Escola sem Partido: Beatriz Cerqueira nocauteou três defensores em 10 minutos; Fernando Holiday, um deles; veja vídeos

Tempo de leitura: 4 min

por Conceição Lemes

Beatriz Cerqueira é professora e coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG).

Seguramente, uma das importantes vozes no Brasil contra o antidemocrático e obscurantista projeto  “Escola Sem Partido” — a Lei da Mordaça.

O vereador Fernando Holiday (DEM-SP) é um fervoroso defensor.

Em 7 de julho, os dois participaram de audiência pública sobre o tema na Câmara Municipal de Além Paraíba, sul de Minas.

O debate prometia ser duro.

Machismo e misoginia são recorrentes nas propostas e posturas do vereador. Basta percorrer a sua página no Facebook.

No começo deste ano, ele atacou de polícia política e  invadiu de forma ilegal escolas públicas da cidade de São Paulo para “fiscalizar” os conteúdos desenvolvidos em sala de aula, sob o pretexto de estar investigando “doutrinação ideológica”.

Em plenário, a vereadora Sâmia Bomfim (PSOL) criticou-o por patrulhamento, censura, assédio.

Em 5 de abril, representou contra ele no Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP).

Segundo denúncias de professores e funcionários a Samia e que constam na representação, Holiday estaria

“intimidando professores e funcionários, exigindo acesso aos planos de aula, invadindo salas, fotografando conteúdos abertos em monitores de computador e coagindo profissionais da educação no exercício de sua atividade”.

Dois dias depois, madrugada de 7 de abril, o número do celular Samia e o de Isa Pena, outra vereadora  do PSOL, estavam circulando abertamente na rede.

Acusado pela divulgação dos telefones, negou, como habitualmente faz.

Independentemente da negativa, ambas passaram a receber ofensas, intimidações e ameaças de seguidores do Movimento Brasil Livre (MBL), do qual Holiday é coordenador.

O MBL é um grupo de direita, fascista. A logomarca logo dele  estava em um meme que tinha os fones das vereadoras, informando que eram contra o projeto Escola Sem Partido.

O vereador vive criando factoides para “causar”.

Dois meses antes, o seu alvo era o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), mas acabou sendo a vereadora Juliana Cardoso (PT-SP), que, em nota, relatou:

Hoje, dia 10 de fevereiro, enquanto fazíamos uma reunião com o Senador Lindbergh Farias, assessores do Vereador Fernando Holiday invadiram a sala, munidos de celulares e câmeras para gravar uma reunião particular do meu mandato com a presença do Senador,  fazendo provocações chulas e agredindo verbalmente nossos assessores. 

A intenção final era escrachar o Senador Lindbergh, por isso o levamos em grupo até o seu carro para que ele pudesse sair em segurança. 

Não satisfeitos, os mesmos assessores de Holiday, horas depois, ligaram para a GCM da Câmara Municipal chamando-os para o 6º andar avisando que lá haveria uma “ocorrência”

Então, eles foram até o 6º andar e invadiram por três vezes uma reunião particular do mandato que estava ocorrendo na sala da Liderança do PT a portas fechadas, eles abriram a porta e começaram a gravar a reunião e agredir verbalmente nossos assessores com provocações.

(…)

Desde então, Holiday ataca-a sistematicamente, distorcendo fatos, caluniando, desqualificando com adjetivos pejorativos.

Negro, ele quer revogar na cidade o Dia Nacional da Consciência Negra (celebrado em 20 de novembro) e as cotas raciais nos concursos públicos municipais.

Eleito vereador em cima do discurso contra a corrupção, Holiday usou caixa 2, em 2016, para pagar cabos eleitorais que trabalharam com panfletagem na reta final da disputa, denunciou o Buzzfeed.

Ao defender propostas reacionárias, é agressivo, grosseiro, metido a valentão.

Porém, na hora de um debate sério, aflora a sua pouca capacidade de aprofundar as ideias. Ou, então, ele afina.

Foi o que se viu em Além Paraíba. Um Holiday apagado, sem conteúdo, repisando sofismas e chavões. Discurso pronto, tal qual matéria de jornal de sexta-feira santa dizendo que não vai faltar peixe.

Cadê a valentice exibida contra os professores em aula?

Três fatores podem ter contribuído:

1) Ele costuma “causar” quando está com sua tropa, protegido. Lá, estava sozinho e a claque era pequena.

2) A calça justa com prefeito de Além Paraíba, Miguel Belmiro de Souza Júnior, também do DEM.

Miguel Belmiro é professor de Educação Física e posicionou-se contra o Escola Sem Partido. Disse mais:

“Como professor, que gostaria de estar discutindo as más condições de trabalho do Magistério, e que, estará sempre voltado para investir e prestigiar as melhorias dos professores”

3) O fato de Beatriz Cerqueira vivenciar todo dia o assunto. Logo, não daria para engabelá-la nem a maior parte da plateia.

Também não funcionariam as provocações que ele tanto gosta de fazer. Beatriz foi forjada no embate de duras negociações com os governos Aécio Neves, Antonio Anastasia e Fernando Pimentel.

Enfrentou a Polícia Militar em manifestações durante os períodos tucanos. Teve inclusive P2 na sua cola na era Anastasia.

Resultado: Beatriz deu uma surra em Holiday.

Fez o mesmo nos dois deputados mineiros do PRB, que também falaram a favor do Escola sem Partido: o federal Lincoln Portella e seu filho, o estadual Léo Portella.

Bem que Portella-pai vociferou no meio da apresentação de Beatriz, tentando ganhar no grito. Não colou.

Alguma dúvida sobre o resultado da audiência?

No Facebook de Holiday, há apenas o post ao lado a respeito do evento. O máximo que ele conseguiu foi dizer: “A militância de esquerda está agitada e revoltada”.

Dê uma olhada na foto abaixo. Foi tirada ao final da audiência. Atente bem à fisionomia do grupo.

Revoltados? Certamente, a “militância de esquerda” não.

Se o resultado tivesse sido o inverso a repercussão no Facebook de Holiday seria só essa ao lado?

A surra foi tamanha que o deputado estadual Rogério Correia (PT-MG) não teve nem de sair da cadeira, de onde assistiu tudo:

“A Bia nocauteou os três em 10 minutos. Nem tive de falar.

“O menino é muito fraquinho e a tese deles, uma antiguidade. Versão 2017 do Jarbas Passarinho, ministro da educação da ditadura: ‘estudante é para estudar’. Só que não! Estudante é muito mais!”

Assista às apresentações:


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Comentários

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Eu

Minha primeira ação política foi na escola primária, ao juntar os colegas para exigirmos que uma professora cessasse de bater nas mãos dos alunos que não decoravam a tabuada com uma régua de madeira (o que nem era meu problema pessoal, o que tenho de melhor sempre foi a memória). E minha primeira preocupação educacional foi na adolescência, quando me dei conta que eu desconhecia alguns filósofos que adolescentes da geração anterior, na mesma faixa etária, já discutiam, como Wittgenstein e Kierkegaarde. Sentia-me a quilômetros de distância do nível que eu gostaria de atingir.

Hoje, duvido que jovens tenham tal inquietação diante de seu desconhecimento. A maioria nem tem interesse no que desconhece, e faz da própria ignorância elemento de orgulho. Pior ainda é ler que há amparo a um movimento que visa instaurar medidas autoritárias desde a mais tenra idade. Levando-se em conta que é, justamente, a época ideal para fixar o aprendizado, deixo à imaginação de todos o frio na espinha que sinto ao pensar o que estamos deixando incutir em nossos jovens, e o resultado futuro disto. As “hitlerjügend” tinham início na primeira infância, e no final eram estas crianças que iam apaixonadamente ao front morrer pelo Führer. Não foi por acaso que todos os modelos antidemocráticos sempre preocuparam-se em doutrinar a juventude o mais precocemente possível, esta é a melhor garantia de perpetuação de ideias e atitudes, não importando o quão ruins elas sejam. E de assegurar a existência de uma massa de manobra para quaisquer interesses, por mais escusos que sejam.

Não se trata de discriminar uma determinada linha de pensamento, mas de garantir a pluralidade do aprendizado; que direita e esquerda, homo e hétero, crença e descrença sejam igualmente dissecados na arena do aprendizado, para que o aluno conheça todas as possibilidades e tome sua posição na vida livremente, seja ela qual for. Tampouco se trata de diminuir a autonomia do docente ou do discente, mas de não permitir a adoção de práticas de viés autoritário; o dedo-durismo (salve Sérgio Porto!) nunca foi aliado da aprendizagem em nenhuma prática saudável, mas fez parte de tudo o que a humanidade já produziu de pior, aqui e alhures.

É tão ruim quanto a “educadora” que necessitava da régua de madeira para suprir sua carência pedagógica.

Leonardo

triste ver esses caras lutando pra ficar na gaiola achando que estão se libertando dela..

Irineu vc não sabe nem eu

“MBL é um grupo de direita fascista” kkkkk pqp que site ridículo, tudo que não é de esquerda é fascista pra esses imbecis nem sabem o significado de fascismo, vão estudar seus retardados de merda vcs são um antro de desinformação e ignorância.

RAFAEL FERNANDES RODRIGUES PRIETO

E vc com o poder da mídia acha que estudantes devem o que? Vc sabe o significado da palavra estudante? Aliás são blogs e sites assim que fazem um desfavor a sociedade… Ou vc vai contra os números, num dos últimos ranking mundial do Pisa estávamos nas últimas posições… Nos últimos 15 anos o índice de estudantes analfabetos funcionais só aumento… Então reveja sua posição e deixe de ser mais um desinformador.

Cícero donisete de

Se eu fosse deputado federal minha bandeira era pra que todos os funcionários públicos, todos sem exceção, doaria meio porcento dos salários dos funcionários públicos para construir cadas populares

    Miguel Matos

    Sou funcionário público e já “doo” 27,5% do meu salário para o governo.

Mateus

A sociedade brasileira tem que lutar pelo fim do Comunismo. Um regime atrasado, ditatorial, totalitário, anti-democrático, violento, intolerante e assassino. Mais 100 milhões de pessoas morreram devido essa vertente política-ideológica que é tão ameaçadora quanto o nazi-fascismo. Em nenhum lugar do mundo deu certo por motivos óbvios. Coitada da Venezuela que não teve força suficiente para resistir esse mal.

    Ronald

    Mateus, pare de ler veja, época, isto é.

    Esta história barata de comunismo está mais do que ridicularizada.

    Você que deve ser assalariado e explorado pelo seu patrãozinho “pato amarelo”, leia isto:

    “Tais sofismas com “mentiras nobres” retratam a política económica e fiscal a favor da finança como uma fortaleza democrática contra governos suficientemente fortes para desafiar o poder da alta finança e os interesses seus aliados na extração de renda. Os 1% procuram criar uma mitologia da tradição, uma dependência como a Síndrome de Estocolmo e uma pseudo-inevitabilidade histórica darwiniana, para orientar o público no apoio aos 1%, como o “nós” universal, enquanto demoniza os defensores dos interesses dos 99% como “eles”, Michael Hudson.

Leandro Medeiros

O Holiday é um excelente político mas sofre preconceito daqueles que pensam que sua raça é inferior, que tem que ser cotista e etc.

CARLOS ROBSON SILVA DE SOUZA CORREA

Kkkkkkk esses doutrinado defendendo partido dentro de escolas, continuem assim, sejam eternos massa de manobra kkkkk

    Ronald

    Esses doutrinado?! mais um que nem escola frequentou…

Estevam

Só é triste ver meios de comunicação dizendo q são imparciais.. vcs de fato não são.. não querem o escola sem partido pq hj a escola está com o “meu” partido né..

    Ronald

    Acho que este estevam nem frequentou escola. Pensamento sem pé nem cabeça. Triste !!!!

a.ali

esse é mais um bostinha.

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