Sikêra admite que recebe para fazer propaganda dos Bolsonaro na TV: “Vendo até limusine funerária”

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Da Redação

O apresentador Sikêra, que atingiu sucesso relativo com um programa sensacionalista na TV e admite ser preconceituoso contra gays, disse que “não trabalha de graça” quando questionado pela Folha de S. Paulo sobre cachês somando R$ 120 mil que recebeu em dinheiro público do governo federal.

Sikêra já teve como convidados em seu programa o vereador Carlos Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o próprio presidente da República.

Em troca, ganhou dinheiro em campanhas do governo federal, de acordo com documento recebido pela CPI da Pandemia e divulgado pela Folha de S. Paulo.

Sikêra recebeu, por exemplo, R$ 24 mil para promover o Cuidado Precoce para a Covid-19, através da Secretaria Especial de Comunicação Social.

Brincando com a morte alheia

Trata-se do tratamento ineficaz que rendeu milhões de reais em venda de fármacos e consultas para médicos que aderiram à farsa bolsonarista.

O chamado “tratamento precoce” deu à população uma falsa sensação de segurança, facilitando ao governo promover a “imunidade de rebanho”.

É crença do presidente da República, reafirmada recentemente, que apenas os idosos e portadores de comobidades devem permanecer em casa, apesar da covid já ter matado milhares de pessoas relativamente jovens, adolescentes e crianças no Brasil.

Ao todo, morreram 493.693 brasileiros.

Teve gente que lucrou com esta estratégia mórbida, a partir de drogas ineficazes.

A farmacêutica EMS, que foi alvo de lobby de Bolsonaro junto a autoridades indianas para facilitar a exportação de insumos, apresentou lucro de R$ 142 milhões em 2020, oito vezes mais que no ano anterior.

A EMS faturou R$ 20,9 milhões com a hidroxicloroquina, R$ 7,1 milhões com a ivermectina e R$ 46,2 milhões com a azitromicina.

Bolsonaristas, através das redes sociais, promoveram o uso associado destes e de outros medicamentos para enganar os brasileiros.

“Recebi, do Ministério da Saúde, eu não trabalho de graça. Eu vivo de quê? De propaganda, né? Eu vendo aqui caixão, terreno, carro, redução de parcela de carro, sorvete, dentista, eu vendo dentista, remédio, vitamina. Eu vendo tudinho… eu vendo faculdade, eu vendo limousine funerária, cinta para perder quilo, pneu, manteiga, suplemento para emagrecer, para engordar. Eu vendo tudo, eu sou um profissional”, afirmou Sikêra em seu programa, depois de receber o questionamento da Folha de S. Paulo.

Baseado em Belém, Sikêra ancora um programa em rede nacional na CNT.


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Zé Maria

Mais um nome para depor no Senado, na CPI do Genocídio.

Zé Maria

O empresário Nelson Tanure, dono da Companhia Brasileira de Multimídia (CBM), formalizou em 08/8/2006 o arrendamento por cinco anos (e não dez, como parte da mídia informou) da rede de TV CNT [Central Nacional de Televisão], até então controlada por Flávio Martinez.

A CNT tem sua origem em 1975, com a compra, pelo empresário e deputado José Carlos Martinez, da TV Paraná, de Curitiba, que pertencia aos Diários Associados.

Martinez, que se elegeu pelo PRN de Fernando Collor e depois foi presidente do PTB, aparece como beneficiário de pelo menos 1 milhão de reais do valerioduto.
Sua rede de televisão, que na época se chamava OM (de Organizações Martinez), foi construída com a compra, logo em seguida, da TV Londrina, também no Paraná, e, em 1992, da TV Corcovado, no Rio – que Silvio Santos foi obrigado a vender por já possuir outra emissora na mesma cidade. Essa transação, segundo denúncias da época, foi feita com dinheiro emprestado por PC Farias.

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/interesse-publico/o-que-uma-tem-a-ver-com-a-outra/

Zé Maria

Central Nacional de Televisão (CNT) = Organizações Martinez (OM)
http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-tematico/rede-om-cnt-de-televisao

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