Bolsonaro confirma que não entende de economia: Brasil vende por R$ 100 bi o que vale R$ 3,2 trilhões

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Não nasci para ser presidente, nasci para ser militar. Jair Bolsonaro, presidente da República Federativa do Brasil

Não sou economista, já falei que não entendia de economia. Idem

Bolsonaro vai tirar áreas da Petrobrás de R$ 3,2 trilhões e vender por R$ 100 bi

Hora do Povo, via AEPET

Guedes faz demagogia, mas quer entregar o pré-sal aos gringos e transferir o dinheiro aos bancos

O engenheiro Fernando Siqueira, conselheiro eleito da Petros e diretor da AEPET afirmou que o governo Bolsonaro está cometendo um crime gravíssimo contra o patrimônio brasileiro ao anunciar a decisão de leiloar as áreas de Atapu, Búzios, Itapu e Sépia, da cessão onerosa da Petrobrás.

Ele denunciou que estas riquezas imensas estão sendo oferecidas ao capital estrangeiro por um preço de “banana”, ou seja, “por um preço infinitamente menor do que elas valem”.

“O governo pretende leiloar o excedente da Cessão Onerosa, obrigando a Petrobrás a repassar ao cartel internacional do petróleo quase 21 bilhões de barris descobertos por ela”, observou Siqueira.

“Com a entrega, o Planalto espera arrecadar no máximo R$ 100 bilhões a título de bônus”, diz ele.

“Só que esses 21 bilhões de barris, ao custo de US$ 65 o barril, e com um custo total de produção por barril de US$ 25, renderá cerca de US$ 800 bilhões a quem se apoderar do petróleo, ou seja, ao câmbio de hoje, o lucro das multinacionais com a comercialização deste produto poderá chegar a R$ 3,2 trilhões”, explicou o engenheiro.

“Inicialmente, em 2010, o governo cedeu à Petrobrás o direito de exploração de 5 bilhões de barris de petróleo nas áreas da Cessão Onerosa, na Bacia de Santos. A Petrobrás pagou por isso R$ 74,8 bilhões”, esclareceu Siqueira.

“Só que a Petrobrás descobriu na área um volume de petróleo muito maior. Ou, mais precisamente, 17 bilhões de barris a mais”, prosseguiu o diretor da AEPET.

“Pelo Projeto de Lei da Câmara n° 78, de 2018, aprovado em junho do ano passado, a estatal seria obrigada a entregar para leilão esses 17 bilhões de barris, além de 70% da área da cessão onerosa original”, denunciou o engenheiro.

Como o projeto acabou não sendo votado pelo Senado, o governo Bolsonaro decidiu atropelar o país, os senadores e o próprio TCU e assinar a revisão do contrato com a Petrobrás mesmo sem a aprovação da nova lei.

O governo estava ansioso pela assinatura do acordo de revisão do contrato com a Petrobrás para poder entregar o óleo ao cartel.

A tentativa feita por Temer no ano passado não teve sucesso porque o Tribunal de Contas da União (TCU) questionou a legalidade do leilão antes da aprovação da lei e da revisão com a Petrobrás.

O ajuste do contrato era obrigatório porque quando a Petrobrás pagou pela Cessão Onerosa, o barril de petróleo estava a US$ 100. Ela teria que receber a diferença, causada pela variação dos preços. O barril está hoje a US$ 65.

Agora saiu a confirmação do valor de US$ 9,058 bilhões (R$ 34,6 bilhões ao câmbio de hoje) com os quais o governo pretende “indenizar” a Petrobrás.

A Petrobrás só receberá depois que entrarem os recursos do bônus. Isso porque há uma cláusula no acordo que condiciona o pagamento à estatal à entrada dos recursos dos vencedores do leilão. Os entreguistas estão comemorando a assinatura do acordo.

Fernando Siqueira alerta que “a Petrobrás terá um grande prejuízo com este ‘acordo’ que a obriga a entregar as áreas da Cessão Onerosa”.

“É bom negócio pagar R$ 34 bilhões à Petrobrás para ela deixar de explorar US$ 800 bilhões?”, indagou o diretor da AEPET.

“Tudo isso será feito às custas de perder um volume de recursos diretos e indiretos muito maior por abrir mão de uma energia não renovável e ainda sem paralelo para satisfazer as necessidades da sociedade moderna”, criticou Siqueira.

O cartel não participou do negócio tentado por Temer porque os açambarcadores queriam ter certeza de que a Petrobrás ficaria de fora. Sem a revisão do contrato, não havia segurança de que o assalto fosse efetivado com sucesso.

Integrantes do governo Bolsonaro deixaram isso claro esta semana.

“Essa aprovação do termo aditivo do contrato entre União e Petrobrás muito contribui para que as incertezas em relação ao leilão sejam minimizadas, diria que praticamente não existe mais incerteza”, disse nesta quarta-feira (10) o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, para regozijo dos integrantes do cartel chefiado pela Exxon.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, que esteve junto com Bolsonaro nos EUA, “oferecendo” o Brasil de bandeja aos cartéis e especuladores, comemorou a decisão. Ele quer agradar as multinacionais do petróleo e está de olho também nos R$ 100 bilhões do bônus.

O ministro veio com uma conversa de que poderia usar uma parte desse dinheiro para transferir para estados e municípios, mas isso não passa de demagogia. Ele quer, com essa conversa, tentar obter votos para sua proposta de desmonte da Previdência pública. Faz essa demagogia porque sabe que não há legislação que permita esse repasse extra de recursos.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deixou isso claro ao dizer que o repasse para estados e municípios precisaria de aval do Congresso.

“Para liberar dinheiro para os Estados, fatalmente precisará de uma emenda constitucional, porque não tem teto [de gasto] no governo federal para liberar o valor. O governo federal não tem margem”, declarou Maia.

O que Guedes faz é demagogia porque o que ele pretende mesmo é entregar o pré-sal aos gringos e usar o dinheiro do bônus para transferir aos bancos, na forma de pagamento de juros da dívida.

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) nem esperou. Antes mesmo do acordo, já havia marcado o megaleilão para 28 de outubro. Se não ocorrer nada até lá, serão leiloadas as áreas de Atapu, Búzios, Itapu e Sépia, na Bacia de Santos.


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Comentários

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Jose Carlos Carvalho

Quando disseram que ele era um “mito”, agora está se tornando realidade. Querem sacrificar os trabalhadores com a tal reforma da Previdência enquanto entregam trilhões aos EUA. Ele vai ser o “mito” que acabou com o Brasil, isso inclui trabalhadores, aposentados e principalmente a economia do Brasil. Os grandes empresários estão jogando contra eles mesmo, sem dinheiro o povo não compra, e se não compram os empresários não vendem. A maioria dos ricos, inclusive os empresários, só compram produtos importados, e com isso a economia brasileira vai afundar mais ainda, como já vem acontecendo aos longos dos anos. O Brasil só quer ter fábricas de automóveis robotizadas, isso é, com poucos trabalhadores, e nem todos brasileiros possuem automóveis e só poucos trocam de carro todos os anos.
O brasileiro tem que ter um salário com poder de compra, e incentivar as indústrias brasileiras fechando as importações, principalmente da China e EUA.

Nelson

“Na América Latina sempre se entregam os recursos em nome da falta de recursos”.

Volto a citar aqui a frase cunhada pelo grande Eduardo Galeano e inseria em seu “As Veias Abertas da América Latina”.

Mestre na arte de dizer as coisas, de se fazer entender, por meio de uma ou duas palavras ou frases curtas, Galeano definiu, sinteticamente, a tônica da quase totalidade dos governos pelos quais nossos países latino-americanos passaram ao longo dos séculos.

A imensa riqueza do Pré-Sal, que deveria ser explorada com o máximo
de parcimônia e de planejamento, pois era algo como um passaporte para o nosso país dar um salto na direção de patamares mais elevados de desenvolvimento, vai, ao que parece, transformar-se, em sua totalidade, apenas em gordos lucros para companhias privadas já bilionárias.

Enquanto isso, o povo brasileiro, legítimo dono dessa imensa riqueza, seguirá padecendo da falta de saúde, educação saneamento, moradia e emprego decentes, enfim, seguirá sem gozar do direito inalienável a uma vida digna.

O governo de Jair Bolsonaro parece sedento por suplantar, o mais rápido possível, outros dois governos também podres, corruptos e entreguistas até a medula. Os governos de Fernando Henrique Cardoso e de Michel Temer

Zé Maria

Museu de História Natural de Nova York
avalia cancelar evento em homenagem
a Jair Bolsonaro
Prefeito da cidade afirmou que presidente
é ‘homem perigoso’ e pediu à entidade
que não o recebesse

Reportagem de Patrícia Campos Mello
e Marina Dias, na Folha de S.Paulo

https://t.co/ydcZcPgDZU
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2019/04/museu-de-historia-natural-de-ny-avalia-cancelar-evento-em-homenagem-a-bolsonaro.shtml

Zé Maria

O Prefeito de Nova Iorque, Bill de Blasio,
pediu ao Museu Americano de História Natural
que cancele um evento em que o convidado de honra
é o presidente brasileiro de extrema direita, Jair Bolsonaro.

“Se está se tratando de uma instituição que recebe Apoio Financeiro Público
e está se referindo a alguém que está fazendo algo tangivelmente destrutivo,
estou desconfortável com isto”, disse o Prefeito Novaiorquino na Rádio WNYC,
na sexta feira.

De Blasio apontou para os planos de Bolsonaro para desmatar a Amazônia,
alertando que isso poderia colocar em risco o Planeta,
bem como se referiu ao “racismo evidente” e a “homofobia” dele [Bolsonaro].
“Esse cara é um homem muito perigoso”, concluiu o prefeito.

No ano passado, o Museu Americano de História Natural
recebeu US $ 8,6 milhões de Verba da Prefeitura de Nova Iorque
e fica em terras públicas no Central Park West.

Para aumentar a arrecadação,
o Museu aluga seus espaços exclusivos para eventos,
e a Câmara de Comércio Brasil-EUA (AMCHAM) reservou
a data de 14 de maio para sua gala de honra anual
homenageando uma ‘pessoa do ano’.

Um comunicado de imprensa da AMCHAM sobre a festa de gala
menciona que Bolsonaro obteve 57 milhões de votos em outubro de 2018
e elogia seu trabalho sobre segurança pública e os direitos dos veteranos militares.

O Museu inicialmente disse que não sabia que Bolsonaro
seria homenageado quando o acordo de aluguel foi feito.

“Estamos profundamente preocupados e estamos estudando nossas opções”,
twittou o Museu quinta à noite.

íntegra: https://nypost.com/2019/04/12/bill-de-blasio-calls-brazils-president-a-dangerous-human-being/

Zé Maria

Recruta Zero
Não é que o Mito não entenda de Economia.
O que o Jair não sabe é fazer contas.

Regra de Três Simples:

20 bilhões de barris de petróleo, ao preço de US$ 65 o barril,
e com um custo total de produção por barril de US$ 25,
[Lucro por Barril = US$ 65 – US$ 25 = US$ 40]
renderá cerca de[20 Bi x US$ 40 =] US$ 800 bilhões
a quem se apoderar do petróleo,
ou seja, ao câmbio de hoje [US$ 1 = R$ 4,00],
o lucro com a comercialização deste produto
poderá chegar a [US$ 800 Bi x R$ 4,00 =] R$ 3,2 Trilhões.

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