Super-ricos embolsaram U$ 34 bi na pandemia, mas Guedes descarta imposto sobre 60 mil milionários
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Lucro dos super-ricos na pandemia supera orçamento do SUS, alerta Fenafisco
Presidente da Fenafisco, Charles Alcântara, defende taxação sobre altas rendas e grandes fortunas para combater as desigualdades
São Paulo – No Brasil, os super-ricos ficaram US$ 34 bilhões (cerca de R$ 177 bilhões) mais ricos, entre 18 de março e 12 de julho, em meio à pandemia, segundo relatório da ONG Oxfam.
O valor supera o orçamento total do Sistema Único de Saúde, de R$ 125,6 bilhões.
Somadas as emendas parlamentares, os recursos chegam a aproximadamente R$ 160 bi.
O lucro dos super-ricos também é equivalente a seis vezes o orçamento anual do Bolsa Família.
As comparações são do presidente da Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco), Charles Alcantara.
“E essa renda praticamente toda não é tributada, no Brasil. Por conta das desonerações da renda do capital.”
Em entrevista a Glauco Faria, no Jornal Brasil Atual, nesta segunda-feira (10), ele defendeu a implementação do Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) como uma das formas de corrigir essas distorções e combater as desigualdades no país.
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Previsto na Constituição de 1988, contudo, o IGF nunca foi regulamentado. Essa é uma das proposta que constam no documento “Taxar os super-ricos para reconstruir o país”, lançado na última quinta-feira (6).
Esse novo imposto incidiria sobre um universo de 60 mil pessoas que possuem patrimônio declarado superior a R$ 10 milhões.
“É preciso que essa faixa, o topo do topo da pirâmide, passe a ser tributada. Como todos os países menos desiguais e mais desenvolvidos fizeram. Mas o Brasil é um dos únicos países que não tem um sistema tributário progressivo”, destacou.
Altas rendas
Além dos maiores patrimônios, a proposta apresentada pela Fenafisco e outras entidades também propõe a criação da Contribuição Social sobre Altas Rendas das Pessoas Físicas (CSPF).
Da mesma forma, essa modalidade incidiria sobre rendimentos que ultrapassem R$ 60 mil por mês, com alíquota de 20%.
A previsão, portanto, é que tal contribuição atingiria 208 mil pessoas que estão no topo da pirâmide.
Simplificação não é solução
A campanha para taxar os super-ricos é uma iniciativa que pretende influenciar nos debates da reforma tributária, em discussão no Congresso Nacional.
Por outro lado, segundo o presidente da Fenafisco, as principais propostas em discussão se limitam apenas a propor a simplificação de tributos, e não atacam a regressividade do sistema.
A Fenafisco e as demais entidades defendem que é preciso aumentar tributação sobre as altas rendas e os grandes patrimônios para reduzir os impostos sobre o consumo.
Como a classe média e os mais pobres comprometem a maior parte da renda com o consumo, proporcionalmente, acabam pagando mais impostos do que os mais ricos.




Comentários
Zé Maria
A Tributação Direta de Bilionários (Pessoas Físicas),
que recebem juros e dividendos sem pagar imposto,
é a solução para sanar o déficit público e possibilitar
o investimento em Serviços Públicos Essenciais.
Dessa forma, poderia até ser extinta a EC 95 (do Teto)
sem que houvesse desequilíbrio das Contas.
afonso Schroeder
A modernidade a vista com Robôs o único caminho século XXI justo e honesto é mais + impostos aos ricos e classe trabalhadora deve ter “REDUÇÃO” na carga horaria para 36 horas semanais foi feito na Europa na década de 60 com ótimos resultados ate os dias de hoje.