Fátima Oliveira:”Vou chamar a polícia para deixar de ser safado”

Tempo de leitura: 3 min

Corredor polonês racista é coisa do cotidiano brasileiro 

O governo solapa direitos trabalhistas e ainda quer aplausos

Fátima Oliveira, em O TEMPO

[email protected] @oliveirafatima_

Uma “historinha” sobre falta de caráter, xenofobia e racismo de um médico idoso, que em nada difere de gente desprezível de outras profissões, pois o microcosmo das categorias profissionais é revelador das ideias dominantes numa sociedade de “racismo cordial”, onde ninguém se diz racista, só os outros são!

Na manhã de 1º de agosto passado, fui aos Correios do meu bairro com uma grande caixa para ser despachada. Como não havia lugar no balcão para a caixa de preciosidades para minha neta Clarinha, avisei a funcionária de que seria a próxima. Aguardei ao lado. Chegou a minha vez. Ao dizer: “Encomenda PAC”, um senhor todo pimpão, cabelos menos brancos que os meus, mas aparência de 70 e cacetada, fez de conta que eu não existia e entregou um envelope. Negra, aprendi a reagir quando fazem de conta que sou invisível.

Na maciota, mas firme, disse: “Senhor, é a minha vez! Estava na fila!”. E ele: “Isso aqui é rápido. É meu voto para o Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo. Sabe o que é isso?”. Eu: “Senhor, espere! Estou sendo atendida!”. Ele: “Desculpe-me, não a vi! Sou muito educado! Pode passar, madame! Nordestino não respeita fila!”.

E o muito educado foi esbravejar no fim da fila: “Esse povo do Nordeste nem sabe o que é fila. Lá não existe isso. Conheço essa gente do meu consultório de ajudar pobres ali na favela. Há muitos desses nordestinos lá que eu ajudo! Favela não, que esse nome é discriminação e tá errado, da comunidade da Barragem Santa Lúcia. Sou caridoso. Atendo de graça lá. Ora, não vou me trocar com qualquer uma, sou médico, sou rico!”.

Gargalhei e, com o sangue fervendo, detonei: “E moleque, safado, xenófobo e racista. E cale a boca: sou tão médica quanto o senhor, há quase 40 anos…”. Ele (mirando a negra que vos fala): “Será? Então sou médico há mais anos que você!”. Eu: “E daí? Tá pensando que medicina nasceu só para o senhor, que é branco e do Sudeste? Deixe de bestagem e de xenofobia. Vou chamar a polícia para o senhor deixar de ser safado. Suma daqui, seu moleque, se não quiser sair algemado. Chispa!”.

Assustadíssimo, tropeçou nos próprios pés e, tremendo como vara verde, saiu feito um azougue… “Já vai? Espera a polícia, quero ver tua riqueza te safar!”. Mas ele fugiu! O único temor foi de o sujeito ter ou simular uma “sapituca” e eu ter de socorrê-lo ali…

Quando um médico setentão diz o que disse, demonstra que há caráter de todo tipo em qualquer profissão. Não é surpresa que médicos jovens portem cartazes “sou médico, sou culto, sou rico”, que evidenciam uma faceta da desfaçatez reinante; nem é coisa de outro mundo, é daqui mesmo, a exibição do corredor polonês do banditismo do racismo ocorrido em Fortaleza, uma criminosa intimidação a médicos cubanos.

E Juan Merquiades Duvergel Delgado, médico, negro, cubano, tirou de letra: passou por ele – eternizando numa foto, que ganhou o mundo, a naturalização e a banalização do racismo brasileiro! Aliás, o maior mérito da importação de médicos, que oficializa a precarização do trabalho médico – pois até o governo solapa direitos trabalhistas e ainda quer aplausos –, é comprovar a falta de vergonha de ser racista sem medos!

Negro no Brasil vive num corredor polonês racista. Mas só negros percebem e sentem, como o aceite ou a omissão diante de práticas racistas institucionais, a exemplo do engavetamento da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da População Negra, que não andou um milímetro em sua implementação no atual governo. “Pra quem sabe ler, um pingo é letra”.

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Áurea Lúcia

Nota dez. O artigo bem demonstra a grande cabeça política de Fátima Oliveira, uma feminista e antirracista inegável. Sabemos que ela não é contra a vinda de médicos estrangeiros, de qualquer nacionalidade, para o Brasil mas se posiionou em defesa da qualidade dos profissionais, a exigência do revalida, no que concordo. Mas na hora em que médicos cubanos do Mais Médicos foram vítimas de racismo ela foi firme na defesa deles e em criminalizar os médicos brasileiros racistas e o fez magistralmente, inclusive relatando um fato de sua própria vida. Também chamou o ministro Padilha nas catracas, pois se diz contra o racismo, mas engavetou no Ministério da Saúde a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da População Negra. Ou seja, demonstrou que em atos Padilha demonstra ser racista. Na veia!

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Márcio Brito

Li de um fôlego só. E entendo o que sentiu, pois muitas vezes já tive de quebrar barraco para ser respeitado enquanto cidadão negro

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Edgar Rocha

Não tinha conhecimento do cartaz dos podricinhos: “Sou médico, sou culto, sou rico”. Tomara que virem ícones do capitalismo selvagem colonialista norte americano. Assim os blackblocs começarão a arrebentar consultórios médicos pelo país. Legal, né? Ah, não… será que tem estudante de medicina nos blackblocs? Confuso, confuso….

Douglas da Mata

Em tempo, oque a médica Fátima não diz, é óbvio a todos:

O médico racista, xenófobo, etc, não é exceção!!!

É regra!

É uma questão de classe!

Médico é, via de regra, classe A e B. Como esperar comportamento diferente de quem esteve tanto tempo(e continua até hoje) sobre os ombros da maioria, formado com dinheiro público desta maioria, a qual despreza até quando faz “caridade”?

Não se trata de particularizar, e considerarmos a atitude de uns e outros…é uma questão de CLASSE, como já mencionei, e a classe médica é isto…

No caso dos médicos, pessoas como a Fátima (inclusive a origem e a raça) são raríssima exceção!!!!!

    Ana Raposo

    Sr. Douglas, embora raça e classee também gênero sejam coisas que se imbricam, cada recorte desses possuem dinâmica própria. Racismo é uma coisa bem diferente de classe. Hora de estudar um pouco mais para contribuir mais nos debates.Indico um texto da própria Fátima Oliveira, que considero muito bom.
    http://talubrinandoescritoschapadadoarapari.blogspot.com.br/2011/04/so-combater-pobreza-e-pouco-para.html

    Só combater a pobreza é pouco para debelar o racismo
    Pobreza é uma coisa e racismo é outra coisa
    Fátima Oliveira
    Médica – [email protected]

    O Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais (Laeser), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), produziu dois relatórios sobre a situação dos negros (Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil: 2007-2008 e o de 2009-2010) – obrigatórios para o movimento balizar suas reivindicações e para orientar a ação de governos que não professam a fé bandida do racismo.
    O Relatório Anual pinça as desigualdades raciais; procede a mensuração delas via indicadores econômicos, sociais e demográficos; e sistematiza avanços e recuos da equidade racial em seus múltiplos aspectos. O Laeser mantém o Fichário das Desigualdades Raciais: indicadores sociais e demográficos segundo o recorte racial/étnico, que, junto com o Relatório Anual, são guias indispensáveis para a elaboração e execução de políticas públicas, pois retratam o miserê vivenciado pelos negros na vida social e política.
    No relatório de 2007-2008 destaco a conclusão que revela de modo inequívoco o quanto a ideologia racista está entranhada, de cabo a rabo, na amostra dos tribunais de Justiça estudados (85 casos em 13 tribunais, de 1º.1.2005 a 31.12.2006): “Nos acórdãos provenientes de decisões de primeiro grau, de natureza civil ou penal, 40% dos processos foram julgados como de mérito improcedente: o juiz analisou a questão e concluiu que a vítima não tinha razão. Em 5,9% dos casos, o processo foi julgado improcedente sem mérito. Isso implica que o magistrado não analisou a matéria de direito e de fato, permitindo que a vítima possa propor nova ação”.
    “Os processos julgados procedentes corresponderam a 35,3% dos casos e a procedência, em parte, correspondeu a 14,1%, juntos totalizando 49,4% dos casos. As vítimas, para o período estudado, ganharam mais que perderam nos processos de primeiro grau. Nos tribunais de segunda instância, as vítimas ganharam em 32,9% dos casos, enquanto os réus venceram em 57,7%: na fase de segundo grau, os réus vêm levando vantagem, tendo alteradas as decisões de primeiro grau, vencidas, na maioria, pelas vítimas” (www.laeser.ie.ufrj.br/relatorios_gerais.asp).
    Parece difícil, mas é simples. A Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) deve ousar agir junto aos tribunais visando elevar a consciência antirracista de seus integrantes.
    Sem atacar de frente e a fundo os padrões culturais que alimentam o racismo, a luta será inglória.
    Para o pesquisador Marcelo Paixão, em entrevista à “Afropress”, “algumas políticas que vieram da Constituição significaram avanços” para a população negra. E cita o SUS: 80% dos negros se internam pelo SUS; os indicadores de universalização da cobertura da rede de ensino, entre 7 e 14 anos; e o Bolsa Família: a maioria dos beneficiários é negra.
    “Para cada um desses indicadores, há tantos vetores que servem como contraponto que cada um deles fica colocado sob uma perspectiva que acaba não sendo muito otimista”.
    O relatório do Laeser de 2009-2010, cotejado com o momento bom da economia nacional, evidencia que uma política de combate à pobreza é necessária para extirpar a miséria e minorar a pobreza entre os negros, mas é insuficiente para conferir cidadania plena, caso não inclua ações antirracistas, pois pobreza é uma coisa e racismo é outra. Embora possam estar juntas, possuem dinâmicas diferentes.
    O resto é balela. Bem sabe a ministra Luiza Bairros.

    Douglas da Mata

    Srª ANA, quem precisa estudar um pouco mais é a senhora. Não basta copiar e colar, ou decorar dados, é preciso decompô-los, digeri-los.

    E antes de partir para uma defesa apaixonada de sua “ídola”, é preciso ler e interpretar o que está escrito.

    Na certeza de que posso ter me expressado mal, vamos soletrar:

    No meu comentário nada se opõe as conclusões que você apresenta, ao contrário.

    Ora, no Brasil, o recorte de classe traz o recorte de raça como pressuposto, ou seja: nem todo pobre é preto, mas quase todo preto é pobre.

    Por isto, um médico branco seria pouco capaz de imaginar que falava com uma “igual”, haja vista a percepção de raça que o leva a concluir que preto não pode ser médico, e de fato, no Brasil, sua percepção não está errada, embora usada de forma equivocada e segregadora.

    As afirmações do texto da “dôtora Fátima” são relevantes, mas não desvendam todo o problema.

    Veja que, na realidade, é muito pouco provável que policiais derrubem a porta, em claro abuso de autoridade, de um apartamento ou residência nos Jardins paulistas ou Zona Sul carioca, independente da cor de seus moradores.

    O problema, é que em poucos, ou nenhuma destas habitações estará lá uma família negra. Então, sob este prisma, é preciso antes colocar mais negros nos bairros ricos, com renda de rico, e depois tratar do problema dos abusos, que como mencionamos, serão quase extintos.

    Assim como um negro de terno e gravata, assim como um branco, não apanharão na delegacia, mas de fato, caso os dois estejam “mal vestidos”, mais chance tem o negro de dormir no pau-de-arara.

    Há aspectos “culturais” no racismo, mas há, antes, um viés econômico crucial. E isto é subordinante: enquanto for pobre, não isonomia possível, ou nas palavras dos ingênuos, “igualdade”.

    Retornando ao cerne de meu comentário, eu disse: Médico é, via de regra, branco e oriundo da elite, e como tal, vai defender os valores de classe na qual está inserido.

    É só isto…de resto, a “dôtora” fátima como socióloga ou cientista social dá uma ótima médica, isto é, é tão palpiteira como eu…ou você!

    Vai um conselho: continue a estudar o que os outros escrevem, mas elabore as suas próprias ideias, ainda que corra risco de parecer idiota, porque no fundo, todos nós somos um pouco…

Douglas da Mata

Mais uma vez a médica Fátima balança, balança e tasca sua visão distorcida dos fatos.

Falta conhecimento, mas muito conhecimento (e talvez, muito mais humildade para não expor-se em arrogância mal disfarçada)e segue a pisar na lógica.

Vamos ao fatos…

O programa mais médicos, intermediado pela OPAS, nunca poderia ser considerado precarização trabalhista, pois a administração pública, salvo engano, só pode contratar sob dois regimes: CLT, no caso de empresas públicas, autarquias e fundações (e sociedades mistas) e através de Estatuto (LEI), mas de todo modo, qualquer que seja a natureza deste vínculo (CLT ou Estatuto), a contratação deverá se dar via certame público.

As exceções se dão no caso específico de emergências públicas e outras eventualidades drásticas e imprevisíveis, como no caso da saúde, com pandemias, epidemias e etc.

Está clara a impossibilidade de se estender “direitos trabalhistas” a médicos contratados em regime limitado(não podem clinicar e exercer suas funções em todo território), não foram submetidos a certame público, e têm prazo determinado para suspensão de suas funções.

Não há direito pela “metade”, isto é: as contribuições previdenciárias, recolhimento de FGTS, verbas indenizatórias, férias, horas-extras, etc, só podem ser vinculadas ao provimento do cargo público.

Tanto é que não há visto de trabalho concedido a estes profissionais!

É, repito, muita arrogância de uma pessoa imaginar que, por ter um história de vida que imagina digna de roteiro de filme(e até acredito que seja), pode esgotar todos os debates com um olhar enviesado de quem não entende lhufas do assunto.

    Ana Raposo

    Como falta de pudor faz muita falta. Douglas não tem nenhum pudor de defender que direitos trabalhistas não sejam respeitados. E ainda mente.É por coisas desse nível que o PT perde respeito. Senhor, o que está sendo oferecido aos médicos do + Médicos é trabalho precário em forma de Bolsas. Vergonhoso que o PT, o Partido dos Trabalhadores referende a precarização do trabalho e aainda encontre gente como o senhor que defende.
    Queremos sim médicos de qualidade para todo o povo, mas que também o governo respeite os direitos trabalhistas. Emergência de contratar trabalhadores para o serviço público em qualquer área, numa economia rica como a do Brasil, é vergonhoso que não se respeite direitos trabalhistas consagrados há muitos anos. Tenha vergonha na cara, coisa que faz bem a todo mundo.

    Douglas da Mata

    Srª ANA, quem gosta de respeito deve antes respeitar os outros. Poderia cair na armadilha e lhe dizer, em tom rude, que vergonha na cara é o car…lho.

    Não tenha cuidado não, como dizem os nordestinos!

    Eu espero argumentos. Você não os tem. Eu só posso defender direitos trabalhistas em relações de trabalho onde eles estejam presentes.

    E minha filha, há um mundo de relações que não há estes direitos: No filho que trabalha com o pai, no seu armazém, ou no assentamento do MST, dos integrantes de cooperativas, nos prestadores de serviços, como diaristas, encanadores, eletricistas, etc.

    Claro que reconhecer esta REALIDADE não implica defender que estas situações específicas sejam contrabandeadas para precarizar aquilo que deveria ser um emprego formal, com os pressupostos do vínculo: habitualidade, personalidade, subordinação, etc.

    Há, por fim, as bolsas, concedidas a estudantes e a profissionais em regime de especialização.

    Eu não enxergo saída (legal e administrativa) possível para se contratar médicos estrangeiros sob outro regime, mas se a senhora conhecer algum, por favor, dê-nos a solução…esperamos!

    E isto eu já expliquei no meu comentário anterior, que você atacou, ou pior, atacou o comentarista, mas não apresentou um pitaco sequer que desconstitua o que eu disse.

    Quem não pode esperar são os pobres lá dos cafundós, cujas feridas e doenças os coxinhas se negam a tratar…

    E outro conselho: acalme-se e antes de tudo, respeite-se, porque nem sempre vai encontrar quem seja tão polido com suas descortesias, e isto pode te custar alguns dentes.

Martha Vilarinhos

Tiro meu chapéu para Fátima Oliveira. Pelo enfrentamento corajoso a um médico xenófobo e racista e pela indignação contra a humilhação racista contra médicos cubanos. Não defendo médico estrangeiro no Brasil sem revalida, mas já que vieram, com o amém do governo Dilma, que não sejam cuspidos e torturados. Racismo é tortura.

José Emílio

Fátima,

No caso acontecido com voce, no episódio da chegada dos médicos cubanos em Fortaleza e em outras manifestacoes pelo Brasil afora, mostra que essas pessoas nao possuem uma formacao superior, no máximo uma formacao técnica e olha lá!
Os médicos cubanos sim, além da técnica, tem uma formacao cultural e moral quer dizer, superior.
Infelizmente a grande maioria dos médicos brasileiros e outros doutores tem uma formacao precária, tanto na parte técnica quanto na intelectual, daí o temor deles, inclusive do técnico em medicina que tentou agredi-la. Nada contra os técnicos e sim contra os que querem se passar por doutores!

José Emílio Guedes Lages- Belo Horizonte

Urbano

O que tem de médico rico mau caráter… mas isso ocorre em todas as profissões. O ícone do mau caratismo recebeu de um colega uma passagem área, só de ida, pra bem longe.

Tetê Sanches

Para enfrentar o racismo é preciso não ter medo. Fiquei impactada com a atitude do médico. Em nada fica a dever a outras práticas xenófobas e também racistas. Quanto ao barraco dos médicos de Fortaleza contra médicos cubanos, quem não tem dúvida que foi racismo tem razão.

Papagaio

EU QUERO SABER O NOME DAS PARTICINHAS QUE VAIARAM!!!
NINGUÉM SABE?

Gilvan Rodrigues

Eu tive um ataque de riso só de imaginar a cena dos Correios. Não podemos dar mole pra racista. Deu pra compensar a dor profunda do acontecido em Fortaleza. Fica o registro de uma cena de racismo desavergonhado.

Danilo Morais

Fátima Oliveira chama a atenção para um fato fundamental: o racismo não é episódico (principalmente contra negros/as e indígenas), uma manifestação que ocorre aqui e ali, pois infelizmente é estruturante no Brasil. O racismo anti-negro e anti-indígena é um dos principais determinantes de desigualdade no acesso a uma série de direitos, como ao trabalho e renda, a educação, saúde, etc. Portanto, racismo não é exclusividade da categoria médica. Entretanto, não podemos nublar o poder simbólico da imagem de médicas não-negras (aqui no Brasil identificadas como brancas) xingando aos berros um médico negro cubano. O que estes médicos de Fortaleza mostraram é que o corporativismo médico, com a desculpa de defesa dos direitos trabalhistas (alguém acha de fato que esta é a motivação do sindicato dos médicos ali??), não viu qualquer problema em integrar em seu discurso elitista a prática do racismo e da xenofobia.

Gilmar Bueno

Se cuba exportasse/armas talves o gajo estivesse,feliz.Mas como exporta/médicos.Ele….. KKKKK!!!!!
À terra de Malboro investiu/gastou algo como US$ 10 Trilhões em uma década,como consequência são os maiores/exportadores do planêta.E esse cidadão/coxinha tá se importando com os salários que os médicos/cubanos vão receber.Meu vá se importar com os inúmeros/médicos que recebem do erário/público e não trabalham por esse Brasil à fora!Porra!!!

Elias

É sempre bom ler Fátima Oliveira. Seus artigos apreendem a realidade e nos dão a nitidez dos fatos que ela revela. Sem contar que fortalecem os ânimos para encarar o que deve ser encarada numa sociedade inimiga de si mesma.

Carlos Lima

Não gosto de simplificar as coisas, mas o corredor polonês é com todos os pobres, entrem numa fila qualquer, aliás num processo de senhas para ser atendido no BB, a pessoa lhe pergunta o que você quer ser atendido? na frente de todo mundo, você tem que falar senão nunca será atendido, e o pior se for pessoa jurídica ou pessoa física de pequeno faturamento é coisa para horas de espera, se for rico e empresa grande, tem cafezinho, água gelada e rapidez. Aqui em minha cidade não me lembro de ter visto um funcionário negro no BB. Os campos de futebol não há mais lugar para pobres, aquela agressão aos cubanos em fortaleza, é o retrato da sordidez da elite brasileira, também não me lembro de ter visto no Brasil um delegado negro da PF, o Joaquim Barbosa ainda esta no STF porque é forte, mas também não sei se irá ajudar a mudar os pedestres do corredor, ele é da justiça más não tem queda para fazer justiça, emplacou como celebridade e se alojou com a elite do banheiro ao campo de futebol. A questão do negro não faz parte do processo midiático, não tem dinheiro envolvido. Assisti ontem a televisão sem sair de perto na programação e propagandas,só vi 0,01 % de negros e em boa parte apenas para dizer, Ô, os negros também existem. Na programação policial, ai tem negros de sobra. Pesquisa da federação do comercio de MG, só 13% das lojas comerciais estão preparadas para atender nos conformes a população negra. Ai vai o escárnio escancarado do apatheid tupiniquim. As cotas deveriam ser universais num primeiro momento de nivelamento social e estabilidade de representação na cadeia do trabalho e satisfação social e não na cadeia da delegacia de polícia. Todos os concursos para órgãos ou qualquer coisa que fosse regado a dinheiro público tinha que ser distribuído levando em conta o extrato da representação racial do país. Não pode ser aceitável um estado como o da Bahia ter mais de 90% da população de negros e suas universidades públicas só terem menos de 5% de egressos e alunos em formação negros. O país precisa repensar a carreira de funcionários públicos, tem elites de funcionários que consomem mais de 60% da folha de pagamento e eles só representam menos de 20% do total de trabalhadores federais, agem e vivem na sociedade brasileira como reis, morando em condomínios de luxo e enquanto negros e pobres são derramados nas favelas dos grandes centros. Fizeram UPPs nas favelas somente para protegerem os ricos do entorno chique, quando faltou cocaína e outras drogas para a elite, o processo passou a ser ruim, ai a mídia e alguns pseudos progressista passaram também a critica-lo e não melhora-lo para que fosse uma luz para os moradores das favelas e não para distribuir bandidagem paras as pequenas cidades do Brasil, foi como usar o espanador, tira a poeira daqui e deixa em outro lugar. O pior todos os veículos de comunicação em massa são concessões públicas, mas não para educação racial, é somente para disseminação de sexo, preferência sexual, políticas, taras pessoais de autores e uma verdadeira fortuna em publicidade, tanto pública como privada. O país é vilipendiado pela mídia de segundo a segundo, sem uma resposta do governo no sentido de frear essa verdadeira lavagem cerebral proposta pelas elites usando meio público de comunicação de graça, pois sonegam impostos e nada lhes é cobrado como é cobrados do resto dos brasileiros. Temos um governo de direito e um de fato, A GLOBO, pautam a justiça, o executivo e o legislativa, além de rebanhar o povo como gados para um enriquecimento fabuloso de seus proprietário pelos seus motivos. O Motivo é o dinheiro público. Se esse dinheiro for rastreado tem braços desses grupos de comunicação comendo pelas beiradas. Não sobra nada para negros, índios, pobres e etc… Jornalistas até se gabam “é o mais baixo da escala do trabalho”. Em fim ser negro, pobre e etc. é uma utopia de nossos pais. O dinheiro e o País já tem donos…plim…plim…

Sebastião N.L. Rodrigues

Doutora Fátima, a senhora lavou minha alma! Obrigado!

Alice Matos

O que eu admiro em Fátima Oliveira é a sua extraordinária capacidade de saber exatamente separar “uma coisa” de “outra coisa”, demonstrando assim que sua capacidade de análise política é lúcida e justa, não se deixa enganar. Ela não é contra a vinda de médicos estrangeiros, apenas defende que o REVALIDA é a forma de controle de qualidade que o governo tem sobre o médico estrangeiro que vem trabalhar no Brasil.
Mas não teve dúvida que quando estrangeiros são vítimas de racismo, em defendê-los do crime que os vitimou.
Ao mesmo tempo em que chicoteia o racismo dos médicos de Fortaleza expõe o do ministro Padilha, quando diz “Negro no Brasil vive num corredor polonês racista. Mas só negros percebem e sentem, como o aceite ou a omissão diante de práticas racistas institucionais, a exemplo do engavetamento da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da População Negra, que não andou um milímetro em sua implementação no atual governo. “Pra quem sabe ler, um pingo é letra”.
Sim, caros leitores Padilha ao não implementar a Política de Saúde da População Negra expõe o seu racismo. Nada mais. Que se explique. Ou seja, Padilha precisa ter coerência, já que se diz contra o racismo.

    De Paula

    Existe Política Nacional de Atenção à Saúde do Homem; da Mulher; do Jovem e Adolescente; do Idoso; por que uma política exclusivamente voltada para a população negra? Ou as políticas de atenção à saúde só atendem gente branca?

    Hudson Lacerda

    Poderia haver, sim, para todas essas categorias. Você deve saber que há doenças que afetam principalmente pessoas negras, assim como há doenças que afetam principalmente homens, ou principalmente mulheres, etc. A Dra. Fátima já escreveu (não sei apontar onde, acho que li sobre isso há alguns anos no Vermelho) da necessidade de prevenção de doenças que afetam a população negra. De toda forma, a pergunta é salutar, porque não vemos muita informação divulgada sobre essas questões.

    Conceição Lemes? Fátima Oliveira? Por favor escrevam mais sobre prevenção de doenças conforme grupos de pessoas.

ma.rosa

Dra.Fátima, queria ter o poder de estar lá nesta hora pra ver e rir da cara do “gajo”. É triste e vergonhoso, mas sua atitude corajosa, nos dá alento.

Geysa Guimarães

Acabo de saber que a dra. Fátima Oliveira – a quem admiro de há muito – é negra.
Vibrei com as chibatadas que ela deu no “sinhô doutô”.

José Ferreira

Lá vai as pessoas ficarem batendo na mesma tecla do racismo, haviam médicos brancos também na área. O caso dos cubanos é a escravidão a que todos eles (negros e brancos) estão submetidos. O que o governo cubano faz com eles é safadeza, pois eles deveriam receber todo o salário, como os portugueses, espanhóis e todos os outros…

    Rogério Leonardo

    A sua cabecinha condicionada nunca vai entender a relação de Cuba com seus médicos.

    Seu raciocínio não leva em consideração que em Cuba o salário é o de menos e a função social é o que vale.

    Escravos somos nós, de um regime capitalista que prioriza o consumo em detrimento de qualquer outro valor humano.

    Aqui meu caro, se você não pode consumir, sequer existe.

    Portanto, sugiro que reflita bem antes de chamar de forma ofensiva seres humanos solidários e éticos de escravos.

    André LB

    Clap clap clap clap

    João Eduardo

    Clap clap clap clap (2)

    Rodrigo

    ooOOOOLÉÉÉé!!!!

    Vixe

    Clap clap clap
    Clap clap clap
    Aêêêê, vai pra cima!

    von Narr

    Sim, essa é uma luta bonita contra a escravidão. Nas empresas brasileiras, ou nas americanas e europeias, sabemos que tudo que a empresa recebe é dividido entre os funcionários, a partir de uma deliberação democrática. Já pensou se os acionistas ficassem com parte do dinheiro que deveria ir todo para os empregados? Já imaginou os irmãos Marinho recebendo o que deveria ser o salário dos porteiros no Jardim Botânico?

    Paulo

    Prezado, já imaginei sim. Aliás, encontro com isso todos os dias. Essa diferença entre o que vale o trabalho e o que é pago ao trabalhador, no capitalismo, chama-se lucro. Aliás, o senhor sabia que quase a metade do que se paga em impostos no Brasil é revertido, sob o título de “juros da dívida”, para cerca de 1000 famílias de rentistas? É, meu amigo… É delas que somos “escravos”…

    edir

    Nunca vi tanta gente ultimamente no meu querido Brasil, täo preocupada com a escravidäo. Ô dó !!!
    Tenho absoluta certeza que estes que falam sobre a escravidäo dos médicos cubanos, näo elogiaram a aprovacäo da lei das domésticas.

    lukas

    Recebendo o que vão receber, o salário dos médicos cubanos no Brasil será 40 vezes o que receberiam em Cuba. Recebessem tudo, estes médicos comprariam Cuba dos Castros.

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