

Viomundo — Jorge Amado escreveu com magia e retratou como poucos o povo baiano, sua simplicidade e as cores da Bahia. Como estudante de Direito você vê a literatura como necessária para o jurista conhecer melhor o mundo em que está metido?

Letícia Santos — Claro, não só o jurista. Todos devem aprender a entender melhor o mundo em que estamos e a literatura é um bom caminho para isso porque nos permite entender como os elementos culturais e como as regras sociais que as pessoas estabelecem estão descritas no nosso dia-a-dia.

Viomundo — Como foi sua chegada na Faculdade de Direito? Você sempre sonhou em fazer o curso? Conte um pouco da sua trajetória.

Letícia Santos — Eu nunca pensei em fazer Direito. Eu costumo dizer que eu não escolhi o Direito, o Direito me escolheu. Em um certo dia, meu pai chegou em casa com a notícia desse vestibular para beneficiários da reforma agraria. Era meu último ano no ensino médio, e resolvi me inscrever. Não tinha nada a perder, até porque mesmo que eu fosse reprovada, já seria uma grande experiência e no fim de tudo isso, felizmente, passei no vestibular.

Viomundo — Quais as maiores dificuldades que você encontrou para chegar ao ensino superior?

Letícia Santos — Uma das maiores dificuldades foi o medo, pois tudo aquilo era muito novo pra mim. Sair de casa, para uma cidade distante, ficar longe da família, era tão estranho pra mim que cheguei a pensar em desistir, mas hoje agradeço por não ter desistido, e por ter aprendido tanto.

Viomundo — Seus pais puderam estudar?

Letícia Santos —Eles não completaram o ensino fundamental.

Viomundo — Quantas pessoas da sua família têm curso superior? Você vê a academia brasileira distante da realidade dos trabalhadores rurais?

Letícia Santos — Eu sou uma das primeiras a fazer um curso superior. A academia aparece como algo distante da realidade dos trabalhadores e hoje se percebe que o saber acadêmico impera sobre o saber popular, e isso faz com que exista uma contradição entre essas duas realidades.

Viomundo — Quais seus planos para o futuro? O Direito pode ser um instrumento da transformação social?

Letícia Santos — Eu pretendo aproveitar essa oportunidade que a vida me deu porque acredito que o mundo pode ser melhor. O Direito é um instrumento de luta.

Viomundo —Você concorda com a frase de José Martí de que só o conhecimento liberta?

Letícia Santos —O conhecimento liberta, mas nem sempre o conhecimento é libertador.

Viomundo —Depende como é empregado, é isso?

Letícia Santos — Depende do sistema. Hoje estamos à mercê de um sistema opressor, que não tem nenhum intuito de que o povo tenha acesso ao conhecimento e de que ele possa se apoderar desse conhecimento.

Viomundo — Qual o recado que você gostaria de deixar para milhares de filhos e filhas de acampados da reforma agrária que sonham em um dia ter a terra, mas também romper as cercas do ensino superior no Brasil?

Letícia Santos — Para todos aqueles que acreditam num mundo menos egoísta e mais humano, digo que não parem de lutar, nós podemos romper todas as cercas que nos prendem.

Patrick Mariano é doutorando em Direito, Justiça e Cidadania no século XXI na Universidade de Coimbra, Portugal. Mestre em direito, estado e Constituição pela Universidade de Brasília, integrante da Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares-RENAP, do coletivo Diálogos Lyrianos da UnB e autor do livro 11 Retratos por 20 Contos.

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Comentários

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Leo

Temos que agradecer de coração o ex-presidente Lula e Presidente Dilma, por tudo que fez, vem fazendo e fará, pelo bem das pessoas humildes desde Brasil.

O Mar da Silva

Precisamos de mais e mais Letícias e das pessoas envolvidas na trajetória dela até a universidade.

    Leo

    Temos que agradecer de coração o ex-presidente Lula e a Presidenta Dilma, pelo trabalho feito pela Educação, Cultura, Esporte e saude, entre tantos outros nos ultimos 12(doze) anos.

FrancoAtirador

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EXCERTOS DE SABEDORIA POPULAR

Por Letícia Santos (*)

A SOBERBA DO SABER INÓCUO: QUANDO A TEORIA DESPREZA A PRÁTICA

“A academia aparece como algo distante da realidade dos trabalhadores
e hoje se percebe que o saber acadêmico impera sobre o saber popular,
e isso faz com que exista uma contradição entre essas duas realidades”

A TEORIA NA PRÁTICA DIÁRIA: O CAMINHO HUMANISTA LIBERTADOR

“O Conhecimento liberta,
mas nem sempre o Conhecimento
é Libertador”

“Eu vejo na Literatura um caminho a se percorrer.
É uma porta que se abre à uma viagem intensa e fantástica.
A melhor parte de tudo isso é se reconhecer dentro dos personagens
e entender como a fantasia literária está ligada à vida real”

“Claro, não só o jurista.
Todos devem aprender a entender melhor o mundo em que estamos
e a Literatura é um bom caminho para isso porque nos permite entender
como os elementos culturais e como as regras sociais
que as pessoas estabelecem estão descritas no nosso dia-a-dia”

CONVOCAÇÃO PARA A LIBERTAÇÃO: ESPERANÇA, PERSISTÊNCIA E LUTA

“Eu pretendo aproveitar essa oportunidade que a vida me deu
porque acredito que o mundo pode ser melhor.
O Direito é um instrumento de luta”

“Para todos aqueles que acreditam num mundo menos egoísta e mais Humano,
digo que não parem de lutar, nós podemos romper todas as cercas que nos prendem”

(*) Letícia Santos é de uma pequena localidade chamada Adustina, no nordeste baiano.
Tem 21 anos e é filha de ex-trabalhadores rurais sem terra, hoje assentados da reforma agrária.
Estudante de Direito da turma Elizabeth Teixeira da Universidade Estadual de Feira de Santana (BA).
Junto com outros filhos de trabalhadores rurais, conseguiu chegar ao ensino superior através do PRONERA, programa do Ministério da Educação/Ministério do Desenvolvimento Agrário (MEC/MDA) que busca ampliar o acesso ao ensino superior à população que vive no meio rural.
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    FrancoAtirador

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    (http://imgur.com/tmS75pR)

    IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO DE GOVERNO
    NA EFETIVAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
    DE INCLUSÃO COM PARTICIPAÇÃO SOCIAL

    “Eu nunca pensei em fazer Direito.
    Eu costumo dizer que eu não escolhi o Direito, o Direito me escolheu.

    Em um certo dia, meu Pai chegou em Casa com a Notícia [!!!]
    desse Vestibular para Beneficiários da Reforma Agrária.

    Era meu último ano no ensino médio, e resolvi me inscrever.
    Não tinha nada a perder, até porque mesmo que eu fosse reprovada,
    já seria uma grande experiência e no fim de tudo isso,
    felizmente, passei no vestibular”

    Letícia Santos
    Estudante da Faculdade de Direito
    Universidade Estadual de Feira de Santana (BA)
    Filha de ex-Trabalhadores Rurais Sem Terra,
    hoje Assentados da Reforma Agrária.
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    http://www.brasildefato.com.br/sites/default/files/Turma-de-Direito_MST_0.gif
    http://www.brasildefato.com.br/sites/default/files/Turma-de-Direito_MST.gif

    14/01/2012
    MST, via Brasil de Fato

    Reforma Agrária e Direito

    Por Cícero Araújo e Marília Mercês (*), de Feira de Santana (BA)

    No dia 11 de dezembro de 2012, no campus da Universidade Estadual de Feira de Santana na Bahia (UEFS-BA), foram realizadas as matrículas da segunda turma do Curso de Direito para beneficiários da Reforma Agrária pelo Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA), com 40 estudantes, futuros advogados e advogadas populares, provenientes do campo, de várias regiões do país e de diversos movimentos sociais camponeses, como Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento de Luta Camponesa (MLC), Movimento das Comunidades Populares (MCP), Associações de Pequenos Agricultores, Fatres-Bahia e Pastoral Rural (PR).

    Esta concretização, antes de tudo, significa uma conquista esperada pelos trabalhadores e trabalhadoras rurais em todo o país, que em constante luta por justiça social, abrem a possibilidade de que seus filhos e filhas adentrem de maneira legítima nas universidades públicas brasileiras.

    Especialmente, em cursos como o de Direito, que se dá de forma elitizada e excludente no ensino superior no país.

    Aos quais as elites agrárias historicamente lhes concedeu, unicamente, o “direito” a serem meros “lavradores da terra” e despossuídos do conhecimento formal e acesso à universidade.

    Outro significado que a abertura da turma da UEFS-BA carrega é o de ser o resultado do acúmulo de forças de anos de embates políticos travados entre os sujeitos sociais do campo, a mídia e o judiciário conservador brasileiro, que, tentaram impedir que se consolidasse o projeto da turma de Goiás (Turma Evandro Lins e Silva), a qual diplomou em agosto 58 novos advogados e advogadas, em que cerca de metade já foi aprovada na prova da OAB. A turma da UFG foi a primeira desse gênero e uma parceria entre a Universidade Federal de Goiás, a Via Campesina e o PRONERA.

    Por estas questões, a nova turma de direito avança na elevação da democratização do ensino superior e formação acadêmica para preparação de advogados e advogadas populares que poderão atuar no campo dos direitos humanos, dos camponeses e na advocacia popular em todo o Brasil.

    “A turma especial de Direito de assentados da reforma agrária representa um momento histórico da Universidade Estadual de Feira de Santana.
    Nós temos assumido um compromisso para que essa universidade seja cada vez mais democrática, cada vez mais sociorreferenciada e tenha uma formação de uma turma dessas.
    Nós entendemos que a universidade cumpre seu papel ao promover esta possibilidade de que pessoas oriundas de um movimento tão importante como o de reforma agrária possam estar aqui e se formar para continuar a sua luta por transformação social”, afirma o reitor da UEFS, José Carlos Barreto.

    Em seu discurso na aula inaugural, o reitor ainda afirmou
    que “a UEFS é um espaço de lutas e conquistas”
    e que “está em curso um projeto diferenciado
    do que a universidade viveu em mais de 30 anos”,
    desde a sua fundação.

    Histórico

    O curso foi demandado pelo conjunto dos movimentos sociais do campo, especialmente o MST, desde 2009.

    Foi apresentada a demanda ao colegiado do curso de Direito que aprovou e constituiu uma comissão para elaborar o projeto com base nas prerrogativas do PRONERA.

    Comissão foi composta pelos professores da UEFS-BA,
    Cloves dos Santos Araújo e Paulo Torres
    que elaboraram e apresentaram o projeto da UEFS ao PRONERA/INCRA.

    O processo seletivo se deu de forma transparente, com edital publicado e divulgado amplamente com vestibular envolvendo todas as disciplinas das ciências humanas, exatas e da natureza, processo coordenado por meio do Setor de Seleção da UEFS mediante inscrição dos candidatos que apresentaram legitimidade nos requisitos previstos nas normativas do PRONERA.

    O curso será ministrado por meio do método da Pedagogia da Alternância, dividido em tempo-escola e tempo-comunidade.

    Os professores serão oriundos do próprio quadro da UEFS, contando com a seleção de novos professores, assim como colaboradores eventuais em parceria e cooperação com outras instituições de ensino superior, a exemplo da Universidade Estadual da Bahia (UNEB), que já atua nestes termos de parceria.

    Além da efetivação das matrículas dos quarenta educandos
    no dia 11 de dezembro de 2012, houve também na noite do dia 13 do mesmo mês
    a aula inaugural do curso que contou com a participação
    da comunidade acadêmica da UEFS, principalmente dos alunos
    do curso de Direito e representados no Diretório Acadêmico (DA)
    e Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UEFS-BA.

    A noite contou com a presença do ex-reitor da Universidade Nacional de Brasília (UNB), o professor José Geraldo de Sousa Junior, que conduziu a aula com o tema “Universidade e Inclusão Social”.

    Também participou da mesa no evento o Ney Strozake, dirigente do Setor Nacional de Direitos Humanos do MST e advogado popular da Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares (Renap).

    Ney Strozake, em sua fala, chamou a atenção da turma para que não se distanciem dos vínculos orgânicos com os agricultores e agricultoras.

    “Como futuros advogados, devem direcionar sua prática profissional
    na defesa dos direitos humanos e dos camponeses em todo o Brasil,
    bem como na luta pelos direitos do conjunto da classe trabalhadora”, afirmou.

    Indagado sobre o significado que este curso vem a ter
    no ambiente político–jurídico brasileiro, José Geraldo respondeu:

    “Eu diria que este curso, pelo impacto que ele traz
    e pelos antagonismos que ele suscitou,
    mobiliza duas dimensões muito grandes e que se combinam:

    a primeira é perceber que no processo social há novos protagonistas
    que ganharam força com a revolução da questão democrática,
    que na questão da terra, por exemplo, na capacidade assídua
    dos movimentos sociais, é simbolizada pelo MST.
    É importante relembrar que um ministro de Estado chegou a dizer
    que o MST é o movimento social mais importante do século 20,
    e que esse protagonismo gerou nos movimentos sociais
    uma interpelação dos modos de organização da política,
    da economia e da vida da sociedade.
    É claro que isso implicou em sair da organicidade do movimento,
    a qualificação dos seus atores, e essa qualificação
    se deu nos vários níveis a que me referi, entre eles o nível técnico,
    quer dizer, no papel de exercitar a capacidade de atuar
    no campo da formação do ambientário da política e do judiciário”.

    José Geraldo também apontou a importância da participação
    dos alunos ligados ao movimento de reforma agrária
    na consolidação de um outro tipo de universidade e ensino.

    “A Entrada de Vocês na Universidade é uma Expressão
    desse Protagonismo que abre Espaço de Inclusão.
    O Positivismo tem reduzido o Conhecimento à Ciência,
    o Poder ao Estado, o Direito à lei.
    Este Curso pode contribuir Noutra Significância”, apontou.

    A aula inaugural não foi apenas uma aula, mas um marco na construção do próprio curso que se inicia e uma certeza de que as lutas dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, por justiça social e democracia, também se dá no campo da academia, de abrir o caminho para que milhares de outros jovens possam encontrar no acesso ao ensino superior mais uma ferramenta para contribuir na construção de outra sociedade possível e diferente da que vivemos.

    (*) Cícero Araújo e Marília Mercês são militantes do MST
    e Educandos do Curso da Faculdade de Direito UEFS/PRONERA.

    (http://www.brasildefato.com.br/node/11550)
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    (sexta-feira, 19 de abril de 2013
    Governo do Estado da Bahia,
    via Adustina 24 horas

    NOTÍCIAS CASA CIVIL

    Convênio de R$ 2,2 milhões beneficia assentamentos do MST‏

    Em resposta à pauta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) da Bahia, no Abril Vermelho, o Governo do Estado assinou, nesta sexta-feira (19), um convênio de R$ 2,2 milhões com a Cooperativa Central dos Assentamentos Bahia LTDA (CCA-BA), entidade representativa dos assentados do MST.

    O recurso será investido na execução de limpeza de aguadas nos assentamentos localizados no semiárido, beneficiando 3 mil famílias. Com início a partir da próxima semana, a ação terá cerca de 14 mil horas-máquina de trabalho.

    A ação foi anunciada pelos secretários estaduais
    Rui Costa (Casa Civil) e César Lisboa (Relações Institucionais)
    aos 5 mil representantes do movimento que estavam acampados
    na sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA)
    localizada em Salvador, na Bahia.

    A democratização do acesso à água de qualidade para o consumo humano
    em todos os assentamentos do MST e de outros movimentos sociais da Bahia
    também foi anunciada.

    De acordo com o secretário Rui Costa, este compromisso será implementado até o final de 2014.
    “O Ministério da Integração Nacional e o Governo da Bahia, juntos,
    vão implantar sistemas de abastecimento de água
    para que os assentados tenham acesso à água.
    Contaremos, ainda, com o apoio do Incra”, disse.

    O secretário Rui também afirmou que os assentamentos
    contarão com maquinário exclusivo,
    outra iniciativa em prol da convivência com a seca.

    “O ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas,
    assumiu o compromisso de apoiar os assentamentos
    com patrulhas mecanizadas”.

    Segundo Rui, a decisão foi acordada ontem,
    quando ele e o secretário César estiveram no ministério
    e apresentaram as demandas do MST ao ministro.

    “O objetivo do Governo da Bahia é que os assentamos do estado
    se transformem em modelo para todo o país”,
    finalizou Rui Costa, ao expor as respostas do governo
    à pauta do Abril Vermelho.

    Ainda sobre os pedidos de apoio para a convivência com a seca,
    os representantes do governo apresentaram a construção de barragens subterrâneas nos assentamentos.
    O investimento de R$ 22 milhões para a medida será
    via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

    O secretário Cesar Lisboa informou aos representantes do movimento
    que o ministro Pepe visitará o Tribunal de Justiça da Bahia,
    no intuito de conseguir celeridade nos processos em trâmite.

    Também foram anunciadas melhorias em 2 mil casas do movimento,
    no valor unitário de R$ 17 mil, e a implantação de mais 2,5 mil unidades
    pelo programa Minha Casa, Minha Vida.

    Casa Civil

    (http://adustina24horas.blogspot.com.br/2013/04/noticias-casa-civil-convenio-de-r22.html)
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Marisa Lopes

Sei.

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