SulAmérica fura com paciente que tem necessidades especiais, transtorna vida da mãe e ainda falta com a verdade

Tempo de leitura: 2 min

Por Conceição Lemes

Há dois meses Tânia Cristina de Mauro Cunha recebeu um telefonema que iria lhe causar transtornos até hoje.

Do outro lado da linha, uma assistente social da SulAmérica.

É o plano de saúde que atende a filha de 22 anos, Victoria, com necessidades especiais.

Motivo da ligação: comunicar mudanças no serviço de home care da filha.

Tânia mora no bairro do Paraíso, na cidade de São Paulo.

O caso dela exige atendimento domiciliar diuturnamente.

A assistente social informou: a ProCare, que atende Victoria há 9 anos, seria substituída por outra prestadora de serviço.

Apresentou o nome de três empresas.

Tânia optou pela Pronep, por já conhecer o serviço dela.

A assistente social avisou ainda: a mudança ocorreria a partir de 1º de outubro.

Tânia teve então reuniões com profissionais da nova prestadora do serviço, para ajustar o atendimento.

Até que chegou 1º de outubro, o dia da tão anunciada troca do serviço de assisência domiciliar.

As horas foram passando, passando, passando… E nada!

Foi como se SulAmérica nunca houvesse agendado a mudança dois meses antes.

A operadora sequer ligou para dona Tânia Cristina para explicar o furo.

“Somente no dia 2 de outubro, via ProCare, eu fiquei sabendo que a SulAmérica tinha adiado a implantação do novo home care para a Victoria’’, conta-nos.

“O pessoal da ProCare não soube explicar por quê’’, relata.

‘’Liguei para a Pronep, que também não sabia o motivo do adiamento’’, prossegue.

“Aparentemente, ProCare e Pronep estavam tão perdidas quanto eu’’, lamenta.

‘’Não bastasse tudo isso, SulAmérica alegou que a implantação do novo home care havia sido adiada porque a Victoria estava internada’’, salienta Tânia.

“É mentira!’’, diz, indignada.’’Nesses dois meses, minha filha não teve nenhuma internação!’’

”MINHA FILHA ESTÁ SEM MÉDICA VISITADORA E ENFERMAGEM”

Ou seja, a SulAmérica mudou tudo, depois ”desmudou” e não comunicou nada.

A situação da Victoria é especialíssima demais. É impossível ela ficar UM SÓ DIA sem assistência domiciliar.

O quarto dela parece um hospital.

Esta repórter questionou a SulAmérica, via assessoria de imprensa, que nos respondeu:

‘’Mandei a mensagem para a SulAmérica. O contato será feito diretamente com a responsável pela Victoria”.

Porém, passados seis dias a SulAmérica continuava muda. Zero retorno a Tânia Cristina.

Nessa altura, como a Pronep não tinha autorização do plano de saúde para iniciar a prestação de serviço, a ProCare continuou parcialmente.

Voltamos questionar o plano de saúde, via assessoria de imprensa.

Desta vez, a empresa respondeu:

Segue a íntegra da resposta (o negrito é nosso):

“A SulAmérica esclarece que o processo de troca de prestador para atendimento a Assistência Domiciliar foi cauteloso e está em andamento para finalização. Seguimos todas as determinações técnicas para o caso, prezando pelo cuidado da beneficiária. Entramos em contato com a sra. Tania Cristina, mãe da paciente, para esclarecimentos; o prestador de home care também fará contato com a mesma, para realizar as adequações necessárias. A SulAmérica se coloca à disposição para responder eventuais dúvidas desse processo”.

Parece desculpa esfarrapada.

A SulAmérica só contatou a mãe de Victoria após esta repórter questionar a empresa pela segunda vez.

Mesmo assim, nada de concreto, só tró-ló-ló.

Dona Tânia Cristina resume:

A SulAmérica disse apenas que tenho que esperar.

Perguntei por quanto tempo. Não souberam precisar. Disseram que pode demorar 10, 15 dias…

Enquanto isso, Victoria está sem médica visitadora, enfermagem e nutricionista.


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Comentários

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beatrice

Se a família não judicializar a questão
infelizmente isso pode se arrastar de forma imprevisível e muito prolongada.

Zé Maria

Observem com atenção:

Como as Corporações Econômicas tratam
da Saúde d@s Brasileir@s no Setor Privado.
.
.
“Laboratório Farmacêutico deve pagar Indenização de R$ 1 Milhão
por exigir dos Trabalhadores “Degustação de Medicamentos” [SIC]

Trabalhadores Propagandistas Vendedores da Empresa
eram submetidos à prática, tendo de provar, num único dia,
remédios de várias marcas destinados a uma mesma doença.

Uma Ação Civil Pública, que envolve 1.500 profissionais espalhados
pelo país, foi ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT)
a partir da denúncia de três propagandistas de Teresina (PI),
que apresentaram e-mails da gerência distrital da divisão de
prescrição médica da Eurofarma, convocando colaboradores
para reuniões.

Em época de lançamento ou campanha de divulgação de produtos,
eles deviam obter amostras de remédios com colegas da concorrência
ou atendentes de consultórios para, na reunião, degustarem
os medicamentos do Fabricante e dos Concorrentes.
[…]
Segundo as testemunhas, não havia como recusar a degustação,
pois o gerente exigia que fosse feito um rodízio de todos os produtos,
e os propagandistas tinham medo de perder o emprego.

Os medicamentos eram provados sucessivamente, o que submetia
os representantes a dosagem muito superior às orientações da bula,
sem acompanhamento médico.

Na lista estavam antibióticos para infecções bacterianas comuns e
para insuficiência venosa e remédios para artrose, alguns com substâncias alergênicas.

O objetivo era avaliar sabor, textura e coloração dos remédios para
comparar com os demais concorrentes e garantir uma propaganda
mais eficiente, com repasse de informações aos médicos. [!!!]

O Tribunal Regional do Trabalho (PI), ao condenar a empresa
ao pagamento de R$ 300 mil, observou que o laboratório
não havia comprovado a existência desse setor e, com as provas
obtidas, concluiu que os propagandistas eram submetidos
à degustação de medicamentos “de forma concreta e reiterada”.

A conduta, segundo o TRT, violava a integridade física e a saúde
dos trabalhadores, “por mera estratégia comercial”.

Além da indenização, a decisão proibiu a prática em todo o território
nacional e impôs multa de R$ 30 mil por cada descumprimento
da medida e de R$ 10 mil por trabalhador prejudicado.

A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) aumentou
de R$ 300 mil para R$ 1 Milhão o valor a ser pago pela Eurofarma Laboratórios S.A., a título de dano moral coletivo por submeter
propagandistas vendedores à prática de degustação de medicamentos.

O Relator do Recurso de Revista, em que o MPT pedia o aumento
do valor da indenização, assinalou que a decisão do TRT-PI se amparou
não apenas nos depoimentos das três testemunhas do MPT, mas,
especialmente, na prova documental, representada pelos e-mails
enviados.
Na avaliação do relator, o valor fixado pelo TRT não é coerente
com as condições socioeconômicas da empresa, a gravidade do fato
e a função pedagógica da responsabilização.

Entre outros aspectos, o ministro destacou o porte financeiro da empresa, que, segundo relatórios de administração de 2015,
teve lucro líquido de R$ 193,9 milhões.
Observou, ainda, que a ação envolve 1.500 propagandistas
do laboratório pelo país.

A decisão foi unânime.

(http://aplicacao4.tst.jus.br/consultaProcessual/consultaTstNumUnica.do;jsessionid=62836520CBA423C57F7959620D2023F5.vm153?conscsjt=&numeroTst=1559&digitoTst=84&anoTst=2016&orgaoTst=5&tribunalTst=22&varaTst=0004&consulta=Consultar)

Íntegra da matéria em:
https://www.tst.jus.br/-/laborat%C3%B3rio-deve-pagar-indeniza%C3%A7%C3%A3o-de-r-1-milh%C3%A3o-por-exigir-degusta%C3%A7%C3%A3o-de-medicamentos%C2%A0

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