Cientista política alerta: Mídia esconde que irmão de Bolsonaro intermedeia verbas do governo federal e prefeituras

Tempo de leitura: 3 min
Reprodução de Facebook

Mídia esconde caso envolvendo irmão de Bolsonaro, aponta cientista política

De acordo com a Folha de S.Paulo, foram mais de R$ 110 milhões repassados pelo governo federal aos municípios, após a atuação de Renato Bolsonaro

 

São Paulo – O governo Jair Bolsonaro não cumpre o que prometeu durante a sua campanha, em 2018, e manteve o tal “toma lá dá cá”.

Na análise de Rosemary Segurado, cientista política e professora da PUC-SP e da Fespsp, a denúncia de que Renato Bolsonaro, irmão do presidente, tem atuado como lobista para intermediar verbas do governo federal e atender demandas de prefeitos mostra a falta de transparência da atual gestão.

Apesar de a matéria ter sido publicada pela Folha de S.Paulo, a especialista critica a falta de repercussão do caso pelo restante da mídia tradicional.

“Ele se dizia a nova política, mas vemos que não é bem assim. E a cobertura jornalística colaborou com o golpe de 2016, dizia defender a transparência e atacava a corrupção, mas se silencia sobre esses fatos envolvendo a família Bolsonaro. O combate à corrupção é seletivo por parte da imprensa”, disse em entrevista aos jornalistas Glauco Faria e Nahama Nunes, da Rádio Brasil Atual.

Sem cargo público, o irmão de Bolsonaro participa de solenidades de anúncio de obras, assina como testemunha contratos de liberação de verbas, discursa e recebe agradecimentos públicos de prefeitos pela ajuda no contato com a gestão federal.

De acordo com a Folha, foram mais de R$ 110 milhões repassados aos municípios, após a atuação de Renato.

Conselho da Amazônia

O presidente Jair Bolsonaro informou, na última terça-feira (21), que determinou a criação do Conselho da Amazônia e de uma Força Nacional Ambiental, que atuará na “proteção do meio ambiente da Amazônia”.

O anúncio foi feito um dia após o ministro da Economia, Paulo Guedes, responsabilizar as populações mais pobres pelo impacto ambiental, com repercussão negativa no mercado.

Bolsonaro informou ainda na publicação que o vice-presidente Hamilton Mourão será o coordenador do conselho.

“Colocar o ministro Mourão é mostrar que os militares irão supervisionar o meio ambiente e o conselho, onde nem sabemos se os verdadeiros defensores da proteção ambiental participarão. Os militares, que já predominavam no governo Bolsonaro, ficam mais fortalecidos”, acrescenta Rosemary.

A política ambiental se tornou foco de atritos para Bolsonaro ao longo de seu primeiro ano de governo.

O presidente brasileiro protagonizou embates com ONGs, demitiu pesquisadores e foi alvo de críticas por parte de políticos estrangeiros, como o presidente francês Emmanuel Macron e a chanceler alemã Angela Merkel, pela falta de ação contra os incêndios na Amazônia.

Reverenda Jane Silva

Rosemary Segurado comentou também a indicação feita pela atriz Regina Duarte, cotada como nova secretária de Cultura, para o cargo de secretária-adjunta da pasta: a atual secretária de Diversidade Cultural da Secretaria Especial da Cultura, Janicia Silva, conhecida como reverenda Jane por ser pastora evangélica.

Jane Silva é ainda presidente de uma empresa batizada como Associação Cristã de Homens e Mulheres de Negócios, fundada em 1996.

O nome da secretária também aparece na sociedade da agência de viagens JS Publicidade Turismo e Viagens LTDA que não está mais em atividade.

Para a cientista política, o posicionamento de Regina Duarte mostra que, ao contrário do que parte da classe artística imaginava, a atriz não abrirá dialogo.

“A Regina Duarte, para a geração mais antiga, é carismática, com imagem de boa moça. Alguns setores da cultura vão achar menos pior, mas ao indicar a reverenda, ela mostra que não vai mexer em coisa alguma ou abrir diálogo com a classe artística. Colocar a Regina Duarte é estratégico para o governo, mas nada positivo para o setor artístico”, critica.

 


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Comentários

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Jucenio Moraes Mendes de oliveira

Intermediar ?
Puta que pariu você lascou com a nossa gramática !

    Conceição Lemes

    Jucenio,

    Sugiro vc consultar: https://www.conjugacao.com.br/verbo-intermediar/

    Verbo Intermediar
    O verbo intermediar é irregular nas formas em que a sílaba tônica está no radical da palavra: eu intermedeio, ele intermedeia, eles intermedeiam, que ele intermedeie, intermedeia tu,… Outros verbos terminados em -iar apresentam essa mesma irregularidade: mediar, ansiar, remediar, incendiar, odiar e os seus derivados.

    Gerúndio: intermediando
    Particípio passado: intermediado
    Infinitivo: intermediarTipo de verbo: irregular
    Transitividade: transitivo direto, transitivo direto e indireto e intransitivo
    Separação silábica: in-ter-me-di-ar

    Indicativo
    Presente
    eu intermedeio
    tu intermedeias
    ele intermedeia
    nós intermediamos
    vós intermediais
    eles intermedeiam

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