A carta em que senador americano detona chanceler Araújo e Bolsonaro por apoiar terrorismo doméstico nos EUA; íntegra

Tempo de leitura: 2 min
O ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e o deputado Eduardo Bolsonaro durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados

Por Robert Menendez, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado

Tendo tomado nota de sua recente carta ao presidente Biden, parabenizando-o tardiamente por sua histórica eleição e expressando interesse em uma estreita parceria com os Estados Unidos, estou escrevendo para expressar minha preocupação contínua com suas alegações falsas sobre fraude nas eleições presidenciais dos EUA de 2020.

Tais declarações suas e de membros de seu governo, além das observações feitas pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, parecem demonstrar um padrão de apoio de seu governo às teorias da conspiração vazias e aos terroristas domésticos que atacaram o Capitólio dos Estados Unidos e a democracia americana em 6 de janeiro de 2021.

Os comentários podem representar um lamentável retrocesso na parceria Brasil-Estados Unidos, em um momento em que nossas nações devem se comprometer novamente com os objetivos comuns de aprofundar as relações, fortalecer a democracia global e melhorar a estabilidade política e econômica em nosso hemisfério e em todo o mundo.

Não há nenhuma evidência de fraude generalizada nas eleições dos EUA de 2020.

Além dos resultados do Colégio Eleitoral, que foram certificados pelo Congresso dos EUA, mais de sessenta ações judiciais questionando a eleição presidencial foram rejeitadas por vários tribunais nos Estados Unidos.

É importante ressaltar que essas decisões foram tomadas por juízes nomeados pelos democratas e pelos republicanos — incluindo juízes federais nomeados pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump.

Finalmente, em 11 de janeiro de 2021, a Suprema Corte dos Estados Unidos se recusou formalmente a acelerar o processo judicial relacionado a contestações eleitorais movidas pelo ex-presidente e seus aliados.

Os trágicos eventos de 6 de janeiro foram um ataque direto ao nosso prédio do Capitólio, ao Congresso dos EUA e ao nosso processo constitucional.

Esses eventos foram atos de terrorismo doméstico que resultaram em numerosas mortes, e não foram, como afirmou o ministro Araújo, atos de “bons cidadãos”.

O fato de o Sr. Araújo ter defendido tais atos de terrorismo doméstico mostra o quão distanciado ele está da realidade atual nos Estados Unidos.

Esses comentários não são ações de um aliado e podem prejudicar a parceria entre os Estados Unidos e o Brasil.

Tanto os republicanos quanto os democratas condenaram amplamente a violência exibida em nosso Capitólio, o que ressalta ainda que o ministro Araujo está essencialmente priorizando o relacionamento de seu governo com uma facção estreita e radical do espectro político dos EUA.

Esse é um erro estratégico significativo, que pode ter ramificações para o avanço de nosso relacionamento diplomático.

Exorto-o a apoiar os Estados Unidos e a comunidade internacional em geral na condenação do incitamento à violência e dos ataques contra a democracia norte-americana.

Qualquer coisa que não seja uma rejeição categórica dos ataques de 6 de janeiro não serve apenas para sustentar a narrativa dos extremistas — também o faz em detrimento de nosso relacionamento bilateral.


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Comentários

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Zé Maria

O Reverendo Araújo não poderia mesmo ser nada além do que o subordinado
de um ex-tenente imbecil, ignorante e mau, Recruta Zero metido a Comandante,
que comete os Atos mais Facínoras como se estivesse dando Ração a Emas.

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