Ângela Carrato: Até quando a maioria dos brasileiros vai se dar por satisfeita com coleiras em Bolsonaro?

Tempo de leitura: 9 min
Ato Stop Bolsonaro realizado pelo Comitê Lula Livre, em Berlim. Fotos: Suely Torres

COLEIRAS, ARMADILHAS E A “ELITE DO ATRASO”

por Ângela Carrato, especial para o Viomundo

Em mais de 50 cidades, em praticamente todos os continentes, acontece neste domingo (28/6) o ato virtual #StopBolsonaro, com lives, barulhaços e twitaços.

A promoção é de brasileiros que moram no exterior e conta com o apoio de grupos de direitos humanos, sindicatos, partidos, jornalistas, membros da sociedade civil e líderes religiosos ao redor do mundo.

Na visão dos participantes, a permanência de Bolsonaro no poder é “gravíssima” pelo que significa de desrespeito à vida do povo brasileiro e à democracia e também porque o Brasil se transformou no pior exemplo internacional contemporâneo de risco para a humanidade por causa do descontrole da pandemia, da devastação da Amazônia e do desrespeito aos direitos humanos. Enfim, do neofascismo que vem se instalando no país.

Para argentinos, chilenos, canadenses, franceses, ingleses, italianos, espanhóis, chineses e até estadunidenses é impensável que um presidente da República precise ser obrigado, pela Justiça, a usar máscara, sob pena de multa diária de R$ 2 mil, quando está em jogo a vida de sua própria população, como acontece com Bolsonaro.

É igualmente impensável que, em plena pandemia, um ministério da Saúde continue sem titular e suas ações nas mãos de 23 militares, sem o menor preparo para atuar na área.

Enquanto isso, a “elite do atraso” brasileira parece ter naturalizado a morte diária de mais de mil pessoas, – o total ultrapassa 55 mil em pouco mais de três meses, desde que a pandemia começou por aqui.

Pior ainda: nesse ritmo, essas mortes devem chegar a 160 mil até outubro, constituindo-se num verdadeiro genocídio.

Tão espantoso quanto esse genocídio é a posição da “elite” brasileira que insiste em manter o apoio a Bolsonaro ou, quando muito, se mostra incomodada por seus maus modos e admite que ele precisa ser “domesticado”.

Entre os setores que mantêm o apoio ao capitão, sem qualquer questionamento, estão as Forças Armadas e aquele 1% de milionários e bilionários de extrema-direita, que ocupa o pico da pirâmide social no Brasil.

As mais recentes pesquisas de opinião indicam, por outro lado, uma curiosa mudança. A classe média finalmente entendeu a roubada em que entrou votando em Bolsonaro, enquanto o apoio ao capitão não só diminui como migra para os setores mais pobres da população, justamente a gente simples e desinformada que acaba sendo presa fácil das fake news e do mentiroso discurso de amor à pátria e exaltação a Deus e à família.

Nesse contexto, os que defendem apenas colocar “coleira” no capitão são partidos e líderes políticos da velha direita, que falam em democracia, mas descartam apoio ao impeachment, insistem na retirada de direitos do povo brasileiro, nas privatizações e não medem esforços para manter Lula e o PT longe do poder.

A oposição também está dividida.

Uma parte endossa a oposição feita pela Rede Globo (leia-se família Marinho), que quer domesticar Bolsonaro, mas segue firme com o ministro da Economia Paulo Guedes e com a elite financeira, e outra que quer realmente o fim do atual governo. Nesse último caso estão o PT, o PC do B e o PSOl.

FRENTES OU ARMADILHAS?

Nos meios políticos, parte da semana foi gasta com infindáveis discussões sobre o momento e a oportunidade para se construir uma frente política. Mas, sobretudo, muita discussão rolou em torno do conteúdo e dos participantes dessa frente.

Na noite da sexta-feira (26/6), sob o título de Direitos Já, a tal frente acabou se materializando através de lives de algumas dezenas de pessoas e, como muitos já tinham adiantado, não serviu para nada. Ou quase nada.

Pretendendo-se inspirada na ideia das Diretas-Já, do final dos anos 1970, faltou à essa frente um norte. O dos anos 1970 era a luta pela realização de eleição direta para presidente da República, revogada desde que os militares tomaram o poder em 1964.

O norte necessário nos dias atuais é o fim do governo Bolsonaro, mas sobre isso a maioria dos participantes preferiu não falar.

Também pudera. Não é fácil imaginar o que poderia unir pessoas tão diferentes como Fernando Henrique Cardoso, José Sarney, Michel Temer, Marina Silva, Fernando Haddad, Flávio Dino, Guilherme Boulos e Tasso Jereissati, além de artistas e representantes de entidades da sociedade civil.

Na hora H, Sarney e Temer desistiram de participar. O ex-juiz e ex-ministro Moro, que chegou a ser ventilado como mais um nome, foi sutilmente esquecido.

Até porque se existe alguém cujo currículo não combina com a defesa de direitos é o dele, internacionalmente conhecido como quem perseguiu e prendeu Lula sem provas.

Um grupo tão heterogêneo como esse, para conseguir avançar o mínimo que fosse, precisaria ter compromisso de fato com a democracia.

Vale dizer: fazer autocrítica na prática por ter apoiado o golpe, travestido de impeachment, contra Dilma Rousseff, que deu origem a todos os problemas que o país passou a enfrentar, e defender pelo menos o impeachment de Bolsonaro, pelo desgoverno e os crimes que já praticou nesses 16 meses à frente do Planalto.

Mas esse não é o caso de FHC e muito menos de Tasso Jereissati.

FHC, por exemplo, acredita que “este não é o momento para se falar em impeachment”.

Na sua avaliação, é preciso ter mais tolerância, porque recentemente já foram tirados dois presidentes da República e só havendo “erros insustentáveis”, a saída do atual presidente pode ser pensada.

Se a morte de 55 mil pessoas não é um erro insustentável, o que seria?

Enquanto isso, Tasso Jereissati, que há pouco mais de dois anos, chegou a criticar o seu partido, o PSDB, alegando que “nosso grande erro foi ter entrado no governo Temer”, no dia anterior ao ato Direitos Já, comemorava mais uma retirada de direitos da população brasileira: a aprovação, pelo Senado, do Marco Legal do Saneamento Básico (MP 868/2018).

O texto, na prática possibilita a privatização das águas no Brasil.

Haddad, Boulos e Dino aproveitaram a oportunidade para defender o impeachment.

Haddad, inclusive, foi além, lembrando que não há como se falar em democracia no Brasil com o ex-presidente Lula condenado, sem provas, num processo viciado, cujo objetivo era tirá-lo da disputa presidencial em 2018. Razão pela qual defende a suspeição do ex-juiz Moro e a revogação das penas impostas a Lula.

Lula, por sua vez, não participou do ato, antecipando a falta de propósito que marcou a manifestação.

Por tudo isso, o tal ato pelos Direitos deve integrar a galeria das ações inócuas. Galeria que já possui como integrantes vários manifestos, que se assemelham mais a armadilhas da velha direita para dar tempo ao tempo e desviar o foco do essencial: com Bolsonaro, não há como sair dessa crise.

BOLSONARO “PAZ E AMOR”

A vida para Bolsonaro e seu clã, no entanto, está longe da tranquilidade que procurou demonstrar nos últimos dias.

Por trás do Bolsonaro “paz e amor”, como foi definido por jornais conservadores como Folha de S. Paulo, aloja-se a tentativa de defender seu governo e seus filhos.

Detalhe: ao mesmo tempo em que a Folha registra a guinada, ela voltou a abrir grandes espaços para que repórteres e comentaristas batam em Lula e no PT.

É que o clã tem pela frente complicadas linhas de investigação envolvendo desde a Justiça, passando pela CPI criada pelo Senado e pela Câmara dos Deputados e chegando até o próprio Supremo Tribunal Federal.

Essas investigações incluem o ex-assessor Queiroz e as “rachadinhas”, o advogado Frederick Wassef, o financiamento a grupos que difundem fake news, além das ligações com setores antidemocráticos que querem o fechamento do Congresso, do STF e a volta da ditadura.

Se levadas a fundo, dificilmente essas investigações não chegarão ao Palácio do Planalto.

Tão importante quanto a profundidade dessas investigações é a velocidade que possam tomar. Aspectos fundamentais para Bolsonaro e com os quais ele joga.

Um eventual processo de impeachment, como se sabe, é longo, e o resultado, caso seja aprovado, seria o vice, Hamilton Mourão, assumir o poder.

Só que Mourão é uma incógnita para a elite financeira brasileira e a internacional, que têm em Bolsonaro um dócil cumpridor de ordens. Razão pela qual não veem motivos para substituir o certo pelo duvidoso.

Se, por processos na Justiça Eleitoral, a chapa Bolsonaro-Mourão fosse cassada, os caminhos seriam diferentes.

Se a cassação acontecer até o fim do segundo ano de governo (31 de dezembro de 2020) teria que ser realizada nova eleição. Se a cassação se der a partir do segundo ano de mandato, a eleição é indireta e por conta do Congresso Nacional.

Claro que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sabe disso e claro que essa pode ser uma das razões pelas quais não colocou e nem dá mostras de que pretende colocar em pauta, por enquanto, algum dos 35 pedidos de impeachment que estão em seu poder.

No fundo, Maia sonha que o Palácio do Planalto possa cair em suas mãos, sem a necessidade do voto popular.

De olho nisso e disposto a não medir esforços para permanecer no poder, Bolsonaro tem negociado com o Centrão (a turma que ele considerava corrupta e pela qual dizia ter aversão) a fim de garantir apoio parlamentar não só para permanecer no cargo, como para continuar “passando a boiada”.

Vale dizer: continuar aprovando medidas antipopulares e antinacionais que, num contexto democrático, jamais seriam aprovadas. Aliás, ninguém melhor do que ele para saber como essas coisas estão interligadas.

DISCURSO NEOFASCISTA

A demissão/fuga do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, para os Estados Unidos (e sua indicação para cargo no Banco Mundial) tem a ver com isso.

A Pasta da Educação sempre foi alvo de enorme cobiça por parlamentares que representam lobbies dos grupos privados de ensino, especialmente agora com a entrada em cena, em função da pandemia, do ensino a distância, e de contratos milionários que essa modalidade já está e vai gerar.

Weintraub, com seu discurso neofascista, estava criando problemas para o governo. Como igualmente criam problemas para o governo as falas e posições de quase todos os seus ministros, do chanceler terraplanista Ernesto Araújo ao inimigo do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

O mundo está de olho neles e se Bolsonaro parecia não estar nem aí, começa a mudar de ideia.

É nessa mudança, aliás, que aposta a direita brasileira, que tem em parte da velha mídia corporativa (Globo, Folha de S. Paulo e Estado de S. Paulo) sua maior visibilidade.

O fato de a Rede Globo ter começado a fazer jornalismo (ainda que limitado apenas à cobertura da pandemia) desgasta o governo.

Bolsonaro nunca foi o candidato da Globo, mas ela acabou por apoiá-lo e os atritos só se aprofundaram após a demissão de Moro e a decisão de Bolsonaro de impedir que os Marinho continuem controlando o bilionário negócio das transmissões de futebol no país.

Nada indica, por outro lado, que não possam chegar a um acordo. O que é e o que não é noticiado pelo Jornal Nacional, por exemplo, pode entrar na pauta de negociação.

Vale dizer: se Bolsonaro voltar a liberar verbas para os Marinho e esquecer as transmissões de futebol, a Globo pode esquecer também de tudo que envolve o clã.

A velha mídia sempre fez esse tipo de jogo.

Outro exemplo nesse sentido é o da Folha de S. Paulo, da família Frias, que em 2016 defendeu a deposição da presidente Dilma por “pedaladas fiscais” num impeachment sem crime de responsabilidade, ou seja um golpe de Estado, que abriu espaço para a retomada do poder pela direita no Brasil, primeiro com Temer e, na sequência, com Bolsonaro.

É esse mesmo jornal que, agora, quatro anos depois, num Brasil pós-reformas trabalhista e previdenciária, pontos centrais da agenda golpista, decide lançar sua própria campanha “Em defesa da Democracia”. Campanha que incluirá um curso sobre o que foi a ditadura de 1964, que a própria Folha já rotulou como “ditabranda”.

A campanha “pela democracia” da Folha não envolve qualquer autocrítica do jornal pelo apoio à ruptura do pacto democrático em 2016, que abriu espaço para a barbárie bolsonarista. É outro candidato a integrar a galeria das quase inutilidades, junto com a tal frente e os manifestos.

DENÚNCIAS E PORTAS FECHADAS

E se esses são exemplos de como o velho jogo da “elite do atraso” corre solto, o mundo está se fechando para o Brasil.

A pandemia descontrolada acaba de levar uma série de entidades europeias a abrirem processo para suspender o possível acordo com o Mercosul, aquele que foi anunciado como “grande conquista” por parte de Bolsonaro.

Motivos: desrespeito aos direitos humanos, crimes ambientais e crimes contra tribos indígenas.

A pandemia descontrolada deve incluir ainda barreiras contra turistas brasileiros na Europa a partir de 1º de julho, quando devem passar a vigorar lá as medidas de relaxamento pós-pandemia. Barreiras que dificilmente não serão seguidas por países em outros continentes.

Ainda no plano internacional, é importante observar que Bolsonaro enfrenta uma série de denúncias na Corte Internacional de Justiça, em Haia (Suíça) e na Comissão de Direitos Humanos da ONU, que podem redundar em mais desmoralização para o governo e mais portas fechadas para o Brasil e os brasileiros em todo o mundo.

Some-se a isso que o governo Bolsonaro, por seu alinhamento e subserviência aos Estados Unidos, praticamente fechou o mercado argentino (nosso terceiro maior parceiro comercial) para a indústria brasileira e está colocando em risco a continuidade dos negócios com a China que, desde 2009, é o principal parceiro econômico do país.

Como seu estilo sempre foi o de provocar atritos e crises, o Bolsonaro “paz e amor” não deve durar muito. Até porque se a situação com a pandemia está ruim, nada indica que o pós-pandemia aqui será melhor.

Não faltam prognósticos de que a pandemia no Brasil, exatamente por estar descontrolada, pode atravessar o ano e provocar uma devastação nunca vista, não só em termos de vidas perdidas, como contribuir para a pior crise econômica no país nos últimos 120 anos.

Isso porque, enquanto os demais países estão garantindo renda e recurso para as pessoas e os pequenos e médios empreendimentos enfrentarem a situação, o Brasil de Bolsonaro e Guedes age em direção oposta.

Enquanto China, Europa e mesmo os Estados Unidos projetam a retomada da economia e do crescimento, aqui as previsões são as piores possíveis.

Esse ano, o PIB deve ter uma queda em torno de 9%.

Os atuais 12 milhões de desempregados devem subir para mais de 35 milhões e 40 milhões de pessoas vão voltar a enfrentar problemas essenciais como não ter comida.

A maioria das pequenas e médias empresas deve fechar as portas, ao mesmo tempo em que grandes empresas vão tentar reduzir ainda mais os direitos de seus empregados/colaboradores.

Será que nesse cenário terá como “a boiada continuar passando”?

Para a “elite do atraso” parece que sim. Atos como o #StopBolsonaro deixam claro que não.

Resta saber até quando a maioria da população brasileira vai se contentar com simples coleiras para parar uma fera.

*Ângela Carrato é jornalista e pofessora do Departamento de Comunicação Social da UFMG.


Siga-nos no


Comentários

Clique aqui para ler e comentar

orlando balbino neto

MAÇONS MILICOS, PORTANTO COVARDES VAGABUNDOS CONSPIRADORES, MILICOS-NAZIFASCISTAS, LARÁPIOS, ASSASSINOS E TRAFICANTES DE COCAÍNA, ALÉM DE PAGAREM ESSA MERRECA A UMA PARTE DO POVO EM DIFICULDADES, NÃO REALIZA O TRABALHO COMUNITÁRIO CARACTERÍSTICO EM CATÁSTROFES E PANDEMIAS, COMO É O CASO.
AO INVÉS DOS MILICOS DO EXÉRCITO FAZEREM OS PAGAMENTOS AO POVO, ESTÃO NA LINHA DE FRENTE BANCÁRIOS(AS) CORRENDO RISCO DE VIDA PARA COMO ESCUDOS DESSES DITADORES VAGABUNDOS DOS INFÉRNOS!
O NÚMERO DE BANCÁRIOS DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL INFECTADOS PO COVID-19, BEM COMO MORTES, DEVE SER ALTO MAS NINGUÉM DÁ UM PIO, A EXEMPLO DOS CENTENAS DE MOTORISTAS QUE JÁ MORRERAM EM SÃO PAULO REALIZANDO O TRABALHO DO EXÉRCIO / FORÇAS ARMADAS VERDADEIRA CORJA DE COVARDES VAGABUNDOS DESFILANDO POR AÍ COM SEUS UNIFORMES LIMPINHOS, VINCADOS E TODOS PERFUMADOS… NÓS É QUE PAGAMOS PÔ!!!
CADÊ AS DENÚNCIAS? CADÊ AS AÇÕES CONTRA ESSES MILICOS-MAÇONS NAZIFASCISTAS DO MAL QUE TOMARAM OS PODERES PARA DEMOLIR O BRASIL E OS BRASILEIROS DE BEM?

PARA LIVRARMO-NOS DESSA MÁFIA DE MILICOS-MAÇONS E SEUS ALIADOS VAMOS TER QUE REZAR MUITO PEDINDO A DEUS ESSA PROVIDÊNCIA!!!

AMÉM

Zé Maria

A Tentativa de ‘Ressurreição dos Patos Amarelos’ foi
realmente a Piada de Mau Gosto do Fim-de-Semana
aplicada pelo Grupo Folha da Ditabranda, da Ficha
Falsa da Dilma, dos veículos emprestados à torturadores
e da ‘Demissão Sumária, por ‘Abandono de Emprego’,
da Jornalista Rose Nogueira que, ainda amamentando
o filho no colo, foi Presa e Torturada pela Ditadura Militar,
precisamente no mesmo período do alegado ‘Abandono’.

“Sabe o que o Caldeira, então dono da @folha,
levou de volta da ditadura?
A concessão da rodoviária de São Paulo.
Como a Globo, lucrou com a ditadura até sentir
a mudança de vento nas Diretas Já.
Marketing acima de tudo, lucro acima de todos!”
https://twitter.com/VIOMUNDO/status/1277733962379649025

Henrique Martins

Sugiro a a leitura do artigo de Emir Sader ‘O papel da esquerda na luta contra Bolsonaro’, no DCM.

Faço dele as minhas palavras.

a.ali

terrível tudo isso e mais terrível, ainda, é a coleira ser aceita, passivamente…

Henrique Martins

Digo que acerca de 3 dias atrás tive mais uma grata satisfação ao ler a seguinte notícia no Correio Brazilense:

‘Remédio para hepatite C inibe a replicação de Covid-19, aponta Fiocruz’.

A notícia está associada aos antivirais Daclastavir e Sofosbuvir assim como a Ribavirina que é também um antiviral usado para o tratamento das infecções pelo vírus da hepatite C e do sarampo.
Eu fiz referência a esse antiviral aqui no blog.
A Fiocruz foi mais longe ainda concluindo que:
“O Daclastavir foi 1,1 a 4 vezes mais eficiente do que a combinação de loponavir e ritonavir – fármacos que são alvo de ensaios clínicos para o tratamento da Covid-19, assim como a Ribavirina, antiviral de amplo espectro usado em casos de hepatite C”.

Em minha opinião, o problema com os ensaios clínicos com a combinação do loponavir + ritonavir (antivirais para HIV), bem como a Ribavirina é que eles não vão funcionar sozinhos e precisam ser combinados com anti- histaminicos potentes e corticóides nos casos graves em ambiente hospitalar. Em qualquer caso, inclusive os leves, os anti histaminicos precisam ser usados, pois o Covid provoca uma reação alérgica que inflama o corpo
A senha para evitar as complicações do Covid é NÃO DEIXAR O ESTADO DO PACIENTE SE AGRAVAR.
A Cloroquina não funciona porque ela minimiza a inflamação do corpo, mais não a estanca.
É preciso combater a inflamação com corticóides, impedir com anti histaminicos que o corpo continue inflamando e usar antivirais para o tratamento da hepatite C. É essa soma que pode vencer a infecção pela Covid até que tenhamos uma vacina.

Espero mais tarde ter também a grata satisfação de ver esse raciocínio confirmado.

Insisto que o Alopurinol também precisa ser avaliado para entrar nesse pacote de medicamentos.

P.S: Espero que dentre minhas ‘gratas satisfações’ esteja a queda retumbante de Jair Messias Bolsonaro. Mas essa mágica depende de nossa luta. Eu estou disposto. E você?

Deixe seu comentário

Leia também