Escondido em sítio de vereador do PSL, miliciano ligado a Flávio Bolsonaro tinha 13 celulares

Tempo de leitura: 3 min
Foto Divulgação/Sec. Segurança da Bahia

Doutor, ninguém está aqui para me prender. Eles querem me matar. Se me prenderem, vão matar na prisão. Tenho certeza que vão me matar por queima de arquivo. Palavras que Adriano disse ao advogado Paulo Emilio Catta Preta, segundo o causídico.

Da Redação

A polícia recuperou 13 celulares depois de matar o miliciano Adriano Magalhães da Nóbrega em Esplanada, na Bahia.

A partir dos números das linhas utilizadas, a polícia pode reconstituir os contatos telefônicos de Adriano feitos a partir dos aparelhos apreendidos.

Além disso, pode ter acesso às agendas telefônicas e às mensagens que ele eventualmente mandou e recebeu através de aplicativos.

Adriano estava escondido em um sítio pertencente ao único vereador do PSL no município, Gilsinho da Dedé.

O partido é o mesmo que levou Jair Bolsonaro ao Palácio do Planalto.

Gilsinho, em entrevista à Folha, disse que não conhecia Adriano e raramente frequentava o próprio sítio.

“É um sitio pequeno, não tem caseiro. Só tem essa casa como um depósito de sal, essas coisas. É minha desde, se não me engano, 2014. Tem um capinzinho, de vez em quando bota um gado. Não costumo ir pra lá”, afirmou o vereador.

Um vídeo divulgado pelo diário conservador paulistano mostra que a casa onde Adriano estava escondido tinha vários ambientes. 

Uma imensa poça de sangue aparece na sala. Há um quarto com colchão e ventilador. Na cozinha, geladeira.

Adriano não é ofiicialmente investigado pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e do motorista Anderson, embora a milícia da qual ele era um dos líderes seja suspeita de envolvimento no duplo homicídio.

Ele era investigado no caso das rachadinhas que podem comprometer o senador Flávio Bolsonaro e seu motorista e segurança Fabrício Queiroz.

Contratadas por Flávio, a mãe e a esposa de Adriano receberam mais de R$ 1 milhão em dinheiro público em salários da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Repassaram mais de R$ 200 mil a Queiroz e sacaram outros R$ 200 mil em dinheiro.

Queiroz, por sua vez, repassou ao menos R$ 40 mil à primeira dama Michelle Bolsonaro. Jair Bolsonaro diz que foi um empréstimo que recebeu do assessor do filho, através da conta de Michelle.

A nota oficial publicada no site da Secretaria de Segurança Pública da Bahia diz:

Em esconderijo de miliciano foram apreendidos 13 celulares

No imóvel usado por Adriano Magalhães da Nóbrega para se esconder, localizado na zona rural do município de Esplanada, a polícia baiana apreendeu 13 celulares. Além dos aparelhos, as equipes encontraram ainda uma pistola, um revólver e duas espingardas.

Guarnições do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), da Companhia Independente de Policiamento Especializado (Cipe) Litoral Norte, do Grupamento Aéreo (Graer) e da Superintendência de Inteligência (SI) da SSP da Bahia encerraram as varreduras, no início da tarde deste domingo (9).

Os materiais foram encontrados em diferentes cômodos da casa. O caso que terminou com a morte em confronto do ex-policial militar do Rio de Janeiro e foragido da Justiça foi registrado no Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) da Bahia. 

Toda formalização da ocorrência foi repassada para equipe do RJ que deu apoio com informações e investigava Adriano. Ascom/Alberto Maraux

Para o colunista Jeferson Miola, o caso tem muitas “coincidências”:

A morte do miliciano Adriano e as incríveis coincidências do clã Bolsonaro

Sempre tem uma coincidência incrível envolvendo o clã Bolsonaro.

Adriano da Nóbrega, chefe do Escritório do Crime, a milícia especializada em matadores de aluguel e no provimento clandestino de serviços de ligação clandestina de luz, internet, água, transporte e segurança no bairro Rio das Pedras, tinha sua mãe e esposa contratadas pelo gabinete de Flávio Bolsonaro quando deputado estadual do Rio de Janeiro.

Como se percebe, esta relação da bandidagem miliciana com integrantes do clã Bolsonaro é mera coincidência.

O assassino da Marielle Franco, Ronnie Lessa, integrante do Escritório do Crime e também envolvido no tráfico internacional de armas, antes de ser preso vivia no mesmo Condomínio Vivendas da Barra, onde Jair e Carlos Bolsonaro têm suas casas.

Isso, evidentemente, só pode ser outra incrível coincidência.

No mesmo exato momento do dia 14 de março de 2018, entre as 14 e 17 horas, quando Élcio Queiroz e Ronnie Lessa ultimavam os preparativos do assassinato da Marielle no Condomínio Vivendas da Barra, Carlos Bolsonaro estava em casa, no mesmo endereço, embora tenha usado falsamente como álibi sua presença em sessão na Câmara de Vereadores do Rio.

E agora, exato mesmo dia em que Adriano da Nóbrega é morto na Bahia, em operação policial que preferiu executá-lo ao invés de prendê-lo, Eduardo Bolsonaro está em Salvador, capital da Bahia, pela 1ª vez.

Trata-se, evidentemente, de outra coincidência. A FaMilícia Bolsonaro, aliás, é recordista em coincidências.

Ou tudo é muita coincidência ou então estamos diante uma enorme ostentação de poder do esquema miliciano que governa o Brasil, que faz questão de mostrar as mãos sujas de sangue para intimidar.


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Comentários

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a.ali

“13” celulares ? coisa de petralhas, naturalmente…

a.ali

são tantas COINCIDENCIAS, hem ???
corre lá, carluxo toma os celulares e apaga tudo…

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