Depois de Marta denunciar PT, Lula convida ex-prefeita para voltar ao partido

Tempo de leitura: 5 min
O vídeo em que Marta explicou seu afastamento do PT para se juntar… a Temer

Se a Marta quiser, deve voltar [ao PT], ela tem relação com todo mundo e ainda continua sendo a prefeita mais bem avaliada de São Paulo. Lula, em entrevista ao UOL.

Acho que é uma pessoa que teria essa liderança no sentido da credibilidade. Ele conseguiria fazer, pela sua habilidade, uma união nacional para a construção de um projeto de saída da crise e de desenvolvimento nacional para entregar este país em 2018 para uma eleição livre, e que a gente possa passar essa turbulência e tomar as medidas que vão ser necessariamente difíceis. Marta, pregando as reformas neoliberais de Michel Temer, depois de chamar Dilma Rousseff de inepta e omissa diante da corrupção, uma “operação tabajara” no governo. Marta e Dilma tiveram disputa histórica por poder nos bastidores do governo Lula.

Da Redação

O ex-presidente Lula convidou a ex-senadora Marta Suplicy para voltar ao PT.

Se o fizer, será para ser candidata do partido à Prefeitura de São Paulo em 2020.

Porém, será difícil conciliar a volta de Marta com as denúncias que ela fez ao se despedir do partido em abril de 2015, para se juntar ao MDB, partido pelo qual tentou se eleger prefeita de São Paulo contra Fernando Haddad.

Ambos foram derrotados por João Doria.

A saída de Marta do PT ajudou a botar combustível na fogueira que consumiu Dilma Rousseff no golpe de 2016, beneficiando o usurpador Michel Temer, que assinou a ficha de filiação da ex-prefeita de São Paulo no MDB.

O ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, também compareceu à cerimônia de filiação de Marta ao partido.

Mais tarde, Marta se disse desencantada com a política e hoje está sem partido.

A ex–prefeita de São Paulo teve uma disputa histórica de poder nos bastidores do governo Lula com Dilma Rousseff, que acabou escolhida pelo ex-presidente como candidata ao Planalto em 2010.

Em artigo recente na Folha de S. Paulo, o ex-prefeito Fernando Haddad teceu leves críticas ao governo Dilma, no que pode ser interpretado como prelúdio para a convocação feita por Lula a Marta Suplicy.

O controle da prefeitura de São Paulo seria importante para uma eventual candidatura de Haddad ao Planalto em 2022.

Marta é muito popular na periferia de São Paulo, onde Haddad perdeu de lavada mesmo em bolsões petistas na tentativa de se reeleger em 2016.

A ex-petista fez uma obra marcante, os CEUS, escolas de tempo integral que se transformaram em grandes clubes para bairros carentes de espaços públicos e bibliotecas.

Haddad, como prefeito, tomou medidas que tiveram maior impacto para a classe média da metrópole, como as ciclovias e o fechamento da avenida Paulista nos finais de semana.

Porém, defendeu ao lado do tucano Geraldo Alckmin o aumento das tarifas de ônibus em 20 centavos, o que turbinou os protestos de julho de 2014 — origem imediata do desmoronamento da popularidade do governo Dilma Rousseff.

Tanto Haddad quanto Dilma governaram em conjuntura econômica difícil, com o fim do boom das commodities e o esgotamento do projeto de conciliação de classes do presidente Lula — a classe média baixa experimentou o gosto do consumo e queria mais, o que exigiria reformas que tirariam dinheiro do andar de cima.

Afastado de suas bases, o PT era temerdependente no Congresso.

O convite de Lula a Marta sinaliza uma guinada mais à direita do PT, acompanhando a direitização generalizada da política brasileira.

O ex-presidente busca o “novo centro”, como fizeram partidos sociais democratas europeus que cederam ao neoliberalismo e eventualmente morreram.

Diante do extremismo de um Wilson Witzel, por exemplo, pode ser uma jogada eleitoralmente esperta, mas arrisca degradar compromissos ideológicos que o PT ainda mantém com seu eleitorado.

O problema de Lula e do partido vai ser conciliar o convite a Marta com as duras críticas públicas da ex-senadora aos seus colegas de longa trajetória política, que a ex-petista deixou registradas na seguinte carta:

É de conhecimento público que o Partido dos Trabalhadores tem sido o protagonista de um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou, sendo certo que mesmo após a condenação de altos dirigentes, sobrevieram novos episódios a envolver sua direção nacional.

No meu sentir e na percepção de toda a nação, os princípios e o programa partidário do PT nunca foram tão renegados pela própria agremiação, de forma reiterada e persistente.

Para mim, como filiada e mandatária popular, os crimes que estão sendo investigados e que são diária e fartamente denunciados pela imprensa constituem não apenas motivo de indignação, mas consubstanciam um grande constrangimento.

Aqueles que, como eu, acreditaram nos propósitos éticos de sua carta de princípios, consolidados em seu programa e em suas resoluções partidárias, não têm como conviver com esta situação sem que esta atitude implique uma inaceitável conivência.

Ao tentar empenhar-me numa linha de providências, fui isolada e estigmatizada pela direção do partido. Percebi que o Partido dos Trabalhadores não possui mais abertura nem espaço para diálogo com suas bases e seus filiados dando mostras reiteradas de que não está interessado, ou não tem condições, de resgatar o programa para o qual foi criado, nem tampouco recompor os princípios perdidos.

Hoje o PT se distanciou completamente dos fundamentos que há 35 anos nos levaram a construí-lo com entusiasmo e envolvimento.

Por décadas, acreditei e dei o melhor de mim na perseguição de ideais que, com seus acertos e erros, não se distanciavam de um norte ético indiscutível e intransigente.

Hoje, entretanto, não me sinto mais em condições de cooperar com o que não faz mais sentido a mim e a milhões de brasileiros.

A direção do Partido dos Trabalhadores vem restringindo, cerceando e limitando a atuação e desempenho de minhas atividades partidárias e, o que é mais grave, da minha atividade parlamentar oriunda da representação política de meu mandato.

Os fechamentos de espaços são muitos, com acontecimentos e constrangimentos públicos que envolvem situações e ações que, no passado recente, chegaram ao limite de colocar em risco minha eleição como Senadora pelo Estado de São Paulo nas eleições de 2010.

Vivencio o mais difícil e o pior momento de minha vida política. Como membro do PT, encontro-me em situação completamente constrangedora na bancada e no Plenário do Senado.

Tenho me furtado a discursar e emitir minhas opiniões por me negar a defender um partido que não mais me representa, assim como a milhões de brasileiros que nele um dia acreditaram. Situação sem sentido que não tenho mais condições de deixar perdurar.

Serei fiel ao meu mandato e permanecerei depositária dos valores defendidos por aqueles que votaram em mim, hipotecaram sua confiança pessoal, e abraçaram as ideias que defendo desde a época em que me tornei pessoa pública em programa diário de TV onde sempre me pautei por princípios éticos inegociáveis

Minha atuação como Senadora não pode ser isolada. Todo parlamentar precisa de um partido e o partido se expressa por meio de seus representantes eleitos.

Para quem é mandatária, como sou, eleita legitimamente com mais de 8 milhões de votos, resta-me a certeza de que minha prioridade é a fidelidade ao mandato que me foi outorgado pelo povo do Estado de São Paulo.

Como o exercício do meu mandato vem sendo claramente cerceado, em seu nome e em sua defesa, como representante popular sinto-me na responsabilidade e no dever de agir neste sentido.


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Comentários

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Zé Maria

https://bit.ly/2OZCHYj

Patifes da Lava Jato Ignoraram Delação que
incriminava Temer, antes do Impeachment

Exclusivo: https://t.co/q2MlmlHtIu
Mensagens obtidas pelo @TheInterceptBr e analisadas
em conjunto com o El País mostram que a Procuradoria
“não viu interesse público” nas acusações contra então
Vice em 2016.
https://twitter.com/elpais_brasil/status/1185148583877709824

Zé Maria

https://pbs.twimg.com/media/EHKwy0vWwAAcT8e.jpg
Lava Jato Blindou Temer e Apoiou o Golpe em 2016
https://twitter.com/ptbrasil/status/1185204099685519360

“A porta da verdade está finalmente sendo aberta
e a Verdade emerge mostrando a colaboração promíscua
entre a Lava Jato e suspeitos que ela deveria investigar”

ex-Presidente da República Dilma Rousseff

https://pbs.twimg.com/media/EHK67jLX0AEoGNt.png

NOTA À IMPRENSA http://bit.ly/32uROwW

Sobre as revelações do @elpais_brasil e @TheInterceptBr

https://t.co/0d6nwfHsee

http://dilma.com.br/sobre-as-revelacoes-do-el-pais/

https://twitter.com/dilmabr/status/1185215189957988364

Zé Maria

#VazaJato

!!! BOMBA !!!

Às Vésperas do Afastamento de Dilma, em 2016,
Lava Jato Rejeitou Delação que Comprometeria Temer

Conversas no Telegram mostram que Procuradoria do MPF
não viu interesse ‘público’ nas acusações contra o então Vice

https://brasil.elpais.com/brasil/2019/09/30/economia/1569857428_539313.html
https://pt.org.br/lava-jato-recusou-delacao-que-comprometeria-temer-e-o-golpe/

Marcos Videira

Lula não está convidando Marta a retornar ao PT pela bela cor de seus olhos…
Lula continua agindo politicamente para impedir a caminhada autônoma de Ciro Gomes. Hoje, Patrícia Valim explica o porquê desse bizarro convite de Lula.
Para a direção do PT, de forma semelhante ao “Poderoso Chefão”, Ciro tem que beijar a mão de Lula, se pretende ser uma opção política viável. Isso já foi reiterado de variadas formas. A última foi dada pelo próprio Lula na entrevista ao UOL.

Zé Maria

“Moro provou que o juiz tem o poder de Deus.
O que ele não esperava era que estivesse neste país
um cidadão com caráter de resistir à Globo,
de resistir a milhares de primeiras páginas de jornal
contra mim.
Porque o Aécio não aguentou uma capa da Veja”

LULA

https://twitter.com/i/status/1184827653267656704

Zé Maria

https://tv.uol/17uj5

Cuidado com os Editores do UOL/Folha.
Estão pondo palavras na boca do Lula.

Íntegra da Entrevista Concedida na PF por LULA
aos jornalistas Leonardo Sakamoto e Flávio Costa:

https://youtu.be/Kcbro-Kmeeg

2ª PARTE:

UOL: O senhor já comparou a relação de Bolsonaro e o PSL com o PRN e Collor. Não vê um paralelo?

LULA: Uma coisa que não se discute é que o Brasil não tem tradição de partido político. Você pega a história brasileira e vai perceber que tem mais tribo do que partido político, ou seja, é um partido em São Paulo, um no Rio de Janeiro. O único partido que tem neste país, essa é a verdade, é o PT (…).

O PSL não é um partido, é um ajuntamento. Eu diria até agora que é micropartido. Lembro que, quando nós criamos o PT, para criar um partido você tinha que legalizá-lo em 15 estados, ter não sei quantos porcento de filiados. Agora, não. Você pega um grupo de deputados, cria um partido político, recebe o fundo partidário e está criada uma empresa. É por isso que tem a briga no PSL. O que eles estão disputando lá? O monopólio do dinheiro do fundo eleitoral.

Quando o partido está ruim eles mudam de nome, não tem problema. Porque partem do pressuposto que as pessoas não votam na legenda, votam nas pessoas. Então vai trocando de nome como se estivesse trocando de cueca. Nunca entrei no PT, ajudei a fundar o PT e não existe possibilidade de eu sair do PT —a não ser que o PT saia de mim.

UOL: O que o senhor acha que o seu partido deve fazer para reconquistar ex-eleitores do PT que migraram para o antipetismo?

LULA: Tenho a sorte de ser corintiano. Tenho a sorte porque convivi com o anticorintianismo todos os dias. Não se torce pelo São Paulo, as pessoas torcem contra o Corinthians. E assim vale para o Flamengo, no Rio. Estou acostumado com isso. O PT é o maior partido político de esquerda da América Latina e o mais importante partido político existente no Brasil. Isso não é garganta do Lula, é fato histórico. Estou falando de todas as eleições presidenciais no Brasil até agora.

Quando você tem um país com eleições em dois turnos, não tem esse negócio de antipetismo. Você tem as pessoas que vão votar em outro partido e que não votam no PT, como você tem as pessoas que votam no PT, mas não votam em outro partido político — a depender do momento, a depender da conjuntura, dependendo da circunstância. O PT pode voltar a governar este país em 2022.

Não vejo qual é a ideia de tentar criar o conceito de antipetista. Não existe antipetista, antipeessedebista. Eu lembro que quando o derrotamos, em São Paulo, nós achávamos que o Maluf tinha acabado para a política, que nunca mais iria voltar. E você se lembra quantas eleições o Maluf foi para o segundo turno, em primeiro lugar? (…) Muita gente que não votaria no PT, pode votar. Depende da importância. Depende do programa. Depende da candidatura. Depende do adversário.

UOL: Não depende também de o PT dialogar e mudar um pouco? Atrair essas pessoas?

LULA: Mas quem é que mais conversa do que a gente? Vocês estão lembrados que meu vice-presidente da República era um grande empresário deste país. Vocês estão lembrados que montei um governo que grande parte do ministério não era PT? O que não pode é participar de uma reunião como aquela que houve no Tuca *[teatro da PUC em São Paulo]* e [dizer] o seguinte: “Vamos passar um mata borrão? Não houve golpe na Dilma, não houve fim do direito trabalhista. Não houve fim disso, não houve fim daquilo e vamos todo mundo lutar pelo direito”.
Eu falei para Gleisi: “Você deve ir e o primeiro direito que você deve reivindicar é [o de ver] se os canalhas que votaram no impeachment da Dilma estão dispostos a rever o seu voto”. Porque a Dilma foi cassada com base numa mentira.

UOL: O vice-presidente da ex-presidente Dilma foi Michel Temer. Os acordos firmados durante os governos do PT não são vistos como negativos ou reprováveis por parte da população?

LULA: Se uma pessoa descobre que tem uma doença aos 89 anos, você não pode achar que ela deveria ter morrido no nascimento. O Temer foi vice da Dilma porque o Temer era o presidente do partido mais importante do ponto de vista da quantidade de pessoas no Congresso. A Dilma foi com o Temer de vice porque a Dilma não era conhecida e precisava de tempo de televisão. Ninguém acusou o Temer de ser o que ele era, ninguém acusou o Temer de traíra.
É importante você ter a clareza que nem Temer, nem a turma dele me apoiaram.
No segundo mandato, a Dilma não precisaria do Temer. Eu tinha um projeto. Conversei com o Eduardo Campos, em julho de 2011, em Bogotá. Disse que eu achava que ele deveria ser candidato a vice da Dilma em 2014, para que fosse candidato a presidente em 2018. Achava que o Eduardo Campos tinha concordado. Estávamos eu, ele, a Renata, esposa dele. Foi uma bela de uma conversa, tomamos uns bons uísques e conversamos. Depois, não sei porque houve uma cisão entre ele a Dilma e aí não deu certo. Mas a Dilma não precisava mais do PMDB no segundo mandato, porque a Dilma já era muito conhecida. Lamentavelmente foi mantida a mesma chapa para a desgraça do PT, para a desgraça da Dilma, para a desgraça do país.

UOL: O senhor permite a renovação do PT?

LULA: O que seria essa renovação para você?

UOL: Uma passagem de bastão. Qual o líder do PT com menos de 40 anos que tem voz ativa no partido hoje?

LULA: Se você assistir a uma reunião do partido, vai perceber que temos cota da juventude, de mulher, de negro. Nós temos secretaria de LGBT. Nós somos o partido mais atualizado que existe no mundo. Veja se tem algum partido que produz a quantidade de material cultural que a fundação do PT produz. Muitas vezes o PT é criticado pelas coisas boas que ele fez. Você sabe qual é a razão pela qual eu achei que a Marta Suplicy perdeu as eleições para o Kassab, para o Serra? Pelo que ela fez. Você não tem noção dos efeitos dos CEUs [Centros Educacionais Unificados] que a Marta criou. Levar políticas públicas, como aquela, com aula com computador, piscina, cinema, teatro para crianças pobres da favela. Você não tem noção do repúdio que um setor da classe média passou a ter da Marta porque ela estava levando coisa para os pobres que não poderia levar.

UOL: O senhor convidaria Marta Suplicy a retornar ao PT?

LULA: Eu não queria que ela saísse do PT. Sinceramente, não gostei de a Marta sair do PT, eu tenho uma boa relação com a Marta. Uma boa relação não só política, mas relação de gratidão. Durante muito tempo, o PT se reunia na casa do Eduardo Suplicy. E a Marta, que não tinha nada conosco, suportou o PT durante muito tempo na casa dela. Da mesma forma que ela saiu, pode voltar a conversar com o PT. Erundina saiu do PT, depois voltou, depois saiu. O partido político não tem um cadeado na porta, tem compromisso ideológico. Se a Marta quiser, deve voltar, ela tem relação com todo mundo e ainda continua sendo a prefeita mais bem avaliada de São Paulo. Não sei o que a Marta quer, mas eu não confundo minha relação pessoal com a minha relação da política.

UOL: Se estiver apto politicamente, o senhor aceitaria ser candidato a vice-presidente da República em 2022, como a Cristina Kirchner na Argentina?

LULA: [Risos] Estou disposto a não ser candidato a nada na minha vida. Já fui presidente da República. O problema é que essas perguntas, que são bem feitas e que são de boa-fé, muitas vezes serão interpretadas também de forma negativa. Aceito ser cabo eleitoral, a depender das circunstâncias políticas. É muito difícil num país que tem um partido como o PT você achar que ele não terá candidato a presidente da República. É muito difícil. Era como se você tivesse um time do Santos e você deixasse o Pelé no banco de reservas. Ora, se as circunstâncias caminharem para que haja uma aliança no primeiro turno, o que acho uma bobagem porque briguei muito para ter a eleição em dois turnos. Porque era a chance de você poder se apresentar e dizer “eu existo” e se submeter à votação do povo. Foi muito importante o Boulos ter sido candidato. Ele é jovem, foi candidato, não teve muito voto, não tem problema, colocou a cara dele, já ficou mais conhecido. Se ele for em outra eleição, vai ficar mais conhecido. Até ele ganhar o pedigree político para receber voto, leva um tempo.

UOL: Então essa frente ampla da esquerda mesmo só no primeiro turno…

LULA: Mas a frente ampla pode-se construir no primeiro turno, no segundo turno, porque não tem tanta gente ampla assim para a fazer aliança. Quando deixei a Presidência, fui até o Uruguai conversar com Tabaré [Vásquez, atual presidente do Uruguai], conversar com Pepe Mujica [ex-presidente do Uruguai], para ver o exemplo da Frente Ampla deles. Aquilo levou tempo para construir. Não é uma coisa simples. Por que a direita se reúne com facilidade? Porque a direita não tem princípio. O acordo é só para eleger o cara.

UOL: No primeiro turno então o PT terá candidato em 2022?

LULA: Se você avaliar a dimensão dos partidos políticos, só o PT tem o direito de ter candidato no primeiro turno —teoricamente. Isso não significa que vai ter, mas se você avaliar a pujança do partido, o tamanho, a grandeza e o histórico… Você já jogou bola? O jogador melhor é aquele que tira par ou ímpar para escolher. Em se tratando de campanha eleitoral, o PT sempre será o primeiro a ser escolhido. O PT pode não querer.

*[Nota do Editor do UOL]*: ‘Lula se refere ao ato de lançamento
do “Direitos Já”, que reuniu lideranças políticas da esquerda
à centro-direita no teatro da PUC-SP, no último 2 de setembro’.

Parte 1: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2019/10/17/nao-quero-discussao-sobre-2-instancia-mas-anulacao-do-processo-diz-lula.htm
Parte 2: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2019/10/18/lula-entrevista-uol-segunda-parte.htm

Zé Maria

A Marta saiu despeitada [sem ironias] do PT,
porque foi uma das principais líderes de uma
disputa interna no Partido, pela Candidatura
de Lula a Presidência nas Eleições de 2014,
fato que não se consumou, pois foi preterida
dentro do PT em favor da reeleição de Dilma
por quem a Marta não tinha muita simpatia
e contra quem atirou de forma passional

Sobre o que disse o Lula, a respeito, agora,
foi mais uma autorização do que um convite:

UOL: “O senhor convidaria Marta Suplicy a retornar ao PT?”

LULA: “Eu não queria que ela saísse do PT. Sinceramente,
não gostei de a Marta sair do PT, eu tenho uma boa relação
com a Marta. Uma boa relação não só política, mas relação
de gratidão. Durante muito tempo, o PT se reunia na casa
do Eduardo Suplicy. E a Marta, que não tinha nada conosco,
suportou o PT durante muito tempo na casa dela. Da mesma
forma que ela saiu, pode voltar a conversar com o PT. Erundina
saiu do PT, depois voltou, depois saiu. O partido político não tem
um cadeado na porta, tem compromisso ideológico.
Se a Marta quiser, deve voltar, ela tem relação com todo mundo
e ainda continua sendo a prefeita mais bem avaliada de São Paulo.
Não sei o que a Marta quer, mas eu não confundo
minha relação pessoal com a minha relação da política.”

Sem dúvida, será uma batata quente mãos dos petistas,
sobretudo do Município de São Paulo, mas obviamente
terá repercussão Estadual e Nacional, no PT e fora dele.

Cézar

Pura politicagem , a qual levou Lula a cadeia e Dilma ao ostracismo.
Não tem meu voto.

LULIPE

Grande novidade. O que lula não faria para voltar ao poder??? Tolinhos…

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