Randolfe: Cabral e Perillo se juntaram para derrotar CPI

Tempo de leitura: 3 min

Uma pizza geral, diz relator da CPMI do Cachoeira sobre conclusão dos trabalhos

18/12/2012 – 16h18

por Karine Melo


Repórter da Agência Brasil

Brasília – Uma grande pizza. Foi assim que vários parlamentares definiram nesta terça-feira (18) o fim da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigou as relações do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com políticos e empresários. “As conclusões são um nada, um vazio, uma pizza geral, lamentável. Apesar de todo o esforço, nós fomos derrotados pela blindagem em favor de Marconi Perillo [governador de Goiás], e a empresa Delta”, disse o relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG).

O relatório de Cunha foi rejeitado por 18 votos a 16 e fez com que a CPMI encerasse os trabalhos sem um documento final. Além de votos contrários do PSDB e de partidos menores, o documento foi rejeitado alguns por parlamentes do PMDB, partido da base do governo. O documento derrotado envolvia 41 pessoas. Todas suspeitas de ligação direta com o esquema ilegal de Carlinhos Cachoeira, acusado de comandar quadrilha de exploração de jogos ilegais, em parceria com servidores públicos. O diretor da empreiteira Delta, Fernando Cavendish, e o governador Marconi Perillo estavam na lista.

“Ao que vocês assistiram aqui é pior do que pizza. Os governadores Sérgio Cabral (RJ) e Marconi Perillo (GO), além da empreiteira Delta se uniram para derrotar o relatório e impedir que a investigação seguisse em frente. O dia de hoje ficará como o dia da infâmia. Um dia em que o Congresso Nacional brasileiro protagonizou uma das maiores vergonhas da sua história”, disse o senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP).

O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno, também criticou o resultado final da CPMI. “O parlamento não cumpre com seu papel de investigar, apurar e encaminhar a quem deve tomar providências. De mais de cinco mil páginas, nós tivemos uma página de meia no voto separado do deputado Luiz Pittman (PMDB-DF), o que é lamentável sob todos os aspectos. Como estamos em véspera de Natal é uma presepada o que foi aprovado hoje pela Comissão Parlamentar de Inquérito”, criticou Rubens Bueno.

“A única vitória daqueles que querem a investigação de um esquema de corrupção, que perpassa o governo federal e vários governos estaduais, foi compartilhamento [de informações] com o Ministério Público Federal”, avaliou do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Ele acredita que, apesar do resultado final da comissão, o compartilhamento dos sigilos recebidos pela CPMI fará com que as investigações sigam em frente.  O ponto citado pelo deputado foi o único de consenso hoje na CPMI.

Os parlamentares aprovaram requerimento do deputado Odair Cunha para que os sigilos levantados pela CPMI – fiscais, bancários e telefônicos, sejam levados à Procuradoria-Geral da República e ao Ministério Público Federal de Goiás. O compartilhamento está previsto também no voto separado do deputado Luiz Pittman. Com uma página e meia, o documento aprovado na comissão inclui a Polícia Federal, e é considerado o resultado final da CPMI.

“As investigações continuarão e serão aprofundadas. E, aí sim, em ambiente sem as influências, que nós aqui tivemos, e isentas por completo, as investigações poderão aprofundar e trazer aos brasileiros os verdadeiros fatos, da mesma forma que Supremo Tribunal Federal trouxe os últimos fatos do mensalão”, afirmou Pittman.

Edição Beto Coura

Leia também:

Desespero de um lado, comodismo do outro

Marco Maia: Respeitar o Legislativo é defender a democracia

Marco Maia: Câmara pode não cumprir decisão do STF

Lúcio Flávio Pinto: Ocupação da Amazônia ainda segue diretriz da ditadura

Lucro privado, prejuízo público: Um exemplo do capitalismo à brasileira

Cláudio Puty: Celpa, um caso clássico de Privataria Tucana

Exportação em Carajás é crime lesa Pátria

Ildo Sauer: O ato mais entreguista da história

Celio Bermann: Belo Monte serve a Sarney e às mineradoras

Wanderlei Pignati: O que tem na água que você bebe


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

UM BANHO DE CACHOEIRA, OU CACHOEIRA DEU UM ‘BANHO’?

[…] Randolfe: Cabral e Perillo se juntaram para derrotar CPI […]

Hélio Pereira

Cabe uma correção: o Deputado Federal Randolfe Rodrigues é do PSOL do Amapá e não do PMDB como consta nesta matéria!

    Conceição Lemes

    Hélio, a matéria não é nossa. De qualquer forma,vou corrigir. Obrigada. abs

    Graça

    Só mais uma pequena correçâo: é senador.

Bob Fernandes: Dominado, quase tudo dominado « Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Randolfe: Cabral e Perillo se juntaram para derrotar CPI […]

Como foram os votos na CPI do Cachoeira « Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Randolfe: Cabral e Perillo se juntaram para derrotar CPI […]

Dialética

Não vai dar na mídia. Em Americana também Há corrupção no PSDB mas não há publicidade.

Willian

Ao colocar no relatório o indiciamento dos jornalistas e do PGR, o PT também colaborou para a pizza. Não duvido que tenha sido de caso pensado.

ZePovinho

AS PROFUNDAS LIGAÇÕES ENTRE IMPRENSA,PSDB/DEM/PPS E PARTE DO JUDICIÁRIO SUPERIOR E SUPREMO DO BRASIL:SÓ TEM LADRÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

http://www.novojornal.com/politica/noticia/lista-de-furnas-abasteceu-aecioduto-em-36-milhoes-18-12-2012.html

“Lista de Furnas” abasteceu “Aécioduto” em R$ 36 milhões
Relatório de Danilo de Castro a Dimas mostra como foi distribuído em Minas Gerais os recursos arrecadados pelo esquema denunciado pelo MPF/RJ

Aos poucos vem à tona o porquê que o PSDB mineiro montou um gigantesco esquema midiático, policial, jurídico e judicial para desacreditar e desmoralizar o denunciante da “Lista de Furna”. Desta “tarefa”, participaram os maiores veículos de comunicação do Estado e do País, diversos Desembargadores, Juízes e promotores que atuam no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, além de peritos delegado e advogados que militam em Minas Gerais.

O esquema foi desmontado e denunciado pelo advogado Dino Miraglia Filho perante o Supremo Tribunal Federal (STF). Dino encontra-se ameaçado de morte, o que o fez solicitar ajuda na OAB/BR, OAB/MG, e vários órgãos de direitos humanos, inclusive OEA. Por este motivo a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em sessão pública, transmitida ao vivo para todo o Estado, foi determinado o afastamento do Delegado Márcio Nabak da presidência dos processos de Nilton Monteiro.

Novojornal já havia noticiado que o procedimento investigatório já tramita perante o STF para apurar a atuação deste grupo criminoso denominado “Gangue dos Castros”.

Com a conclusão das investigações pelo MPE e Polícia Federal e indiciamento de Eduardo Azeredo, Maurício Brandão Ellis, Clésio Andrade, Walfrido, Andrea Cassia Guerra, José Inácio, Ricardo Drummond da Rocha e Joaquim Engler Filho, perante o STF, INQ 3530, pelo incêndio criminoso que provocou a explosão de carros e tentativa de homicídio em face de 9 pessoas, sendo que uma delas ficou 40 dias no CTI, começou a ser desmontada a farsa da qual Nilton Antonio Monteiro é vítima desde 2005.

Habilitado como assistente da Procuradoria Geral da República (PGR) no referido inquérito representando a vítima, ele juntou 87 documentos, segundo Dino “os mais graves já juntados na história do Brasil republicano”. Também requereu a distribuição do processo da “Lista de Furnas” por dependência e o processo do ex-deputado Marcelo Caetano, também por dependência, pois se tratam de crimes conexos e com a mesma motivação e envolvimento dos mesmos autores do incêndio criminoso. O advogado ainda requereu o indiciamento de mais 6 pessoas.

Na última sexta feira (14/12), Novojornal teve acesso aos diversos documentos juntados, dentre eles destaca-se uma prestação de contas enviada por Danilo de Castro – em papel timbrado do Governo de Minas Gerais – ao operador do esquema de Furnas, Dimas Fabiano, relatando como foi aplicado o dinheiro recebido na campanha do então candidato Aécio Neves ao governo do Estado de Minas Gerais em 2002.

Fontes da Procuradoria da República informam que o procurador geral, extra oficialmente, já teria relatado ao ministro Joaquim Barbosa a existência de documentos que comprovam o envolvimento do Senador Aécio Neves ( PSDB-MG) no esquema e este seria o principal motivo a levar o ministro Joaquim Barbosa à avocar o processo que tramita na justiça federal carioca. O senador Aécio Neves, consultado através de sua assessoria, não quis comentar o fato.

Documentos que fundamentam esta matéria

Documento encaminhado por Danilo de Castro a Dimas Fabiano relatando como foi aplicado, em 2002, na campanha do então candidato ao Governo de Minas Gerais Aécio Neves, o dinheiro arrecadado pelo esquema criminoso denominado; “ Lista de Furnas”, acompanhado da perícia que constatou a autenticidade do mesmo: http://anexo.novojornal.com/91636_1.pdf

E-mail encaminhado ao Senador Aécio Neves indagando se ele queria falar sobre o relatório de Danilo de Castro: http://anexo.novojornal.com/91636_2.pdf

http://aecionevesnao.blogspot.com.br/2010/11/aecio-neves-paga-divida-do-pig-rede.html?spref=tw

Aécio Neves paga a dívida do REDE Globo
Governador de Minas Gerais, Aécio Neves, paga US$ 269 milhões de dívidas da Rede Globo de Televisão na compra da Light
Conforme noticiado pelo Novo Jornal, o governador Aécio Neves na montagem de um esquema capaz de alavancar sua candidatura à Presidência da República vem utilizando, sem qualquer fiscalização, o patrimônio público de Minas Gerais. Isto porque tem contado com a omissão de parte da Assembléia Legislativa e da alta direção do Ministério Público mineiro.

Após utilizar-se das ações da Copasa, conforme matéria publicada pelo Novo Jornal em 19 de dezembro de 2006, intitulada “Aécio vende Copasa e investe no Rio”, transferindo para a empresa Capital Group International Inc., pertencente ao mesmo grupo econômico da Editora Abril e Folha de S. Paulo R$ 800 milhões em ações da Copasa agora através da Cemig monta a empresa RME – Rio Minas Energia Participações S/A, sem qualquer autorização legislativa para compra da concessionária de energia carioca Light, transferindo para os fundos credores da Rede Globo, GMAM Investment Founds Trust I, Foundations For Research, WRH Global Securities Pooled Trust, um crédito em ações de US$ 269 milhões, através do pagamento feito a maior que a quantidade de ações adquiridas na Bovespa pela RME – Rio Minas Energia Participações S/A, na operação de compra.

Este detalhe só é percebido se verificado o constante na folha 4 – II do parecer nº 06326/2006/RJ da Secretaria de Acompanhamento Econômico, do Ministério da Fazenda, que analisou e aprovou a transação. Lá consta que a RME-Rio Minas Energia Participações S/A adquiriu 75,40% da Light, embora tenha comprado e pago 79,57%, inclusive é esta a quantidade de ações constantes nas atas da Cemig que autorizaram a compra assim como é informado no próprio site da Light.

Esta diferença aparece apenas como uma operação (escrituração no pregão da bolsa) e só foi possível devido a diferença entre avaliação patrimonial da empresa (valor real com deságio) e o valor pago……………………………………………………………………………………………..

Luís

Ih, Azenha dando espaço para psolento? Os governistas vão dar duplos twists carpados.

Julio Silveira

Não podemos incorrer no erro de incriminá-los isoladamente, se conseguiram foi por que encontraram eco, inclusive no governo.
Ná verdade parece haver um grande conluio para que as coisas no Brasil continuem “sob controle”, controle dos de sempre, os camuflados e os expostos. Enquanto isso vão legando aos cidadãos uma cultura porca e uma cidadania envergonhada.

Reinaldo José Mercador Dantas

Mais uma vez as trevas venceram a luz.

Porco Rosso

LOL Randolfe Rodrigues no PMDB…

    Luiz Carlos Azenha

    Eh eh, mantivemos o original da AB. abs

valderli f

R Rodrigues é senador pelo PSOL/AP, e não pelo PMDB.

Anibal Paz

Aprofundar, com o prevaricador bem oitavado no MP, é a mesma coisa que dizer, que eu vou ganhar a mega da virada. Mas por favor, tenham respeito, pelo menos por suas famílias.

LEANDRO

Ainda criticam o judiciário e exaltam o legislativo.

Deixe seu comentário

Leia também