Belluzzo: Os economistas do mercado financeiro são todos pernas de pau

Tempo de leitura: 7 min

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Para economista, “a melhor solução para essa situação fiscal seria a CPMF, mas ficou todo mundo contra”

POLÍTICA ECONÔMICA

Para Belluzzo, juros e ‘terapias de choque’ causam efeitos perversos ao país

Economista critica ajuste fiscal e diz que governo tem “obsessão” por combater a inflação pelo aumento dos juros. Defensor da CPMF por prevenir a sonegação

por Eduardo Maretti, da RBA publicado 02/09/2015 10:27, última modificação 02/09/2015 13:46

São Paulo – Nesta quarta-feira (2), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) deve manter a taxa básica de juros em 14,25%. Desde 29 de outubro de 2014, quando o índice passou de 11% para 11,25%, foram sete aumentos consecutivos da Selic, com um crescimento de 3,25 pontos.

Com a obsessão do governo pelo combate à inflação, via aumento de juros, e a terapia de choque adotada com o ajuste fiscal, o país já sofre os efeitos perversos das medidas: o desemprego, a queda da atividade econômica e, consequentemente, a perda de arrecadação.

Para o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, o governo fez uma leitura equivocada dos sinais de que, no final de 2014, a recessão já era uma realidade, situação que o ajuste fiscal só agrava. Para ele, não existe inflação de demanda, que justificaria em parte “remédios” como a terapia de juros. “Muito ao contrário, você tem uma inflação de choque de oferta, uma inflação de custos, a demanda estava se desacelerando rapidamente de 2012 para a frente, mas isso se acentuou em 2014”, diz. “A economia já estava entrando em recessão, tanto que nós terminamos com um crescimento praticamente nulo (o PIB cresceu 0,1% em 2014). Essa desaceleração foi muito forte e isso veio acompanhado por uma queda da receita fiscal”.

Na opinião do economista, o governo pode estar misturando terapias de choque de maneira perigosa. “Quando você tem ajuste fiscal, não se recomenda que a taxa real de juros fique acima da taxa de crescimento da economia”, defende, observando a distância entre a Selic em 14,25% e a inflação projetada para os próximos 12 meses na casa dos 7% e que essa conduta contraria, inclusive, os próprios formuladores dessa ideia de “política de metas”.

Belluzzo considera “demagógicos” os ataques desferidos de todos os setores da sociedade contra a ideia de recriar a CPMF. “A melhor coisa que você poderia ter agora é a CPMF, porque a base de incidência é muito grande e, além disso, previne sonegação, permite investigação”, disse o economista, que não poupou críticas ao vice-presidente Michel. “Vai o Michel Temer e diz ‘não queremos mais impostos’. Isso qualquer um diz. Não precisa ser o Michel Temer. O cara que toma conta do carro na minha rua fala a mesma coisa. Ele está convencido pela televisão de que é isso, ‘chega de imposto’, mesmo que não pague imposto.”

Além dos problemas internos, Belluzzo acredita que a crise atual, do ponto de vista internacional, pode ser mais séria do que se pensa. “Minha opinião, cada vez mais consolidada, é que o arranjo internacional dos anos 1980 pra frente, que foi avançando e tinha como dois polos dominantes a China e os Estados Unidos, se esgotou.”

Leia a entrevista do economista à RBA.

Hoje o Copom define a taxa Selic, com previsões de que será mantida em 14,25%. Qual sua expectativa, se ficar no atual patamar?

O que o Banco Central está prometendo é a manutenção da taxa por algum tempo. Parece que não vão reajustar, ainda que o dólar venha se valorizando e o real desvalorizando fortemente, o que tem impacto na inflação. A inflação já chegou a 9%, não só por conta da desvalorização, mas também por causa do reajuste de tarifas. O problema é que na política econômica, nada combina com nada. Uma coisa tromba com a outra.

Por exemplo, a política de metas. Quando você tem ajuste fiscal, não se recomenda que a taxa real de juros fique acima da taxa de crescimento da economia. Como a economia está caindo e a taxa real de juros está em 7 pontos percentuais, você está contrariando inclusive as recomendações dos que formularam essa ideia da política de metas. O déficit nominal, que inclui os juros, está indo a 10% do PIB, nós estamos pagando 8% do PIB de juros. Isso se traduz em uma dinâmica da dívida pública perversa, a dívida vai ultrapassar os 70% do PIB, provavelmente, e isso tudo decorre, ao meu ver, de uma má interpretação da situação da economia no final do ano passado, quando de fato o nível de atividade estava caindo, o superávit primário estava caindo, e o que a política econômica do ajuste fez foi agravar esta situação.

Estão corretos os analistas que dizem que combater a inflação com taxa de juros é equivocado hoje, porque não há inflação de demanda?

Muito ao contrário, você tem uma inflação de choque de oferta, uma inflação de custos, a demanda estava se desacelerando rapidamente de 2012 para a frente, mas isso se acentuou em 2014. A economia já estava entrando em recessão, tanto que nós terminamos com um crescimento praticamente nulo (o PIB cresceu 0,1% em 2014). Essa desaceleração foi muito forte e isso veio acompanhado por uma queda da receita fiscal, é óbvio, porque a receita é muito pró-cíclica, quando a economia está crescendo ela tem uma elasticidade muito alta e cresce mais rápido do que o PIB. Foi o que aconteceu no período Lula e no primeiro ano da Dilma ainda, e depois começou a desacelerar, o superávit primário começou a ficar menor. O governo reagiu, do meu ponto de vista, equivocadamente, porque cometeu um erro trágico. Não podia jamais ter aceitado a política econômica do adversário.

Mas quando Dilma baixou a Selic, que chegou a 7,25% em abril de 2013, sofreu uma pressão gigantesca. Ela tinha como sustentar esta política?

Pois é, mas se ela acha que é uma inflação de demanda, poderia ter ajustado a taxa de juros, mas não dar esse choque de juros que deu. Muito menos fazer um ajuste fiscal nessas proporções. Esse é um caso clássico. Os economistas do mercado financeiro, que são todos pernas de pau, não têm nenhuma noção de como funcionam as coisas, eles forçaram a barra por conta dos interesses deles, aí o Levy disse que não podia perder o grau de investimento. Vai perder.

Vai perder por quê?

Porque de acordo com os critérios das agências de classificação de risco o Brasil está em uma situação difícil. Não estou dizendo que os critérios delas sejam bons, mas infelizmente isso é considerado importante pelos chamados mercados. Eles levam em conta o rebaixamento da nota. O que estou dizendo é que agora eles vão olhar o desempenho da economia, olhar o crescimento. Não vai ter crescimento, vai ter queda.

O fato de o governo ter sido sincero, ter mandado orçamento para o Congresso com déficit, não é positivo na medida em que é realista?

Não, imagina. Basta olhar o que está acontecendo agora com os juros futuros e com o câmbio. Eles estão interpretando negativamente. Quem é que inventou essa história?

Algumas pessoas dizem que o realismo do governo é positivo, ao contrário do período com Mantega, que teria colocado problemas para baixo do tapete, represando tarifas etc.

Tarifas represadas, eu acompanhei, nem foi culpa dele (Mantega). Tarifas represadas foi teimosia dela (Dilma), que na verdade podia ter reajustado e não teria essa gritaria agora, o impacto sobre a inflação ia ser mínimo. Mas ela teimou e não quis. Agora fez um ajuste de tarifas tudo junto, eletricidade, gasolina e tal, com efeito negativo sobre os preços indexados, fora a valorização do câmbio.

Precisava fazer uma correção de rumos na economia, e precisava sobretudo ter começado a fazer o programa de concessões mais rápido. Porque o ciclo das commodities e da expansão americana terminou em 2008, do qual o Lula se beneficiou. E deu oportunidade a ele para subir o salário mínimo, botar mais gente com renda capaz de tomar crédito e consumir. Isso deu força, deu fôlego à economia, que cresceu 4,5%, chegou a crescer 10% depois da crise de 2008-2009. Mas, depois, esse ciclo acaba se esgotando, como é todo ciclo de consumo, sobretudo deste consumo que tem um peso muito grande, de bens duráveis. E isso foi acompanhado do quê? A situação fiscal foi se agravando por causa da queda da receita. A indústria, depois de 2010, começou a apresentar déficits monumentais na relação com o exterior, no balanço da indústria com o resto do mundo. Isso foi puxando a indústria para baixo e a indústria tem uma grande importância no dinamismo da economia.

Mas o problema da indústria brasileira não é estrutural?

Sim, exatamente, estrutural, porque você manteve a taxa de câmbio valorizada, e portanto danosa para o desenvolvimento da indústria, durante 20 anos! Falava-se e ninguém dava bola. Achavam que não era importante. Olhavam o desempenho das exportações, inclusive das industriais, na época do boom, que vai de 2004 a 2008, todo mundo achava que não havia problema nenhum, mas havia. Porque na verdade a indústria já estava mal tratada, teve um alívio momentâneo porque o choque de demanda foi muito forte e muito generoso, não só as commodities mas também a demanda de produtos industriais, pelo resto do mundo, e na verdade nós não nos demos conta de que a indústria estava totalmente desarticulada, no mesmo momento em que a China estava explodindo. Aliás, uma coisa tem a ver com a outra, porque a China compete em preços, então é muito difícil você competir com ela nos setores em que os chineses são mais agressivos. São os setores em que tecnologicamente são mais avançados, que nós perdemos.

Então a saída da crise não é nada fácil…           

Mas não é só isso. Minha opinião, cada vez mais consolidada, é que o arranjo internacional dos anos 1980 pra frente, que foi avançando e tinha como dois polos dominantes a China e os Estados Unidos, se esgotou. Se esgotou para China e para os Estados Unidos. Essa vai ser uma crise prolongada.

Não depende só do Brasil…

É mais ampla e mais profunda. E aqui, ancorou-se na sociedade um conjunto de concepções e ideias. Por exemplo, veja o episódio da CPMF. A melhor solução para essa situação fiscal seria a CPMF. Não é ótimo, mas é a menos ruim. E ficou todo mundo contra.

Isso virou um estigma, já que a CPMF não pesava para ninguém e tem um efeito positivo na fiscalização…

Exatamente. Ninguém sente pagar. A melhor coisa que você poderia ter agora é a CPMF, porque a base de incidência é muito grande e, além disso, é preventiva da sonegação, permite investigação. Todo mundo vira demagógico. Vai o Michel Temer e diz “não queremos mais impostos”. Isso qualquer um diz. Não precisa ser o Michel Temer. O cara que toma conta do carro na minha rua fala a mesma coisa. Ele está convencido pela televisão de que é isso, “chega de imposto”, mesmo que não pague imposto.

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Comentários

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Urbano

Quando de uma crise econômica pessoal, a claque cretina da oposição ao Brasil deve administrar o lar através da diminuição de seu salário e doação de seus bens aos vizinhos…

Cirval

A Dilma não se preocupou em quebrar o país (e a Petrobrás) para se eleger e agora quer que paguemos o pato com mais impostos? Por que ela não reduz Ministérios, cargos comissionados e gastos desnecessários? O Estado cresceu tanto que não consegue se manter. A saída mais louvável é a diminuição do Estado, o que evitará o aumento de impostos, que o governo emprega mau. Que mal eu pergunte: quando será finalizada a transposição do Rio São Francisco? Quando não houver mais água a ser transportada por causa da seca dos rios?

FrancoAtirador

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SONEGAÇÃO DE IMPOSTOS, EM 2014, SUPEROU R$ 500 BILHÕES DE REAIS:
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MEIO TRILHÃO DE REAIS, EQUIVALENTE A QUASE 10% DO PIB DO BRASIL.
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(http://www.jornaldanova.com.br/noticia/brasil/8,43440,sonega%C3%A7%C3%A3o-de-impostos-no-brasil-atinge-ru-501-bi-em-2014e-aponta-fazenda-nacional)
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    FrancoAtirador

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    Curiosidade
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    Será que é por isso que os Empresários Sonegadores
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    são contra um Imposto que não há como Sonegarem?
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    FrancoAtirador

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    “A Sociedade está Dividida Estruturalmente,
    porque há Muitas Pessoas que não têm
    a Menor Identidade com o Brasil.
    O País Interessa só como um Campo de Caça,
    Objeto de Predação, Não Querem Pagar Imposto Aqui.
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    Como podemos ter um País assim?
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    As Nações foram Construídas de um Estado nacional,
    que Cobrava Imposto e tinha uma Certa Identidade…
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    Há uma Deformação do Caráter Nacional.”
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    “A Democracia está em Perigo”
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    “O ex-Presidente Lula disse no sábado em São Bernardo do Campo
    que ele é Candidato a Consolidar a Democracia no Brasil.
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    Ele sabe que ela está Fraturada.
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    A Consolidação supõe
    que as Pessoas Aceitem
    que os Interesses São Divergentes,
    mas Não São Opostos.
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    Oposição [hoje] significa
    que as Pessoas não querem
    ouvir as outras.
    Então, como vai ter Democracia
    num País em que as Pessoas estão Intolerantes
    e a Intolerância está Crescendo cada vez mais?
    .
    E estou muito Preocupado com isso
    porque as Consequências são Horríveis.
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    As Pessoas estão Flertando com um Conflito Social Terrível,
    que pode inclusive Gerar Conflitos Abertos de R.
    .
    Não há a Mediação entre as Camadas Sociais.
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    E esses Conflitos acabam em geral numa Solução Indesejável:
    por exemplo, ‘uma Carismática’.”
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    Luiz Gonzaga Belluzo
    Economista
    Entrevista ao Estadão:
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    (http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,a-democracia-no-brasil-esta-em-perigo–diz-luiz-gonzaga-belluzzo,1754692)
    (http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,o-ajuste-fiscal-foi-um-erro-de-diagnostico–imp-,1755517)
    .
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Urbano

O Eterno Presidente Lula como economista dá de mil a zero no ‘e o vento levy’, o tufão…

Daniel

Quem não têm dinheiro sobrando compra só o mínimo necessário, e quem têm algum dinheiro sobrando não gasta porquê está cansado de “pagar dois (ou três) e só levar um”. É preciso ser um prêmio Nobel da economia para se tocar disso? Tomemos o caso dos automóveis como exemplo, a demanda por carros novos vêm caindo direto pois quem têm carro não precisa de outro e quem não têm carro não têm dinheiro para comprar um. O que as montadoras fazem? Elas AUMENTAM ao invés de abaixar os preços. Como elas ainda esperam vender alguma coisa quando se sabotam a si próprias dessa forma? Imóveis também, milhares de imóveis encalhando sem compradores e o que as imobiliárias fazem é aumentar os preços ao invés de abaixar para tentar vender alguma coisa em um ambiente aonde a população está (talvez) finalmente se tocando que não deve gastar mais do que pode pagar e em especial não é obrigada à comprar algo pelo triplo do que realmente vale.

FrancoAtirador

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O Beluzzo foi até Generoso nas Análises Críticas,
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pois sequer levou em consideração os Efeitos
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da Operação Desmonte-a-Jato vinda do Paraná:
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PODER JUDICIÁRIO DETERMINOU BLOQUEIO CAUTELAR
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DA CONTRATAÇÃO DE EMPRESAS PELA PETROBRAS
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29.Ago.2015
PETROBRAS
Fatos&Dados
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BLOQUEIO CAUTELAR CONTINUA EM VIGOR
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Conforme divulgado em 29/12/2014 [!!!],
foram BLOQUEADAS EMPRESAS
pertencentes a 23 GRUPOS:
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Alusa,
Andrade Gutierrez
Camargo Corrêa
Carioca Engenharia
Construcap
Egesa
Engevix
Fidens
Galvão Engenharia
GDK
IESA
Jaraguá Equipamentos
Mendes Junior
MPE
OAS
Odebrecht
Promon
Queiroz Galvão
Setal*
Skanska
TECHINT
Tomé Engenharia e
UTC.
.
Conforme divulgado em 6/3/15,
foram bloqueadas também as empresas
“Schahin Engenharia” e ”
TKK Engenharia**.
.
Na mesma divulgação, a Petrobras informou que recebeu Ofício do Ministério Público Federal,
em 03 de março de 2015*, informando sobre a celebração de acordo de leniência*
com Empresas do Grupo Setal*
e solicitando a reavaliação da respectiva medida de bloqueio cautelar anteriormente imposta.
.
Desta forma, a fim de continuar colaborando com as autoridades públicas,
a companhia realizou o referido desbloqueio*.
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Também foi cancelada** a medida cautelar de bloqueio
para a empresa TKK Engenharia Ltda.,
devido ao arquivamento** do respectivo processo administrativo
por parte da Controladoria Geral da União (CGU).
.
A eventual participação das empresas desbloqueadas em novos processos licitatórios, para a contratação de bens e serviços, estará condicionada a medidas de “Compliance” [Conformidade].
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Por decisão da Petrobras, a SBM também não está sendo convidada pela companhia
para participar de futuras licitações até que sejam concluídas as apurações conduzidas
sobre a empresa pelos órgãos de controle brasileiros.
.
O bloqueio não implica paralisação ou rescisão de contratos vigentes.
.
Recentemente, em 31 de julho de 2015, a Petrobras anunciou um pacote de medidas
que torna mais rigoroso o processo de gestão de fornecedores.
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A revisão da situação das empresas tem início com as companhias bloqueadas cautelarmente em função das evidências levantadas pelas investigações da Operação Lava-Jato.
.
As empresas deverão prestar informações detalhadas sobre estrutura, finanças
e mecanismos de “Compliance” (Conformidade) e combate à fraude e à corrupção,
entre outros itens, sendo avaliadas pelo processo conhecido como “Due Diligence” de Integridade.
.
O objetivo é aumentar a segurança nas contratações de bens e serviços e mitigar riscos em relação às práticas de fraude e corrupção.
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A companhia vem implementando ações para que apenas os fornecedores
que comprovarem adotar medidas de conformidade e integridade
sejam mantidos no cadastro da Petrobras
e possam participar de processos licitatórios.
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(http://www.petrobras.com.br/fatos-e-dados/bloqueio-cautelar-de-empresas-resposta-ao-upstream.htm)
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Curiosidade
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Quanto equivale, em Número de Desempregados,
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a Redução da Atividade Econômica Produtiva
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correspondente à Queda Estimada de 1% do PIB
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ou cerca de R$ 55 BILHÕES que deixarão de girar
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em Salários e Transações Comerciais no Brasil?
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28/07/2015 – 09:14
Jornal GGN
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“Lava Jato Derrubará 1% do PIB”
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A Presidente Dilma Rousseff afirmou que os efeitos negativos da Operação Lava Jato sobre a Economia Brasileira derrubarão 1% do PIB (Produto Interno Bruto), neste ano.
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A Declaração da Presidente da República foi feita durante Reunião com os Ministros, realizada nesta segunda-feira (27), no Palácio do Planalto.
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O Governo Federal mostra Preocupação com a Paralisação de Obras em todo o País.
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(http://jornalggn.com.br/noticia/lava-jato-derrubara-um-ponto-do-pib-diz-dilma)
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(http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2015/08/1666393-estaleiros-contratados-pela-sete-paralisam-compras.shtml)
.
(http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/com-r-1-5-bi-a-receber-da-sete-brasil-estaleiros-demitem)
.
(https://www.portosenavios.com.br/noticias/ind-naval-e-offshore/29956-construcao-de-plataformas-em-xeque-no-rs)
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    Julio Silveira

    Sobre esse novo ídolo nacional o Moro, mais uma vez a direita revela sua disposição por ídolos com pés de barro.
    E o dele foi a demonstração de que recebe indecentemente acima do que deveria, com subterfúgios para fugir da norma constitucional. Dá para pensar, estimulam heróis que possam a qualquer momento serem descartados, como o Cunha por exemplo, que não demora vira um leproso para seus mui amigos que só resistirão enquanto a areia movediça se mantiver distante. A direita mostra ser oportunista e hipócrita até nisso, se apoia naqueles que sirvam a seus interesses, mas apenas enquanto servem a seus interesses. Usando-os como laranjas chupadas ao máximo para depois serem descartadas ao lixo. O Moro que aproveite seus momentos de herói, já que tem seus pés de barro que podem fazê-lo ser descartado mais a frente por seus “grandes amigos de sempre”.

FrancoAtirador

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No braZil, os Tecnocratas tentam governar com os Manuais do FMI.
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Mas nem isso conseguem, porque não entendem o que está escrito.
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    FrancoAtirador

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    10 motivos para o mundo manter juros baixos, segundo o FMI
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    Por João Pedro Caleiro, de EXAME.com
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    São Paulo – Lá se vão sete anos da crise financeira – e sete anos de juros levados para zero (ou quase isso) nos países ricos.
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    A maré mudou desde que o Federal Reserve americano começou a desmontar seu programa de compra de ativos e sinalizou que uma alta nas taxas estava próxima.
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    O mercado reagiu tirando dinheiro e derrubando moedas de países emergentes, mas a fraqueza do crescimento mundial e as turbulências recentes da China semeiam dúvidas de que a era do juro zero esteja prestes a acabar.
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    De acordo com uma pesquisa do Citi, há 6 meses atrás os mercados estavam precificando em 60% a chance do Fed subir os juros em setembro.
    Este número já caiu para 40%.
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    Amanhã, começa na Turquia a reunião que vai reunir os presidentes de bancos centrais e ministros das Finanças dos países do G-20 (incluindo Joaquim Levy).
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    Em antecipação, o FMI (Fundo Monetário Internacional) acaba de lançar um relatório defendendo que a política monetária precisa continuar frouxa.
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    E deram 10 motivos para isso:
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    “1. Aumentou a incerteza sobre as perspectivas das economias emergentes”
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    Em um discurso nesta semana, a presidente do FMI, Christine Lagarde, disse que as economias emergentes “necessitam estar atentas para conduzir os possíveis efeitos secundários da desaceleração e o ajuste das condições financeiras globais”.
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    “2. O crescimento global na segunda metade de 2015 desacelerou em relação ao mesmo período do ano passado”
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    Só nesta semana, mais 3 sinais já surgiram de que a economia global não vai bem: recessão no Canadá, queda de dois dígitos nas exportações sul-coreanas (um indicador importante) e atividade fraca nas indústrias dos Estados Unidos, zona do euro, China e Brasil.
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    “3. Nas economias avançadas, o ritmo de recuperação diminuiu em meio a uma prolongada fraqueza no crescimento da produtividade”
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    Nesta quinta-feira, o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, manteve as taxas de juros inalteradas, reviu para baixo as previsões de crescimento e inflação e prometeu reforçar ou prolongar o programa de compra de títulos em caso de mais piora.
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    “4. O crescimento nos emergentes está diminuindo com diferenças grandes entre regiões e países”
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    Nesta parte, o FMI fala de Brasil, que divulgou na semana passada uma queda de 1,9% do PIB:
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    “A retração foi maior que o esperado, com confiança dos negócios
    e dos consumidores ainda recuando em meio a condições políticas em deterioração.
    Com preços das commodities em declínio, o ímpeto continua a enfraquecer em outros países da região”.
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    “5. As condições financeiras continuam fáceis nas economias avançadas, mas apertaram para os emergentes diante da deterioração do clima no mercado financeiro”
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    No Brasil, o fluxo financeiro teve saldo negativo até 28 de agosto, mas foi compensado por uma melhora na balança comercial.
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    Na contramão da política monetária frouxa dos países avançados,
    o Brasil tem os juros reais mais altos do mundo.
    O ciclo de aumentos promovido pelo Banco Central tem como objetivo
    trazer a inflação para perto do centro da meta do ano que vem.
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    “6. Os preços das commodities enfraqueceram de forma aguda”
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    As mudanças e turbulências na China fazem minguar seu apetite por recursos,
    o que tende a puxar para baixo o preço das commodities.
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    O petróleo, em especial, está abaixo da metade do seu preço de pico,
    com duras consequências para grandes exportadores como Rússia e Venezuela.
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    As commodities foram um grande motor da expansão brasileira na década passada e a queda dos seus preços nos prejudica. Agora teremos que viver “do nosso próprio suor”, segundo o ministro Levy.
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    “7. As taxas de câmbio nos emergentes sofreram forte pressão nas últimas semanas”
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    No Brasil, o dólar já está perto do patamar de R$ 3,80.
    Grande parte disso é por causa de fatores locais, como a apresentação do Orçamento com déficit, mas há quedas fortes nas moedas de outros países como Rússia e Colômbia.
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    “8. A atividade econômica nas economias avançadas
    deve acelerar de forma apenas modesta neste e no próximo ano”
    .
    “9. O cenário para os emergentes enfraqueceu relativamente a 2014”
    .
    “10. A distribuição de riscos continua no lado negativo, e uma materialização simultânea de alguns destes riscos implicaria em um cenário bem mais fraco”
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    Em outras palavras: o mundo não pode correr o risco de aumentar juros em um cenário onde um pouso forçado da China e uma nova rodada de tensão com a Grécia já poderiam, sozinhos, colocar tudo a perder.
    .
    ‘O Investidor Veterano’ [Leia-se: ‘A Velha Raposa Especuladora’] Bill Gross, da Janus Capital, discorda.
    .
    Para ele, juros tão baixos por tanto tempo criam mais distorções do que resolvem:
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    ‘O Fed está começando a reconhecer que 6 anos de juro zero têm influência negativa na economia real – eles destroem modelos de negócios históricos essenciais para o capitalismo como fundos de pensão, empresas de seguros e a própria disposição de economizar o dinheiro em si’.
    .
    (http://exame.abril.com.br/economia/noticias/10-motivos-para-o-mundo-manter-juros-baixos-segundo-o-fmi)
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    FrancoAtirador

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    (http://www.forbes.com/profile/bill-gross)
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Romanelli

..em tempo
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Acho que DILMA acertou ao mandar o orçamento arrebentado pro Congresso(e aposto que foi sem querer) ..afinal, a sociedade sabe muito bem que é esta casa que ajuda o país a produzir este monstro
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..ORÇAMENTO é peça fundamental pra se tentar retratar as tendências, e por hoje, é isso mesmo que temos ..ou será que ainda há os que prefiram as MENTIRAS da era Mantega e de tantos outros ?!
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agora, com o escancarar da realidade, as posições e ações precisam ser realinhadas com prudência e responsabilidade (espero)
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PENA que DILMA não tem CREDIBILIDADE ..pena que a sociedade NÃO confia nela ..por outro lado, o país sabe das alternativas que tem (e isso faz com que ela ganhe tempo) ..inclusive do MORDOMO Temer que a cada abertura da mandíbula, NÃO consegue esconder as presas envenenadas que carrega

Romanelli

O problema estrutural do país esta menos na economia, do que esta na política e em nosso arcabouço jurídico.
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Se em uma palavra se pudesse resumir a origem dos maiores males do país eu diria “IMPUNIDADE”, ela que leva a inconsequência, falta de empenho, de responsabilidade, a omissão, desídia, ao abuso, a sensação de impunidade, ao desprezo pelo reconhecimento do mérito, daquele que se dedica e se esmera buscando o certo.
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Concordo, a CPMF, entre prós e contras, é o que temos de melhor.
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Se se trocasse a ferramenta para o combate à inflação de demanda, TIRANDO o juros básico do GOVERNO, pela contensão das linhas e recursos dados a crédito e investimento fartos e frouxos, os resultados seriam muito mais precisos, cirúrgicos, e o ESTADO não sofreria este estupro coletivo que o mercado financeiro especulativo e usurário nos impõe há décadas.
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O choque de tarifas (combustíveis, gás de cozinha, energia elétrica, cambio ..e desonerações mais choques climáticos) teve mesmo que ser contido com pulso forte pra se evitar uma maior deterioração do valor da moeda ..mas realmente, pela dose, a coisa passou do ponto e a hora seria de sinalizar que a onda inflacionária abrandou.
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O peso dos EUA e CHINA pro BRASIL e ÍNDIA, em tese, deveriam ser relativizados ao mundo, afinal, dispomos, tanto lá como cá, de populações contadas às dezenas de MILHÕES, e todo um país pra remontar (aliás, o mesmo vale pra AFRICA e um pouco menos pra América Latina ..um estoque fenomenal prum mundo que deseja crescimento, inserido num cenário que pede tudo por fazer e reinventar ..e isso sem falarmos do êxodo pra Europa que promete sacudir e acordar aquele continente que já se tinha como pronto tb)

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