Toma lá, dá cá de Doria: Dois ex-funcionários de maior doador de campanha viram diretores de agência de energia; veja vídeo

Tempo de leitura: 2 min
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Por João Paulo Rillo

O toma lá, dá cá de Doria

por João Paulo Rillo*

João Doria inaugura seu governo em São Paulo sepultando qualquer esperança de compromisso com o desenvolvimento que alguns mais crédulos ainda poderiam alimentar.

Após derrotar os tucanos no próprio ninho e impor um estilo político suspeito, contrariando as lideranças tradicionais do partido, Doria dá início a tempos de liberalismo extremo, com medidas capazes de causar constrangimento até nos próprios partidários pelo alcance e rapidez com que vem confundindo as fronteiras entre o público e o privado.

Ele estreou na Assembleia com projeto que dá continuidade à saga tucana de privatizações. Agora, entram na mira as participações estatais na DERSA, EMPLASA, CODASP, Imprensa Oficial, PRODESP e CPOS (Companhia Paulista de Obras e Serviços).

Doria quer autorização legislativa para vender as ações de propriedade do Estado nestas sociedades. Sob a justificativa da “eficiência”, a desestruturação do Estado, com a consequente perda de qualidade no serviço público, pode seguir para mais uma etapa se a proposta for aprovada.

Em outra iniciativa, surpreendente pela rápida tramitação e pela naturalidade com que vem sendo conduzida, o governador, em menos de uma semana, escolheu, convidou, enviou e aprovou no Legislativo a indicação de dois ex-funcionários da Comgás para os cargos de diretores da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo – ARSESP.

Por meio do seu vice, Rodrigo Garcia, Doria informou, na sexta-feira, dia 1, Marcus Vinicius Vaz Bonini, funcionário da concessionária por 30 anos, e Marcos Roberto Lopomo, gerente até 2015, sobre a escolha deles para dirigir a agência que deve “regular, controlar e fiscalizar os serviços de gás canalizado” no Estado.

A empresa na qual os dois trabalharam por longos anos é uma das maiores do Brasil, controlada pela Cosan.

Com certeza não foi coincidência o fato de Doria ter se reunido no dia 28 de janeiro com o presidente do conselho de administração da Cosan, Rubens Ometto, e com o presidente da Comgás, Nelson Gomes, no final de fevereiro. E também não pode ser coincidência Ometto ter sido o maior doador individual da campanha de Doria, com R$ 500 mil.

Apesar de toda as estranhezas, parecer favorável à indicação dos dois ex-funcionários da Comgás foi aprovado, no dia 6, sem votos contrários na Comissão de Infraestrutura da Assembleia.

E foi com esta mesma naturalidade que, na sexta-feira, dia 1, a ARSESP autorizou o aumento do preço do gás de 9,63%, para pequenos consumidores, a 37,6%, para as indústrias.

Com um impacto negativo e possível desemprego nas indústrias de vidro, cerâmica, química, segmentos de transporte, o ‘toma lá, dá cá’ de Doria alcança níveis estratosféricos, com um tom blasé próprio das elites, servidas neste país com doses generosas de cumplicidade e omissão.

*João Paulo Rillo é deputado estadual (PSOL-SP)

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João Paulo Rillo

Vereador em Rio Preto e presidente do PSOL-SP.


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Comentários

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Zé Maria

“Conversando agora com @mauriciomacri
sobre gestão moderna e eficiente.”

(des)governador Tucano Bolsonarista
confessando que tem muita pressa
em quebrar o estado de São Paulo

https://twitter.com/jdoriajr/status/908369160438198272

Nelson

Os gaúchos temos muito de arrogância. Nos consideramos os mais trabalhadores, os mais honestos, enfim, os melhores do país. Esta arrogância toma mais corpo, quando nos colocamos ao lado, nos comparamos com um nordestino ou nortista.

Porém, não somos páreo para a arrogância da paulistaiada. Uma vez que conseguiram um nível de desenvolvimento bem superior ao do restante dos Estados brasileiros [*], se acham a “ultima bolachinha do pacote”.

E, como se sabe, não raro a arrogância se torna caminho fácil para a cegueira. Depois de errarem por muito tempo com o PDS e o PMDB, os paulistas resolveram que deveriam insistir no erro. E entregaram o governo do Estado ao PSDB em nada menos de 7 eleições.

Os paulistas completaram, no ano passado, 24 anos de PSDB no governo e, curiosamente, aquilo que exigiam do PT no governo federal, esqueceram-se de exigir no seu Estado: a alternância no poder.

O PSDB ruma para 28 anos incessantes à testa o governo paulista. Sempre com mandatos que favoreceram e vão seguir favorecendo a elite, os ricaços, o grande empresariado, uns 2% ou 3%, quando muito, em detrimento do restante da população.

Mas, os paulistas, que estavam enfurecidos com a corrupção nos governos do PT, não se importam. A arrogância desmedida não os permite verem que, já a quase um quarto de século, vêm sendo enganados pela tucanada.

* Os paulistas creem piamente que o estágio que atingiram deve-se a sua maior capacidade empreendedora e que tais. Não sabem ou não querem saber que seu Estado chegou a esse estágio superior aos demais, porque, historicamente, por força política, a maior quantidade do capital que circulou pelo país acabou desaguando em território paulista.

* A afirmação, muitas vezes repetida, de que, ao longo da história brasileira a maior parte do dinheiro foi para o Nordeste e lá se evaporou na indolência do povo daquela região, não guarda compromisso com a verdade.

Jardel

Sobre as privatizações do Doriana eu diria que é o toma lá e toma lá.

Jardel

Esse é o “grande gestor”. Poderíamos compará-lo a um bêbado que, estando com a conta de energia elétrica atrasada, resolve vender a geladeira e o chuveiro. Assim, além de fazer caixa ainda por cima a próxima conta será bem menor.
É um “j”ênio!
Criação do Geraldo Alquimista, aquele cuja criatura chutou-lhe a bunda.

emerson57

kirias u q?
é bolsodória pohaaaaaaaaaaaaa!

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