Fepal, sobre vetos de Israel e eleições adiadas na Palestina: Democracia e unidade devem prevalecer

Tempo de leitura: 3 min

Da Redação

Em setembro de 2020, as forças políticas e da resistência palestina selaram um pacto histórico de união nacional.

O resultado foi a convocação de eleições para o legislativo de 132 cadeiras (22 de maio), presidência da Palestina (31 de julho) e Conselho Nacional Palestina (31 de agosto), também conhecido como o parlamento no exílio.

O Conselho é a instância máxima da OLP — Organização para a Libertação da Palestina, para o qual são eleitos também representantes das comunidades palestinas espalhadas por todo o mundo.

Já estava tudo acertado.

Israel, porém, lançou dupla ofensiva contra as eleições palestinas.

Primeira, decidiu impedir que os palestinos residentes em Jerusalém votem.

Segunda, barrou as campanhas eleitorais dos candidatos palestinos na cidade.

O governo palestino resolveu adiar as eleições legislativas, pedindo a intervenção da Organização das Nações Unidas (ONU)  e da comunidade internacional no sentido de obrigar Israel a mudar de posição.

Diante disso, Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) emitiu nota abaixo.

Adiamento das eleições na Palestina: democracia e unidade devem prevalecer

FEPAL

O mundo como um todo e o povo palestino em particular, incluídas suas diásporas, receberam com alegria as conversações intrapalestinas, principiadas em setembro do ano passado, e que levaram a um saudável processo de reconciliação nacional e convocação de eleições em todos os níveis, das quais a primeira, a legislativa, foi aprazada para 22 de maio.

Diante do anúncio de seu adiamento, recebido com tristeza e preocupação, e considerando que:

1.  As eleições têm importância crucial porque a construção da democracia na Palestina é, também, um dos elementos de sua libertação da ocupação;

2. O povo palestino tem a democracia como um bem fundamental e a ela se acostumou, primeiro, pelo sistema democrático no seio da OLP – Organização para a Libertação da Palestina, na qual todas as tendências políticas e ideológicas sempre estiveram representadas e cujas deliberações nasciam em instâncias colegiadas, periodicamente eleitas;

3. O processo político lançado ano passado representou um sopro de renovação política, reconciliação nacional, reunificação territorial e das forças de resistência frente à ocupação, revigoramento da democracia e a esperança de nascer, do processo eleitoral, um governo de unidade nacional;

4. A renovação política e a unidade nacional são elementos indissociáveis da capacidade de resistência do nosso povo e, mais, de legitimidade frente à Comunidade Internacional;

5. O processo eleitoral deve alcançar todo o povo palestino, portanto, também a nossa população residente na ocupada Jerusalém, que, tal qual as parcelas que vivem na Cisjordânia e Gaza, clamam por democracia, por liberdades civis e por participação no processo de reconciliação e de construção da unidade nacional;

6. O Direito Internacional, as resoluções da ONU e os acordos são taxativos quanto ao direito da população palestina de Jerusalém de tomar parte das eleições palestinas, porque integra a Palestina;

7. Claramente, Israel quer isolar Jerusalém da Palestina, num processo claro de anexação e sua integral despalestinização, ao qual se soma o atual veto à sua população de tomar parte do processo eleitoral palestino;

8. Portanto, é ilegal e mais um crime de lesa humanidade o veto, da parte de Israel, à participação da população palestina de Jerusalém no processo eleitoral, bem como o impedimento das atividades político-eleitorais dos candidatos às legislativas na cidade sagrada.

Esta Federação Árabe Palestina do Brasil pede:

9. À Comunidade Internacional que se some à União Europeia, em especial à Alemanha, França, Itália e Espanha, que já condenou o inaceitável o veto israelense, com vistas a assegurar que a população jerusalemita tome parte do processo eleitoral palestino;

10. À liderança palestina e todas as forças políticas e sociais palestinas atuem de modo a assegurar, no menor espaço de tempo possível, a retomada do processo eleitoral.

A democracia é uma vocação do povo palestino e uma de suas grandes armas contra a ocupação israelense, razão pela qual deve ser nosso esforço sua realização na Palestina, sem restrições a qualquer parcela do povo.

Por fim, pedimos a todas as organizações, partidos e lideranças na Palestina máxima responsabilidade neste momento, não desperdiçando os esforços até aqui realizados com vistas à unidade nacional. Nossa unidade frente à ocupação é maior que eventuais divergências políticas em nosso seio e é dela que derivará a libertação da Palestina.

Palestina Livre a partir do Brasil, 30 de abril de 2021.


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Zé Maria

“ONU e países europeus pedem que Israel permita
eleições palestinas em Jerusalém Oriental”

Agence France-Presse (AFP)

Na segunda-feira, a Comissão Eleitoral Palestina disse
que a maioria dos 6.300 palestinos de Jerusalém Oriental
pode votar nos colégios eleitorais dos arredores de Jerusalém,
inclusive Cisjordânia.

Enquanto isso, Policiais Israelenses
atiram Bombas e Balas de Borracha
nos Palestinos em Jerusalém, nesta
sexta-feira. Mais de 180 pessoas
ficaram feridas na Esplanada
das Mesquitas, o terceiro lugar
sagrado no Islã:
(https://youtu.be/IA23IZWdKqs)

    Zé Maria

    Mortos e Feridos são Palestinos, inclusive Crianças:

    “Nesta segunda-feira [10/5], o Exército de Israel disparou foguetes contra palestinos, matando pelo menos
    20 pessoas, incluindo nove crianças e um membro do
    Hamas, na Faixa de Gaza.

    No domingo [09/5], centenas de palestinos foram feridos
    pela polícia israelense após protestarem contra tentativa
    de despejo da população árabe de partes de Jerusalém
    Oriental.” [AFP]

    Zé Maria

    Toda vez que o Fascista Netanyahu
    está a ponto de perder apoio do
    Poder Legislativo Israelense, ele
    brutalmente mata os Palestinos.
    https://twitter.com/Hood31407857/status/1391863261751087104

Zé Maria

.
Os Fascistas Israelenses usam a Estratégia
de Julio Cezar “Dividir para Conquistar”
como forma de Dominação Expansionista sobre o Território Palestino, da Cisjordânia
à Gaza.
A Divisão Beligerante entre Hamas e Fatah
interessa a Israel, porque a Unidade Nacional
Palestina significa fortalecer politicamente
a Resistência ao País Israelense Dominador.

Por tal razão, os Sionistas Invasores são contra
a Reconciliação Nacional dos Palestinos, ora
em andamento por meio das Eleições Gerais
amplamente Participativas e, por conseguinte,
legitimamente Democráticas, passo Definitivo
para a Independência da Palestina.
.

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