Vivaldo Barbosa: O bom senso de Alckmin não lhe deixou outro caminho, exceto conversar com Lula

Tempo de leitura: 2 min
Fotomontagem Rede Brasil Atual: Ricardo Stuckert e Agência Brasil

A SABEDORIA POLÍTICA FOI MUITO FORTE

Por Vivaldo Barbosa*

O quadro político que se delineia no Brasil não deixa a Geraldo Alckmin outra saída, a não ser conversar com Lula.

Veja só:

— Bolsonaro e seu direitismo exacerbado;

— essa coisa que se procura com Moro. O presidente da Academia Brasileira de Letras é, desde sempre, eleitor ardoroso de Moro, essa figura sem o mínimo de compreensão política e sem as mínimas credenciais intelectuais);

— o que foi feito do PSDB, com Doria, Fernando Henrique e tudo;

— tudo isso que se juntou no Centrão.

Do outro lado, a figura de Lula se agigantou, cresceu como líder nacional e figura de grande relevo internacional.

Portanto, o bom senso de Alckmin não lhe deixou outro caminho, exceto conversar com Lula.

É preciso lembrar que Alckmin foi nosso colega na Constituinte, com Lula, os deputados do PDT, PT, diversos progressistas e nacionalistas do PMDB, as figuras de Ulisses Guimarães (acima de tudo) e Covas, Aclkmin ao lado.

Fizemos uma Constituição mais nossa do que deles. Direitos sociais avançaram, ampliou-se o exercício da soberania, o Estado Nacional avançou, ampliaram-se os instrumentos democráticos. Alckmin assimilou isso.

É claro que Alckmin foi tragado pelo neolibearalismo exacerbado de Fernando Henrique, até Covas e Franco Montoro o foram.

Agora, com tudo o que aconteceu no Brasil, tragédias e mais tragédias, Alckmin se tocou.

Não há mais como levar em conta Kassab, PSD e essa coisa anódina de presidente do Senado como candidato a Presidente.

A política brasileira já foi colocada em outra dimensão. Pode ser até que Kassab e áreas do PSD venham a se tocar da gravidade que vive o Brasil neste momento.

O que há de real é que a política praticada em nível superior, até mesmo pelas circunstâncias vividas pelo Brasil, está arrastando tudo.

Na situação em que se encontra a política em São Paulo, em termos pragmáticos, os caminhos já estão se fechando.

Alckmin é forte candidato ao Governo de São Paulo. Mas somente teria viabilidade ao lado de Lula.

Se Alckmin cogitar ficar ao lado de outra candidatura, como o Pacheco do Senado, será tragado pelos acontecimentos que cercarão a candidatura de Lula e, em consequência, de Haddad ao governo do Estado.

É evidente que para nós do setor popular seria o melhor dos mundos um projeto nítido, cortante, de avanços sociais e anti-imperialista de maneira irretorquível.

Aliás, o Brasil e o povo brasileiro bem o merecem.

A sensibilidade do Lula está a nos apontar que o projeto de avanços seria melhor alcançado com mais firmeza mas sem os sobressaltos que desde o golpe contra Dilma e as mazelas do governo Bolsonaro estão marcando o Brasil.

Os ventos superiores da política estão conduzindo os diálogos entre Lula e Alckmin, mesmo que até aqui tenham sido apenas imaginários. Não importa.

O que importa é o bom senso e a compreensão superior da política.

A política tudo arrasta quando se encontra em seu leito natural, quando não é perturbada por golpes ou armações desavergonhadas.

Assim é a República. Brizola chamava isso de “processo social”.


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Ibsen José Fabis Marques

O diálogo é coisa da política, agora, colocar Alckmin nesse patamar é miopia. O diálogo com Lula só traz benefícios a ele próprio. Se por um lado ele foi constituinte, por outro, colocou São Paulo a mercê de assessores como Ricardo Sales. O PSDB no estado destruiu a educação. Só um míope para defender essa dobradinha. Pobre Brizola que, se existisse uma outra vida, estaria ouvindo e vendo a destruição de seu partido e seu legado na defesa do indefensável.

Marco Vitis

Vivaldo coloca no título o que lhe falta: bom senso.
Não é Alckmin que precisa de Lula. É Lula que precisa de Alckmin. Quem procurou quem ?
Outra alucinação: Alckmin precisa de Lula para ter viabilidade ao Governo de SP. Sem apoio de Lula, o governador será Haddad.
Lula aponta para um projeto de avanços. É mesmo ? Qual projeto ?
É nisso que dá a Idolatria.

Nelson

Putzgrila!

Só mesmo puxando uma expressão já pouco usada para demonstrar meu espanto com tanto otimismo do senhor Vivaldo Barbosa. Acreditar que Geraldo Alckmin estaria desembarcando do neoliberalismo onde só teria embarcado por uma forte influência de FHC, é demais.

Ou seria apenas esperança do seu Barbosa de que isto esteja mesmo a se materializar. Isto, a esperança, único sentimento que sobra para alguém que já chegou ao desespero. No caso, o desespero de ver no que estão transformando nosso grande Brasil.

Estou mais para a avaliação do Mattos. Porém, não deixarei de votar, como ele diz. Até porque, fazer o quê, se não votar, uma vez que a revolução está muito longe. Apesar de o PSTU sempre afirmar que ela está ali, logo na esquina.

Nem deixarei de militar na política, até porque não sou e nunca fui filiado a qualquer partido. Desde 2003, quando o governo do PT apresentou uma proposta de reforma da Previdência absurda, que dava sequência à destruição que FHC tinha iniciado, e mais adiante, com outras barbeiragens, minha militância não tem se fixado mais em um partido.

Tenho buscado a compreensão de como funcionam as coisas na política e no poder e, a partir daí, levado o debate acerca disso para o maior número de pessoas possível. Sempre tentando elevar também a compreensão geral de como tudo funciona para que as pessoas possam evoluir nas suas escolhas.

abelardo

Lula sempre esteve e manteve a liderança nas pesquisas. O povo brasileiro enxerga Lula como o único candidato que realmente o representa e estará sempre com ele na dor e nas vigílias, como estará sempre nas nas lutas e vitórias populares. Então, se Lula cresce progressivamente desde sempre e está hoje em situação vencer no 1º turno, por qual razão ou justificativa ele correria o risco de desagradar parte de seu eleitorado associando-se com um adversário, mesmo que seja respeitável?
Quem disse que Geraldo Alckmin tem proximidade com as ideias e com a sensibilidade social de Lula? Não tem nada!
Podem se respeitar, ser amigos e etc. Mas, na política serão sempre adversários e esse negócio de Alckmin ser o vice de Lula não fará bem a nenhum dos dois.
Serão cada vez mais respeitosos e inteligentes ficando cada um em seu canto.
Na lista de possibilidade, o próprio PT possui nomes fortes e que são bem avaliados pelos eleitores do partido e pela população, tais como: Celso Amorim, Fernando Haddad, Eduardo Suplicy e outros. Existem nomes no empresariado sim e alguns podem ter o mesmo sucesso que o vice-presidente José de Alencar.

Luiz Mattos

A intensa campanha promovida pela mídia falso progressista em prol da aliança com um proto nazista como Geraldo Alckmin tem como único objetivo desmoralizar o Partido dos Trabalhadores igualando a todos que matam a mãe para vencer eleição.
O verdugo do povo pobre de Pinheirinho que desceu o cacete e destruiu as casas de 6 mil trabalhadores teve pouco mais de 4% na última eleição esse vagabundo foi um dos artífices do golpe que trouxe essas desgraças ao Brasil e em nada agrega pelo contrário desune,emporcalha e suja o PT.
Concretizando-se essa aberração política,essa imoralidade ideológica deixarei de ser PETISTA ,não militarei e nem votarei em ninguém,nem comparecerei,pagarei a irrisória multa com a certeza de ter sido fiel aos meus princípios e a consciência tranquila por não ter colaborado com o funeral do Partido que assinei a ata de sua fundação, muito lutei para ver crescer dedicando meu tempo,minha saúde e meu suado dinheiro.

Deixe seu comentário

Leia também