Câmara tira de Moro instrumento para vazar e chantagear; veja como votaram os deputados

Tempo de leitura: 3 min
Fotos: Luís Macedo/Agência Câmara

Plenário transfere Coaf para o Ministério da Economia

Texto original da Medida Provisória 870/19 previa que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras ficasse sob responsabilidade do Ministério da Justiça e Segurança Pública, de Sérgio Moro

Agência Câmara

O Plenário decidiu há pouco transferir o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Justiça e Segurança Pública – como estava previsto no texto original da Medida Provisória 870/19 – para o Ministério da Economia.

Os deputados rejeitaram, por 228 votos a 210 e 4 abstenções, destaque do Podemos que pretendia retomar a redação original da MP e manter o Coaf sob responsabilidade da pasta comandada por Sérgio Moro.

A transferência do Coaf para o ministério liderado por Paulo Guedes foi incluída pela comissão mista que analisou a MP.

O Plenário já aprovou hoje o projeto de lei de conversão do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) para a MP, que reformula a estrutura de ministérios do governo Bolsonaro.

Está em debate, neste momento, destaque do Novo que pretende retirar do texto a proibição de o auditor fiscal da Receita Federal compartilhar com outros órgãos e autoridades indícios de crimes que não sejam relacionados àqueles contra a ordem tributária ou relacionados ao controle aduaneiro.
















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Comentários

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Zé Maria

https://twitter.com/ricardope/status/1131394143316529152

Estão causando estranheza na Militância de Esquerda as abstenções
dos Deputados Federais do PSoL Sâmia Bonfim, do David Miranda
e Fernanda Melchionna, na votação que tirou o COAF das mãos de Moro.
Não surpreenderam tanto, porém, os 7 Votos ‘Sim’ dos deputados do PDT,
entre eles o de Tulio Gadelha, namoradinho da Donzela Fátima Bernardes,
favoráveis à proposta do Governo.
Todos os Parlamentares do PCdoB votaram NÃO. E dos 54 do PT, apenas o
deputado Vicentinho (SP) votou Sim, porque segundo sua assessoria de imprensa ele se confundiu na hora de confirmar o voto no sistema eletrônico.
Espera-se que na votação da PEC da deforma do Guedes, o deputado petista
não se confunda. Até porque em votações apertadas com quórum qualificado,
como essa de emenda constitucional, um voto pode fazer toda a diferença.

Zé Zuca

O inominável mandante do assassinato de Marielle e a dura missão de Moro
O Ministro da Justiça tem em sua mesa uma missão espinhosa. Caberá a ele o anúncio do responsável pela ordem de executar a vereadora Marielle Franco e que também vitimou o motorista Anderson Gomes. O espetáculo midiático, tão ao gosto do ministro, estaria prometido para breve.
Para chegar aos mandantes, bastaria seguir a regra básica da investigação nesses casos: o famoso “follow the money” (siga o dinheiro). Com o COAF nas mãos, não seria uma tarefa das mais difíceis para o Ministro da Justiça que, aliás, quis ter o órgão sob a sua alçada logo após vazarem os dados comprometedores da família do presidente. Pura coincidência, claro. Alguém duvida? O objetivo de Moro é chegar aos políticos corruptos, doa a quem doer. O resto é intriga da oposição, que insinuou que Moro queria mesmo era amordaçar o COAF para que o órgão não implicasse mais a família do presidente. Coisa de gente maldosa.
Agora Moro perdeu o tal órgão por simples pirraça dos deputados. Tudo porque no passado o então juiz vazou para a imprensa informações colhidas de forma criminosa, grampeando ilegalmente até escritórios de advocacia. Os deputados temeram pelo que ele poderia fazer agora com o poder de ter o COAF nas mãos. De nada adiantou nada alguns falarem que ele tava mais preocupado em ocultar relações da família presidencial como milicianos, porque amizade com bandidos não faz de ninguém um criminoso – exceto na mente doentia da oposição maliciosa, não é mesmo?
É dura a missão do ministro. Porém, se bem sucedida, poderá lhe garantir o “bilhete premiado da loteria” que uns dizem que ele tanto almeja. Afinal, promessa é dívida. Principalmente quando feita pelo presidente que o nomeou.
Mas em boa hora uma colega de Ministério já veio em seu socorro. A ministra Damares quer os dados dos que recebem recursos federais pelo programa de proteção às testemunhas. No caso, muita gente que delatou milicianos. Assim talvez Moro tenha acesso a testemunhos vitais para elucidar o caso. O objetivo dela é ver se os recursos são realmente utilizados como deveriam, claro. Alguém duvida disso? Se esses dados guardados a sete chaves vazarem e ocasionarem alguma “queima de arquivo” pelos milicianos certamente será por uma infeliz coincidência.
Seja como for, há fortes razões para deduzir que dificilmente o nome anunciado será o do verdadeiro mandante. Com tantas dificuldades que nosso Ministro da Justiça encontra pelo caminho, será mesmo difícil.
Quem encomendou o assassinato é um inominável, embora nos bastidores já se saiba quem ele é. Algumas autoridades já deixaram isso bem claro. O ex-Ministro da Justiça e o ex-comandante da intervenção militar no Rio de Janeiro afirmaram que por trás do crime há “políticos poderosos” e “famílias influentes”. O tom pode parecer evasivo, pois a revelação vai até o limite que a prudência recomenda quando milicianos estão envolvidos. Não se deve provocar quem tem acesso facilitado a uma rede sofisticada de assassinos profissionais.
O mandante do crime, o inominável, é obviamente um boçal. Mas um boçal poderoso, que consegue mobilizar agentes públicos para erguerem uma sólida blindagem que visa sabotar as investigações e assim lhe garantir a impunidade.
Seu maior erro foi menosprezar a repercussão e indignação nacional e internacional que o assassinato da Marielle causou. Como boçal que é, não imaginava que o assassinato de uma mulher negra, lésbica e de esquerda poderia causar tanto alvoroço. Um raciocínio que até tem sua lógica, pois a tal “classe média formadora de opinião” é notoriamente racista, misógina e homofóbica. São aqueles que, cinicamente, dizem “- todo dia bandido mata gente inocente, o que o assassinato de Marielle tem demais?”. Como se fosse trivial um crime politico planejado em detalhes, encomendado, caríssimo e com a cobertura de agentes públicos (que desligaram as câmeras da rua no local e hora da execução).
O inominável menosprezou o fato de que, apesar dessa classe média deplorável que temos, há uma expressiva militância enraizada na sociedade brasileira comprometida com a defesa dos direitos humanos, ainda que minoritária. São os tais “ativistas” que o atual presidente gostaria de ver presos, exilados ou mortos. Menosprezar esse fato talvez tenha impedido o mandante de contratar um reles pistoleiro de aluguel, que poderia ser eliminado logo a seguir, nas tradicionais queimas de arquivo que os milicianos são useiros e vezeiros de praticar e que são a garantia de um processo arquivado sem solução.
O inominável boçal errou feio. Queria dar um recado político para os seus adversários políticos. Achou que o fato da maioria compartilhar de seus valores, que as relações promíscuas com agentes corruptos do aparelho policial de estado bastariam para abafar o caso e fazer o crime cair no esquecimento. Por isso contratou os melhores assassinos do mercado, capaz de cometer crimes de altíssima sofisticação, tal como os que acontecem nos filmes policiais de Hollywood (filmes que, aliás, o Ministro da Justiça parece gostar muito).
A prisão dos executores da execução foi um duro golpe, mas ainda no limite da prudência. Nesse dia, conhecidos políticos que são twiteiros compulsivos, que possuem relações quase carnais com reconhecidos milicianos, passaram o dia quase totalmente silenciosos. Curioso, não?
As procuradoras e o delegado que conduziram as investigações abusaram de sofismas, ao considerar hipóteses nada plausíveis para o crime. Um recado subliminar, algo como “- os executores estão aí, fizemos a nossa parte, agora os políticos que resolvam qual será o próximo passo”. Como diz o dito popular, possivelmente endossado pelo “filósofo anal-obcecado” da moda, “que tem c* tem medo”. Até porque o inimigo pode ser o coleguinha policial ao lado.
A investigação chega então a um impasse. Todos sabem que assassinos profissionais top de linha jamais entregam seus mandantes. Eles bem sabem das consequências que isso pode ter para eles e para as suas famílias. Não se brinca com o código de ética desses criminosos, mesmo sendo uma cosanostra tupiniquim. Quando o assunto é barbárie o Brasil está no primeiro mundo.
Tanto que o governador “só na cabecinha” afastou o delegado investigado imediatamente. Seja para preservá-lo ou para atender a “recomendações de terceiros”, o fato contribui para quebrar a continuidade das investigações.
Os executores foram transferidos para presídios de segurança máxima. A eliminação deles a essa altura poderia ter efeitos contrários ao que o mandante inominável deseja: abafar o caso.
O tempo corre contra o Ministro da Justiça. Talvez a dificuldade nesse momento seja encontrar um laranja que assuma o crime e que soe factível. Não pode ser um zé-ninguém. Alguma figura poderosa do mundo miliciano terá que pagar o pato. Resta convencê-lo disso.
É dura a missão de um Ministro da Justiça no Brasil.

Michelle Leobino

Acho que o título está errado. O partido do governo, a base aliado do governo, a direita e a extrema direita em peso votaram para que o COAF saísse do MJ. Será mesmo que o Moro perdeu? Ele se livrou de um problema moral, por causa do B1.

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