No 2º turno em Fortaleza, Médicos do Coletivo Rebento: “Nenhum voto no Capitão Wagner!”

Médicos do Coletivo Rebento divulgam nota sobre o 2º Turno das eleições em Fortaleza: “Nenhum voto em Capitão Wagner”

“Estamos em um momento extremamente grave, perigoso e decisivo em nosso País.

Há uma nítida ascensão de ideias autoritárias que tentam deslegitimar uma série de vitórias sociais conquistadas ao longo de décadas de muito esforço e luta.

A tentativa de deslegitimação do movimento feminista, por exemplo, é uma expressão da ação dessas forças autoritárias que em pouco tempo foram capazes de chamar uma criança de 10 anos, vitima de estupro, de assassina.

Ou mesmo de tentar legitimar um estupro sob a criação de uma aberração jurídica, o “estupro culposo”.

Essas forças autoritárias, sob o comando do presidente da República, também atuaram de forma desastrosa durante a pandemia do novo coronavírus, que já vitimou quase 170 mil brasileiros e brasileiras – em muitos casos, óbitos evitáveis.

Negaram a pandemia, negam o distanciamento social como estratégia, apostam em um tratamento ineficaz e sabotam a possibilidade de vacina, desrespeitam as vítimas, os profissionais de saúde, os cientistas e os que se preocupam com a saúde pública.

Em paralelo a tudo isso, o Governo Federal tentou em um mirrado decreto privatizar as unidades de atenção primária de saúde, em uma franca demonstração de que a concepção deles é que saúde não é um direito, mas um um negócio.

Nas eleições municipais de 2020 em Fortaleza o candidato que representa essas forças autoritárias, reacionárias de ultradireita é o candidato Wagner de Souza.

Entendemos que não podemos entregar nossa cidade ao que seria uma administração retrógrada, autoritária e que trataria saúde como mercadoria.

A pessoas que não reconhecem no SUS um instrumento de redução do impacto da desigualdade social, adotando posicionamento político alinhado ao Governo Federal sob o comando de Bolsonaro e de sua equipe do Ministério da Saúde, que admitem que sequer conheciam o Sistema Único de Saúde.

Adotam medidas contrárias à sobrevivência e ao fortalecimento do SUS. Por isso defendemos nenhum voto em Wagner Souza.

Queremos ressaltar entretanto que nos mantemos independentes na política e que nossa posição não significa de forma alguma uma adesão à política de Sarto e Roberto Cláudio.

Estaremos atentos e seremos oposição crítica, sobretudo no âmbito da política de saúde, sabendo que a real forma de combater a pandemia é combater a injustiça social, a desigualdade extrema, a cidade em que poucos têm de tudo e tantos nada possuem.

Muitas pessoas entre nós não possuem sequer os meios para cuidar de sua saúde física e mental e de sua sobrevivência material.

Sem avançar na superação da desigualdade social, não há política de saúde possível.

Nenhum voto em Capitão Wagner!”

Fortaleza, 21 de Novembro de 2020

Coletivo Rebento – Médicos e Médicas em Defesa da Ética, da Ciência e do SUS