Por: @MarkosOliveira
[a partir de texto do Celso Lungaretti, publicado no Náufrago da Utopia e reproduzido aqui]
04/08/2011
A estratégia usada pela revista Playboy para dar visibilidade a sua edição de aniversário deste ano infelizmente não é nenhuma exclusividade da revista e da mídia sensacionalista em se tratando de entrevistas com a Sandy.
Acompanho a carreira dela há 11 anos e neste tempo o que não faltou foram matérias de capas de jornais e revistas com declarações da cantora retiradas do contexto.
A imagem de “santa” foi criada pela própria mídia por uma declaração da cantora aos 16 anos de que pretendia se casar virgem, inspirada no relacionamento dos pais. Declaração dada quando, ingênua, ela achava que deveria responder tudo e ser atenciosa com a mídia. Após a repercussão desta declaração em que a mídia focou-se no assunto da virgindade e o trabalho artístico ficava em segundo plano, ela decidiu não expor mais a vida pessoal.
O tempo foi passando e por preservar a vida pessoal, a única imagem que a mídia tinha pra explorar era a da virgem aos 16 anos.
Palavras da própria: “Foi a mídia que construiu essa imagem para mim. Sempre me pintaram como a moça comportada. Sempre falaram disso em entrevistas e minha resposta era a de que sou uma pessoa normal. Acham que sou uma princesa encastelada, que nunca namorei, que nunca transei… O fato de nunca ter sido fotografa chorando, bêbada ou brigando com namorado não quer dizer que não tenha tido meus tombos. A diferença é que minha vida é minha e a preservo pra mim.”
A Devassa fez o convite e ofereceu um cachê maior e pra se expor muito menos na primeira campanha com a Paris Hilton. Bem como o diretor de redação da Playboy declarou que convida a Sandy desde sempre para a revista, o que descontrói o parágrafo final do texto de que a Sandy se presta a um papelão pra voltar a aparecer na mídia. As empresas a convidaram e não ela quem procurou as empresas. Fora tais episódios, não se viu outro em que ela “fizesse algo pra aparecer.”
Eu, particularmente, condenei a participação dela na campanha da Devassa por ser uma marca de cerveja machista desde a sua criação, a começar pelo nome. Foi pra tentar eliminar essa associação machista deixada pela campanha de lançamento que eles contrataram a Sandy, pra tentar o mudar o sentido de “Devassa”, como se devasse fosse apenas descontração e diversão. Não vou deixar de apontar erros num artista por ser fã, mas não vou deixar deixar de ser fã por reconhecer o que eu vejo como erros.
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Quanto à declaração para a Playboy, acho injusto fazerem criticas à cantora com base em uma declaração fora de contexto retirada de uma entrevista – com duração de 4 horas – que sequer foi publicada ainda. Isso é que me espanta: criticas a uma entrevista que sequer foi publicada, criticas a uma entrevista que não foi lida.
No fim, o autor do texto não me parece ser muito diferente do sensacionalismo que tanto criticou ao fazer julgamentos de uma entrevista que nem leu.
E só uma observação: Sodomia é um termo cunhado erroneamente, com base em interpretações bíblicas equivocadas, para associar homossexualidade com algo ruim. Se referir ao sexo anal utilizando o termo “sodomia” é como usar o termo “homossexualismo”, inutilizado há mais de 10 anos por se referir a doença no campo da área médica.




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