Gabriel Fernandes: Norma da CTNBio viola regras de biossegurança

Tempo de leitura: 7 min

milho

IHU On-line, sugerido pela sgeral/MST

“Está em curso um processo de desmanche das regras de biossegurança no país”, declara Gabriel Fernandes ao comentar a resolução  normativa que autoriza empresas produtoras de transgênicos a pedirem isenção do monitoramento dos produtos após a liberação comercial, aprovada nesta semana pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio. Com a mudança, as empresas estão liberadas de monitorar os efeitos dos transgênicos sobre a saúde humana e o meio ambiente.

“O não monitoramento pós-comercialização dos transgênicos impede que seus potenciais riscos sejam identificados. Com isso as empresas seguirão dizendo que ainda não foram comprovados danos causados pelo uso de transgênicos”, adverte o pesquisador.

De acordo com o agrônomo, antes de as  regras sobre o monitoramento dos transgênicos serem alteradas, as empresas apresentaram suas posições em reunião da CTNBio. “Na prática, a reunião serviu para as empresas apresentarem suas propostas sobre o monitoramento. Quando questionado por um dos integrantes, o presidente da CTNBio disse que os demais interessados poderiam enviar suas sugestões por escrito, mas o texto base para comentário não foi disponibilizado, nem foi aberto prazo para consulta pública”.

Na entrevista a seguir, concedida por e-mail à IHU On-Line, Fernandes informa que “84% da área total cultivada com sementes transgênicas” está somente em quatro países: Brasil, Estados Unidos, Argentina e Índia. Afirma haver uma falsa ideia de que a transgenia cresce no mundo todo e que essa “é uma imagem que a indústria tenta empurrar. A forte concentração no mercado de sementes explica boa parte dessa expansão, inclusive no Brasil”. A produção de transgênicos apenas será reduzida “quando os consumidores de forma geral passarem a ter mais interesse em saber de onde vem sua comida e virem no consumo uma opção política também”, ressalta.

Gabriel Fernandes é agrônomo formado pela Universidade de São Paulo – USP, e membro da AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia. Confira a entrevista.

IHU On-Line – Como você recebeu a notícia de que a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou a resolução normativa que autoriza empresas produtoras de organismos geneticamente modificados a pedirem isenção do monitoramento pós-liberação comercial? O que muda em relação ao controle dos transgênicos a partir da liberação desse procedimento? Quais os riscos? Gabriel Fernandes

Está em curso um  processo de desmanche das regras de biossegurança no país. Aqueles poucos itens da lei que as empresas não conseguiram levar em 2005, quando da disputa no Congresso, estão sendo conquistados agora por meio da CTNBio, que é órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia. A mudança está no fato de que as empresas daqui em diante poderão se isentar de monitorar os efeitos de médio e longo prazo dos transgênicos sobre a saúde e o meio ambiente. As que porventura o estivessem fazendo poderão pedir sua extinção. O perigo está exatamente no fato de que os riscos desses produtos não serão investigados.

IHU On-Line – Como aconteceu o processo de votação na CTNBio?

Gabriel Fernandes – Antes de mudar as regras de monitoramento, o presidente da CTNBio convidou as empresas para uma reunião em Brasília-DF na qual se discutiriam regras para o tratamento de informações confidenciais. Na prática, a reunião serviu para as empresas apresentarem suas propostas sobre o monitoramento. Quando questionado por um dos integrantes, o presidente disse que os demais interessados poderiam enviar suas sugestões por escrito, mas o texto base para comentário não foi disponibilizado, nem foi aberto prazo para consulta pública. No início da reunião em que o fim do monitoramento foi votado, entidades protocolaram pedido para adiamento da votação até que todos interessados tivessem garantido o mesmo direito de participar. O pedido não foi lido.

IHU On-Line – Posteriormente à comercialização de agrotóxicos, os produtos são submetidos a novos testes e alguns são retirados do mercado em função dos novos resultados. Ocorre o mesmo com os transgênicos? Podes citar exemplos de transgênicos que já foram banidos do mercado?

Gabriel Fernandes – Antes de chegar ao mercado um agrotóxico passa por três órgãos, e mesmo assim, quando a reavaliação é feita anos depois, alguns produtos são banidos e outros têm seu uso restringido em função dos danos que causam. Algo semelhante acontece com os remédios. No caso dos transgênicos, até antes da aprovação da nova lei de biossegurança, em 2005, o procedimento para licenciamento seguia os moldes dos agrotóxicos. A CTNBio já existia, mas era instância apenas consultiva. Essa nova lei foi criada exatamente para dar amplos e terminativos poderes para esta comissão, criando um caso de exceção na administração pública, onde suas decisões criam obrigações para seus órgãos hierarquicamente superiores. Desconheço algum transgênico que tenha sido banido do mercado após ter sido cultivado por algum tempo. Há casos na Europa de banimentos nacionais em face de liberações no âmbito da Comissão Europeia. Mas, assim como o banimento de agrotóxicos seria inviabilizado caso dessem cabo da reavaliação toxicológica, o não monitoramento pós-comercialização dos transgênicos impede que seus potenciais riscos sejam identificados. Com isso as empresas seguirão dizendo que ainda não foram comprovados danos causados pelo uso de transgênicos.

IHU On-Line – Como vê a postura da CTNBio diante desse assunto, considerando que a Comissão autorizou a comercialização do milho e, recentemente, do feijão transgênico no Brasil?

Gabriel Fernandes – A meu ver, essa comissão foi criada exatamente para funcionar como um cartório, só carimbando os pedidos de liberação. Colocaram nela um nome pomposo para tentar transmitir uma ideia de cientificidade que permitiria legitimar o processo. A questão é que esse ritmo acelerado de liberações só ocorre porque o restante do governo está de costas para o assunto, não quer entrar no debate. O mesmo pode-se dizer da maior parte das entidades científicas. Falta institucionalidade na CTNBio. A maioria de seus integrantes está lá falando por si mesmo; parecem se esquecer que cada um lá dentro deveria representar a posição de um ministério, de um setor da academia ou da sociedade. Se o governo estivesse atento, querendo saber o que fazem seus representantes, ou então se as entidades científicas estivessem acompanhando o debate ou mesmo pedindo algum tipo de “prestação de contas” a seus representantes, a questão poderia ser tratada com um pouco mais de rigor. O descaso é tamanho que a derrubada do monitoramento vai contra orientação de 2008, expedida por 11 ministros e assinada à época pela ministra Dilma, que chefiava a Casa Civil, para que o Ministério de Ciências e Tecnologia criasse grupo de trabalho (que nunca foi criado) envolvendo outros ministérios e que teria como objetivo realizar estudos de monitoramento de médio e longo prazo para avaliar os potenciais danos dos transgênicos.

IHU On-Line – A transgenia tem crescido no mundo? É possível travar a produção dos organismos geneticamente modificados?

Gabriel Fernandes – É preciso destacar que Estados Unidos, Brasil, Argentina e Índia respondem por 84% da área total cultivada com sementes transgênicas. Assim, a ideia de que a transgenia cresce no mundo todo é uma imagem que a indústria tenta empurrar. A forte concentração no mercado de sementes explica boa parte dessa expansão, inclusive no Brasil. Grandes multinacionais como Monsanto, Syngenta e Pioneer vêm há anos comprando empresas menores de sementes e formando um poderoso oligopólio. Como seu interesse é vender sementes transgênicas, elas tiram do mercado as variedades convencionais e o agricultor fica sem opção. Os grandes produtores de soja do Mato Grosso já ameaçaram recorrer ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para tentar barrar essa imposição. Também contribuem para a expansão a grande presença de representantes comerciais das empresas no campo e de convênios de governos estaduais para disseminação das sementes modificadas, como no Rio Grande do Sul e no Acre. Até hoje os transgênicos não trouxeram nenhum benefício para o consumidor. Não há nenhuma vantagem que o produtor possa ter eventualmente obtido com os transgênicos que não poderia ter sido alcançada com a adoção de outras técnicas de manejo. Assim, os transgênicos serão travados quando os consumidores de forma geral passarem a ter mais interesse em saber de onde vem sua comida e virem no consumo uma opção política também. Na agricultura, especificamente a familiar, a reversão do quadro dependerá dos movimentos do campo (Via Campesina, Fetraf e Contag) colocarem o controle sobre as sementes como prioridade em suas agendas estratégicas e como um caminho para um modelo agrícola que liberte o agricultor de fazer o que faz o agronegócio, só que em menor escala.

IHU On-Line – Como vê a participação da sociedade civil em relação aos transgênicos? Por que não há uma mobilização massiva contra esses produtos?

Gabriel Fernandes – Muitas entidades e movimentos sociais estão atravessando um momento difícil, de indefinições políticas e financeiras. Isso torna necessária a priorização de agendas ou, em muitos casos, o enxugamento de quadros. A questão dos transgênicos já foi um tema mais mobilizador e que ajudou a puxar o debate sobre o modelo dominante de agricultura. Agora os agrotóxicos estão novamente cumprindo esse papel. Mas trata-se, na verdade, de dois lados da mesma moeda, e a tendência é que a  Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida comece a pautar mais a questão dos transgênicos.

IHU On-Line – Como ficou a diversidade das sementes depois da introdução dos transgênicos?

Gabriel Fernandes – Os produtores que conservam suas sementes próprias estão tendo que assumir o ônus de evitar a contaminação. Isso quer dizer que estão tendo que plantar barreiras em suas propriedades, mudar épocas de plantio ou a localização de suas lavouras. Há casos em que as organizações locais estão comprando kits diagnósticos para averiguar se não houve contaminação das sementes que serão repassadas a outros agricultores ou levadas a feiras de sementes e biodiversidade. A preservação desses recursos genéticos nas mãos dos agricultores será decisiva para a produção de alimentos em tempos de mudança climática e esgotamento dos recursos naturais. O papel estratégico dessas sementes já é reconhecido há décadas, por exemplo, pelos agricultores do semiárido, que desenvolveram os bancos comunitários de sementes, e agora é também defendido pelo relator especial da ONU para o direito humano à alimentação. No âmbito do programa Fome Zero, o governo tem iniciado ações que permitem a compra e distribuição de sementes crioulas entre os agricultores familiares. É um reconhecimento importante, que permitirá que o agricultor enfrente os transgênicos cultivando suas próprias sementes.

IHU On-Line – Quais são os limites da fiscalização de produtos geneticamente modificados? Gabriel Fernandes – Para fins de rotulagem dos alimentos, o Ministério da Agricultura deve fiscalizar as plantações; a Anvisa, a indústria de alimentos; e a Justiça, por meio dos Procons, o mercado varejista. Se houvesse cooperação e troca de informação entre esses órgãos, o controle seria mais eficaz e o consumidor poderia estar mais bem informado. Mas infelizmente não é isso o que acontece. Além de ser bem mais caro, o teste em produtos amostrados nos mercados não é totalmente satisfatório, pois em muitos alimentos o processamento torna impossível a detecção do ingrediente transgênico.

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Comentários

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Guinada de Marina levou-a para mais longe de dúvida sobre transgênicos; pesquisador espera que seja apenas na campanha « Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] exemplo? Aqui, aqui, aqui, aqui e aqui. Sigam os links postados no pé dos textos para outras entrevistas e […]

Justiça Federal condena Monsanto por propaganda enganosa « Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Gabriel Fernandes: Norma da CTNBio viola regras de biossegurança […]

Algodão transgênico é liberado com base em relatório da Monsanto « Viomundo – O que você não vê na mídia

[…] Gabriel Fernandes: Norma da CTNBio viola regras de biossegurança […]

Marat

Ah, em casa também não entra nada da Monsanto!

Marat

Sei que sou somente um, mas na minha casa não entram produtos da Bunge e da Cargill…

Guilherme

Vocês vão me desculpar, mas não concordo com muito do que é dito aqui. Aposto que um monte de gente aqui que está falando mal dos transgênicos, bebe coca-cola, fuma ou até mesmo compra vegetais que são tratados com agrotóxicos bastante agressivos. Tudo isso comprovadamente FAZ MAL e é liberado, ninguém fala nada. A questão dos transgênicos é polêmica, faz sentido a discussão para pressionar a melhora da tecnologia, aumentar o investimento em estudos e tudo mais. Mas querer proibir uma possibilidade de aumento significativo da produção de alimentos sem se quer entender do que se trata é, no mínimo, leviano. Eu não ganho absolutamente nada com a liberação dos transgênicos, nem estou fazendo propaganda a favor, acho que eles devem ser melhorados, e a comunidade científica como um todo sabe disso. Mas no ponto que estamos hoje, com certeza já é possível sim afirmar que são tão seguros quanto diversos outros produtos que são normalmente comercializados.

Pall Kunkanen

http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia

FrancoAtirador

TOXINA Bt
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A toxina da bactéria Bacillus thuringiensis (Toxina Bt) é um inseticida biológico, geneticamente modificado, amplamente utilizado, no mundo inteiro, no cultivo de milho, algodão e batata.
A Toxina Bt é usada há pelo menos 15 anos em nações que autorizam a produção agrícola de transgênicos.
Apenas no ano passado, o composto foi usado, em forma de spray ou na alteração genética de vegetais, em mais de 140 milhões de acres de plantação no planeta.
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6 de junho de 2011

Toxina Bt é encontrada em amostras de sangue humano no Canadá

Por Jonathan Benson, do NaturalNews

O castelo de cartas da indústria da biotecnologia parece estar se desintegrando.

Um novo estudo feito pela Universidade de Sherbrooke, no Canadá, recentemente detectou pela primeira vez a toxina Bt, um componente de alguns cultivos geneticamente modificados, em amostras de sangue humano.

Definido a ser publicado no periódico de peer-reviewed (nt.: revisão aos pares, revisão paritária ou arbitragem) Reproductive Toxicology (Toxicologia Reprodutiva), o novo estudo desmascara a falsa noção de que este componente, a toxina Bt, é metabolizado pelo sistema digestivo e, em vez disso, mostra que esta toxina persiste indefinidamente na corrente sanguínea.

Há muito tempo os porta-vozes das indústrias alegam que a toxina Bt, originária de uma bactéria de solo, conhecida como Bacillus thuringiensis, é inofensiva aos seres humanos.

Essa toxina, um agrotóxico que se torna sistêmico, é integrada a determinadas culturas geneticamente modificadas para repelir pragas. O milho Bt, por exemplo, foi realmente concebido para que a planta produzisse a toxina diretamente dentro dos núcleos de todos os tecidos para serem posteriormente consumida por ambos, os animais e os seres humanos.

Em estudo recente, os pesquisadores Aziz Aris e Samuel Leblanc avaliaram 30 mulheres grávidas (pregnant women) e 39 outras não-grávidas (women) que compareceram ao Centre Hospitalier Universitaire de Sherbrooke (CHUS) em Quebec, Canadá, para uma esterilização tubária.

Na tomada de amostras de sangue (blood samples), os pesquisadores detectaram a toxina Bt Cry1Ab em chocantes 93% das mães e 80% das amostras de sangue fetal (blood). 69% das mulheres não-grávidas foram detectadas positivamente para a toxina presente no sangue.

Todas as mulheres envolvidas no estudo consumiam dieta típica do Canadá que, como nos EUA, está repleta de produtos geneticamente modificados e, consequentemente, de toxinas.

Produtos originários de soja, milho (corn), canola e batata, por exemplo, estão presentes em muitos dos alimentos consumidos tanto nos EUA como no Canadá, o que explica ser a toxina Bt, altamente prevalente em amostras de sangue das mulheres.

E o fato da toxina Bt ter sido detectada até mesmo em bebês ainda não nascidos mostra que esta substância química é facilmente transmitida de mãe para filho, e que persiste por muito mais tempo do que a indústria de biotecnologia (biotechnology) informa. Claramente, a toxina é prejudicial tanto às pragas como aos seres humanos. Estudos anteriores já mostraram que tanto esta toxina como outros agrotóxicos acabam por contaminar e persistir no ambiente, tornando-os um importante problema de saúde pública (health).

http://www.mst.org.br/node/11918

pereira

É uma tecnologia para boi dormir, parece que tem um novo relatório lá nos USA, falando que as lagartas voltaram a comer o milho Bt, então a tecnologia foi para o espaço, maluco é quem confiar nessas coisas.

H. Back™

Há um rumor – não sei se essa informação procede – que os Estados Unidos e seus aliados, querem reduzir a população da Terra. Isso não seria uma eficiente arma para conseguirem o seu objetivo?

    Lu_Witovisk

    Isso tem em varios sites apocalipticos. Eu não dava muito credito até encontrar estes dois videos. O primeiro do Bill Gates e o segundo da BBC.

    Pra mim, o que era rumor virou possibilidade bemmm grande.

    Dê uma olhada e tire suas conclusões.
    http://youtu.be/aiXvCPgVGzA
    http://youtu.be/AxHeFxmuSTY

H. Back™

O que me espanta é o descaso dos cientistas brasileiros que assistem impassíveis a tudo isso.

    Lu_Witovisk

    Não acredito que seja descaso. Os interesses são muito grande$$. Duvido que não hajam pesquisas em andamento em Universidades daqui, o assunto é serio, a genetica no Brasil é uma das áreas que mais recebe recursos e estudar qualquer aspecto relacionado a transgenicos é importante, pois pouco foi feito ate hj (dentro das imensas possibilidades). Mas daí a elas virem a publico tem um caminho longo e muitas vezes penoso. Ainda mais quando se tem industrias na mira.

    Não faça julgamentos simplistas, o meio academico é complexo. Não é nada democratico. Quem pode mais chora menos sim. E a imparcialidade politica e o dialogo livre de ideias é uma lenda.

    Cito dois casos:
    1) do artigo publicado aqui sobre o pesquisador que está sendo processado por uma siderurgica, pq estudou os danos a saude da população. http://www.viomundo.com.br/denuncias/saulo-machad

    2) Do escandalo da climatologia. Pesquisadores que chegam a conclusões sobre o aquecimento global diferentes do que "interessa", não conseguem publicar em grandes revistas. Chegaram ao ponto de criar uma revista para ter voz.

Lu_Witovisk

Olha ai Conceição e Azenha, mais um retrocesso bancado pelo STF
http://www.baraodeitarare.org.br/noticias/a-class

Sagarana

Qual foi o grande desastre ambiental causado por essa nova tecnologia? Alguém sabe???

    Lu_Witovisk

    O desastre pior é na saúde.
    http://www.stopogm.net/?q=taxonomy/term/35

    Jorge Rebolla

    Cite um caso comprovado de dano causado a algum consumidor. Unzinho que seja… pode ser até uma simples coceirazinha… qualquer coisa… serve até animal de estimação…

    Lu_Witovisk

    Na questão dos transgenicos, como qualquer outro produto, a cadeia produtiva toda deve ser levada em consideração. No caso abaixo, o uso de agrotoxico aumentou na cultura transgenica, acarretando ma formações em bebes da região:
    http://www.mst.org.br/Aumenta-incidencia-de-cance

    Estudo em rato com dieta de milho da monsanto: http://www.inesc.org.br/noticias/noticias-gerais/

    E não seja debochado, o assunto é sério. O $$ fez com que o Brasil aprovasse os transgenicos com pressa. Eu lembro de uma geneticista da UFPR desesperada, ia a Brasilia, participava de discussões e, em palestra, disse: não se enganem, o lobby da Monsanto venceu, mas o problema aparecerá a longo prazo, daqui 20, 30 anos. Bom, isso faz uns 11 anos. Estamos perto do prazo.

    O alergologista com quem trato renite me disse que o numero de pacientes tem aumentado ano a ano com alergias a alimentos industrializados, é obvio que não dá para relacionar diretamente aos transgenicos sem um estudo complexo e longo, mas conservantes, acidulantes, etc… são utilizados há muitas decadas, não parece estranho o aumento de pacientes em diferentes faixas etarias e habitos alimentares nos ultimos 5 anos?

    Cada um defende o ponto de vista com o qual se identifica. As duvidas sobre esses alimentos ainda são tão grandes que por si só deveriam conter a produção, mas as corporações mandam, o $$ manda e ferrem-se as populações proximas as fazendas, danem-se os consumidores…

    Sagarana

    O lobby da Monsanto venceu? E você, trabalha para o lobby da Basf? Sabia que o herbicida pós emergente usado nos plantios de soja antes da transgênica era da Basf? Sabia que ele além de muito mais caro e menos eficiente é muito mais tóxico? Procure no google por Poast (nome comercial) ou setoxidin (nome técnico).

    Lu_Witovisk

    Ô Sagarana, pra que a agressividade?? Falei alguma mentira ai em cima?
    Não trabalho para lobby algum, o que não dá pra engolir é a mentira pregada para vender, tanto faz a empresa.

    Já ouviu falar em Roundup?? em Glifosato?? Essa M não é segura nem em doses minimas. Isso aí é o grande beneficio??
    http://www.ecodebate.com.br/2009/01/08/o-herbicid
    http://www.redebrasilatual.com.br/temas/ambiente/

    O nó é a peça pregada para empurrar produtos rapidamente. Só algumas mentiras:

    1) a do agrotoxico seguro já está ai, é so ler.
    2) transgenico não se prolifera naturalmente. Bom, a canola nos EUA ta conseguindo: http://www.funverde.org.br/blog/archives/7471
    3) a produtividade não é a maravilha que esperavam: http://www.agrisustentavel.com/trans/negtrans.htm
    4) do controle das pragas de insetos: http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia

    Verdade seja dita: quem pensa em manipular seres vivos e se acha capaz de controlar totalmente mecanismos tão complexos e a relação destes seres com o ambiente é demente. É megalomania. Os furos já estão aparecendo.

    Sagarana

    Agressividade??? Perguntar não ofende. Se você não trabalha para a Basf, saiba que muitos dos que atacam a soja da Monsanto trabalham para essa outra multinacional.
    Já ouvi falar de glifosato sim, inclusive utilizo. É um dos herbicidas mais baratos (patente expirada) e menos tóxicos que existem, além de 100% biodegradável. Se você não quiser usar, não tem problema, compra uma enxada e sai capinando. É bom para emagrecer.
    Em tempo, quem te disse que a canola é transgênica?

    Mário SF Alves

    Lu_Witovisk,
    Essa questão me indignava tanto que aqui no Estado onde moro cheguei a tentar mobilizar meu conselho de classe para uma ação coordenada de resistência aos transgênicos. Intenção essa que não prosperou. Tempos depois acabei por ensarilhar as armas. Foi quando voltei minha atenção para a possibilidade de um zoneamento agroecológigico que desse conta de, inclusive, definir nichos ambientais para o incentivo governamental a uma modalidade de agricultura limpa que denomino agricultura pré-capitalista, e que é orgânica e livre de transgênicos por natureza

    Em tempo: a preocupação maior hoje deve ser com a mudança no Código Florestal. Por exemplo, se alterarem a Lei no que tange à proteção dos topos dos morros o impacto vai ser violento. Ou seja, redução drástica do volume das nascentes, e mais e mais assoreamento de rios.

tepegopelahistoria

Desculpem, mas não achei outro lugar para colar. É acintoso: http://historiaspraboiacordar.wordpress.com/2011/

censura! governo aécio/anastasia impede a divulgação dos nomes dos deputados que aprovaram a lei do subsídio e acabaram com a carreira do professor da escola pública estadual

Os diretores das escolas públicas do estado estão recebendo um comunicado contendo uma ordem do Governo de Minas: impedir a divulgação dos nomes dos deputados da base governista que votaram a favor da insana Lei do Subsídio, a lei que retira inúmeros direitos dos servidores, contradiz uma lei federal e acaba com a carreira do professor da escola pública estadual.

Senhor (a) Diretor (a),
Recebemos a informação de que está sendo colocado pelo SindUte, em algumas Escolas, cartazes com lista dos deputados que na semana passada votaram a favor do Projeto de Lei do subsídio.
De ordem da Secretária Ana Lúcia Gazzola, vimos solicitar que os senhores acompanhem esta notícia, recolham este material e não o divulgem nem permitam a colocação dos mesmos dentro das escolas.
Atenciosamente,
Ágda Lúcia Teixeira Barros
Supervisora Regional da Educação / DIVGPE
SRE Nova Era
Não há outra palavra para definir a ordem que o Governo de Minas está dando aos diretores das escolas estaduais para proteger a imagem de seus deputados aliados: CENSURA!

Com este comunicado, a gangue apoiada por Aécio Neves mostra que perdeu completamente o pudor para restringir a liberdade dos mineiros.

Hugo

Seria bastante construtivo se uma evidência concreta fosse apresentada para a afirmação "Não há nenhuma vantagem que o produtor possa ter eventualmente obtido com os transgênicos que não poderia ter sido alcançada com a adoção de outras técnicas de manejo." Esta discussão envolve uma dicotomia de bom e mal que não é acompanhada de argumentos técnico-científicos.

Alexandre Bitencourt

É absurda e estratégia dessas empresas que vendem transgênicos e mais ainda a posição do governo que parece que concorda com tudo. Isso mostra o poder que esse setor tem de influenciar na política. Continuo na mesma com relação aos transgênicos. Boicote neles!

    Lu_Witovisk

    Estes dias vi um pacote de salgadinho escrito em letras garrafais: 0% gordura trans. Pensei: querem convencer que isso ai é saudável…

    Embaixo, escrito "milho geneticamente modificado" .

    Não preciso dizer mais nada.

Marat

É muita irresponsabilidade. Como é que pode? Os caras nem testam direito os "alimentos" e já os jagam por ai. Lamentável esse governo que é tão progressista por um lado, ser tão servil do outro. A coisa tá braba!

    Lu_Witovisk

    Concordo Marat! Esse tipo de coisa JAMAIS poderia retroceder. Ô Dilma, ta mto mal acessorada na questão do agronegocio. Acorda mulé!

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