PT entra no STF com notícia-crime contra Dallagnol e Pozzobon; pede também investigação nos conselhos

Tempo de leitura: 3 min
Divulgação

Dallagnol e Pozzobon são alvo de notícia-crime apresentada pelo PT ao STF

PT na Câmara

As Bancadas do PT na Câmara e no Senado protocolaram hoje (18), no Supremo Tribunal Federal, uma notícia-crime pedindo investigação e abertura de processo criminal contra os procuradores Deltan Dallagnol e Roberson Pozzobon, da força-Tarefa da Lava Jato.

A ação dos parlamentares petistas tem como base mensagens obtidas pelo site The Intercept Brasil que dão conta de que eles pretendiam usar o prestígio obtido com a Operação Lava Jato para lucrar com palestras, além de terem cometido outros ilícitos.

As duas bancadas protocolaram também duas outras petições:

1) uma, no Conselho Nacional de Justiça, pedem investigação sobre uso de recursos da 13º Vara Federal para financiamento de um vídeo promocional sobre medidas anticorrupção;

2) outra, no Conselho Nacional do Ministério Público, cobram a adoção de medidas administrativas e legais a fim de identificar os financiadores do filme A Lei é para Todos, incluindo investigação sobre o possível uso de recursos da 13º Vara Federal de Curitiba para a realização da película.

Investigação

Os documentos foram assinados pela presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), os líderes do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), e no Senado, Humberto Costa (PE), além de dezenas de deputados, deputadas e senadores das duas bancadas no Congresso Nacional.

A notícia-crime, encaminhada ao presidente do STF, Dias Toffoli, possibilita que a investigação seja aberta pela Corte, independentemente da vontade da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Nesse caso, se o STF determinar a investigação, ela será remetida à Procuradoria, mas é a Suprema Corte que manterá o controle judicial de seu andamento e poderá determinar providências. As bancadas do PT já protocolaram várias ações na PGR contra a Lava Jato, mas não se tem notícia de que alguma delas tenha ido para a frente.

Esposas laranjas

Os deputados e senadores citam reportagem publicada pela Folha de S. Paulo no último domingo (14) a qual mostra que Deltan, juntamente com Pozzobon, montaram um plano para lucrar com a fama da Lava Jato.

Os dois procuradores ainda cogitaram abrir empresas em nome das respectivas esposas e fazer parcerias com empresas promotoras de palestras, para se pouparem de eventuais críticas.

Deltan ainda utilizou os serviços de duas funcionárias da Procuradoria — pagas pelo contribuinte brasileiro – para organizar suas atividades de palestrante.

Dallagnol, só em um ano, teria recebido R$ 400 mil por palestras, afora o seu salário mensal de mais de R$ 30 mil pagos pelo povo brasileiro.

Queima de provas

Na petição ao STF, os parlamentares estranham o fato de que procuradores da Lava Jato tenham excluído de seus aparelhos celulares e da nuvem os arquivos agora revelados pelo The Intercept.

Eles argumentam que seria importante confrontar seus arquivos com os obtidos pelo site.

“A destruição indica claro indício de tentativa de inviabilizar a investigação sobre a autenticidade do conteúdo, em evidente estratégia de defesa em face das diversas irregularidade e ilicitudes praticadas na condução de investigações”, afirmam os deputados e senadores do PT.

Segundo eles, os procuradores, ao destruir, suprimir e ocultar, em benefício próprio ou de outrem, documento público ou particular, incorreram em crime. Com isso, eles afastaram a possibilidade de confrontar a alegada adulteração de informações com o material obtido pelo The Intercept.

Na ação, os parlamentares do PT assinalam também o conluio criminoso entre o ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, com o procurador Deltan Dallagnol a fim de fraudar provas e manipular o processo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, numa articulação totalmente fora da lei.

PT na Câmara

Leia a íntegra dos documentos:

Leia a íntegra dos documentos:

Notícia-crime (PDF)

Pedido de investigação sobre o filme da Lava Jato (PDF)

Representação ao CNMP (PDF)

 


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Comentários

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claudio

Sabe qual a diferença entre Pozzobon e Bozzoruin? Qual é o bom e qual é o ruim? Se souber me avisa tá!!

Cecília souza

Punição severa para essa turma da quadrilha a jato de Curitiba e seus aliados em outras instâncias do judiciário.

Zé do rolo

Já passou da hora de Deltan, moro e demais integrantes da quadrilha a jato de Curitiba serem severamente punidos ora esses fora da lei agiram de má fé a para com quem consideraram seu inimigo político e forjaram toda essa farsa condenatória ou seja a mais pura verdade que possa existir na face da terra são esses conteúdos que o Intercept Brasil e a Folha e a veja estão divulgando.

GauchãoOrtiz

Dalla’agnoll, Pozzobom, Moro, Zucollotto, Fachin, Bolsonaro,….entre outros. Será que a Máfia ou a Camorra, estão mandando no Brasil?

Zé Maria

A Parcialidade Judicial: de Como (só) a Vergonha Poderá nos Redimir

Talvez no Brasil as péssimas práticas de não levarmos a sério a Constituição
possa um dia ser revertida porque ela — essa prática — envergonha-nos
(ou deveria envergonhar-nos!) e, porque, para outros povos, soa como ridícula.
E isso deverá nos causar constrangimentos de tal monta que abandonaremos
essa prática. Quem sabe?
Quem sabe abandonamos as “cruzadas morais” e nos voltemos ao Direito?

Deveria envergonhar a todos os juristas um procurador da república se transformar
em bandeirinha do juiz, fazendo bajulações que envergonham a Instituição do
Ministério Público.
Pior: deveria envergonhar-nos o fato de a Procuradora Geral da República,
em vez de investigar a conjuminância, fazer nota de apoio, comprometendo a
história institucional do MP. Assim, agindo, Raquel Dodge fez a opção pelo fator “The Dark Side of The Law”.
Os duelos continuam e os pés continuam a ser atados, se me permitem a analogia.
E não causam constrangimentos …

Por Lenio Luiz Streck, na ConJur, via GGN

https://jornalggn.com.br/artigos/a-parcialidade-judicial-de-como-so-a-vergonha-podera-nos-redimir-por-lenio-luiz-streck/
https://www.conjur.com.br/2019-jul-18/senso-incomum-parcialidade-judicial-vergonha-redimir

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