Juliana Cardoso: Desmonte do Samu é para privatizar o serviço e não conter gasto, como diz Covas

Tempo de leitura: 2 min
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Por Juliana Cardoso

Gestão Covas desmonta o SAMU sob  alegação de “contenção de gastos”   

por Juliana Cardoso*

Desde fevereiro quando deflagrou seu plano de “reorganização” do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) com a desativação e a transferência dos locais das bases modulares, a gestão Bruno Covas (PSDB) bate na tecla de que essa medida é necessária para “contenção de gastos”.

De fato, ao romper o contrato de locação dos contêineres a economia auferida foi de R$ 7 milhões/anuais.

No entanto, decorridos quase seis meses proliferam denúncias de desperdícios com o dinheiro público justamente com o SAMU. Alguns atos administrativos da gestão são mal explicados e beiram a escândalos.

Mesmo com o imóvel desocupado, a Prefeitura continua desembolsando o valor do aluguel do prédio administrativo do SAMU, no bairro do Bom Retiro.

Não há como se desfazer desse imóvel, pois o prédio fornece energia elétrica e água para a central de regulação do SAMU.

Para devolver ao proprietário, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) necessita conseguir um locatário que concorde em manter essas ligações.

No ano passado, durante a renovação dos contratos, que datam de 2008, aditivo prorrogou até 2020 o valor de R$ 94 mil para locação.

Um fato inusitado da administração. O prédio começou a ser esvaziado em outubro do ano passado, antes do decreto de fevereiro que pôs fim as bases modulares.

E hoje, o cenário no prédio vazio é de abandono com ambulâncias encostadas, macas empilhadas, além de cadeiras e mesas amontoadas.

Religiosamente a Prefeitura repassou de julho a setembro a quantia de R$ 644 mil à organização social SPDM (Associação Paulista para Desenvolvimento da Medicina) para gerenciar o CAPS III do Sapopemba, onde pelo contrato de gestão deveria funcionar o serviço do SAMU Saúde Mental.

Ocorre que esse serviço existe só no papel. De acordo com a Prefeitura, ocorreu atraso na implantação do serviço e o valor será descontado no futuro.

Aliás, repasses a serviços inexistentes não são novidade.

A gestão também desembolsou R$ 3,4 milhões em agosto para a OS Santa Marcelina o custeio administrativo da UPA Tito Lopes em São Miguel.

Essa unidade, porém, estava de portas fechadas. Foi inaugurada apenas na semana passada. Após a denúncia ser publicado na imprensa, a Prefeitura suspendeu o repasse. E informou que a verba de custeio será devolvida aos cofres públicos.

Outro absurdo com relação aos serviços de emergência é o descaso com as motocicletas usadas como apoio aos resgates do SAMU.

Em julho, a Secretaria Municipal de Saúde não renovou o contrato com a empresa que fazia a manutenção e os consertos das 36 motolâncias.

Resultado: apenas quatro delas estavam em operação no inicio deste mês de setembro. As outras estavam encostadas.

Numa cidade tão complexa como São Paulo uma motolância consegue levar em média seis minutos para chegar ao local da ocorrência. As motocicletas são fundamentais para socorrer vítimas de paradas cardíacas, por exemplo.

Esse descaso com as motolâncias demonstram como essa gestão é obstinada no seu objetivo de desmontar e privatizar os serviços públicos.

Nem que para isso coloque em risco a vida dos paulistanos.

E os repasses a serviços ainda inexistentes reforçam a clara intenção da gestão na entrega do sistema de saúde a terceiros, começando pelo SAMU Saúde Mental.

*Juliana Cardoso é vereadora  (PT), vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, Adolescente e Juventude e membro das Comissões de Saúde e de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo.

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Juliana Cardoso

Deputada Federal (PT) eleita para o mandato 2023/2026.


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Comentários

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Zé Maria

É onde o Projeto do Guedes se encontra
com o Programa dos Demo-Tucanos:

Privatizar Todos os Serviços Públicos,
sob o Pretexto de ‘Conter Gastos’ …

Depois vem a Mídia Fascista Antipetista
com as reportagens das ‘obras paradas’
para culpar os ‘governos anteriores’.

Ora, os Ultraliberais aprovam uma Proposta
que congela, por 20 Anos, os investimentos
da União, dos Estados e Municípios e, ainda,
entregam para o Setor Privado os serviços
públicos essenciais, como o Saneamento,
que direta ou indiretamente atinge o SUS.

E fazem, por exemplo, um Corte Linear, em
nas Verbas para todo o Ensino Público, em
todos os níveis, desde a creche e a pré-escola,
até os Institutos e Universidades Federais,
até mesmo deixando as crianças pobres
sem merenda e sem transporte escolar
e as Pesquisas Científicas Paralisadas.

Essas Milícias Governamentais praticam
crimes de Extermínio, por Discriminação
Preconceituosa de Classe e de Etnia, pois,
com a tal ‘política de segurança pública,
governam para uma Casta Selecionada
de Brancos que estão no topo da escala
e, portanto, não necessitam do auxílio
do Poder Público.

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