Mega passeata em São Paulo encerra o #29M, que acendeu o pavio do impeachment de Bolsonaro; veja os melhores momentos

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Da Redação

A passeata que encerrou o #29M, em São Paulo, surpreendeu os próprios organizadores, depois de semanas de debate sobre ir ou não às ruas por receio de contribuir com a disseminação da covid.

Praticamente todos os participantes estavam mascarados e tentaram manter algum distanciamento social, embora isso nem sempre tenha sido possível.

Não há dúvida de que a manifestação na avenida Paulista foi massiva, com dezenas de milhares de pessoas descendo depois a avenida da Consolação carregando cartazes e faixas contra Jair Bolsonaro.

Toda a energia que estava retida em casa transbordou na manifestação, que serve de alerta a Jair Bolsonaro: ela se realizou APESAR de grandes dúvidas de lideranças e militantes de esquerda.

Considerando todas as manifestações que aconteceram ao longo do dia, em todo o Brasil e no Exterior, está claro que o caminho das ruas tem grande potencial para crescer, à medida em que faltam vacinas e fica cada vez mais claro o papel genocida do governo Bolsonaro.

Apesar do sucesso da manifestação, o jornalista Gilberto Nascimento registrou em uma rede social que a Globonews, do Grupo Globo, fez apenas alguns registros do dia, quando na campanha pelo impeachment de Dilma Rousseff transmitia ao vivo por horas a fio.


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Comentários

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Roberto Garcia

Ganhamos. Finalmente. Apesar de todos os perigos, enchemos as avenidas e as praças. As fotos são impressionantes. Muita gente, mesmo. A batalha das ruas era o que faltava. Jair Messias dava as dele, parecia que tinha volume. Controlava o povão. Não mais.
Se esse era o estímulo que precisavam os outros poderes, agora ele já não falta. Deputados, senadores, o pessoal do judiciário estavam em cima do muro. Diziam que não era prudente fazer qualquer gesto de desafio ao governo, sem povo para apoiar. Depois deste sábado, o 29M, como os organizadores chamavam, mostrou que houve a virada. A oposição ao governo é substancial. Tudo parece indicar que o fora bolsonaro vriou maioria.
Vão tentar desmerecer. Houve aglomeração. Isso representou perigo. Ainda mais nestas horas em que se anuncia uma nova onda, mais agressiva. Tirou da oposição um argumento que estava sendo usado para criticar Bolsonaro. Vai ter que lidar com isso. É um senão. Mas foi um risco calculado.
Nos últimos meses só havia pesquisa de opinião. Mas não pareciam convincentes. As feitas pelo telefone não valiam muito. Não eram representativas. As presenciais tem mais valor. E vem demonstrando que o apoio ao governo está caindo consistentemente, a rejeição passou da metade da população.
Ainda não dá para cantar vitória. Mas foi um passo importante. A CPI está ajudando. A vacinação é insuficiente. Desemprego cresce. O auxílio de emergência de 150 reais é ridículo. As universidades sofrem com cortes de orçamento. Professores e alunos descontentes. São contingente importante. Tem sinal de que vai faltar energia. A que tem está custando mais caro. A inflação dos alimentos mais consumidos pelo povo aumentou. O governo nao para de dar passo em falso. Como se não bastasse, arranjou briga até com o alto comando do exército.
Quando se junta tudo isso percebe-se a razão do crescente desgaste. Da insatisfação popular. Da hesitação até mesmo entre muitos que apoiavam Jair Messias sem pensar.
Tem algo pior previsto por gente que entende disso. Diz o professor Nicolelis, que sempre acertou, que o quadro assustador pode ficar muito pior. Alerta ele que a menos que se vacine três milhões e meio de pessoas por dia e se faça um lockdown sério o número de fatalidades pode dobrar. Não é alarmismo esquerdista, como diz Bolsonaro. É simples cálculo realista. É dois mais dois são quatro.
Se essas previsões se forem confirmando, se não houver vacina suficiente, se a resistência às medidas de prevenção continuar, aí terá que vir decisão. Será que o exército vai continuar a sustentar o genocida? Será que a Câmara vai continuar insensível, pensando só no umbigo? Será que o Senado vai dizer sim ao próximo terrivelmente evangélico que ele nomear para o Supremo? Enfim, vão todos deixar que ele continue a imperar?
Muita pergunta. Falta resposta. Mas núvens escuras parecem chegando. Basta olhar.

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