Adilson Filho e o Scolari de hoje

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Seleção Brasileira: O que falta ao Scolari de hoje?

por Adilson Filho, via e-mail

Pra responder a pergunta é quase impossível não olhar pra 2002. E aí, meus amigos, não tem jeito, a comparação é inevitável.  É preciso destacar que, na ocasião, Scolari tinha a seu favor Rivaldo e Ronaldo, dois monstros do futebol e isso não é pouca coisa. Tanto não é, que os dois comandaram o time e tiveram participação decisiva na conquista daquela Copa. Apesar da seleção ter chegado lá desacreditada, com uma preparação das piores que já tivemos, os dois foram lá e botaram a Copa do Mundo no bolso.

Hoje já não é mais assim, aliás estamos muito, mas muito longe de termos, vestindo a camisa amarela, dois supercraques como os citados. E dois supercraques que chamem pra si a responsa e decidam, o que é mais raro ainda.

Scolari, nesta tarde em Wembley, como de bobo não tem nada, (tem é sim muita estrada no futebol) não causa supresa que tenha chamado Ronaldinho Gaúcho pra dividir a responsabilidade na estréia. RG no time hoje é o tipo de aposta que já tá ganha pro treinador antes do jogo começar. Se for bem, recebe o mérito de tê-lo trazido de volta, se for mal, tem um cara de peso pra dividir a responsabilidade.

E mais uma vez RG decepcionou, festival de passes errados, se posicionando muito mal –  sempre naquele espaço entre a intermediária e a linha de frente, a zona nula onde seu futebol some – e mais uma vez mostrando que, apesar do brilho mque um dia teve, não nasceu pra ser decisivo.

Um momento sintomático do jogo foi vê-lo no chão, dando um carrinho pavoroso pra trás, que a bola ainda foi parar no pé do time adversário, enquanto Steven Gerard, desfilava seu futebol elegante pelo campo,  pelo meio campo colocando a bola onde queria sem sequer olhar pra baixo.

Quanto ao resto do time, acho que o Brasil tem bons jogadores e é possível (pois possível sempre é) ainda formar um time competitivo para a Copa, mas um timaço imbatítivel e respeitado, como muitos que já vimos, honestamente, acho muito difícil.

Menos pelo material humano e mais pelo nosso treinador E pra mim a coisa agora tende a ficar ainda mais preocupante pois, muito provavelmente, Scolari vai abandonar esse esquema pra dar a “sua cara” a equipe. E é justamente pra lá que o perigo vai se mudar, pois sem os dois cracaços de outrora, é muito difícil que esse esquema “tranca-tudo e sai na boa” funcione numa Copa do Mundo.

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No mais, fico muito preocupado com Neymar. Um talento raro, talvez o jogador mais assombroso surgido aqui depois de Pelé, mas que poderia estar rendendo muito mais, se enfrentasse com mais frequência os grandes jogadores, as fortes marcações que Messi e Cristiano Ronaldo (outros foras de série) enfrentam, se colocasse seu futebol de ouro pra “rodar” na mesma velocidade e nível de distribuição coletiva de passes que o argentino e o português já fazem há um punhado de tempo.

Como esse menino talentoso e o Brasil teriam a ganhar…

PS: O passe de Wilshere, que resultou no primeiro gol inglês, foi uma pintura.

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