Live com a vereadora Juliana Cardoso é invadida e derrubada no Zoom: ”Sinal de impunidade consentida!’’, denuncia Neder; vídeo

Tempo de leitura: 4 min

Por Conceição Lemes

Desde o início da semana, o Coletivo Cidadania Ativa divulgou em suas redes sociais e grupo de whatsApp convite para uma live com a vereadora Juliana Cardoso (PT-SP) nessa sexta-feira, 30/10, às 19h30.

Nascida, criada e moradora da Zona Leste, Juliana está no seu terceiro mandato.

Na Câmara Municipal, é vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança, Adolescente e Juventude e membro das comissões de Saúde e Direitos Humanos.

Às 20h51, recebi do médico Carlos Neder, que foi deputado estadual pelo PT-SP, este comunicado do Coletivo Cidadania Ativa:

Os fascistas atacaram agora nossa live com a vereadora Juliana Cardoso, 13.222 quando estava com quase 60 pessoas na sala. Vamos abrir, de novo! Seja solidário e vamos enfrentá-los.

Nos ataques, suásticas, palavrões, ofensas.

O vídeo abaixo registra o momento em que isso aconteceu.

Eram 20h45, quando a reunião foi derrubada pelos invasores.

Ficou fora do ar cerca de 5 minutos.  E foi retomada.

“Causa espécie que a plataforma Zoom não garanta a segurança de reuniões on-line e que pessoas inescrupulosas invadam esses eventos, procurando inviabilizar um debate democrático, apoiando-se em grosserias, símbolos e valores fascistas’’, afirma Carlos Neder.

‘’Sinal de impunidade consentida!’’, denuncia.

Para a vereadora Juliana Cardoso, “essas invasões virtuais desrespeitam a democracia, porque é no encontro e no diálogo que a gente consegue organizar nossa atuação política’’.

Ela prossegue:

”Não sabemos da motivação específica de cada invasor, mas o perfil deles é o mesmo: propagam o ódio, desestabilizam uma articulação legítima e tentam intimidar as pessoas.

Vamos continuar nosso propósito construtivo da política com afeto, e, ao mesmo tempo, denunciando que essas práticas não podem passar inadvertidas, especialmente porque não são ingênuas, usam símbolos de violência, são racistas e misóginos.

Seguiremos atentas, juntas e fortes!”

”FRASES EM OUTROS IDIOMAS, VOZES MASCULINAS”

A reunião dessa sexta-feira foi coordenada por Aline Rocha.

Formada em relações internacionais, é especialista em gestão pública, trabalha com articulação política. Integra a direção estadual do PT, em São Paulo.

Segue o relato dela sobre o que aconteceu.

Por Aline Rocha, especial para o Viomundo

Começamos às 19h30 via Zoom, com transmissão ao vivo no Facebook.

Na primeira meia hora, fizemos acolhimento dos participantes, exibimos dois vídeos da Juliana Cardoso, mostrando sua atuação na Câmara Municipal, tanto na perspectiva dos conteúdos quanto na forma de agir.

Às 20h, a Juliana entrou e falou dos seus compromissos.

Abrimos então a palavra para os presentes se manifestarem.

Nessa hora, por duas vezes, identifiquei dois nomes incomuns.

Eles insistiam em abrir seus microfones com ruídos. Eu fechei.

Mesmo assim, teimavam em agir. Removi-os então.

Eram 20h30.

Deu para notar uns dois participantes com microfones fazendo ruídos. Inclusive frases pronunciadas em outros idiomas, todas vozes masculinas.

Só que pouco tempo depois um terceiro participante compartilhou a própria tela e passou a desenhar nela.

Primeiro,  fez um pênis. Depois, várias suásticas. Na sequência, começou a escrever.

 No canto direito, de cima para baixo, eu, Aline Rocha, Cláudia Afonso, Juliana Cardoso e Cyra Malta.

Naquele instante, eu coordenava a reunião e a Cyra (imagem abaixo) estava com a palavra. Ela comentava a carta-compromisso assinada por Juliana em defesa do clima.

Às 20h45, a reunião foi derrubada pelos invasores.

Imediatamente corremos para desabilitar compartilhamento de tela por participantes.

Deve ter durado uns 5 minutos o compartilhamento da tela do invasor.

Retomei a palavra, comentando sobre esse tipo de invasão.

Ressaltei a misoginia, o discurso de ódio, as ameaças e a ostentação do símbolo nazista, que é racista, eugenista e destruidor do livre pensamento e da organização política. Portanto, antidemocrático.

Afinal, tratava-se de uma reunião de organização política em defesa de uma candidata mulher, feminista, anticapitalista, indígena, e nada disso parece irrelevante nesse contexto de ataque às práticas democráticas, como é a livre organização política.

Nos sentimos todas invadidas, impedidas de exercer nossa cidadania.

O ambiente virtual pode dar a falsa sensação de que uma invasão assim é algo menor…

Mas não é.

Imagine-se numa reunião presencial tranquila na garagem da sua casa.

Aí, de repente, alguém não convidado e mal intencionado entra na marra pela porta, desenha nas paredes um pênis e várias suásticas, passando a gritar “morte”, “sujas”.

É inadmissível tanto ódio e desrespeito com as pessoas.

Infelizmente, vivemos tempos sombrios e o ódio ganhou espaço.

Só resistindo à banalização da violência é que avançaremos na reconstrução da nossa liberdade e na construção de uma sociedade de igualdades.

Se sabíamos da fragilidade de segurança do Zoom?

Sabíamos, sim, mas entendemos que era uma reunião aberta para quem tivesse o link.

Porém, podemos afirmar que os invasores — alguns falando em outros idiomas enquanto roubavam a palavra — não receberam o link da reunião por meio de nós.

Eu sei também que falta segurança nesses espaços virtuais, o que contribui para que essas coisas aconteçam da forma que ocorreu nessa sexta-feira.

Acabar com essas reuniões nem pensar.

Cabe-nos, então, entender o que motiva esse tipo de prática.

Agora, o episódio de ontem não foi o primeiro.

No começo de setembro aconteceu parecido.

Nós estávamos também com a Juliana Cardoso.

Era uma reunião de mulheres de vários coletivos apoiadores dela, quando houve a invasão.

Vídeos pornográficos foram exibidos, alguns envolvendo até crianças/adolescentes. A campanha abriu boletim de ocorrência.

Às 20h51, retomamos a live no mesmo link, e seguimos a reunião até quase 22h.

Várias pessoas falaram.

Concluímos com esta poesia de Wislawa Szymborska e a imagem abaixo.

As Três Palavras Mais Estranhas

Quando eu pronuncio a palavra Futuro

a primeira sílaba já pertence ao passado.

Quando eu pronuncio a palavra Silêncio,

Eu o destruo.

Quando eu pronuncio a palavra Nada,

Eu faço algo que nenhum não-ser pode reter.

Imagem da página 161 do livro “Querido Diário da Republica – relatos somados sao história”, de Ana Clara Ferrari, lançado este ano. Ela reuniu relatos que fez diariamente em 2019 sobre os fatos que considerou mais marcantes da política brasileira

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Zé Maria

Embora o símbolo da suástica nazista
esteja invertido, como em um espelho,
mais parecendo o Manji Budista Japonês
ou a Cruz Gamada Asteca adaptada pelos
Nativos Hopi do Oeste Norte-Americano,
o Termo Nigger, em inglês, é um Insulto
Racista contra Não-Brancos, nos EUA,
principalmente contra Afro-Americanos.

Portanto, além da invasão desrespeitosa,
ofensiva e criminosa à Reunião Petista
realizada por Bandidos Semi-Analfabetos,
a Simbologia usada possui Características
elementares de Indivíduos de Grupelhos
Racistas Brancos dos Estados Unidos ou
de braZileiros de Extrema-Direita Chulos,
Vira-Latas Colonizados e Mal Informados.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Nigger
https://en.wikipedia.org/wiki/Nigger
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hopis
https://www.epochtimes.com.br/verdadeira-historia-suastica-parte-2
https://www.epochtimes.com.br/a-verdadeira-historia-da-suastica-parte-3
https://pt.wikipedia.org/wiki/Su%C3%A1stica#A_vis%C3%A3o_de_Wilhelm_Reich

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