Pimenta: Notas de repúdio não bastam para deter avanço do fascismo do capitão que quer ser Mussolini dos trópicos

Tempo de leitura: 3 min
O inominável brasileiro copiando os gestos de Benito Mussolini, o ditador fascista italiano, sumariamente executado em 28 de abril de 1945, nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial. Fotos: Redes sociais e reprodução

Bolsonaro, uma ameaça à democracia e às eleições de 2022

Por Paulo Pimenta*

Os ministros do Supremo Tribunal Federal pensam em defender a democracia brasileira contra o fascismo com notas de repúdio e admoestações?

A mídia corporativa, agora mobilizada pelos ataques do governo neofascista aos seus interesses, espera que o governo caia sob o peso dos seus editoriais cada vez mais contundentes?

Nesse cenário cabe um papel central aos movimentos sociais e às frentes de luta pelo impeachment de Bolsonaro que retornaram com força às ruas nos atos dos últimos meses.

Os protestos denunciaram, entre outras coisas, a fila dos ossos dos matadouros de Cuiabá, o gás acima de 100 reais, os preços dos combustíveis alcançando níveis insuportáveis, a crise econômica, o desemprego, o retorno da fome, a falta de vacina contra a Covid-19, o enfraquecimento, pelo governo, do SUS e da saúde pública.

É a hora de aumentar a mobilização e a pressão às instituições.

Direitos dos trabalhadores

É necessário ajustar o foco para os suportes de sustentação do desgoverno, constituído pelo Centrão, com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o novo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI),Ciro Nogueira; o Ministério Público, com o procurador-geral Augusto Aras; e dos generais-ministro Braga Netto (Defesa) e Luiz Eduardo Ramos (Sevcretaria-geral da Presidência).

Jair Bolsonaro já não governa o Brasil há tempos. A rigor nunca desejou, nem se preparou para tal.

Está solto pelas ruas do País mobilizando seguidores fanatizados para tentar reeleger-se e assim escapar da cadeia, enquanto o ARENÃO toca o terror contra os direitos dos trabalhadores, como agora com a reforma administrativa.

O fim do recesso do Judiciário e do Congresso Nacional soou como um alarme para o atual ocupante do Palácio do Planalto.

O presidente da República elevou o tom contra as eleições de 2022 e contra quem ousa se pronunciar em sua defesa. Uma ação que visa sem dúvida, coesionar sua base social e mantê-la mobilizada.

Não é novo o fato de as instituições democráticas tratarem com leniência os ataques do capitão-presidente contra a Constituição.

Basta lembrar a série de tropelias que vem perpetrando ao longo de sua carreira, desde que foi reformado por um acordo para alcançar a patente de capitão e ser afastado das fileiras do Exército, em 19 de abril de 1988, por denúncia de que iria explodir quartéis.

Capitão fascista

Não está no horizonte de um perfil como o do capitão reformado a realização de eleições democráticas, em um cenário de queda brusca de sua aprovação popular.

Para um candidato que pressente o esvaziamento do seu apelo às bases sociais de sustentação, que não encontra uma sigla partidária confiável para abrigar suas pretensões à reeleição em 2022, elevar o tom por este caminho – pôr em dúvida um dos sistemas eleitorais reconhecido como dos mais seguros e eficientes do mundo – e propor uma espécie de retorno aos currais eleitorais da 1º República, é evidente pretexto para tumultuar o processo.

Tudo bem ao gosto do comportamento histórico dos fascistas como forma de abrir espaço para radicalizar a aventura em que se meteram.

Com as instituições omissas ou cúmplices, Bolsonaro deseja se apresentar ao mundo, desde os trópicos, como o Trump que deu certo.

Leniência do Judiciário

Não é crível, portanto, que depois de dois anos e meio de violações, bravatas, arreganhos autoritários, ameaças veladas ou explícitas, emitidos de forma sistemática, os titulares das instituições encarregadas de defender a Constituição mantenham ilusões sobre os propósitos de Jair Bolsonaro.

Trata-se, portanto, de outra coisa. Trata-se de leniência, quando não de cumplicidade.

O Tribunal Superior Eleitoral tomou, na noite de 2 de agosto, duas decisões que marcam uma reação às constantes violações da lei perpetradas pelo atual ocupante do Palácio do Planalto.

Uma é a abertura de um inquérito administrativo, para investigar os ataques e ameaças do presidente às eleições de 2022.

A outra medida é o envio de notícia-crime Supremo Tribunal Federal para incluir Bolsonaro no inquérito das fake news.

O TSE também prestou um relevante serviço à sociedade ao distribuir nota com informações qualificadas sobre o processo eleitoral para fazer frente à montanha de mentiras disseminadas pelos bolsonaristas:

“As urnas eletrônicas são auditáveis em todas as etapas do processo, antes, durante e depois das eleições. Todos os passos, da elaboração do programa à divulgação dos resultados, podem ser acompanhados pelos partidos políticos, Procuradoria- Geral da República, Ordem dos Advogados do Brasil, Polícia Federal, universidades e outros que são especialmente convidados. É importante observar ainda que as urnas eletrônicas não entram em rede, e não são passíveis de acesso remoto, por não serem conectadas à internet”.

Portanto, fica claro que é preciso ações concretas contra o capitão que ser uma espécie de Mussolini dos trópicos.

Notas de repúdio não bastam para deter o avanço do arbítrio. Bolsonaro não deseja eleições – condição para a existência da democracia – porque sabe que pode ser derrotado pelo povo brasileiro!

*Paulo Pimenta é deputado federal (PT-RS) é presidente do partido no Rio Grande do Sul.


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Comentários

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Alex Muller

Se o Supremo não der um rugido de leão corre o risco de ter que fazer ordem unida dada pelo cabo e o soldado.
Ou o Supremo mostra quem manda ou vai virar um puxadinho do governo de 22 – 26.
Os generais testam o Supremo, pois na eleição a palavra final é do TSE e do Supremo se precisar.
Os milicos com esses ataques ao STF verificam se os juízes do STF vão reagir num possível golpe (após a derrota em 22) ou não.
Mais ou menos os generais querem transformar um Pitbull em gatinho. Tão vendo se o STF é Pitbull ou gatinho. Mais ou menos o mesmo que o Moro fez. Se for gatinho montam em cima do Supremo e domam a “fera”.
Nada é por acaso. Tudo tem uma razão e um propósito. Tão testando o STF.
Bozo pode ser pouco hábil em 99% das coisas, mas de política ele entende.
Diria que é o modus operandi do Villas Ruins em 2018 que o Bozo usa atualmente.

Hilder Rosa

Qto será que custa 1 litro de gasolina e diesel nos EUA ?
E qto será que custa um botijão de gás GLP nos EUA ? Caso usem.
Estaria nosso petróleo subsidiando americanos do norte ?
O partido Democrata não está nem aí para o Brasil. A Cia veio aqui bancar o presidente louco no poder em troca do nosso petróleo.
É os yanques que bancaram o golpe e puseram Temer e Bozo no comando do país.
Ou o STF se impõe ou será tratorado pelos bolsonaristas. “Esticam a corda” para saber se o Supremo re-age.
Foi um erro imenso tirar a Dilma. Não melhorou nada e o país ficou mais caro com um pibinho.
Pibinho ano a ano depois do golpe.
Crescemos sobre MENOS 2 ou 3 ou mais.
Foi um grande erro tirar a Dilma.
Caso o Brasil barre o 5G chinês vão piorar as coisas pq a China vai investir cada vez menos no Brasil.
Essa política de ser capacho de Washington fará muitos abandonarem o Brasil assim como os venezuelanos abandonam a Venezuela. Mas lá tem bloqueio americano e aqui não.
O Brasil passou a ser um cercadinho de Washington.
Nossos atores desde 2014 são americanos disfarçados de brasileiros.

Marcio

Poxa, nem aquelas notas de repúdio mais duras, impressas em papel cartão?

Zé Maria

Não só à Democracia Brasileira,
o Genocida Bolsonaro é uma Ameaça
à Humanidade Inteira.

Zé Maria

Quem sustenta politicamente Jair Bolsonaro,
é o Guedes e os Militares Fascistas vinculados
ao Neoliberalismo Norte-Americano.

Também os Movimentos NeoFascistas Liberais,
junto com a Mídia Venal, financiados pelos
Agentes do Mercado, que buscam desesperadamente
um Candidato Presidencial que vença Lula.

A tal ‘Terceira Via de Centro’ é um Boneco do
Mercado Financeiro, sustentáculo das Notícias
Falsas (Fake News), que apoia até o NeoNazismo,
quando lhe convém.

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