Juliana Cardoso: Para evitar a covid-19, gestão Covas restringe consultas e exames, mas deixa escolas abertas

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Por Juliana Cardoso

Fotos: Sindsep

Covas restringe atendimentos na saúde, mas deixa escolas abertas

Critério de restrição aos atendimentos presenciais na saúde da gestão Bruno Covas (PSDB) para evitar contágios da COVID-19 não serve para rede educacional

Por Juliana Cardoso*

Ao restringir pela segunda vez os atendimentos presenciais nas unidades de saúde municipais, conforme portaria publicada no sábado passado (06/03) no Diário Oficial da Cidade, a gestão Bruno Covas (PSDB) demonstra
incoerência sem tamanho, pois o mesmo critério não é adotado na rede educacional.

Além disso, ao postergar atendimentos, diagnósticos e tratamentos, pessoas com doenças crônicas podem ter seus quadros clínicos agravados.

A piora da pandemia com a explosão do número de pessoas com casos confirmados de COVID-19 e o crescimento dos índices de óbitos na cidade são justificativas pertinentes. Porém, não são motivo para manter as escolas fechadas.

Apesar do movimento de resistência de parte dos professores das rede municipal e estadual, que estão em estado de greve, a maioria das escolas continua de portas abertas com atividades presenciais. E sem condições estruturais de segurança ou livres de contágios.

Também desde sábado, por decisão do governador João Doria (PSDB), o Estado de São Paulo está na fase vermelha No entanto, os estabelecimentos de ensino, inclusive os particulares, não foram incluídos.

Um mês depois da volta das aulas presenciais os números são preocupantes.

Segundo a Secretaria Estadual de Educação, até essa terça-feira (09/03), 4.084 pessoas de escolas públicas e particulares  tiveram casos confirmados de covid-19. Entre professores, profissionais e alunos, 21 morreram.

Na rede municipal não é diferente.

De acordo com o Sindsep (Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias do Município de São Paulo), foram registrados 569 casos de pessoas infectadas em 256 unidades; três foram a óbito.

Outra informação preocupante: a ocupação de leitos pediátricos na cidade de São Paulo teve aumento de 75%, desde que as escolas foram reabertas.

A restrição do acesso aos serviços de atenção básica para evitar contágios de pacientes e profissionais de saúde é uma preocupação natural, mas ela não se estende à comunidade escolar.

Pela portaria da Secretaria Municipal de Saúde, os profissionais das UBS (Unidades Básicas de Saúde) e dos CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) deverão estar disponíveis para os atendimentos de urgência da COVID-19.

Apesar de manter serviços de pré-natal para gestantes, portadores de diabetes, assistência oncológica e hipertensos, assim como casos de doenças infecciosas, cardiológicas e terapia renal, o represamento de consultas deve resultar num cenário problemático num futuro próximo.

De acordo com especialistas, sem a realização de exames rotineiros e sem a continuidade de procedimentos, doenças graves evoluem de maneira silenciosa.

Na restrição do ano passado a cidade de São Paulo, deixou de realizar 8 milhões de consultas.

Essa decisão de dificultar os acessos aos serviços provocou consequências trágicas. E hoje já se notam reflexos.

No Hospital das Clínicas, segundo reportagem do jornal Valor de terça-feira (09/03), diariamente são feitas 130 solicitações de internação para pessoas com AVC, infarto, trombose, aneurisma ou câncer.

Número próximo aos pedidos de internação para pacientes com covid-19,  que somam, em média, 150 por dia.

* Juliana Cardoso é vereadora (PT), vice-presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de São Paulo.

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Juliana Cardoso

Deputada Federal (PT) eleita para o mandato 2023/2026.


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Zé Maria

Excertos

“a maioria das escolas continua de portas abertas
com atividades presenciais.”

“Também desde sábado, por decisão do
governador João Doria (PSDB), o Estado
de São Paulo está na fase vermelha.
No entanto, os estabelecimentos de ensino,
inclusive os particulares, não foram incluídos.
Um mês depois da volta das aulas presenciais
os números são preocupantes.
Segundo a Secretaria Estadual de Educação,
até essa terça-feira (09/03), 4.084 pessoas de
escolas públicas e particulares tiveram casos
confirmados de covid-19.
Entre professores, profissionais e alunos,
21 morreram.
Na rede municipal não é diferente.”
.
Esses Tucanos Riquinhos Ignorantes de São Paulo não ouviram falar
da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) [*] ?

*[ – O que é síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica?

– A SIM-P é uma condição inflamatória, com amplo espectro de sinais e sintomas,
que afeta os vasos sanguíneos (veias e artérias) de crianças e adolescentes.
A doença se manifesta entre 0 e 19 anos e está associada à infecção aguda
pelo vírus Sars-CoV-2, causador da covid-19.

– Quais os sintomas da síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica?

– Em geral, o primeiro sintoma é febre alta e persistente que dura de três
a cinco dias e vem acompanhada de de sinais e sintomas que envolvem
os sistemas cardiovascular, circulatório, gastrointestinal, respiratório e neurológico, por exemplo.
Além da febre, são manifestações comuns da síndrome: exantemas (manchas
vermelhas na pele), olhos vermelhos, conjuntivite não purulenta, edema nas
extremidades, mucosite (irritação das membranas mucosas orais), sintomas
gastrointestinais intensos (náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal), cefaleia
(dor de cabeça), hipotensão (queda de pressão arterial), taquicardia, respiração
acelerada, falta de ar, convulsões, confusão mental, linfonodos aumentados.]

(http://www.iff.fiocruz.br/index.php/8-noticias/694-simriscourgente)
.
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