Você sabe escolher brinquedo para filho, sobrinho, neto? Terapeuta ocupacional do Instituto da Criança da USP dá dicas preciosas
Tempo de leitura: 2 minpor Conceição Lemes
Principalmente em época de Natal e Dia da Criança, anúncios maravilhosos de brinquedos invadem a mídia. Não são publicidade de brinquedos em geral. São produtos de marca, dos artistas X e Y ou de herois de desenhos e filmes infantis da hora. Tudo feito para conquistar a criançada.
Os “consumidores” ficam extasiados, claro. Os pagadores (pais, avós, tios) ficam…
Bem, os pagadores frequentemente ficam numa situação difícil. Comprar (são brinquedos caros) ou não comprar?
Exatamente por conhecer esses dilemas, a terapeuta ocupacional Aide Mitie Kudo, responsável pela Brinquedoteca do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, propôs este teste.
Imagine-se numa loja escolhendo presente para seu filho, sobrinho, neto. Você daria preferência ao brinquedo:
a) Mais caro, pois “pelo preço ele deve ser bom”?
b) Adequado à faixa etária da criança?
c) Com um montão de peças, pois “é bonito, é o que está na moda”?
d) Importado, já que “se é de fora, deve ser melhor”?
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“Mãe, não caia no apelo de comprar o mais caro por causa dos anúncios”, orienta a Aide Kudo. “A mídia quer que você ache que os brinquedos mais caros são os melhores e, portanto, pague pela marca. O brinquedo ideal é aquele adequado à faixa etária da criança e seguro, seja caro ou barato. Do contrário, vai ser inútil”
Quer um exemplo? Está na última moda um jogo de quebra-cabeça de 100 peças. É lindo! Se for dado a uma criança de 3 anos de idade, ela não conseguirá montar. Para ela tem de ser jogo com menos peças e, ainda, tridimensionais. Nessa faixa etária, a criança visualiza objetos que tenham altura, comprimento e largura, e não imagens chapadas.
“Já vi muitas crianças pegarem pote de plástico e ficarem colocando e tirando pecinhas lá dentro por horas a fio”, exemplifica Aide. “Elas mesmas transformaram o pote da cozinha, que não custou nada, numa brincadeira muito prazerosa. Prova de que preço mais caro não deve ser critério para compra.”
“O brincar é mais do que um entretenimento, diversão e lazer”, acrescenta Aide. “É uma forma natural e espontânea para estimular o desenvolvimento físico e mental da criança.”
Por isso, se quiser que o brinquedo seja aproveitado e não ofereça risco, é fundamental ter alguns cuidados na hora de comprar e escolher. A terapeuta ocupacional Aide Kudo dá as dicas:
* Não existe brinquedo ideal. Cada criança tem seu próprio universo. Leve conta os gostos, interesses e habilidade da sua criança.
* Observe as recomendações sobre a faixa etária; está indicada na embalagem. Ela é resultado de estudos feitos por especialistas na área.
* Segurança é fundamental. Verifique se o brinquedo tem o selo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial ). A certificação é a garantia de que o produto foi fabricado de acordo com as normas de segurança.
* Brinquedos importados devem trazer, em português, as recomendações para faixa etária, uso e selo do Inmetro.
* Evite brinquedos com peças pequenas e ímãs; crianças menores podem colocar na boca e engolir.
“Nenhum brinquedo, porém, substitui a sua relação com a criança”, arremata Aide. “O mais importante é você criar situações para brincar junto.”




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