Petroleiros: Punir corruptos, mas sem destruir a Petrobras

Tempo de leitura: 5 min

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DEFENDER A PETROBRÁS É DEFENDER O BRASIL

via Conversa Afiada

Há quase um ano o País acompanha uma operação policial contra evasão de divisas que detectou evidências de outros crimes, pelos quais são investigadas pessoas que participaram da gestão da Petrobrás e de empresas fornecedoras. A ação institucional contra a corrupção tem firme apoio da sociedade, na expectativa de esclarecimento cabal dos fatos e rigorosa punição dos culpados.

É urgente denunciar, no entanto, que esta ação tem servido a uma campanha visando à desmoralização da Petrobrás, com reflexos diretos sobre o setor de Óleo e Gás, responsável por investimentos e geração de empregos em todo o País; campanha que já prejudicou a empresa e o setor em escala muito superior à dos desvios investigados.

A Petrobrás tem sido alvo de um bombardeio de notícias sem adequada verificação, muitas vezes falsas, com impacto sobre seus negócios, sua credibilidade e sua cotação em bolsa. É um ataque sistemático que, ao invés de esclarecer, lança indiscriminadamente a suspeita sobre a empresa, seus contratos e seus 86 mil trabalhadores dedicados e honestos.

Assistimos à repetição do pré-julgamento midiático que dispensa a prova, suprime o contraditório, tortura a jurisprudência e busca constranger os tribunais. Esse método essencialmente antidemocrático ameaça, hoje, a Petrobrás e suas fornecedoras, penalizadas na prática, enquanto empresas produtivas, por desvios atribuídos a pessoas físicas.

Ao mesmo tempo, o devido processo legal vem dando lugar ao tráfico seletivo de denúncias, ofensivo à consciência jurídica brasileira, num ambiente de obscuridade processual que propicia a coação e até o comércio de testemunhos com recompensa financeira. Na aparente busca por eficácia, empregam-se métodos que podem – isto, sim – levar à nulidade processual e ao triunfo da impunidade.

E tudo isso ocorre em meio a tremendas oscilações no mercado global de energia, num contexto geopolítico que afeta as economias emergentes, o Brasil, o Pré-Sal e a nossa Petrobrás.

Não vamos abrir mão de esclarecer todas as denúncias, de exigir o julgamento e a punição dos responsáveis; mas não temos o direito de ser ingênuos nessa hora: há poderosos interesses contrariados pelo crescimento da Petrobrás, ávidos por se apossar da empresa, de seu mercado, suas encomendas e das imensas jazidas de petróleo e gás do Brasil.

Historicamente, tais interesses encontram porta-vozes influentes na mídia e nas instituições. A Petrobrás já nasceu sob o ataque de “inimigos externos e predadores internos”, como destacou a presidenta Dilma Rousseff. Contra a criação da empresa, em 1953, chegaram a afirmar que não havia petróleo no Brasil. São os mesmos que sabotaram a Petrobrás para tentar privatizá-la, no governo do PSDB, e que combateram a legislação do Pré-Sal.

Os objetivos desses setores são bem claros:

— Imobilizar a Petrobrás e depreciar a empresa para facilitar sua captura por interesses privados, nacionais e estrangeiros;

— Fragilizar o setor brasileiro de Óleo e Gás e a política de conteúdo local; favorecendo fornecedores estrangeiros;

— Revogar a nova Lei do Petróleo, o sistema de partilha e a soberania brasileira sobre as imensas jazidas do Pré-Sal.

Para alcançar seu intento, os predadores apresentam a Petrobrás como uma empresa arruinada, o que está longe da verdade, e escondem do público os êxitos operacionais. Por isso é essencial divulgar o que de fato aconteceu na Petrobrás em 2014:

— A produção de petróleo e gás alcançou a marca histórica de 2,670 milhões de barris equivalentes/dia (no Brasil e exterior);

— O Pré-Sal produziu em média 666 mil barris de petróleo/dia;

— A produção de gás natural alcançou 84,5 milhões de metros cúbicos/dia;

— A capacidade de processamento de óleo aumentou em 500 mil barris/dia, com a operação de quatro novas unidades;

— A produção de etanol pela Petrobrás Biocombustíveis cresceu 17%, para 1,3 bilhão de litros.

E, para coroar esses recordes, em setembro de 2014 a Petrobrás tornou-se a maior produtora mundial de petróleo entre as empresas de capital aberto, superando a ExxonMobil (Esso).

O crescente sucesso operacional da Petrobrás traduz a realidade de uma empresa capaz de enfrentar e superar seus problemas, e que continua sendo motivo de orgulho dos brasileiros.

Os inimigos da Petrobrás também omitem o fato que está na raiz da atual vulnerabilidade da empresa à especulação de mercado: a venda, a preço vil, de 108 milhões de ações da estatal na Bolsa de Nova Iorque, em agosto de 2000, pelo governo do PSDB.

Aquela operação de lesa-pátria reduziu de 62% para 32% a participação da União no capital social da Petrobrás e submeteu a empresa aos interesses de investidores estrangeiros sem compromisso com os objetivos nacionais. Mais grave ainda: abriu mão da soberania nacional sobre nossa empresa estratégica, que ficou subordinada a agências reguladoras estrangeiras.

Os últimos 12 anos foram de recuperação e fortalecimento da empresa. O País voltou a investir em pesquisa e a construir gasodutos e refinarias. Alcançamos a autossuficiência, descobrimos e exploramos o Pré-Sal, recuperamos para 49% o controle público sobre o capital social da Petrobrás.

O valor de mercado da Petrobrás, que era de 15 bilhões de dólares em 2002, é hoje de 110 bilhões de dólares, apesar dos ataques especulativos. É a maior empresa da América Latina.

A participação do setor de Óleo e Gás no PIB do País, que era de apenas 2% em 2000, hoje é de 13%. A indústria naval brasileira, que havia sido sucateada, emprega hoje 80 mil trabalhadores. Além dos trabalhadores da Petrobrás, o setor de Óleo e Gás emprega mais de 1 milhão de pessoas no Brasil.

É nos laboratórios da Petrobrás que se produz nosso mais avançado conhecimento científico e tecnológico. Os royalties do petróleo e o Fundo Social do Pré-Sal proporcionam aumento significativo do investimento em Educação e Saúde. Este é o papel insubstituível de uma empresa estratégica para o País.

Por tudo isso, o esclarecimento dos fatos interessa, mais do que a ninguém, aos trabalhadores da Petrobrás e à população brasileira, especialmente à parcela que vem conquistando uma vida mais digna.

Os que sempre tentaram alienar o maior patrimônio nacional não têm autoridade política, administrativa, ética ou moral para falar em nome da Petrobrás.

Cabe ao governo rechaçar com firmeza as investidas políticas e midiáticas desses setores, para preservar uma empresa e um setor que tanto contribuíram para a atração de investimentos e a geração de empregos nos últimos anos.

A direção da Petrobrás não pode, nesse grave momento, vacilar diante de pressões indevidas, sujeitar-se à lógica dos interesses privados nem agir como refém de uma auditoria que representa objetivos conflitantes com os da empresa e do País.

A investigação, o julgamento e a punição de corruptos e corruptores, doa a quem doer, não pode significar a paralisia da Petrobrás e do setor mais dinâmico da economia brasileira.

É o povo brasileiro, mais uma vez, que defenderá a empresa construída por gerações, que tem a alma do Brasil e simboliza nossa capacidade de construir um projeto autônomo de Nação.

Pela investigação transparente dos fatos, no Estado de Direito, sem dar trégua à impunidade;

Pela garantia do acesso aos dados e esclarecimentos da Petrobrás nos meios de comunicação, isentos de manipulações;

Pela garantia do sistema de partilha, do Fundo Social e do papel estratégico da Petrobrás na exploração do Pré-Sal;

Pela preservação do setor nacional de Óleo e Gás e da Engenharia brasileira.

Defender a Petrobrás é defender o Brasil – nosso passado de lutas, nosso presente e nosso futuro.

PS do Viomundo: Por favor​,​ enviem adesão, nome, entidade, cidade, para João ​M​oraes​, da direção da FUP, Federação Única dos Petroleiros:  [email protected]

Leia também:

Mauro Santayana: Resposta aos canalhas que querem destruir a Petrobras


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Comentários

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Morvan

Boa noite.

Azenha, Conceição, demais irmandade de luta:
Assisti a um vídeo, no TuTevê, com o sr. João Antônio de Moraes, Rede Record, explicando a posição dos trabalhadores da FUP sobre as investigações(?) e sobre os motivos inconfessos por trás destas. Imperdível. Clique Aqui Para Assistir. Já iria sugerir o linque quando passei pela página inicial do blogue e vi esta reportagem.

Saudações bolivarianas; {♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥}; “Levy, Eduardo [A]Cunha, Kátia Ah, Breu. Porha, Dilma. Eu votei foi só em você. Xô, ´sombração“,
Morvan, Usuário GNU-Linux #433640. Seja Legal; seja Livre. Use GNU-Linux.

    Conceição Lemes

    MOrvan, já estávamos postando. Valeu. MUito boa mesmo. abs

    Morvan

    Boa noite.

    Obrigado pelo retorno, Conceição de luta.

    Saudações bolivarianas; {♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥♥}; “Levy, Eduardo [A]Cunha, Kátia Ah, Breu. Porha, Dilma. Eu votei foi só em você. Xô, ´sombração“,
    Morvan, Usuário GNU-Linux #433640. Seja Legal; seja Livre. Use GNU-Linux.

yacov

PETIÇÂO PÚBLICA pelo IMPEACHMENT de GERALDO ALCKMIN e REESTATIZAÇÂO da SABESP.

ASSINE: http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR79291

“O BRASIL PARA TODOS não passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÂO & GOLPES – O que passa na REDE GLOBO DE SONEGAÇÃO & GOLPES é um braZil-Zil-Zil para TOLOS”

Notívago

da Folha

Reino do ‘nonsense’, por Janio de Freitas

A desgraça lançada sobre a Petrobras decorre de que a gatunagem foi constatada e abriram-se inquéritos

Se a Petrobras ainda estivesse sob a ação ignorada e tranquila de gatunos, a realidade dos últimos 11 meses seria assim: suas ações em altas cotações na Bolsa, bafejadas pelo crescimento da produção a despeito da queda de preço do petróleo, os corruptos embolsando seus ganhos com a segurança de sempre, e bancos e corretoras festejando em vez de derrubar os dirigentes da empresa. Ou seja, toda a desgraça lançada sobre a Petrobras decorre de que a gatunagem foi constatada, abriram-se inquéritos com numerosas prisões de corruptores e corrompidos.

Era possível, anteontem, ouvir a notícia da reunião de Dilma Rousseff e Graça Foster, para o afastamento da presidente da Petrobras, e logo a notícia de que “a Petrobras bateu o recorde de produção em dezembro”. Que associação se poderia fazer entre os dois fatos tão íntimos entre si, a não ser sua naturalidade brasileira?

Pior para quem ouviu tais notícias e no mesmo dia leu, do autor pago de um parecer favorável a impeachment de Dilma, que a “insistência, no seu primeiro e segundo mandatos, em manter a mesma diretoria que levou à destruição da Petrobras” caracterizou improbidade. Essa Petrobras “levada à destruição” conseguiu em 2014, portanto quando os diretores a destruíam, o recorde da produção de derivados com 2,17 milhões de barris de petróleo por dia. O sexto recorde anual seguido, sendo este último, deduz-se, de produção fantasmagórica.

A “insistência” de Dilma, “no seu primeiro e segundo mandatos”, em “manter a mesma diretoria que levou à destruição da Petrobras” contém importante revelação: a empresa tinha duas diretorias paralelas. Uma, presidida por Graça Foster, substituiu a existente no governo Lula. A outra, imperceptível a olhos comuns como os nossos, mas captada pela visão de pareceristas bem-aventurados e ficcionistas consagrados.

Neste último caso se encontrou a também novidadeira informação, por um dos nossos cronistas, de que “o maior acontecimento” do governo Dilma “foi o rombo criminoso da Petrobras”. Não creio (bem, só porque não sou homem de fé) haver alguma ponta de intenção na constante falta de clareza, quando citada uma gatunagem, sobre o período em que se deu. Nem por isso se fica impedido de ver que o maior acontecimento do governo Dilma deu-se no governo Lula. À primeira vista, só um escorregão crônico, mas que põe Graça Foster, uma pessoa a ser respeitada, sob a acusação de presidir “o rombo criminoso da Petrobras”.

Não se sabia que o petróleo torna as pessoas sentimentais. Mas ontem se teve a notícia de que a Petrobras recebeu o OTC-2015, o Distinguished Achievement Award for Companies, Organizations and Institutions, “o mais importante para operadoras off-shore”. O prêmio foi em reconhecimento ao “conjunto de tecnologias desenvolvidas para a produção na camada pré-sal”. Mas, percebe-se, foi só por nostalgia, para uma empresa que deixou de existir, para a destruída Petrobras.

FrancoAtirador

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Ministério Público Federal dispensou o depoimento da coelhinha Venina Veneno,

‘testemunha’ indicada pela Rede Globo para incriminar a Presidenta da Petrobras.

Ao dispensar a oitiva, os Procuradores da República afirmaram à Justiça Federal do Paraná

que Venina nada acrescentou à investigação, “pouco esclarecendo sobre os fatos apurados”.
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4/02/2015
Yahoo Notícias

MPF dispensa Venina como testemunha da Lava Jato por falta de informações relevantes

A geóloga Venina Fonseca foi dispensada como testemunha
da Operação Lava Jato pelo Ministério Público Federal (MPF).

O órgão alegou que ela não possui informações relevantes
após seu primeiro depoimento, prestado na última terça-feira (3).

Ela ainda seria ouvida nos processos envolvendo a OAS (no dia 5),
Camargo Corrêa (6), Galvão Engenharia (10) e Mendes Junior (12).

“VENINA foi ouvida no MPF no dia 17 de dezembro de 2014 e ouvida em juízo
nesta data de 3/02/2015 (…) pouco esclarecendo sobre os fatos apurados.
Assim, o MPF entende conveniente desistir da oitiva de VENINA”,
afirmam os Procuradores do caso no informe à Justiça Federal.

https://br.noticias.yahoo.com/mpf-dispensa-venina-como-testemunha-da-lava-jato-por-falta-de-informa%C3%A7%C3%B5es-relevantes-160926251.html

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