Ligia Bahia: O coronavírus vai dizimar os pobres do Brasil; eles não podem se isolar, usar álcool gel, fazer coisas pela internet, como as classes médias; vídeo

Tempo de leitura: 2 min

por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no Tutaméia

“As classes médias podem se isolar, usar álcool gel, fazer coisas pela internet. Os pobres, não. Quando a epidemia explodir, ela vai dizimar os pobres desse país. Podemos retardar a explosão dessa epidemia. Mas, quando ela explodir, vai flagelar especialmente a população pobre. As condições de vida dessa população favorecem o coronavírus. Nas casas onde moram vivem muitas pessoas, há poluição ambiental, é preciso trabalhar o tempo todo. Essa precariedade não está sendo objeto de políticas públicas no Brasil”.

O alerta é de Ligia Bahia, médica sanitarista e professora da UFRJ, em entrevista ao Tutaméia (veja acima)

Segundo ela, seria necessário haver

“um grande esforço de coordenação conjunta com o setor privado, de convocação do setor privado, para que a capacidade instalada fosse utilizada de maneira coordenada. Para que os pacientes mais graves tivessem a mesma chance de serem atendidos, tanto os que têm plano de saúde, quanto os que não têm Se isso não for feito haverá uma mortandade muito mais alta entre os pobres. É um escândalo porque vai caracterizar uma iniquidade enorme”.

Para o país enfrentar a epidemia com dignidade, a proposta de Bahia é a criação de uma fila única de internação no SUS. Ela cita o decreto recém estabelecido na Espanha que convoca e utiliza a infraestrutura do setor privado para enfrentar a epidemia.

“Precisaríamos de um decreto, como o da Espanha. A Constituição brasileira permite mobilizar recursos privados em casos de catástrofes. A epidemia do coronavírus é uma catástrofe. A lei permite, abre espaço. Temos possibilidade de usar esses recursos. Talvez pudéssemos contar com o interesse do setor privado de se mostrar solidário diante de um problema tão grave”, afirma a médica.

Ligia Bahia repudia a atitude irresponsável de Bolsonaro, de participar dos protestos contra as instituições brasileiras, contrariando a orientação oficial de seu próprio governo:

“Ele deu banana para o coronavírus. Não se pode dar banana para o coronavírus. É sério. Estamos diante de um perigo para a coletividade”.

Nessa entrevista, ela trata da necessidade de ampliação do orçamento para a saúde pública sufocado nos últimos anos e compara a epidemia de coronavírus com a da Aids.

Pede adesão das empresas privados ao movimento de paralisação das atividades e condena a atitude da área econômica do governo. “É extremamente insensível. Não entendeu o que está se passando”.

 

 


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Comentários

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a.ali

só discordo num ponto com a dra.: o governo sabe, sim, o que está se passando, simplesmente ñ irá mover uma palha em função dos menos aquinhoados, essa é a realidade, até porque o estúpido que usa a faixa de presidente já falava, antes de ser guindado ao posto, que pobre dá despesas…

Zé Maria

Estava visto que os Criminosos iriam se aproveitar da Tragédia Humanitária para ferrar os trabalhadores assalariados.
Agora, o Crápula da Economia quer reduzir o salário do empregado no canetaço, sob o pretexto de sanar a ‘crise do coronavírus’.
São os Brancos Ricos Estelionatários no Governo.

    Zé Maria

    O interesse financeiro das corporações econômicas
    fala mais alto nesse desgoverno Bolsonaro/Guedes/Moro.
    Não vão liberar o ponto das pessoas
    que pegam ônibus e metrô para trabalhar.
    Haverá Contágio em massa de Pobres.
    E o SUS vai entrar em Colapso.
    Daípossivelmente o desgoverno virá com alguma MP ou umzDecreto para ‘resolver’ na marra o problema.

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