Lula, nos 36 anos do PT: “Se quiserem me derrotar, vão ter que me enfrentar na rua”; ouça a íntegra do discurso

Tempo de leitura: 5 min

lula 36 anos

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

27/02/2016 21:43

Lula: “Se quiserem me derrotar, vão ter que me enfrentar na rua”

do Instituto Lula 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve da festa de 36 anos do Partido dos Trabalhadores, no Rio de Janeiro, neste sábado (27). A festa contou com a apresentação de Diogo Nogueira e a bateria da Portela, além de homenagem especial ao ex-presidente, a quem foi dedicada a música “Ser Humano”, de Zeca Pagodinho.

Houve ainda homenagem a Carlos Manoel, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro e secretário de finanças do PT fluminense, falecido na última terça-feira (23).

Em mensagem aos militantes, Lula reafirmou que é necessário defender e ajudar o governo federal a retomar um ciclo de crescimento com inclusão social. “O problema é nosso. É meu, é seu, e todos os brasileiros. Temos de assumir essa responsabilidade. Falar o que tem de falar, porque partido não precisa concordar sempre com governo. Mas saber que estamos juntos. Por mais que haja discordância de alguma coisa, o lado da Dilma é o do povo”, ressaltou o ex-presidente, saudado com gritos de: “não vai ter golpe”.

“O povo brasileiro quer emprego, salário, inflação baixa e ter um dinheirinho pra gastar com a família. E nós estamos vivendo um momento difícil. A culpa não é do governo, é de uma conjuntura mundial”, ponderou Lula. “O povo sabe que foi o PT que levou a tantas conquistas na última década. Foi o projeto que mais investiu em educação, que mais pôs comida na mesa do povo, que fez 40 milhões ascenderem socialmente, levou energia a 12 milhões de brasileiros”, relembrou.

O ex-presidente afirmou ainda que, para sair da conjuntura de crise, “temos de olhar ainda mais para o povo pobre. O pobre não é problema. É solução. Se o mundo rico tivesse feito desde 2007 investimentos para ajudar os países pobres a se desenvolver, estariam vendendo para o continente africano, para a america latina, e a gente teria deixado de ser pobres. Mas colocaram 12 bilhões de dólares para salvar o mercado financeiro, e não adiantou”.

Campanha de difamação e 2018

Lula falou ainda sobre a campanha empreendida por parte da mídia e setores do judiciário contra o PT e a honra do próprio ex-presidente. “Não podemos criminalizar qualquer pessoa que seja por causa de manchetes. Hoje, neste país, há um partido que se chama Globo, um partido que se chama Veja. Mas se eles quiserem voltar ao poder, tem de aprender a ser democráticos e respeitar os resultados das eleições”. Lula, que relatou os ataques diários sofridos por ele desde janeiro do ano passado, garantiu que não se intimidará. “se for necessário, se vocês entenderem necessário para defender este projeto, que está sob ataque, em 2018, eu, com 72 anos, volto a disputar a eleição”.

Ouça o discurso do ex-presidente Lula:

 

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Tico Santa Cruz

Fotos: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Intelectuais e artistas defendem projeto popular e repudiam perseguição a Lula

do Instituto Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, na noite desta sexta-feira (26), de um encontro com intelectuais, artistas e cientistas do Rio de Janeiro para debater os desafios e perspectivas do país.

Convidados pelo escritor Roberto Amaral, ex-ministro de Ciência e Tecnologia e ex-presidente do PSB, eles se posicionaram em defesa do estado democrático de direito e do projeto de crescimento com inclusão social e independência nacional aplicado desde 2003, verdadeiro alvo da onda conservadora em curso desde o fim das últimas eleições presidenciais.

“A presunção da inocência não vale mais nada. Nunca valeu para o preto e pobre, e agora não está valendo para ninguém”, ponderou Eni Moreira, advogada de diversos presos políticos durante a ditadura militar. “Então um sujeito que está mofando na cadeia, pressionado com a possibilidade de prisão de mulher e filhos, assina um contrato de toma lá, dá cá. Uma barganha, como se chama esse mecanismo nos Estados Unidos. A mídia repercute qualquer acusação e nunca mais a imagem das pessoas se recupera. É como no ditado árabe: lance as penas de um ganso ao vento, e depois tente recolhê-las. É impossível”, concluiu.

E a campanha de difamação atinge também apoiadores do projeto popular: o músico Tico Santa Cruz relatou como sofreu ameaças de morte contra seus filhos por fazer a desconstrução do discurso midiático em suas redes sociais. “É necessário fazer a autocrítica, porque se avançamos na distribuição de renda, não avançamos na comunicação”, afirmou, ao defender que as forças progressistas utilizem mais e melhor a internet para alimentar o diálogo propositivo e combater o ódio.

Pedro Celestino, presidente do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, afirmou que o que o que está em jogo são as próximas décadas do desenvolvimento brasileiro: “por isso também atacam o petróleo, falam em terra arrasada na economia, tentam recriar conflito com a Argentina. Hoje, como em 1964. A diferença é só que o elemento de desestabilização não é mais o exército”.

“O ódio despejado sobre nós neste momento é por conta do que aconteceu neste país”, corroborou Lula. “Uma verdadeira revolução em 12 anos. Quantas pessoas foram incluídas? Que quantidade de pessoas foi à universidade? Que quantidade de pessoas passou a comer três vezes por dia?”, completou.

A exemplo dos convidados do encontro, que se colocaram à disposição para seguir defendendo publicamente os valores sociais do projeto político representado por Lula, o ex-presidente também afirmou que pretende continuar viajando o Brasil com esse objetivo.

“E eu também vou brigar na Justiça porque alguém precisa por o dedo na ferida desse tipo de comportamento”, disse ainda, sobre sua determinação de levar às últimas instâncias o combate às mentiras contra sua honra.

“Lembro-me, nestes tempos, o que diziam do Garrincha: pra parar esse aí, só matando a tiro. E agora, o que tentam fazer é justamente um assassinato político”, comparou o cineasta Luis Carlos Barreto, relembrando que Lula é a face pública de uma bem-sucedida política voltada aos mais necessitados.

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Comentários

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Lukas

“A culpa não é do governo, é de uma conjuntura mundial”, ponderou Lula. “O povo sabe que foi o PT que levou a tantas conquistas na última década.”

O que é ruim não é culpa do PT, o que é bom sim…

Ainda dão ouvidos ao patético?

Lukas

Gostaria de ter os amigos que o Lula tem. Os presentes de meus amigos são só livros, Cds, canetas…

Charles

C-H-U-P-A, Sergio Moro! C-H-U-P-A, Rede Globo! Eu achava que Lula tinha que tirar o time de campo em 2018, dar vez ao Ciro. Mas depois desse discurso do Lula… Eu quero ver ele ganhar em 2018 e uma migração em massa de coxinhas rumo a Miami em 2019! Lula e Ciro! Ciro e Lula!

Roberto de Paulo

Mexeu com LULA,mexeu comigo.

FrancoAtirador

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(http://www.jornalaguaverde.com.br/index.php?start=4)
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Messias Franca de Macedo

‘A MAGNÍFICA’ NOCAUTEIA A ‘URUBÓLOGA’ “DOS MARÍN(HO)”!

https://www.facebook.com/PedalaDireita/videos/615928381851900/

A dica é de Dona Mancha

em
http://www.conversaafiada.com.br/politica/lula-prendeu-o-moro-no-triplex

FrancoAtirador

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(https://www.youtube.com/watch?v=50SqAAjOvwI)
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Urbano

Pura alteração de consciência decorrente da indignação, pois dava para dizer exatamente o que eu disse numa construção que fosse menos burra. Obrigado; valeu!
Favor não publicar este comentário.

    Urbano

    Acontece, rs rs rs… Foi até bom.

FrancoAtirador

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A “TEOLOGIA JUSPUNITIVA” E A “EUGENIA CÍVICA”
DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL NO BRASIL
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Pacote do MPF Retroage Mais de Mil Anos
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Por Lenio Streck, em ZH, via GGN
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O pacote contra a corrupção que o Ministério Público Federal apresenta dá o que pensar.
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Por que deixaram de fora a legalização da tortura? Afinal, ela é eficiente.
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Os procuradores se empolgaram.
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Teologia Juspunitiva.
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O “pacote” é tão cheio de inconstitucionalidades,
que, muitas delas, o porteiro do Supremo Tribunal invalida.
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Até quando acertam propondo medidas contra o caixa 2, multa para bancos
e recuperação de ativos produtos de crimes, acabam colocando parágrafos que violam direitos.
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Mas meu papel, aqui, é de jurista e não de torcedor.
Ninguém é a favor da corrupção, a não ser o corrupto, é claro.
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Um país não progride com impunidade. Mas também não progride com supressão de garantias.
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Ah, nos EUA é assim. Comparação falsa. Sistemas diferentes. Lá erros dão filme.
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Atire a primeira pedra quem, em Pindorama, não tenha sido vítima
(ou não saiba) de algum erro judiciário.
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E na Alemanha? Não, não é assim.
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O pacote propõe uma “Eugenia Cívica”.
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O agente público deve se submeter a testes que apontem
se é propenso a cometer crimes.
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Como? Já existe tal ciência?
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Mais: e se o “teste” for positivo, será meio idôneo de prova,
ainda que o acusado a tenha produzido contra si mesmo?
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E será aplicado nos concursos de juiz e procurador?
E na indicação de ministros? Não são agentes públicos?
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O pacote retroage mais de mil anos ao restringir a possibilidade
de Pedido Liminar em Habeas Corpus.
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Mais: o pensamento mágico — corrupção terá pena maior que homicídio.
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Código Penal reduzido a pó.
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O pacote também cria o “informante confidencial”,
que só vale para corrupção. E em homicídio, não?
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Faltam páginas para elencar os erros.
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A maioria das medidas é inconstitucional.
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Assalto não é crime hediondo, mas a gorjeta para o guarda poderá ser.
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Se o pai paga dívida de filho servidor público endividado,
pode ser processado porque é um terceiro enriquecendo ilicitamente o rebento.
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O que mais dizer?
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E olha que coloquei só 10% das ilicitudes propostas pelo MPF. E nem falei das provas ilícitas.
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Lenio Streck é Advogado e Professor, Doutor em Direito
e ex-Procurador de Justiça [SIC: (http://praiadexangrila.com.br/zh-digital-desconhece-que-citado-autor-continua-procurador-de-justica-mas-aposentado)]
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(http://jornalggn.com.br/noticia/lenio-streck-pacote-do-mpf-retroage-mais-de-mil-anos)
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