quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Dilma irá ao antro midiático da SIP?
Por Altamiro Borges, em seu blog
De 12 a 16 de outubro, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) realizará a sua 68ª Assembleia-Geral em São Paulo. O evento, que retorna ao Brasil após 11 anos, reunirá os principais barões da mídia do continente.
Segundo a programação, 65 palestrantes tratarão de temas como novas mídias, sustentabilidade financeira e “liberdade de imprensa”.
Entre os convidados brasileiros, o ex-presidente FHC, a ex-ministra Marina Silva e, pasmem, a presidenta Dilma Rousseff – a mesma que é atacada pela mídia diariamente.
Além das palestras, o convescote da máfia midiática prestará homenagens a conhecidos reacionários da região e aprovará as mesmas resoluções das assembleias anteriores.
O advogado Cesar Ricaurte, da ONG Fundamedios, do Equador, receberá o “Grande Prêmio da Liberdade de Imprensa da SIP”.
Ele é hoje um dos principais inimigos do presidente Rafael Correa e a sua “organização não governamental” é financiada pela Usaid, a agência estadunidense famosa por interferir nos assuntos internos de vários países da América Latina.
Cultura conservadora dos barões da mídia
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Como já apontou Luciano Martins Costa, em artigo no Observatório da Imprensa, a 68ª Assembleia da SIP não acrescentará nada de novo ao debate sobre os desafios da mídia.
“Deverão estar presentes os dirigentes de todos os principais veículos de comunicação e boa parte dos consultores que nos últimos vinte anos vêm conduzindo os negócios do jornalismo em direção ao passado… São muitos os desafios, mas o maior deles parece ser da própria cultura conservadora das empresas de comunicação”.
O principal debate deverá ser sobre o chamado “modelo sustentável do jornalismo”. “Afora a apropriação da palavra ‘sustentável’, a rigor nada mudou nas propostas de reflexão sobre o futuro da imprensa desde o primeiro debate setorial sobre o advento da internet, realizado em 1995. O maior entrave para a busca de um modelo sustentável de negócio parece estar no próprio sistema de organização das empresas, cuja direção é excessivamente centralizada e verticalizada”, fustiga Luciano Martins Costa.
Dilma vai reforçar o palanque dos golpistas?
Em síntese, como afirma o autor, a assembleia da SIP não serve para nada. “Quem viu o primeiro, viu todos”.
Na prática, o convescote apenas confirmará a decadência do modelo de negócio dos barões da mídia, decorrente dos avanços tecnológicos e da própria crise de credibilidade de uma imprensa monopolizada e manipuladora. Como nas anteriores, a máfia midiática aproveitará o evento para fazer política – confirmando sua conversão em principal partido da direita. Daí a pergunta: o que Dilma vai fazer neste palanque da oposição golpista?
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