Lava Jato foi atrás da nota das plantas que dona Marisa comprou na Ceagesp, mas não das fachadas Vaincre, A Plus Holdings e Juste

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Da Redação

Roberto Leonel estava em todas.

Ou, simplesmente, Leonel.

Era o Auditor Fiscal da Receita Federal e chefe do Escritório de Pesquisa e Investigação na 9ª Região Fiscal, Roberto Leonel de Oliveira Lima.

As mensagens trocadas entre o juiz Sergio Moro e integrantes da Força Tarefa da Lava Jato de Curitiba revelam que, ainda que não tivessem recebido mandato para isso, os meritocratas estavam determinados a reformar o Congresso, o Judiciário e o Brasil.

Com dinheiro recolhido da Petrobras, pretendiam ter um orçamento paralelo para perpetuar a Lava Jato e beneficiar aliados.

Isso, sendo a Petrobras vítima — e não autora dos crimes.

Aos autores dos crimes foi garantida leniência, com penas curtas e milhões de reais preservados, em troca de delações que pudessem afastar o PT e o ex-presidente Lula do poder.

“Russo” ou “Putin” aplicava suas próprias leis — o Código Penal da Rússia — para atingir seu objetivo.

De maneira clandestina, a Lava Jato no Paraná estabeleceu troca de informações e dados com autoridades dos Estados Unidos e da Suiça sem passar pelos trâmites legais do Ministério da Justiça.

Num país soberano, a contribuição com governos estrangeiros é obviamente sujeita à política. Afinal, estavam em jogos algumas das maiores empresas brasileiras, como a Petrobras e a Odebrecht, com grande atuação internacional, além de toda uma cadeia de fornecedores, ao custo de milhares de empregos.

A Lava Jato planejou investigar ministros do Supremo Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, aos quais em tese seriam subordinados.

Para evitar que isso fosse feito abertamente, recorreu a “consultas informais”, violando o sigilo fiscal de investigados com a colaboração do “Leonel”.

A melhor definição, de longe, foi dada pelo procurador Roberson Pozzobon, que engajou Leonel no que comparou a uma visita a um “pesque e pague”.

Isso viola a própria ideia de uma investigação criminal, que deve partir de um crime.

A Lava Jato pegava uma prova/peixe e saia atrás de alguém para usá-la contra.

Os procuradores definiam seus alvos, ainda que de orelhada, e só depois corriam atrás das provas.

Suspeita até prova em contrário, a primeira dama Marisa Letícia foi alvo da busca de uma nota fiscal de um box do Ceagesp em São Paulo.

Ela havia comprado plantas. Quem sabe, especularam os procuradores, não teria sido um caso de lavagem de dinheiro da esposa de Lula.

O episódio diz muito sobre o fervor persecutório que escondia preconceito de classe.

O sítio frequentado por Lula e família em Atibaia, era de muito mal gosto, concluiu o procurador Januário Paludo ao visitá-lo.

Os procuradores da Lava Jato estavam tão convencidos antecipadamente da culpa de Lula que pediram busca e apreensão na sede da empresa panamenha Mossack&Fonseca, na avenida Paulista, em São Paulo.

Ali, poderiam estar documentos comprovando que Lula era o dono do triplex de Guarujá através de uma empresa de fachada no Exterior.

Em vez disso, descobriram que uma herdeira da Globo, Paulo Marinho, pagava anuidades para manter empresas de fachada em Nevada (Estados Unidos), Panamá e Ilhas Seychelles.

Descobriram também uma tonelada de documentos sobre brasileiros de classe média branca que, para fraudar o Fisco, depositavam dinheiro em refúgios fiscais.

O assunto morreu morte morrida. Primeiro, na mídia. Depois, na investigação.

O Globo, da família Marinho, que definiu a Mossack como empresa a serviço de ditadores e narcotraficantes, não explicou em que categoria poderiam ser enquadradas as empresas das quais a herdeira de Roberto Marinho pagou anuidades: Vaincre LLC, A Plus Holdings e Juste International.

Já as plantas da ex-primeira dama Marisa…

Por trás desta diferença de tratamento, está a crença dos meritocratas de que Emilio Odebrecht — por ser de classe superior — era digno de leniência, enquanto Lula, manchado pelo voto popular dos de baixo, deveria apodrecer na cadeia.

Diálogos 2 de Luiz Carlos Azenha


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Comentários

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Paulo

O q causa perplexidade em tudo isso é q essas tramóias todas praticadas na lava jato ocorreram durante o governo Dilma e ao q parece não moveu um dedo para ao menos tentar impedir ou denunciar as ilegalidades. Foi ignorado pelo governo até obscuros acordos internacionais promovidos pelos membros da lava jato. O ministro da justiça de então, apenas interessado em se guindar ao STF, era apenas paisagem neste cenário todo. Continuamos esperando o “mea culpa” do PT.

jucemir r. da silva

Sobre a empresa Mossack Fonseca, recomendo a comédia THE LAUDROMAT(A LAVANDERIA) – disponível na Netflix.
Será que o filme algum dia aparecerá na grade de programação da Globo?

Corrijam o truncamento: “”uma herdeira da Globo, [filha de] Paulo Marinho”.

Bonard

O destino da Lava-Jato será o mesmo do Caso Banestado!

Toledo

Se as mensagens dos hackers são falsas por que o Moro e os procuradores da lava jato não entregam seus celulares e provam que as mensagens são realmente inverídicas ?
Seria muito mais fácil entregar os aparelhos celulares. Já que não tem nada de comprometedor nas conversas.

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