Bolsonaro ocultou R$ 3,5 milhões em patrimônio, de acordo com perícia, além de levar quase R$ 1 mi de cofre

Tempo de leitura: 2 min
Marcelo Camargo/Agência Brasil

Ex-mulher acusou Bolsonaro de ocultar milhões em patrimônio e furtar cofre, diz revista

Procurada pelo GLOBO, Ana Cristina Valle não comentou as acusações; à “Veja”, ela também não quis se pronunciar

de O Globo

RIO – Em processo de separação aberto em 2008, Ana Cristina Valle, ex-mulher de Jair Bolsonaro, acusa o candidato do PSL à Presidência da República de ocultar milhões em patrimônio, furtar joias e valores de um cofre mantido por ela no Banco do Brasil e agir com “desmedida agressividade” no relacionamento.

O documento, de mais de 500 páginas, foi obtido pela revista Veja, que publicou em seu site reportagem no fim da noite de quinta-feira.

Alegando que Bolsonaro não estava fazendo uma justa partilha de patrimônio, Ana entrou com ação na 1ª Vara de Família do Tribunal de Justiça do Rio e anexou ao processo uma lista de bens mais extensa do que a declarada pelo deputado federal ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na campanha de 2006.

Em vez dos R$ 433.934 informados à época à Justiça eleitoral, os peritos do TJ do Rio calcularam o patrimônio de Bolsonaro em R$ 4,001 milhões no mesmo período.

Ana acusa ainda Bolsonaro de ter furtado R$ 200 mil e US$ 30 mil em espécie e joias avaliadas em R$ 600 mil de um cofre mantido por ela em uma agência do Banco do Brasil no Centro do Rio.

O sumiço do conteúdo gerou registro de ocorrência na 5ª DP (Mem de Sá) na tarde de 26 de outubro de 2007.

Um gerente do Banco do Brasil na ocasião, Alberto Carraz, foi ouvido pela polícia e por Veja.

Ele confirmou o furto do cofre de Ana Cristina — sem atribuir ao presidenciável autoria — e revelou que Bolsonaro também mantinha um cofre na agência.

Este cofre nunca foi declarado pelo presidenciável, segundo os documentos aos quais a revista teve acesso.

Chamada a depor duas vezes, Ana Cristina acabou não comparecendo à delegacia.

Após dez anos, a investigação foi encerrada sem esclarecimento.

GUARDA DO FILHO

À Veja, Ana Cristina não quis dar detalhes sobre o episódio.

Perguntada sobre por que desistiu da investigação, ao não comparecer para depor, afirmou ter decidido ficar “quieta”, porque “iria dar um escândalo”:

“Nós dois (ela e Bolsonaro) tínhamos um acordo de abrir mão de qualquer apuração porque não seria bom”.

Perguntada sobre os termos do acordo, disse:

“Aí eu prefiro ficar… me omitir”.

Nesta semana, Ana Cristina Valle já havia aparecido no noticiário por ter acusado Bolsonaro de tê-la ameaçado de morte quando os dois disputavam a guarda do filho.

Ela levou o então garoto para a Noruega.

O relato da ameaça de morte foi feito ao vice-cônsul brasileiro em Oslo, que a procurou após orientação do Itamaraty, e consta de telegrama diplomático, revelado pela Folha de S.Paulo.

Bolsonaro havia pedido ajuda ao Ministério das Relações Exteriores.

O teor do documento foi confirmado pelo então embaixador brasileiro no país.

No processo no TJ do Rio, a defesa de Bolsonaro juntou um depoimento no qual o capitão acusa a ex-mulher de sequestro e chantagem.

Ele alega que Ana Cristina levou o filho para o exterior e condicionou a volta do menino à devolução do dinheiro e das joias furtados do cofre.

 


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Comentários

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RONALD

A coisa está GROTESCA !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

vicente

É triste, mas entendi e estou propenso a concordar com o comentário do Julio Silveira. E o que o marcio gaúcho disse, infelizmente, também é verdade.
O fato é que as consequências serão catastróficas para nosso povo. Se o temer nos jogou num buraco do qual precisaremos de 20 anos para sair, o bosto vai, caso eleito, nos jogar num buraco do qual levaremos 50, talvez 100 anos para sair.
Mas precisamos atentar para o que o povo diz. A nossa CF de 1988 foi muito elogiada e é realmente muito boa, muito civilizatória. Ocorre que o grosso da população até concordaria com ela se a entendesse. Porém, depois de décadas de rede globo e seus tentáculos martelando que político é o grande mal, que o Estado não serve para nada e que o policial prende, depois o juiz solta, convenceram a população de que não precisamos de Estado, não precisamos de garantias individuais e que não precisamos de políticos. Obviamente que nós sabemos qual será o resultado disso, caso esse pensamento (que move o eleitor do coiso, principalmente) vencer.
Sem políticos, as grandes empresas estrangeiras e nacionais irão deitar e rolar. Seremos literalmente escravos. Não poderemos protestar contra, pois não haverá garantias individuais. Quem protestar vai apanhar da polícia e ser preso, condenado.
Sem Estado, não haverá SUS, nem Minha Casa Minha Vida, nem coisa nenhuma. Só pedágios, planos de saúde, tudo privatizado. É o futuro que se desenha, caso a maioria do povo continue sua marcha de insensatez. Tomara que tenhamos tempo de reverter esse movimento e que possamos esclarecer 51% dos votos válidos. Aí teremos a batalha do 3° turno. Esperemos.

Everaldo Vieira

infelizmente esse ódio ao pt, incutido na cabeça dos midiotas pela globo e revista veja, pariu um fascista da pior espécie. Que Deus tenha piedade de nós.

Julio Silveira

Pensando bem, pra chegar ao fundo do poço e aprender pela dor, que ensina a gemer, começo a achar que o Boçal ignaro pode ser o melhor remedio para o povo abestado do Brasil.

    marcio gaúcho

    Caro amigo!
    O dito popular já diz: “o fundo do poço não existe – o fundo sempre tem um subsolo, que por sua vez tem outro, outro e outro…”
    Se esse elemento for eleito presidente da nossa república, vamos todos comer merda de colherinha. E não poderemos reclamar, porque aí o pau vai comer nas costas de chico.
    Exceção para a elite – essa vai se esbaldar no caviar!

    Julio Silveira

    Meu caro Marcio, gaúcho, de minha parte estarei até o ultimo momento eleitoral lutando contra mais essa evidente desgraça. Que certamente vai aprofundar as já profundas diferenças e trazer ainda mais infelicidades para a maioria sempre prejudicada, afanada e ultrajada e tratada como culpados das proprias desgraças, o povo brasileiro. Os historicamente prejudicados pela afirmação da cultura da superioridade, das castas e das nobrezas, trazidas do periodo do imperio medieval, adaptadas na versão capitalista de dominio e poder.

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