Marcela Machado: O ambicioso plano de longo prazo do Centrão, que fará explodir o assédio sobre funcionários de carreira

Tempo de leitura: 2 min

Da Redação

Marcela Machado, funcionária do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária em Santa Catarina, é diretora de Articulação e Políticas Sociais da Associação Nacional dos Servidores Públicos Federais Agrários.

Formada em Direito, com especialização em Ciência Política pela UFMG, é analista em Reforma e Desenvolvimento Agrário do Incra.

Nessa entrevista, ela comenta três eixos que considera essenciais das reformas em andamento no Congresso, todas promovidas depois do golpe de 2016 contra Dilma Rousseff: a reforma administrativa (PEC 32/2020), o PL da Grilagem (MP 910/2019, modificada) e a municipalização da reforma agrária.

A partir da entrevista, é possível compreender o ambicioso plano de longo prazo do Centrão, que levou o bloco de mais de 200 parlamentares a se unir em conjunção carnal com o presidente Jair Bolsonaro.

A reforma administrativa, dentre outras coisas, precariza milhares de empregos públicos, que deixarão de ser preenchidos por concurso.

Integrantes do Centrão, que controlam milhares de municípios no Brasil, direta ou indiretamente, através de parentes e amigos, terá a oportunidade de preencher estes cargos ou promover a “rachadinha”em larga escala.

Paralelamente, crescerá significativamente a possibilidade de assédio dos servidores públicos concursados, que tem a estabilidade para se opor a decisões ilegais de vereadores, prefeitos, governadores, deputados e do presidente da República.

Por outro lado, o PL da Grilagem, combinado com a municipalização da reforma agrária, abre espaço para um toma-lá-dá-cá sem fim entre prefeitos, vereadores e seus correligionários e os ladrões de terras públicas — outra possível fonte de enriquecimento para os “picaretas” do Congresso Nacional.

As conclusões acima são do Viomundo.

Nossa entrevistada, Marcela Machado, diz que o processo de desmonte do Estado brasileiro vem de longe e que seu objetivo, basicamente, é transformar em “mercadoria” todos os serviços públicos — penalizando acima de tudo os trabalhadores.

Em outras palavras, é a elite brasileira lutando para manter o Brasil como um dos paises mais desiguais do planeta.

Extrapolando a partir desta entrevista, é possível entender o projeto que agora une os militares ao Centrão: aqueles mantém seus privilégios de longo prazo e o controle do Estado desmilinguido, enquanto estes formam uma nova Arena — a Aliança Renovadora Nacional, partido de sustentação da ditadura militar — explorando bens públicos de toda sorte.


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Comentários

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Riaj Otim

Qualquer estudo mínimo prova que menos de 3% da população tem competência para ingressar via concurso e deveria ser essa faixa que deveriam ocupar para que do demais tivesse oportunidade de não ficar sem emprego

    ivan Gusmão

    Fora estes 3% vocês que querem uma boquinha ganhando metade de um servidor concursado,teriam que fazer o teste do sofá, que já existe na Globo, para, não posto nem ingressar, posto entras pelas portas dos fundos, nós 2 sentidos.

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