José Celso Cardoso Jr.: Com reforma administrativa, rachadinha poderá ser a norma em 1 milhão de cargos públicos precários

Tempo de leitura: 2 min

Da Redação

A reforma administrativa proposta pelo governo Bolsonaro vai institucionalizar a “rachadinha”, ao criar cerca de um milhão de cargos públicos precários nos governos federal, estaduais e municipais.

Estes cargos não serão preenchidos por concurso, ficando sujeitos à influência de mandatários do Executivo.

A opinião é de José Celso Cardoso Jr., presidente da Associação de Funcionários do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a Afipea Nacional.

José Celso é doutor em Economia pela Universidade Estadual de Campinas.

Áudios recentes divulgados pelo UOL demonstram que a ex-cunhada do presidente Jair Bolsonaro, Andrea, atribui ao então deputado federal a demissão de seu irmão, André, por não devolver a parte do salário que era exigida dele na “rachadinha” do clã Bolsonaro.

Andrea foi funcionária-fantasma dos gabinetes de Jair, Carlos e Flávio Bolsonaro, respectivamente na Câmara dos Deputados, Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro e Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, ao longo de duas décadas.

Na entrevista acima, José Celso afirma que o ministro da Economia, Paulo Guedes, está tentando aplicar no Brasil o mesmo processo que o ditador Augusto Pinochet utilizou no Chile, um desastre que agora será finalmente desfeito pela Constituinte recém-eleita naquele país.

É a retirada de direitos dos funcionários públicos, com a abertura de vários setores do Estado para a iniciativa privada.

José Celso faz um alerta muito importante: com a indicação política de funcionários públicos precarizados, o ocupante de plantão do Planalto, por exemplo, poderia influir em decisões importantes tomadas no interior da máquina do governo, tanto no IPEA quanto no IBGE , na Funai ou no IBAMA.

Ele desmente a tese tão propalada pela mídia sobre o “inchaço” do Estado brasileiro e fala sobre um estudo que demonstrou que reformas administrativas como a proposta agora no Brasil, aplicadas na Europa, não deram o resultado esperado.

Assistam à excelente entrevista de José Celso (no topo).


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Comentários

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lulu Resanto

Havemos de convir e ter mais compaixão. Quem é competente faz concurso e trabalha no serviço público desfrutando de todo seu salário. Porém quem não tem competência, vai viver como? O máximo é mesmo conseguir um desses emprego, já que nem precisa fazer nada, de fato o sujeito nem sabe mesmo, e não é justo que um incompetente receba tudo

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