Em artigo, ministro da Educação de Bolsonaro escreveu que Trump é “falastrão”

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Valter Campanato/Agência Brasil

O pior da América Latina chegou aos EUA com Trump

por Ricardo Vélez-Rodríguez (04/11/2016), hoje ministro da Educação de Jair Bolsonaro

Da revista Amálgama

Tempos confusos. Para onde quer que dirijamos o olhar, no cenário internacional, encontramos incertezas.

O movimento da política global, nas suas camadas profundas que se escondem por trás dos fatos cotidianos, é semelhante ao das placas tectônicas que provocam terremotos.

Revelam-se como fenômenos de excepcional força, ora nos sismos, ora nas grandes decisões que mudam o rumo das nações e dos blocos, como foi o Brexit, que colocou o Reino Unido por fora da Comunidade Europeia.

Na atual campanha presidencial americana, os “rios profundos” (para utilizar a imagem de Alcides Arguedas, o grande romancista peruano) correm em direção paralela à da saída do Reino Unido da União Europeia.

A globalização está sendo questionada pelo eleitorado americano, que espera maior atenção para as questões internas. Essa seria a linha de continuidade entre as plataformas dos candidatos.

Hillary Clinton pretende revisar a posição dos Estados Unidos no seio da economia mundial, programando a desaceleração da presença global americana de forma gradual.

Não há dúvida de que há, na sua proposta, um roteiro de mudança nesse sentido. Hillary é a preferida de Wall Street, na medida em que pretende fazer essa correção de rumo de maneira não traumática, preservando o diálogo com as grandes forças do mercado financeiro americano e mundial. Mas que haverá, com ela, mudanças, certamente isso ocorrerá.

Ora, esse alinhamento com as forças do mercado financeiro faz de Hillary a candidata preferida, quem diria, dos próprios republicanos alinhados com Wall Street!

A principal mudança será a taxação aos mais ricos, aqueles que faturam mais de um milhão de dólares ao ano. Com o montante arrecadado, Hillary pretende financiar a renovação da infraestrutura americana que precisa de consertos.

E fará essa tarefa num clima de keinesianismo moderado, abrindo frentes de trabalho que beneficiarão os desempregados americanos. Essa medida, é claro, arrepia o lombo do rebanho republicano e agrada muito aos democratas.

Mas, nas atuais circunstâncias, com o doido Trump falando besteiras à torta e à direita, certamente Hillary, para os tradicionais republicanos, é um mal menor.

Hillary, aliás, nas pesquisas eleitorais dos estados decisivos nesta última fase da corrida à Casa Branca, voltou a recuperar a vantagem sobre seu concorrente. Os eleitores americanos respiram aliviados. E nós, no Brasil, também.

Trump é um populista irresponsável. O zica palanqueiro também chegou, com ele, aos Estados Unidos. Neste mundo global as doenças correm rápido.

A imprensa noticiava, semanas atrás, que a gripe aviária, na sua última rodada, tinha dado a volta ao mundo de forma bastante rápida, cruzando vastas regiões pouco habitadas como as estepes russas.

Descobriu-se que as aves migratórias do Hemisfério Norte, na sua descida para as terras quentes do Sul, visitavam os criadouros de frangos na Rússia, a fim de se aprovisionarem de alimento oferecido pelos seus “primos” cativos, os coitados frangos na fila do abate.

Pronto: a contaminação com a gripe aviária que grassava nos aviários foi rapidamente espalhada no Hemisfério Sul pelos viajantes.

No caso da doença populista, parece que ela migrou da nossa combalida América Latina, onde nos últimos quinze anos se refestelou nos governos populistas dos Lulas, dos Kirchners, dos Chávez, dos Morales et caterva.

Marca registrada da doença: a verborragia irresponsável de palanque que promete mundos e fundos, falando aos desempregados aquilo que eles querem ouvir, o oferecimento de milhões de empregos para amanhã, sem que intermedeiem muitos esforços e derrubando as incômodas leis de responsabilidade fiscal.

Lula nisso foi mestre. Acenou com um tesouro escondido nas profundezas do mar, o Pré-Sal, que traria para os brasileiros “rios de leite e mel” e nos tornaria uma potência mundial do petróleo.

Enquanto isso, os seus militantes sindicalistas saqueavam os cofres da estatal e a deixavam em frangalhos, como estamos cansados de ouvir nas denúncias ensejadas pela operação Lava Jato.

Trump é um populista falastrão. Fala o besteirol que o desempregado americano branco de pouca formação gostaria de escutar, livrando-o da pecha de mediocridade e alçando-o às alturas de salvador da Pátria Americana.

É a receita do messianismo político fácil. Ele, Trump, representa o povão esquecido pelos dirigentes vorazes e pelos empresários corruptos. Ele é o messias que salvará a honra da Pátria vilipendiada pelos vendedores da globalização.

Ele limpará o terreno invadido por cucarachos e outros bichos inúteis. Ele fomenta o ódio contra esses grupos minoritários, incluindo entre eles os odiados muçulmanos, todos terroristas, aliás, na avaliação do candidato.

Ele tende uma rede de proteção sobre os desprotegidos, acobertando-os sob as suas asas. E oferece o útero desejado àqueles que se sentem rejeitados pela Pátria-Mãe-Globalizada.

A pregação do Trump não está isolada. A Rússia tem também o seu líder populista, Putin o terrível, especialista em alugar a máquina de guerra ociosa em empreitadas de morte para ditadores, como é o caso da Síria de Bachar el Assad e os seus assassinos que, em Aleppo, realizam aos olhos da humanidade um nojento genocídio transmitido em vivo e em direto.

O finado coronel Chávez, que bolou a “Revolução Bolivariana” na Venezuela e a distribuiu com o seu petróleo barato aos países da América Central, do Caribe e do Sul do Continente, também conseguiu se fazer ouvir da Europa culta. Consta que o financiamento chavista está por trás de alguns movimentos políticos como o “Podemos” na Espanha e na eleição da ex-presidente Kirchner na Argentina.

E a retórica fácil do chavismo terminou sendo comprada pelos gregos no buraco no Movimento Syrisa e pelos populistas italianos do “Cinco Estrelas”.

Na eleição americana não faltou, na campanha que ora se encerra, o “James Bond” populista, encarnado na figura do trapalhão diretor do FBI, James Comey, que perdeu a oportunidade para ficar de bico fechado e ficou numa saia justa perante o eleitor americano e o Congresso que o identificaram como mais um populista que fala de questões policiais num momento inoportuno, tomando partido político quando não poderia faze-lo.

É provável que Hillary ganhe a eleição presidencial. Será melhor para nós, no Brasil, que tentamos sair das profundezas em que nos jogou a rapinagem petralha e que buscamos reerguer a nossa malha de compradores dos produtos brasileiros, destruída irresponsavelmente por Lula, Dilma e comparsas.

Um populista na Casa Branca nos atrapalharia enormemente e, o que é pior, poria em risco o delicado cenário do equilíbrio do poder mundial.


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Comentários

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Jardel

Trump é falastrão, Bozo é falastrão, e o colombiano abrasileirado é falastrão.
Não passam de canibais lutando como animais para ter cada vez mais poder. Se julgam donos do poder e querem levá-lo para casa, como alguns poucos vândalos brasileiros e colombianos fazem com os assentos de aviões.

Zé Maria

Olavétes, como o Colombiano do MEC,
são Fanáticos Sociopatas
Prosélitos de um Guru Psicopata.

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