O Admirável Mundo Novo da Reputação

Tempo de leitura: 2 min
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Por Marco Aurélio Mello

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Freeimages.com/Hugo Humberto Plácido da Silva

por Marco Aurélio Mello

A chegada do novo é sempre aterrorizante.

Por isso é comum as pessoas preferirem o trivial, o rotineiro, “o de sempre”.

Se por um lado esta postura traz segurança, por outro extingue o susto, a surpresa.

Enferrujamos o coração que para de “bater na boca” e passamos a nos sentir ameaçados pelo risco de uma trivial descarga de adrenalina.

A sorte passa a ser daquele que tem “um amor tranquilo”, “um prato de comida”, “um lugar ao sol”.

O mundo moderno aprendeu a lidar com o bicho de sete cabeças chamado novidade.

Como?

Domesticando-o(a).

Domar a fúria do novo não é fácil.

Por isso, precisamos sempre da astúcia dos domadores.

Durante um tempo a sociedade contava com a mídia para fazer esta intermediação.

Ler o fenômeno, interpretá-lo e, assim, incorporar o novo à nossa realidade.

O lado pernicioso deste poder mediador, intermediário, ou melhor, atravessador, foi que diante de uma nova ameaça, da chegada de um novo ator, muitas vezes o caminho mais curto sempre foi a chantagem.

Vemos isso acontecer todos os dias no campo da política.

E, mais ainda, na economia.

Quem há 30 anos não olhava a rede mundial de computadores com desconfiança?

Foi preciso que a indústria do Vale do Silício enfiasse um caminhão de dinheiro na mídia para que ela se “convencesse” de que o mundo seria melhor.

E, em muitos casos, melhorou mesmo.

Depois veio a portabilidade dos aparelhos celulares.

Ondas eletromagnéticas ao lado do cérebro?

Nem pensar.

Aos poucos, com muito suor e dinheiro, as resistências foram sendo vencidas.

Hoje, a propósito, o celular raramente está no ouvido.

Está na palma da mão, deixou de ser fone apenas para ser um smart.

Os mais recentes vilões da sociedade são o Uber e o Airbnb, duas plataformas que tentam conciliar em tempo recorde a oferta e a procura, de preferência a um preço viável para todos.

Sobre ambas plataformas pesam severas críticas: exploração do trabalho alheio e evasão fiscal são as principais delas.

No entanto, elas não param de crescer dentro de uma lógica que já não obedece à chantagem dos mediadores de antigamente.

Não é mais preciso comprar anúncios na grande imprensa.

Porque por trás destes novos negócios milionários está um novo paradigma: a linkania.

O conceito desenvolvido pelo cientista Hernani Dimantas, grosso modo, pode ser resumido como a cidadania na internet, cuja a moeda de troca é a confiança, construída a partir da reputação dos agentes.

HD, como é conhecido o pesquisador do Departamento de Comunicação e Semiótica da PUC de São Paulo, é autor do livro

Marketing Hacker – A revolução dos mercados.

O que vai acontecer nesta nova ordem mundial?

Ninguém sabe ao certo ainda.

Mais uma vez, como sempre, a sociedade se divide entre entusiastas e catastrofistas.

Mas uma coisa é fato: quem não entender a importância da boa reputação está fora.

E não vale forjar boa reputação na base da mentira e da manipulação não porque cedo ou tarde a máscara cai.

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Marco Aurélio Mello

Jornalista, radialista e escritor.


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Comentários

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FrancoAtirador

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Monopólios na Internet Ameaçam a Democracia

Por Veridiana Alimonti, no FNDC, via Blog do Miro

https://twitter.com/BlogdoMiro/status/988550742125531139
https://altamiroborges.blogspot.com.br/2018/04/monopolios-na-internet-ameacam.html

FrancoAtirador

.
Ética Empresarial?
No Capitalismo?
Sei… SQN

    Marco Aurélio

    Não dá para se iludir.

    FrancoAtirador

    É Vero.
    Não Dá.

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