Pepe Escobar: O Brasil no epicentro da guerra híbrida

Tempo de leitura: 7 min

Captura de Tela 2016-07-10 às 20.19.00

O Brasil no epicentro da Guerra Híbrida

por PEPE ESCOBAR*, no Outras Palavras

Que são, nos manuais norte-americanos, as ações não-convencionais contra “forças hostis” a Washington. A centralidade do Pré-Sal no impeachment. Como os super-ricos cooptam a velha classe média

Tradução: Vinícius Gomes Melo e Inês Castilho

Revoluções coloridas nunca são demais. Os Estados Unidos, ou o Excepcionalistão, estão sempre atrás de atualizações de suas estratégias para perpetuar a hegemonia do seu Império do Caos.

A matriz ideológica e o modus operandi das revoluções coloridas já são, a essa altura, de domínio público. Nem tanto, ainda, o conceito de Guerra Não-Convencional (UW, na sigla em inglês).

Esse conceito surgiu em 2010, derivado do Manual para Guerras Não-Convencionais das Forças Especiais. Eis a citação-chave: “O objetivo dos esforços dos EUA nesse tipo de guerra é explorar as vulnerabilidades políticas, militares, econômicas e psicológicas de potências hostis, desenvolvendo e apoiando forças de resistência para atingir os objetivos estratégicos dos Estados Unidos. […] Num futuro previsível, as forças dos EUA se engajarão predominantemente em operações de guerras irregulares (IW, na sigla em inglês)”.

“Potências hostis” são entendidas aqui não apenas no sentido militar; qualquer país que ouse desafiar um fundamento da “ordem” mundial centrada em Washington pode ser rotulado como “hostil” – do Sudão à Argentina.

As ligações perigosas entre as revoluções coloridas e o conceito de Guerra Não-Convencional já desabrocharam, transformando-se em Guerra Híbrida; caso perverso de Flores do Mal. Revolução colorida nada mais é que o primeiro estágio daquilo que se tornará a Guerra Híbrida. E Guerra Híbrida pode ser interpretada essencialmente como a Teoria do Caos armada – um conceito absoluto queridinho dos militares norte-americanos (“a política é a continuidade da guerra por meios linguísticos”). Meu livro Império do Caos, de 2014, trata essencialmente de rastrear uma miríade de suas ramificações.

Essa bem fundamentada tese em três partes esclarece o objetivo central por trás de uma Guerra Híbrida em larga escala: “destruir projetos conectados transnacionais multipolares por meio de conflitos provocados externamente (étnicos, religiosos, políticos etc.) dentro de um país alvo”.

Os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) – uma sigla/conceito amaldiçoada no eixo Casa Branca-Wall Street – só tinham de ser os primeiros alvos da Guerra Híbrida. Por uma miríade de razões, entre elas: o plano de realizar comércio e negócios em suas próprias moedas, evitando o dólar norte-americano; a criação do banco de desenvolvimento dos BRICS; a declarada intenção de aumentar a integração na Eurásia, simbolizada pela hoje convergente “Rota da Seda”, liderada pela China – Um Cinturão, Uma Estrada (OBOR, na sigla em inglês), na terminologia oficial – e pela União Econômica da Eurásia, liderada pela Rússia (EEU, na sigla em inglês).

Isso implica em que, mais cedo do que tarde, a Guerra Híbrida atingirá a Ásia Central; o Quirguistão é o candidato ideal a primeiro laboratório para as experiências tipo revolução colorida dos Estados Unidos, ou o Excepcionalistão.

No estágio atual, a Guerra Híbrida está muito ativa nas fronteiras ocidentais da Rússia (Ucrânia), mas ainda embrionária em Xinjiang, oeste longínquo da China, que Pequim microgerencia como um falcão.

A Guerra Híbrida também já está sendo aplicada para evitar o estratagema da construção de um oleoduto crucial, a construção do Ramo da Turquia. E será também totalmente aplicada para interromper a Rota da Seda nos Bálcãs – vital para a integração comercial da China com a Europa Oriental.

Uma vez que os BRICS são a única e verdadeira força em contraposição ao Excepcionalistão, foi necessário desenvolver uma estratégia para cada um de seus principais personagens.

O jogo foi pesado contra a Rússia – de sanções à completa demonização, passando por um ataque frontal a sua moeda, uma guerra de preços do petróleo e até mesmo uma (patética) tentativa de iniciar uma revolução colorida nas ruas de Moscou.

Para um membro mais fraco dos BRICS foi preciso utilizar uma estratégia mais sutil, o que nos leva à complexidade da Guerra Híbrida aplicada à atual, maciça desestabilização política e econômica do Brasil.

No manual da Guerra Híbrida, a percepção da influência de uma vasta “classe média não-engajada” é essencial para chegar ao sucesso, de forma que esses não-engajados tornem-se, mais cedo ou mais tarde, contrários a seus líderes políticos.

O processo inclui tudo, de “apoio à insurgência” (como na Síria) a “ampliação do descontentamento por meio de propaganda e esforços políticos e psicológicos para desacreditar o governo” (como no Brasil). E conforme cresce a insurreição, cresce também a “intensificação da propaganda; e a preparação psicológica da população para a rebelião.” Esse, em resumo, tem sido o caso brasileiro.

Precisamos do nosso próprio Saddam

Um dos maiores objetivos estratégicos do Excepcionalistão é em geral um mix de revolução colorida e Guerra Híbrida. Mas a sociedade brasileira e sua vibrante democracia eram muito sofisticadas para métodos tipo hard, tais como sanções ou a “responsabilidade de proteger” (R2P, na sigla em inglês).

Não por acaso, São Paulo tornou-seo epicentro da Guerra Híbrida contra o Brasil. Capital do estado mais rico do Brasil e também capital econômico-financeira da América Latina, São Paulo é o nódulo central de uma estrutura de poder interconectada nacional e internacionalmente.

O sistema financeiro global centrado em Wall Street – que domina virtualmente o Ocidente inteiro – não podia simplesmente aceitar a soberania nacional, em sua completa expressão, de um ator regional da importância do Brasil.

A “Primavera Brasileira” foi virtualmente invisível, no início, um fenômeno exclusivo das mídias sociais – tal qual a Síria, no começo de 2011.

Foi quando, em junho de 2013, Edward Snowden revelou as famosas práticas de espionagem da NSA. No Brasil, a questão era espionar a Petrobras. E então, num passe de mágica, um juiz regional de primeira instância, Sérgio Moro, com base numa única fonte – um doleiro, operador de câmbio no mercado negro – teve acesso a um grande volume de documentos sobre a Petrobras.

Até o momento, a investigação de dois anos da Lava Jato não revelou como eles conseguiram saber tanto sobre o que chamaram de “célula criminosa” que agia dentro da Petrobras.

O importante é que o modus operandi da revolução colorida – a luta contra a corrupção e “em defesa da democracia” – já estava sendo colocada em prática. Aquele era o primeiro passo da Guerra Híbrida.

Como cunhado pelos Excepcionalistas, há “bons” e “maus” terroristas causando estragos em toda a “Siraq”; no Brasil há uma explosão das figuras do corrupto “bom” e do corrupto “ruim”.

O Wikileaks revelou também como os Excepcionalistas duvidaram da capacidade do Brasil de projetar um submarino nuclear – uma questão de segurança nacional. Como a construtora Odebrecht tornava-se global. Como a Petrobras desenvolveu, por conta própria, a tecnologia para explorar depósitos do pré sal – a maior descoberta de petróleo deste jovem século 21, da qual as Grandes Petrolíferas dos EUA foram excluidas por ninguém menos que Lula.

Então, como resultado das revelações de Snowden, a administração Rousseff exigiu que todas as agências do governo usassem empresas estatais em seus serviços de tecnologia. Isso poderia significar que as companhias norte-americanas perderiam até US$ 35 bilhões de receita em dois anos, ao ser excluídos de negociar na 7ª maior economia do mundo – como descobriu o grupo de pesquisa Fundação para a Informação, Tecnologia & Inovação (Information Technology & Innovation Foundation).

O futuro acontece agora

A marcha em direção à Guerra Híbrida no Brasil teve pouco a ver com as tendências políticas de direita ou esquerda. Foi basicamente sobre a mobilização de algumas famílias ultra ricas que governam de fato o país; da compra de grandes parcelas do Congresso; do controle dos meios de comunicação; do comportamento de donos de escravos do século 19 (a escravidão ainda permeia todas as relações sociais no Brasil); e de legitimar tudo isso por meio de uma robusta, embora espúria tradição intelectual.

Eles dariam o sinal para a mobilização da classe média. O sociólogo Jesse de Souza identificou uma freudiana “gratificação substitutiva”, fenômeno pelo qual a classe média brasileira – grande parte da qual clama agora pela mudança do regime – imita os poucos ultra ricos, embora seja impiedosamente explorada por eles, através de um monte de impostos e altíssimas taxas de juros.

Os 0,0001% ultra ricos e as classes médias precisavam de um Outro para demonizar – no estilo Excepcionalista. E nada poderia ser mais perfeito para o velho complexo da elite judicial-policial-midiática do que a figura de um Saddam Hussein tropical: o ex-presidente Lula.

“Movimentos” de ultra direita financiados pelos nefastos Irmãos Kock pipocaram repentinamente nas redes sociais e nos protestos de rua. O procurador geral de justiça do Brasil visitou o Império do Caos chefiando uma equipe da Lava Jato para distribuir informações sobre a Petrobras que poderiam sustentar acusações do Ministério da Justiça.

A Lava Jato e o – imensamente corrupto – Congresso brasileiro, que irá agora deliberar sobre o possível impeachment da presidente Rousseff, revelaram-se uma coisa só.

Àquela altura, os roteiristas estavar seguros de que a infra-estrutura social para a mudança de regime já havia produzido uma massa crítica anti-governo, permitindo assim o pleno florescimento da revolução colorida. O caminho para um golpe soft estava pavimentado – sem ter sequer de recorrer ao mortal terrorismo urbano (como na Ucrânia).

O problema era que, se o golpe soft falhasse – como parece ser pelo menos possível, agora – seria muito difícil desencadear um golpe duro, estilo Pinochet, através da UW, contra a administração sitiada de Rousseff; ou seja, executando finalmente a Guerra Híbrida Total.

No nível socioeconômico, a Lava Jato seria um “sucesso” total somente se fosse espelhada por um abrandamento das leis brasileiras que regulam a exploração do petróleo, abrindo-a para as Grandes Petrolíferas dos EUA. Paralelamente, todos os investimentos em programas sociais teriam de ser esmagados.

Ao contrário, o que está acontecendo agora é a mobilização progressiva da sociedade civil brasileira contra o cenário de golpe branco/golpe soft/mudança de regime. Atores cruciais da sociedade brasileira estão se posicionando firmemente contra o impeachment da presidente Rousseff, da igreja católica aos evangélicos; professores universitários do primeiro escalão; ao menos 15 governadores estaduais; massas de trabalhadores sindicalizados e trabalhadores da “economia informal”; artistas; intelectuais de destaque; juristas; a grande maioria dos advogados; e por último, mas não menos importante, o “Brasil profundo” que elegeu Rousseff legalmente, com 54,5 milhões de votos.

A disputa não chegará ao fim até que se ouça o canto de algum homem gordo do Supremo Tribunal Federal. Certo é que os acadêmicos brasileiros independentes já estão lançando as bases para pesquisar a Lava Jato não como uma operação anti-corrupção simples e maciça; mas como estudo de caso final da estratégia geopolítica dos Exceptionalistas, aplicada a um ambiente globalizado sofisticado, dominado por tecnologia da informação e redes sociais. Todo o mundo em desenvolvimento deveria ficar inteiramente alerta – e aprender as relevantes lições, já que o Brasil está fadado a ser visto como último caso da Soft Guerra Híbrida.

Leia também:

Dupla Temer-Serra arrisca o que restou da soberania brasileira


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

Cidadão

ESSE GOLPE TRAPALHÃO NÃO VAI DURAR, O POVÃO TA COMECANDO A ENTENDER…
SEM FALAR QUE ESTÁ CRESCENDO UM CENTIMENTO DE NACIONALISMO, DESPERTADO POR ESCLARECIMENTOS DO QUE É DIFATO O.GOLPE.
O PIG NÃO CONVENCE MAIS, NEM
ALIENADO!
OS COXINHAS ESTÃO SE ACHANDO UNS TROXAS!
OS GOLPISTAS ESTÃO NUS!
MESMO QUE A DILMA NÃO VOLTE, ESSE GOLPE JÁ ERA!
WALLSTREET QUIS FAZER UM BOLO VELHO COM NOVOS INGREDIENTES E FOI DESCOBERTO, POIS O BOLO MURCHOU! E CAIU NA NET!

FrancoAtirador

.
.
“Há Jornalistas Responsáveis
pela Guerra Mundial
que se Aproxima”

Vladimir Putin
Presidente da Rússia

https://t.co/vWsUmzI4bx
https://twitter.com/nad_pimentel/status/752862915447980032
.
.

Mariano

Assunto: A Petrobras hoje, avaliada por Geólogos

Bom, eu tenho conversado com muita gente sobre a real situação da
Petrobras hoje em dia. Todos os dias somos levados a crer que a empresa
afundou, que houve um rombo da ordem de 35 bilhões de reais, de acordo
com Miriam Leitão (a suposta sumidade da Macroeconomia).

É certo que é necessária a ação da Operação Lava-Jato na investigação
dos esquemas de corrupção envolvendo políticos de praticamente todos os
partidos políticos, empreiteiras e o alto escalão da administração da
Petrobras.

Eu, como Geólogo, e depois de acompanhar muitas discussões acerca do
tema, pesquisei e tive acesso às pesquisas de muitos de meus colegas, em
especial aos membros do grupo de emails Geobahia, como Carlson Leite,
Argemiro Garcia Filho, Josafá Santos, Telesforo Marques, dentre muitos
outros profissionais da área, professores e alunos. Então vou
reproduzir, com algumas edições um pouco da última discussão produtiva
(muitas não são) sobre o assunto, conforme compilado por Marcelo Abbehusen:

Vamos começar com o balanço da Petrobras no exercício de 2015:
http://www.petrobras.com.br/…/divulgacao-de-resultados-do-e…
No balanço, são notáveis seguintes pontos:
1 – A dívida líquida da empresa reduziu em 5%.
Ué! Mas a empresa não tinha dado prejuízo? Como pode a dívida ter diminuído?
Vamos então ao ponto 2:
2 – Fluxo de caixa livre positivo em R$ 15,6 bilhões.
Como assim? E o prejuízo? Fica aonde?
O prejuízo de R$ 34,8 bilhões está relacionado ao impairment de ativos.
Mas o que é isso? O link abaixo explica:
http://blog.sage.com.br/…/impairment-voce-sabe-o-que-e-isso/

Em resumo, o prejuízo causado pelo impairment dos ativos é fruto da
desvalorização dos mesmos, que, no caso da Petrobras, está
principalmente relacionado à queda no preço do barril do petróleo.

Se você também acha que isto é mentira, e/ou coisa do PT, veja o gráfico
do preço do crude oil nos últimos 5 anos. Nele, você notará que o preço
caiu de aproximadamente 110-120$, em meados de junho de 2014, para
valores abaixo de 30$, no início de 2015. Segue o link:
http://www.infomine.com/investment/metal-prices/crude-oil/…/

E as outras empresas de petróleo? Como estão? Será que só a Petrobras
está sofrendo por conta deste momento tão conturbado que vive a
indústria do petróleo? Será que a Globo e a Revista Veja estão certas, e
só a Petrobras está em crise?

Para não restar dúvidas, vamos procurar algumas notícias sobre as
grandes e maravilhosas empresas multinacionais de Petróleo.
http://www.nytimes.com/…/energy-…/oil-company-earnings.html…
http://www.ibtimes.co.uk/shells-annual-profit-plunges-80-am…
http://www.ibtimes.co.uk/bps-annual-profit-halves-slump-cru…
http://petroglobalnews.com/…/repsol-flags-3-2-billion-fy20…/
http://fuelfix.com/…/billions-in-impairments-spending-cut…/…
http://www.statoil.com/…/Press%20release%204th%20Quarter%20…

Sugiro que você leia os artigos acima.
Neles, você verá que a ExxonMobil, Shell, BP e Chevron (o que restou das
antigas “Sete Irmãs”), além de outras gigantes como Statoil, Repsol,
etc, estão passando por momentos COMPLICADÍSSIMOS, sem exceção.
O lucro anual da Shell caiu 80% em relação à 2014. O da BP caiu 51%. O
da ExxonMobil caiu 50%.
E assim por diante.

Enquanto isso, em 2015 vimos esta notícia:
http://www.brasil247.com/…/Lucro-da-Petrobras-supera-Chevro…
E o preço da gasolina? Nossa gasolina é realmente tão cara assim?
Esse site publica diariamente o preço da gasolina em todo o mundo:
http://www.globalpetrolprices.com/gasoline_prices/

Nele, o Brasil figura aproximadamente no meio da lista com a média de
1,06 dólar/litro. Com o dólar a 3,53 (em 12/04/16) temos o preço médio
no Brasil, 3,60 reais/litro. Mais barata que países como Áustria ($1,24)
Espanha, Suiça, Alemanha, Bélgica, Irlanda, França, Reino Unido,
Islândia, Suécia, Itália, Dinamarca, Portugal, Noruega e Hong Kong (a
mais cara do mundo, custando $1,80).

A média mundial é 0.99 dólares/litro. Repare que apesar do preço atual,
a gasolina brasileira sempre foi vendida ABAIXO da média mundial, ou
seja: abaixo do valor de mercado. Por isso, a Petrobras teve prejuízo
durante muitos anos, vendendo gasolina mais barata aqui dentro.

O governo controlou o preço dos combustíveis para segurar a inflação,
uma vez que eles tem um peso muito importante no índice.
Alguns economistas estimam que o prejuízo DA PETROBRAS por conta destas
práticas seja da ordem de R$ 100 bilhões.

Para aprender um pouco mais sobre o assunto:
https://infopetro.wordpress.com/…/impactos-da-politica-de-…/
Para aprender um pouco mais sobre a composição do preço da nossa
gasolina, é bom ler isso:
http://www.petrobras.com.br/…/composicao-de-precos/gasolina/
http://www.petrobras.com.br/…/entenda-dez-questoes-sobre-a-…

Por favor, compartilhem isso e vamos esclarecer essa situação de vez. É
muito injusto ver um dos nossos maiores patrimônios ser destruído por
essa mídia canalha e não fazer nada.
Bruno Veronez e “colaboradores”


#UFPEnaluta
#UFPEcontraogolpe

Paulo Roberto Maciel Lyra
Professor
High Performance on Computational Mechanics Group
Mechanical Engineering Department
CTG/ Federal University of Pernambuco
Av. da Arquitetura, S/N,Recife/PE – Brazil
CEP 50740-550
Voice: +55-81-2126-8230 (Ext. 235)
Fax: +55-81-2126-8232
E-mail:[email protected], [email protected]

Serjão

…comportamento de donos de escravos do século 19…
Estamos voltando a passos largos para onde nunca saímos totalmente. Bem-vindos todos ao novo século.

Bacellar

Os nefastos irmãos KoCH…

No mais concordo com o autor; a desestabilização tem um dedinho (de brontossauro) exógeno…

FrancoAtirador

.
.
No braZil se Põe em Prática
a Teoria da Conspiração
.
11 Jul 2016(MF)
Valor Econômico
.
Legista suspeita de homicídio na morte de acusado
.
“As fotos do corpo não mostram a presença
de secreções sanguinolentas no nariz e na boca,
que caracteriza a agonia final da morte por envenenamento.
Não há vômitos nos lençóis. Está tudo limpinho,
como se alguém tivesse arrumado”
.
Sanguinetti: investigadores da polícia “não seguiram o que é normal”
.
Conhecido por sua atuação nas investigações dos casos Paulo César Farias, Isabela Nardoni e Eliza Samudio, o médico legista pernambucano George Sanguinetti suspeita de homicídio na morte do empresário Paulo Morato, foragido da Polícia Federal.

Em conversa com o Valor , Sanguinetti apontou o que entende ser uma série de falhas na condução das investigações, que estão a cargo da Polícia Civil de Pernambuco.

Morato estava envolvido na Operação Turbulência, deflagrada para apurar um esquema de desvios em licitações para beneficiar políticos ligados a Eduardo Campos, candidato presidencial do PSB que morreu em 2014, em um desastre aéreo.

Quando foi encontrado morto, em um quarto do motel Tititi, em Olinda (PE), na noite do dia 22, Morato não apresentava si- nais e violência física.

A polícia, imediatamente, passou a descartar a hipótese de homicídio. Somente quando identificou que se tratava de um foragido da PF, os policiais da delegacia do Vara- douro (Olinda) acionaram o Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), que, quando chegou ao local, já encontrou o corpo ensacado.

Para Sanguinetti, o descarte da possibilidade de homicídio foi um erro básico.

“Todos sabem a metodologia das perícias.
Quando alguém aparece morto sem algo escrito, primeiramente se investiga a possibilidade de homicídio.
Extenuada todas as possibilidades, é que se passa a acreditar no suicídio.
Não seguiram o que é normal”, afirmou o perito,
que comanda um laboratório de medicina legal e criminalística.

A perícia nas vísceras de Morato detectou que ele morreu envenenado por chumbinho, substância usada para matar ratos, mas a polícia ainda não concluiu se ele ingeriu a substância voluntariamente.

Para Sanguinetti, há um indício de que outra pessoa pode ter estado com Morato no momento da morte.

“As fotos do corpo não mostram a presença de secreções sanguinolentas no nariz e na boca, que caracteriza a agonia final da morte por envenenamento.
Não há vômitos nos lençóis.
Está tudo limpinho, como se alguém tivesse arrumado”, comentou.

Segundo Sanguinetti, o chumbinho é um veneno bastante utilizado em caso de homicídio porque não tem gosto nem odor e pode facilmente ser misturado a refeições.

Segundo o procurador do Ministério Público Federal (MPF), Cláudio Henrique Cavalcanti Dias, Morato era do segundo escalão da organização criminosa investigada pela Operação Turbulência.

Seu papel era arregimentar “laranjas” para que figurassem como sócios de empresas, cujos verdadeiros donos eram os líderes da organização criminosa, que encontram-se presos atualmente.

O próprio Morato figurava como sócio de algumas empresas.

Para Sanguinetti, parece ter havido uma pressa, “um açodamento”, para que a morte de Morato fosse vista como algo simples.

“Simples demais para uma pessoa que sabia muito
e era uma ameaça de delação premiada”, comentou.

No dia seguinte à morte de Morato, um grupo de papiloscopistas voltou ao motel para dar continuidade à perícia papiloscópica (de identificação de digitais) no local.

No entanto, por ordem da gestora da Polícia Científica Sandra Santos, a operação foi suspensa, gerando suspeitas de que as investigações pudessem estar sendo alvo de interferência política.

O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco acionou o Ministério Público do Estado (MPPE), cobrando explicações para o descontinuamento da papiloscopia.

A Secretaria de Defesa Social negou qualquer possibilidade de interferência política no caso, mas assumiu que houve uma falha de comunicação entre peritos e policiais.

http://www.pressreader.com/brazil/valor-econ%C3%B4mico/textview
.
.

Deixe seu comentário

Leia também