Jornal Nacional reforça suspeita de que motorista de Flávio Bolsonaro tinha uma conta ônibus

Tempo de leitura: 2 min
Foto: Roberto Jayme/Ascom/TSE

por Conceição Lemes

O Jornal Nacional desta terça-feira reforçou as suspeitas de que o ex-motorista do então deputado e agora senador eleito Flávio Bolsonaro, o ex-PM Fabrício Queiroz, tinha uma conta ônibus.

O termo é utilizado por investigadores de lavagem de dinheiro quando uma conta serve apenas para passagem de valores, com o objetivo de esconder origem e destino.

O telejornal da TV Globo mostrou a coincidência entre os dias de pagamento dos funcionários da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a Alerj, e os depósitos feitos na conta de Queiroz.

Entre março e novembro de 2016, por exemplo, ele recebeu quase R$ 30 mil em depósitos feitos no mesmo dia do pagamento.

Os saques, muitos deles em dinheiro, eram feitos por Queiroz com valor máximo de 5 mil reais. Ele chegou a ir a mais de uma agência para realizar saques de valor idêntico.

Pelo documento do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) que revelou suspeitas sobre as movimentações bancárias de Queiroz (ver abaixo), o ex-motorista destinou ao menos R$ 24 mil reais à futura primeira dama Michelle Bolsonaro.

Queiroz está sumido. A primeira dama ainda não se manifestou.

Jair Bolsonaro disse que, na verdade, emprestou R$ 40 mil ao motorista e recebeu o pagamento em parcelas de R$ 4 mil na conta da esposa, por falta de tempo para ir ao banco.

O diário conservador carioca O Globo mostrou que Queiroz mora numa casa simples do bairro da Taquara, na zona Oeste do Rio de Janeiro, apesar de ter movimentado R$ 1,2 milhão em sua conta num período de um ano.

Queiroz era íntimo da família. Participou de pescaria e churrasco com o presidente eleito. Conseguiu empregar a ex-mulher, a atual e as duas filhas em cargos públicos, sempre como assessoras de Flávio ou Jair Bolsonaro.

Apesar de supostamente assessorar Jair Bolsonaro na Câmara Federal, uma das filhas de Queiroz, Nathalia, morava no Rio e trabalhou ao mesmo tempo em uma academia da cidade, como revelou o repórter Marcelo Auler.

O COAF já sabe que ao menos nove funcionários públicos fizeram depósitos na conta de Queiroz, inclusive sua atual esposa e as duas filhas — das três, recebeu mais de R$ 90 mil.

Resta saber o destino dos saques de Queiroz, para além dos R$ 40 mil que destinou à futura primeira dama.

O juiz Sérgio Moro, que se afastou da magistratura para ocupar o Ministério da Justiça e fez carreira como xerife contra a corrupção, disse que Jair Bolsonaro já explicou o que tinha de explicar.

Sem busca e apreensão.


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Zé Maria

Conta-Ônibus do Bolsonaro?

Inspirada na “Beacon Hill” dos Tucanos no Caso do BANESTADO?

    Zé Maria

    A conta-ônibus é uma espécie de conta maior por meio da qual são operadas inúmeras outras subcontas.
    As subcontas são utilizadas, em grande parte, por doleiros brasileiros para a administração e o repasse de remessas ilegais provenientes do Brasil.

    A Operação Faroleiro leva este nome em referência à conta-ônibus Beacon Hill, cuja tradução literal é “Colina do Farol”.

    A Beacon Hill é apontada como uma das maiores lavadoras de dinheiro no esquema do Banestado de Foz do Iguaçu, agência acusada de ter lavado em 4 anos, junto com o Banestado de Nova York, cerca de US$ 30 bilhões.

Wagner Oliveira

A única produção ao longo da carreira parlamentar é essa aí mesmo: mamar nos cofres públicos.

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