Clara Charf será homenageada nesta segunda com o título de Cidadã Paulistana

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Por Juliana Cardoso

Clara Charf receberá título de cidadã paulistana

por Juliana Cardoso*

Por sua aguerrida militância contra a ditadura civil militar que perdurou no Brasil durante 21 anos, Clara Charf receberá na Câmara Municipal de São Paulo no dia 13 de maio (segunda-feira), o título de Cidadã Paulistana.

A concessão do título significa o reconhecimento do seu papel histórico.

Nosso mandato sente orgulho de ter apresentado o projeto do decreto legislativo que foi aprovado pelos vereadores.

Aos 92 anos, a trajetória de Clara Charf tem lugar de destaque na história da esquerda brasileira.

Nascida em Maceió em 1925, filha de judeus russos, foi criada em Recife. Durante a maior parte de sua vida morou no bairro histórico do Bom Retiro, em São Paulo.

Começou sua militância política no Partido Comunista Brasileiro, em 1945, inspirada na luta da filha de Luiz Carlos Prestes, Anita.

Em 1963, representou o Brasil num congresso de mulheres socialistas realizado em Moscou.

Em determinados períodos, viveu a amargura do exílio. Em outros países, conheceu a clandestinidade e colecionou endereços anônimos.

Por sua militância socialista Charf foi perseguida e teve seus direitos políticos cassados pela ditadura militar.

Casada com Carlos Marighella, transformou sua vida na resistência ao arbítrio. O poeta, deputado federal e líder revolucionário foi seu grande amor e parceiro.

Assassinado em novembro de 1969, vítima de uma trama nefasta, Marighella tornou-se símbolo de resistência a um Estado de exceção que marcou de triste memória a história brasileira.

Exilada em Cuba após a morte do companheiro, ela recomeçou a vida com algumas certezas: não abandonaria a atuação política, se dedicando à construção de uma perspectiva radical de justiça social, e lutaria para honrar a memória de Marighella e denunciar a violência.

Ao retornar ao Brasil do exílio após a Lei de Anistia, tornou-se um baluarte da luta pela redemocratização do País e assumiu papel fundamental para o movimento feminista, passando a fazer parte dos grupos “Mil Mulheres” e “Mulheres pela Paz”.

Em 1980, foi fundadora do Partido dos Trabalhadores e candidata a deputada estadual.

A entrega do título de cidadã paulistana a Clara Charf acontece num momento político delicado, tendo como pano de fundo a prisão do ex-presidente Lula, a principal liderança do Partido dos Trabalhadores.

Em um processo eivado de arbitrariedades e arranjos que tornam evidente a motivação política das acusações, Lula é um personagem central neste cenário de recrudescimento das forças políticas que suspenderam a democracia brasileira por 21 anos.

Neste contexto, o testemunho de paixão e coragem de Charf se torna ainda mais necessário e urgente.

*Juliana Cardoso é vereadora (PT), vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e Adolescente e membro das comissões de Saúde e de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo.

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Juliana Cardoso

Deputada Federal (PT) eleita para o mandato 2023/2026.


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Zé Maria

Clara Charf
Alagoana do Recife,
Paulista, Gaúcha,
Potiguar, Carioca,
Cidadã BraSileira
Eterna Guerreira
Por um Brasil Fraterno.

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