Advogada do Rio Grande do Sul pregou estupro de filhas de ministros do STF, diz Alexandre de Moraes; vídeo

Tempo de leitura: 3 min
Agência Brasil

Eu não vou ser o primeiro a chutar o pau da barraca. Eles estão abusando. Isso está a olhos vistos. O ocorrido no dia de ontem, quebrando sigilo de parlamentares, não tem história nenhuma vista em uma democracia por mais frágil que ela seja. Está chegando a hora de tudo ser colocado no devido lugar.  Jair Bolsonaro, presidente da República

Da Redação

O presidente Jair Bolsonaro está acuado.

Afinal, foi o procurador-geral da República indicado por ele, Augusto Aras, quem pediu a quebra de sigilo de 11 parlamentares do PSL, no inquérito das manifestações antidemocráticas.

Coube a Alexandre de Moraes autorizá-las.

Em live na TV Justiça, o ministro leu uma lista de ameaças recebidas por ministros do STF e disse que elas estão longe de representar “liberdade de expressão”.

Segundo ele, uma das ameaças foi feita por uma advogada do Rio Grande do Sul, que estimulou o estupro das filhas de ministros do STF (ver vídeo).

Foi uma justificativa para as medidas duras determinadas por ele a pedido da PGR.

Moraes quebrou o sigilo de Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP), Cabo Junio Amaral (PSL-MG), Otoni de Paula (PSC-RJ), Daniel Silveira (PSL-RJ), Carolina de Toni (PSL-SC), Alê Silva (PSL-MG), General Girão (PSL-RN), Guiga Peixoto (PSL-SP) e Aline Sleutjes (PSL-PR) e do senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ).

São os integrantes da tropa de choque bolsonarista no Congresso.

O ministro também quer saber quem financia os sites bolsonaristas.

Por isso, a Operação Lume incluiu pedidos para que as redes sociais forneçam dados financeiros de páginas de apoio ao presidente:

Facebook: Terça Livre (de Allan dos Santos), Folha Política, Foco do Brasil, Alberto Silva, Roberto Boni (que faz cover de Roberto Carlos), Ravox Brasil, Oswaldo Eustáquio, Sara Winter, Camila Abdo Calvo, Marcelo Razão, Vlog do Lisboa e Nação Patriota.

Instagram: Alberto Silva BR, Terça Livre, Foco do Brasil, Nação Patriota Ofic, Ravox Brasil, Eustáquio Oswaldo, Sara Winter, Folha do Brasil, Vlog do Lisboa, Dr Frazão Marcelo e Camila Abdo.

YouTube: Terça Livre, Vlog do Lisboa, Universo, Nação Patriota, Folha Política, Foco do Brasil, O Giro de Notícias, Ravox Brasil, Oswaldo Eustáquio, Sara Winter, TV Direita News, Direto aos Fatos e Emerson Teixeira.

Sara Winter, a organizadora do desmantelado acampamento 300 do Brasil, por sua vez, foi denunciada por injúria e ameaça contra o ministro pelo Ministério Público Federal.

Depois de ser alvo de busca e apreensão em outro inquérito, o das fake news, ela declarou:

Pois você me aguarde, Alexandre de Moraes, o senhor nunca mais vai ter paz na vida do senhor. A gente vai infernizar a tua vida. A gente vai descobrir os lugares que o senhor frequenta. A gente vai descobrir quem são as empregadas domésticas que trabalham pro senhor. A gente vai descobrir tudo da sua vida. Até o senhor pedir pra sair. Hoje o senhor tomou a pior decisão da vida do senhor.

Jair Bolsonaro prometeu uma reação mas não explicou qual será.

A expectativa da base fiel a Olavo de Carvalho, guru de Bolsonaro, é de que o presidente invoque o artigo 142 da Constituição — o da intervenção militar.

Apesar das bravatas, é difícil acreditar que os militares instalados nos postos-chave do governo Bolsonaro estejam de fato interessados em organizar um golpe, já que recairia contra eles a reação institucional, popular e a condenação internacional — num momento em que o Brasil está próximo de atingir 50 mil mortes causadas pela pandemia de coronavírus.

Se Bolsonaro não reagir, corre o risco de ver minguar ainda mais a base que ele estimulou continuamente ao longo dos últimos meses nos ataques ao Congresso e ao STF.

O presidente optou por esta tática por falta de base parlamentar no Congresso: a tarefa do chamado gabinete de ódio era acuar os adversários com assassinatos de reputação orquestrados nas redes sociais.

Os bolsonaristas argumentam que a Corte e o Parlamento, apoiadas pela mídia, estão impedindo o presidente de realizar sua agenda de extrema-direita.

Os três principais generais a serviços de Bolsonaro — Augusto Heleno, Luiz Eduardo Ramos e o ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva — fizeram críticas ácidas ao STF, além de ameaças veladas ao TSE sobre possível cassação da chapa Bolsonaro-Mourão.

Por outro lado, os militares são acusados pelos bolsonaristas raiz de tentar afastar do poder a chamada ala ideológica — a possível demissão do ministro Abraham Weintraub, da Educação, é atribuída a vazamentos do general Ramos.

Olavo de Carvalho já atacou o general, a quem chamou de leviano: “Senhor Ramos, o senhor que é amigo do [comunista] Aldo Rebelo, por acaso já perguntou de onde vem o dinheiro do Foro de São Paulo?”, disse ele em vídeo que publicou no You Tube.

Se Bolsonaro topar tutela completa dos militares, com apoio dos liberais, ele completará seu primeiro mandato mas dificilmente terá força eleitoral para se reeleger em 2022, já que seus seguidores razi vão acusá-lo de traição.

Os liberais já sinalizaram que topam manter Bolsonaro no poder para preservar a agenda de privatizações do ministro da Economia Paulo Guedes.

É possível que algum acordo seja fechado com a garantia de imunidade aos filhos do presidente, especialmente Flávio e Carlos Bolsonaro, enrolados com a Justiça em múltiplas investigações.


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Zé Maria

Partidarização das Polícias é Risco para a Democracia,
diz Cientista Político, Claudio Couto, da FGV

| Reportagem: Tiago Pereira | Rede Brasil Atual (RBA) |

https://www.redebrasilatual.com.br/politica/2020/02/partidarizacao-das-policias-e-risco-para-a-democracia-diz-cientista-politico/

Zé Maria

BANDA PODRE DA PF BOLSONARISTA
TENTA ABORTAR OPERAÇÃO NO STF

Delegada da Polícia Federal, Denisse Dias Rosas Ribeiro,
pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Alexandre de Moraes para “postergar” ou cancelar [SIC]
a operação de busca e apreensão contra bolsonaristas
suspeitos de envolvimento em atos antidemocráticos,
deflagrada na última terça-feira e batizada de Operação
Lume, argumentando que a realização das “diversas
medidas propostas em etapa tão inicial” da investigação
traria “risco desnecessário” à estabilidade das instituições. [SIC]

A delegada enviou a manifestação ao Supremo uma semana após ter recebido
a decisão de Alexandre de Moraes, proferida no dia 27 de maio, que determinou buscas e apreensões contra bolsonaristas.
A operação deveria ter sido deflagrada logo em seguida, mas, diante da resistência da PF, acabou sendo cumprida apenas na última terça-feira,
16 de junho, portanto 20 dias após a ordem do STF.

No documento, datado em 4 de junho, a Delegada pediu a Moraes
“pela postergação do cumprimento ou pelo recolhimento das ordens
já emanadas” e defendeu a necessidade de realização de diligências
preliminares para avaliar a necessidade das medidas solicitadas pela PGR.
“Pela postergação do cumprimento ou pelo recolhimento das ordens já emanadas, a fim de que o direcionamento dos recursos da Polícia Federal
seja inicialmente empregado na obtenção de dados de interesse e no
preenchimento das diversas lacunas das hipóteses criminais aqui apresentadas”, escreveu.

A manifestação da PF para adiar ou “recolher” os mandados
de busca e apreensão é incomum e acabou provocando atraso
na deflagração da operação, que estava prevista para ser
realizada no início deste mês.
Essa manifestação da Polícia Federal foi vista com estranheza
no STF, já que a Polícia Federal é obrigada a cumprir mandados
expedidos pelo Judiciário e não tem a atribuição de opinar
sobre essas ações.

Segundo fontes do STF, após o ocorrido, Moraes analisa um
pedido da PGR para afastar a delegada do caso.

A operação cumpriu busca e apreensão contra 21 alvos bolsonaristas
e também determinou a quebra do sigilo bancário de 11 parlamentares
da base de apoio do presidente Jair Bolsonaro.

| Reportagem: Bela Megale e Aguirre Talento | O Globo | 18/06/2020 |

https://oglobo.globo.com/brasil/pf-pediu-ao-stf-para-postergar-ou-cancelar-operacao-contra-bolsonaristas-alegou-risco-estabilidade-de-instituicoes-24486650

Zé Maria

Vê só a Coincidência:
Alguns canais e “páginas de apoio ao presidente”, na internet,
foram informalmente recomendados pela Psicóloga Coach
Heloisa Bolsonaro, conforme Reportagem de João Paulo Saconi
publicada em 13/09/2019, na Revista Época/Globo:

TAREFA DE CASA:
Como ficar inteligente e culto
“Querido diário, até a sessão da semana que vem preciso registrar em você
alguma coisa pela qual eu tenha sido grato — à chuva pela manhã, a uma
conversa com minha família, a um dia produtivo.”
Foi um pedido da Heloísa.
Acompanhar menos notícias tristes também fazia parte das metas (além de
ler, cozinhar e ir à academia).
Pedi a ajuda da coach nessa, pois quero continuar antenado.
Como apoio, recebi um e-mail com sugestões de oito canais de direita
que eu poderia acompanhar. Terça Livre, Senso Incomum, Renova Mídia,
Allan Santos, Filipe G. Martins, Tradutores de Direita, Ideias do Caio Copolla
e Brasil Paralelo. O último é utilizado por Eduardo para estudar história
nos preparativos para a sabatina do Senado:
“Depois de assistir, a pessoa se torna muito mais inteligente e culta, eu amo!”,
recomendou Heloísa.
O canal, porém, já foi contestado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
por divulgar fake news sobre urnas eletrônicas. [Trecho Transcrito]
https://epoca.globo.com/brasil/um-mes-de-coaching-com-heloisa-bolsonaro-23944567

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