MPF denuncia 12 jagunços envolvidos em crimes contra indígenas em MS; nesta semana, um foi assassinado e seis estão internados; alertada, a OAB não fez nada

Tempo de leitura: 4 min

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A Subprocuradora Geral da República, Deborah Duprat (de óculos, blusa salmão e jeans) e os deputados Padre João (PT-MG), Paulo Pimenta (PT-RS) e Zeca do PT (PT-MS) visitaram as comunidades indígenas atacadas, conversaram com lideranças e ouviram relatos de agressão e repressão 

MPF denuncia 12 por milícia privada contra índios em MS

do gabinete do deputado Paulo Pimenta

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou, nesta sexta (17), duas denúncias contra doze envolvidos em crimes contra os povos Guarani Kaiowa e Ñandeva em Mato Grosso do Sul.

Eles são acusados de formação de milícia privada, constrangimento ilegal, incêndio, sequestro e disparo de arma de fogo.

Os ataques foram cometidos contra indígenas do cone sul do estado, na região de fronteira com o Paraguai.

Jagunços teriam sido contratados e financiados por proprietários rurais para violentar e ameaçar as comunidades.

Oitivas, diligências, fotos, vídeos, buscas e apreensões comprovam a atuação dos milicianos, mas o MPF não divulgou a íntegra das denúncias porque os processos correm sob sigilo.

Nesta semana, um indígena foi assassinado e outros seis estão hospitalizados após a comunidade Guarani e Kaiowa do Mato Grosso do Sul ser alvejada a tiros por pistoleiros.

Os indígenas foram atacados durante retorno para suas terras originárias.

Uma comitiva da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados foi até o Mato Grosso do Sul para denunciar violações e acompanhar as investigações.

Em agosto de 2015, o indígena Semião Vilhavla, Guarani e Kaiowa, também foi assassinado por pistoleiros.

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) lembra que a presença da Comissão de Direitos Humanos no Mato Grosso do Sul faz parte de uma “sequência de esforços que estão sendo tomados para promover a paz nas áreas de conflito”.

Em pouco mais de um ano, essa é a oitava vez que a CDHM vai até o Mato Grosso do Sul para garantir proteção aos povos indígenas e mediar, com autoridades locais, soluções para o fim dos ataques.

Além das diligências, a Comissão de Direitos Humanos, sob a presidência do deputado Paulo Pimenta, realizou ao longo de 2015 e 2016, diversas reuniões com a Procuradoria Geral da República, audiências públicas, vigílias e atos públicos, sempre cobrando ações do Ministério Público Federal e providências sobre as constantes violências contra os indígenas do Mato Grosso do Sul, em especial os Guarani, Kaiowa, Terena e Ñandeva.

“Nessas incursões sempre buscamos ir acompanhados das autoridades competentes e, em especial, do Ministério Público Federal. Muitos membros e servidores do MPF sempre estiveram ao nosso lado, em especial a Subprocuradora Geral da República, Deborah Duprat, os Procuradores da República no Estado do Mato Grosso do Sul e servidores do MPF/MS”, recorda o deputado Pimenta.

Segundo o Ministério Público Federal, o ajuizamento das denúncias é “a primeira de uma série de medidas a serem adotadas para combater o conflito armado na região”.

Para o MPF, a Força Tarefa “é uma maneira de dar uma resposta efetiva aos milhares de indígenas vítimas de violência, que poderiam deixar de acreditar na Justiça por causa da impunidade”.

Dados do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) mostram que, nos últimos 11 anos, mais da metade dos assassinatos de indígenas no país ocorreram no Mato Grosso do Sul.

O levantamento aponta também que somente em 2013 houve 73 casos de suicídios de indígenas no estado.

Esse índice é o maior em 28 anos. Dos 73 mortos, 72 eram do povo Guarani e Kaiowa.

Com informações do MPF

Massacre Guarani

Terça-feira, 14 de junho de 2016

OAB/MS foi avisada sobre risco de assassinato de lideranças indígenas por fazendeiros

do Justificando

Na manhã dessa terça feira, 14, indígenas da etnia Guarani Kaiowa foram vítimas de uma ofensiva organizada por fazendeiros no município de Caarapó, no Estado do Mato Grosso do Sul.

Informações do Instituto Socioambiental — ISA narram que fazendeiros reagiram com tiros dois dias após à ocupação dos Guarani em suas terras tradicionais, causando a morte de pelo menos uma liderança indígena.

Outras pessoas ficaram feridas.

A tensão nos territórios indígenas e repressão às etnias têm aumentado exponencialmente, levando a diversos ativistas ligados ao movimento a procurarem organizações para mediarem o debate, a fim de impedir mais mortes.

Um dos ativistas mais ligados ao movimento indígena, o Advogado e Professor de Direitos Humanos Pedro Pulzatto Peruzzo, já havia recebido a informação de indígenas do risco iminente de uma tragédia, levando-o a alertar por ofício a cada Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso do Sul (OAB/MS), inclusive a de Caarapó, pedindo apoio para a mediação dos conflitos.

Nenhuma subseção respondeu aos ofícios enviados pelo jurista.

Em maio deste ano, Peruzzo ainda publicou um texto no Justificando, sob o título: A denúncia de um advogado sobre a situação dramática dos indígenas frente à repressão de fazendeiros”.

Segundo ele, “o motivo deste texto é uma série de ameaças que fazendeiros do Mato Grosso do Sul, e também do Sul da Bahia, têm feito contra os povos indígenas que vivem nesses estados”.

No campo de atuação, a OAB/MS pouco tem se posicionado sobre o assunto.

Quanto à OAB Federal, a última movimentação na discussão jurídica e mediação em confrontos indígenas foi na gestão passada de Marcus Vinícius.

A atual gestão de Claudio Lamachia não se posicionou sobre o tema.

A situação dos Guarani Kaiowa comoveu as redes sociais há alguns anos quando a comunidade emitiu uma declaração de “morte coletiva por resistência” de 170 homens, mulheres e crianças após uma ordem de despejo decretada pela Justiça de Naviraí (MS).

Depois de intensa comoção, a Justiça Federal suspendeu a liminar.

Leia também:

Marina Lacerda viu a cova do guarani kaiowa ser cavada 


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Comentários

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Geraldo Lino

“Os indígenas foram atacados durante retorno para suas terras originárias.”

Por favor, menos eufemismos, o certo é: os indígenas foram atacados após invadirem propriedades privadas reivindicadas como sendo parte de suas “terras imemoriais”, mas ainda não consideradas como tais, pela Justiça. Toda violência é condenável, mas o Cimi e outras ONGs do gênero são useiras e vezeiras em incentivar tais invasões. Um pouco mais de isenção é útil para ajudar a situar o problema.

lulipe

Não vi nada a respeito das agressões sofridas pelos policiais por parte dos índios…Essa hipócrita seletividade petista..

http://tvtaquari.com.br/imagens-mostram-agressoes-sofridas-por-policiais-refens-de-indios-em-dourados-ms/

Serjão

Assassinos de armas não mão e assassinos de toga e caneta.

Cláudio

:
: * * * * 04:13 * * * * .:. Ouvindo As Vozes do Bra♥♥S♥♥il e postando: A grande mídia (mérdia) é composta por sabujos sujos a serviço dos ianque$ e do $ionismo de capital especulativo internacional e outras máfias (como a ma$$onaria) dos canalhas direitistas…
.:.
* 1 * 2 * 13 * 4
*************
.:.
♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
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Por uma verdadeira e justa Ley de Medios Já pra antonti (anteontem. Eu muito avisei…) !!!! Lula 2018 neles !!!!
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♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥

FrancoAtirador

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Hoje, o Nazi-Fascismo, Disseminado na Sociedade
pela Mídia Corrupta, Comprada pelos Mercados,
e pela Extrema-Direita, por meio de Redes Virtuais,

é de tal Ordem e Grau, que se houver uma Consulta
à População Brasileira, perguntando se os Imigrantes
Latino-Americanos, Africanos e Árabes, e os Indígenas,

e mesmo as Pessoas em Condições de Fome e Miséria
têm Direito à Vida e à Assistência Social aqui no País,
é provável que a Resposta seja majoritariamente Não.
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Jean M

Há determinados tipos de crime que, de tão bárbaros e inomináveis que são, deveriam contar no seu acompanhamento e, sobretudo, na sua apuração e julgamento, com representantes das entidades internacionais voltadas aos direitos humanos em geral e, mais particularmente, aos crimes contra a humanidade. Tribunal de Haia, por ex.

Membros do Judiciário que se confundem com ou são, eles mesmos, proprietários de terra, de gado, de minas, etc, e que por conta disto mantêm capangas, jagunços ou milícias de qualquer ordem, deveriam não só ser afastados de proceder em tais causas como também obrigados a desarmar esses exércitos ilegais e passar por certificação rotineira como que um ‘ficha limpa’ em direitos humanos.

É incompatível militar ao mesmo tempo na lei e no crime.

FrancoAtirador

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Reflexão Extemporânea
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PéraÍ !
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“Sérgio Machado descreve ‘Salinha’ onde encontrou Temer”
Jornalista Fausto Macedo, em O Estado de São Paulo
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“Temer pode aparecer também em Delação da Odebrecht”
Jornalista Mônica Bérgamo, na Folha de S.Paulo
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“PGR Janot vê indício de Propina a Cunha [PMDB]
em aporte em usina de primo de Caiado [DEM]”
Repórter Murilo R Alves, no Estadão, via UOL/Folha
.
“Dono da UTC diz que pagou Propina a Paulinho da Força [SD]”
Repórteres Estelita H Carazzai e Flavio Ferreira, da Folha
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“Temer Nomeia Gustavo [SD], Filho do Senador Perrella [PTB],
Secretário Nacional de Futebol, no Ministério do Esporte”
Jornal do Brasil
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Enquanto isso…
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Pedro Parente, ex-Ministro de FHC (PSDB], também Processado,
Presidente Interino da Petrobras, Nomeado pelo Provisório Temer,
entrega a Petrobras e o Pré-Sal para as Multinacionais Estrangeiras.
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Henrique Meirelles, Presidente dos Conselhos da JBS/Friboi e da BOVESPA,
atual Ministro Interino da Fazenda, também Nomeado por Michel Temer,
empacota o Maior Calote aos Trabalhadores de toda a História do Brasil.
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Ilan Goldfajn [PSDB] é Indicado Presidente do Banco Central do Brasil
Maria Silvia Bastos Marques [DEM] é Nomeada Presidente do BNDES,
Ambos Acatados por Michel Jaburu, e todos em [Mau] Caráter Provisório
com o Permanente Propósito de Privatizar tudo o que vêem pela frente.
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Não há uma viva alma percebendo que há um Golpe Dentro do Golpe,
para eliminar toda a Classe Política, inclusive e principalmente Lula
e a Presidente da República, sob o argumento de ‘Doação de Propina’,
deixando dentro do Governo Federal tão-somente os Agentes Privados
para que, finalmente, entreguem o Brasil e todo o Patrimônio Público
às Corporações Econômicas. e ao Mercado de Especulação Financeira.
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    FrancoAtirador

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    Círculo Fechado:
    Os Cães Mordem
    O Próprio Rabo.
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    Atente-se bem que, no Ocidente, não só aqui, a Direita
    conquista o Poder Central, não tanto pela Força Bruta,
    mas, antes, pela Psicologia, por Manipulação Ideológica,

    através dos Instrumentos de Convencimento Coletivo,
    para a Formação de um Senso Comum que viabilize
    o Apoio da Maioria à Implementação de um Projeto.
    .
    No Brasil, este Processo se torna Muito Mais Evidente
    por Ação de um Cartel de Corporações de Comunicação

    que possui o Monopólio Privado dos Meio de Comunicação,
    portanto, tem o Controle Absoluto da Produção de Notícias,

    e, por conseguinte, detém um Poder Maior de Massificação
    das Doutrinas Política e Econômica Direcionadas à População.
    .
    Por conseqüência, mais do que impor Influência na Escolha
    dos Membros para a Composição das Instituições Públicas,

    a Mídia Monopólica determina o Sistema Político-Econômico,
    a Constituição e a Limitação dos Poderes do Estado Nacional.
    .
    .

Euler

Não foi nessa região que o vagabundo do Gilmar Dantas concedeu liminar impedindo a demarcação de terra para os povos Guarani Kaiowá, favorecendo com isso o latifúndio?

helbert Fagundes

Boa noite,

nossa população crioula, indígena, ribeirinha, cabocla e demais povos estão jogados as margens da sociedade hipócrita. Num estado como o de MS que a OAB, MPF e STF ( diga de passagem, sendo um deles uma dono de escravos e torturador) só temos do 3 caminhos a seguir nesse Brasil: Uma denuncia ao Tribunal Internacional dos Direitos Humanos, Tribunal Internacional de Haia ou fuzil. Nós da população já não aguentamos mais tanto bandido em altos escalões do governo. Ou fazemos uma revolução ou seremos escravos e mortos.

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