EUA hospitalizam mais de 70 mil por dia com covid, apesar de 61% de vacinados com mais de 18 anos; 4,3 milhões já morreram da doença no planeta

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Avenida Paulista, 24J. Foto: Luiz Carlos Azenha

Da Redação

Se os Estados Unidos são um cenário do que está por vir, os brasileiros que se cuidem.

Mesmo com 61% da população adulta vacinada com duas doses da vacina ou a dose única da Janssen, a média de internados com covid nos últimos 14 dias atingiu 71.540 pessoas, de acordo com estatística divulgada pelo diário New York Times.

A média de óbitos em duas semanas, em alta de 92%, atingiu 616 pessoas.

No Brasil, de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde, o total de óbitos na última semana foi de 6.382, ou seja, de cerca de 900 mortes por dia.

A diferença entre os dois países é que a variante Delta se tornou dominante nos Estados Unidos. No Brasil, embora em crescimento, o número de testes feitos para acompanhar a variante originária da Índia é insuficiente para acompanhar o avanço dela em tempo real.

Dois estados americanos, a Flórida e a Louisiana, registram recordes de casos e hospitalizações.

Autoridades americanas afirmam que a maioria dos infectados não se vacinou.

Embora a oferta de vacinas seja imensa, a vacinação nos Estados Unidos empacou no negacionismo, com empresas ameaçando demitir funcionários que não apresentem o certificado de imunização completa.

As Forças Armadas dos Estados Unidos também pretendem tornar a imunização obrigatória.

A rejeição às vacinas é efeito deletério do governo Trump.

O Brasil tem cerca de 23% da população imunizada, menos da metade dos Estados Unidos.

Por isso a preocupação de que a variante Delta, uma vez majoritária, provocará uma terceira onda no Brasil antes do final deste ano.

Em 2020, autoridades ligadas ao governo Bolsonaro relaxaram depois da primeira onda, acreditando que a pandemia estava a caminho do fim.

Porém, no final de 2020, uma segunda onda provocada pela variante de Manaus causou colapso hospitalar e dezenas de mortes por falta de oxigênio na região Norte.

Sob pressão dos brasileiros, fartos do isolamento social e correndo o risco de morrer de fome, autoridades municipais e estaduais relaxaram as medidas de contenção da pandemia, ensaiando uma volta completa à normalidade — salvo por eventos com grandes aglomerações de público.

O presidente negacionista Jair Bolsonaro, depois de trocar três vezes de ministro da Saúde, continua desafiando as regras básicas de contenção da pandemia, como o uso de máscaras e o banimento de aglomerações.

O Brasil tem 567.862 mortos por covid. Os Estados Unidos, 619.723.

Uma diferença de 51.861 mortos.

No ritmo atual, o Brasil atingirá os 600 mil mortos em cerca de 40 dias.

Se a curva de casos, hospitalizações e mortes, hoje em estabilidade, se reverter por causa da variante Delta, o país pode se tornar o campeão mundial de óbitos até o final de outubro.

Vários paises do mundo, como a própria China, que acreditavam ter controlado a pandemia, agora enfrentam novas ondas da doença por causa de variantes do vírus original.

Por isso, a Organização Mundial de Saúde tem enfatizado que é preciso priorizar a vacinação nos paises pobres, como forma de evitar a transmissão e a produção de novas cepas.

A covid já causou 4 milhões e 340 mil mortes no mundo. Diariamente, cerca de 10 mil pessoas morrem da doença no planeta.


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Zé Maria

OPAS: América Latina avança devagar
na vacinação contra covid-19
Desigualdade no acesso marca a Região,
que sofre com avanço da Delta

[Reportagem: Akemi Nitahara | Edição: Nádia Franco | Agência Brasil]

Desigualdade nos números da vacinação contra a covid-19 marca
os países da América Latina: enquanto o Chile já iniciou a aplicação
da terceira dose [D3] da vacina contra a doença na população idosa,
o Haiti completou a imunização [com a aplicação da segunda dose (D2)] de apenas 341 pessoas.
Este foi o número de vacinas da Jansen, de dose única, que chegaram
ao país mais pobre das Américas, segundo a Organização Pan-Americana
de Saúde (OPAS).
Os dados da Opas indicam que o Haiti aplicou, até o momento, 14 mil doses, para uma população de 11,5 milhões de pessoas.

Entre os 20 países que integram a América Latina, os que mais vacinaram contra a covid-19 foram o Uruguai, com 143,3 doses a cada 100 pessoas; o Chile, com 139,08; a República Dominicana, com 97,54; e Cuba, com 97,13. Os dados são do Our World in Data, algo como Nosso Mundo em Dados, em português, um projeto do Global Change Data Lab, uma organização sem fins lucrativos com sede no Reino Unido.

A organização explica que a soma corresponde à sioma de doses de vacina aplicadas em cada país. Como a maioria das vacinas exige duas doses para completar a imunização contra o Sars-CoV-2, o total pode superar o número de habitantes. Nessa análise, o Brasil aparece em nono lugar na América Latina, com 75,3 doses aplicadas a cada 100 habitantes.

Na ponta de baixo da vacinação na região aparecem, além do Haiti, a Nicarágua, com 13,88 doses a cada 100 habitantes, Honduras (28,33) e o Paraguai, que aplicou 31,04 doses para cada 100 habitantes.

Na análise do percentual da população que está completamente vacinada, o Uruguai também lidera, com 68,32%, seguido do Chile (67,44%) e da República Dominicana (40,83%). O Brasil vem em oitavo, com 22,66% da população com o esquema vacinal completo. O Haiti não conseguiu imunizar nem 0,1% da sua população, a Guatemala está em 2,26% e o Paraguai em 4,02%.

Quando se analisa em números absolutos, o Brasil, que tem a maior população da América Latina, lidera com 48,16 milhões de pessoas completamente imunizadas, seguido do México (28,38 milhões) e da Colômbia (13,4 milhões).

Fiocruz
O último informe quinzenal sobre Saúde Global e Diplomacia da Saúde do Centro de Relações Internacionais em Saúde (CRIS), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), indica que a região completou o esquema vacinal em cerca de 15% da sua população, o que leva a um aumento no número de casos da doença.

“Na Costa Rica, onde quase uma em cada três pessoas está vacinada, o número de casos Covid-19 está em queda. Os países sul-americanos com as maiores taxas de vacinação – como Uruguai, Chile e Argentina – estão relatando quedas muito acentuadas no número de casos. O mesmo ocorre no Canadá e na maior parte dos Estados Unidos. Os estados dos Estados Unidos onde há aumento de casos apresentam as menores taxas de vacinação, demonstrando a importância das vacinas no controle da disseminação do vírus”, alerta o boletim.

Só na América do Sul, o site Worldometers* aponta um total de 36,17 milhões de casos e 1,1 milhão de mortes.
O Brasil responde por mais da metade desses totais,tendo pouco menos da metade da população da região.

Na América Central, o boletim do Cris-Fiocruz aponta aumento no número de casos. “O aumento no número de casos de Covid-19 está acelerando na maioria dos países da América Central, e altos números de casos e hospitalizações estão sendo relatados na Guatemala. Na vizinha Honduras, há um aumento no número de casos de Covid-19 nos estados ao longo da fronteira”, diz o informe.

Os dados do Our World in Data mostram que, no México, 86% dos casos registrados nas últimas duas semanas. No Equador, chegam a 40%; no Brasil, a 36%; e no Chile, a 4%. O site não tem dados de vigilância genômica dos outros países da América Latina.

*(https://www.worldometers.info/coronavirus/#countries)

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2021-08/opas-america-latina-avanca-devagar-na-vacinacao-contra-covid-19

Zé Maria

“O Brasil precisa discutir a terceira dose. Não é só de quem recebeu a Coronavac.
Israel que usou vacina de RNA, já iniciou a D3.
Os EUA deve aprovar p imunocomprometidos.
Estamos em uma pandemia e aprendendo com o vírus.
Monitoramento e mudança fazem parte do processo científico.”
Ethel Maciel
Professora da @ufesoficial. Enfermeira. Epidemiologista. Pós-doutorado em Epidemiologia @JohnsHopkinsSPH .
Pesquisadora do CNPq e
Presidente da @redetuberculose .
https://twitter.com/EthelMaciel/status/1425837031280631811

Zé Maria

Governo do Paraná confirma
caso da variante Lambda em Londrina
e dois novos da Delta um em Londrina outro em Cascavel
https://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=114529
.
A Variante Lambda está se espalhando rapidamente pela América do Sul.
Lambda (também conhecida como C.37) foi detectada pela primeira vez no Peru em agosto de 2020 e se espalhou para 29 países, principalmente na América Latina.
https://www.nationalgeographicbrasil.com/ciencia/2021/07/coronavirus-covid-variante-lambda-delta-peru-america-do-sul-pandemia

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