Bolsonaro lança foguete do IR por votos da classe média e deixa que ricaços mantenham pobres pagando mais imposto no Brasil

Tempo de leitura: 2 min

Da Redação

Foi um foguete disparado pelo governo Bolsonaro em direção ao Congresso, sem consultas públicas, sem debates.

Objetivo: depois do reajuste do Bolsa Família, garantir votos para a reeleição do presidente em 2022.

O projeto de reforma do Imposto de Renda beneficia diretamente 6 milhões de contribuintes de classe média, que ficarão isentos.

Mas outras faixas de assalariados também serão beneficiadas, equivalendo a R$ 22 bilhões em renúncia fiscal — dinheiro que pode estimular a economia.

De acordo com o economista Rodrigo Orair, especialista em política fiscal, o projeto saiu do Palácio do Planalto “neutro”.

Tinha até boas novidades, como a taxação dos dividendos pagos a acionistas de empresas. O Brasil é um dos poucos países do mundo que não taxam essa renda.

Sim, Paulo Guedes aparentemente pretendia taxar os ricos.

Porém, ao cair nas garras do Centrão o projeto passou a ser dilapidado.

Foram retiradas, uma a uma, medidas provavelmente originárias da Receita Federal que pretendiam evitar a elisão fiscal, ou seja, manobras jurídicas para deixar de pagar impostos.

A taxação dos dividendos foi mantida, mas na proposta atual o IR das empresas, que originalmente cairia de 34% para 29%, tem previsão de ser reduzido em 12,5%!

Na campanha eleitoral, Bolsonaro havia prometido aumentar a faixa dos isentos para ganhos mensais de até R$ 5 mil. Cumprirá metade da promessa: a faixa subirá de R$ 1.900 para 2.500.

Quem aparentemente sai perdendo são os contribuintes solteiros, que agora só poderão usar a dedução simples de 20% se ganharem menos de R$ 40 mil anuais.

Rodrigo diz que o maior ricaço brasileiro, com renda anual de R$ 1,4 trilhão, tem R$ 1,1 trilhão de isenção no imposto de renda de pessoa física.

Os 160 mil contribuintes mais ricos têm 2/3 de sua renda isenta.

Enquanto isso o pobre, embore isento de IR, paga proporcionalmente mais impostos, pois embora de baixíssima renda contribui ao comprar alimentos e qualquer bem sobre o qual incide tributação.

Assim sendo, o Brasil deixa mais uma vez de fazer justiça fiscal. Bolsonaro provavelmente ganhará votos da classe média e o Centrão… como sempre, o Centrão é apenas uma correia de transmissão dos ricaços.

O bloco parlamentar dará cobertura ao presidente, que poderá argumentar que tentou cobrar os mais ricos mais foi impedido pelo “odioso” Centrão.

Rodrigo Orair se refere ao projeto no início de nossa entrevista como “foguete”, dada a rapidez com que tramitou — poderia entrar na pauta de votação do plenário ainda hoje.


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Comentários

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Zé Maria

Essa Estigmatização que enuncia que o ‘Pobre é Culpado pela própria Pobreza’,
seja por ‘Vagabundagem’, seja por ‘Incompetência’, faz parte do Simbolismo do
Preconceito de Classe Social que se soma ao Racismo Supremacista Branco que
aparece subliminarmente nos Veículos Comerciais de Comunicação.

Zé Maria

A Tese da Thatcher, Baseada nos Gurus da Escola de Chicago, era a de que o Direito Individual se sobrepõe ao Direito Coletivo.
Também partindo desse Princípio Individualista Deturpado (Egoísta), Reagan implementou o (Neo)Liberalismo Econômico, Predador da Classe Trabalhadora, nos EUA, daí se estendendo para todo o Mundo, por meio do Processo denominado ‘Globalização’ (do Sistema Financeiro).
A partir de então, aproveitando-se da Manipulação das Informações, operando através dos Grupos Empresariais de Comunicação de Massa, formou-se o Senso Comum de que o Empreendedorismo Individual é, no Campo Material, o Unico Caminho para o Desenvolvimento Pessoal que, com Esforço e Esperança (Fé), independentemente de Condição Social ou Oportunidades proporcionadas pelo Estado, seria Alcançado, concluindo por isso que o Recolhimento de Taxas, Tarifas e Impostos seria Desnecessário, que bastaria aos Governos oferecer Segurança.
Essa é, em Síntese, a Teoria do Estado Mínimo, cujos Elementos Jurídicos, Políticos e Econômicos, por sinal, foram Aproveitados pela Extrema Direita Neo-NaziFascista.

    Zé Maria

    Adendo

    Agora, a Burguesia avançou no Brasil, para determinar
    que os Ricos têm exclusivamente ‘Direitos Individuais’
    e os Pobres possuem somente Obrigações, sendo estes
    Culpados por sua Condição Social.
    Desta forma, mesmo apesar dessa Culpa Atribuída aos
    materialmente ‘Despossuídos’, os Ricaços aparecem na
    Mídia Venal como os Grandes Promotores da Caridade,
    os que, por sua ‘Bondade’, fazem Doações Generosas,
    e às vezes ‘até’ oferecem um emprego – sem salário – o
    que justificaria a essa Casta Superior o não pagamento
    dos Tributos bem assim das Obrigações Previdenciárias
    e dos [já poucos] Créditos Trabalhistas.

    Zé Maria

    Politicamente, essa Pretensa Exclusividade no Exercício de Direitos Individuais
    (Deturpados) se expressa, por exemplo, na Reivindicação de supostos direitos,
    como os de não matricular os filhos nas escolas; de portar armas de fogo, em
    público; de não se vacinar e de não cumprir Isolamento Social nas Epidemias,
    quando determinado pelo Poder Público.
    Por consequência dessa Visão Egoísta, é que há a recusa em pagar impostos,
    mesmo em Prejuízo de toda a Coletividade.

RobertoAP

Será que o pobre de direita vai continuar pastando, morrendo de fome e votando em vagabundos como o Porco do Planalto?

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